Herdeiros da Reforma: Somente as Escrituras
Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 03 de outubro de 2010, em comemoração do
aniversário da Reforma Protestante
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler 1ª Co 4:1, 2 e 6
1 Assim, pois, importa que os
homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de
Deus. 2 Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada
um deles seja encontrado fiel... 6
Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por
vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que
está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento
de outro
Durante os cinco domingos deste mês de outubro, para a
nossa edificação e para a glória de Deus, estaremos comemorando o aniversário
da Reforma Protestante, que é no dia 31. A Reforma Protestante foi um
importantíssimo movimento religioso do século XVI, resgatador de verdades
Bíblicas que estavam sendo rejeitadas pela igreja de então. E nesta
comemoração, falaremos sobre aquelas cinco grandes doutrinas que a Reforma
enfatizou, e que mudaram a História da Igreja.
As cinco doutrinas que a Reforma enfatizou tornaram-se
conhecidas como:
Sola Scriptura – Somente as
Escrituras,
Solus Christus – Somente
Cristo
Sola Gratia – Somente a
Graça,
Sola Fide – Somente pela
Fé
Soli Deo Gloria – Somente
glória a Deus.
Cada um destes “somente” se deu em resposta a um ponto de
vista diferente que os reformadores tinham em relação ao que era ensinado pela
Igreja Católica.
Pois bem: a Reforma, que já estava sendo ansiosamente
buscada desde muitos anos antes, começou a acontecer quando Martinho Lutero, um
monge agostiniano alemão, (e assim como outros antes dele e também em seus
dias) teve a percepção de que a posição doutrinária da Igreja, de muitas
maneiras, era diferente do ensino da Bíblia. E percebeu inclusive, que a própria
posição que a Igreja tinha em relação à autoridade da Bíblia, era diferente do
que os escritores bíblicos ensinavam.
Assim, houve três pontos principais em que os
reformadores divergiram da Igreja Católica com respeito da autoridade da
Bíblia:
1º. A Igreja
Católica dizia que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas que é assim porque a
própria Igreja, conduzida pelo Espírito Santo, determinou quais eram os livros
inspirados.
Porque veja: a Bíblia não surgiu toda de uma vez,
“prontinha”, como uma lista de livros inspirados por Deus. Ela foi sendo
escrita ao longo de mais ou menos 1.500 anos, ao mesmo tempo em que muitos
outros livros religiosos foram surgindo no meio do povo de Deus. Somente no ano
325
d.C., muito tempo depois que os livros bíblicos haviam sido
escritos, reunidos e consagrados pelo uso cristão, a Igreja, num concílio
ecumênico na cidade de Nicéia, elaborou uma
lista de quais livros religiosos eram considerados inspirados. Então o
raciocínio católico era o seguinte: uma vez que a Igreja é quem determinou
quais são os livros inspirados, a autoridade da Bíblia está sujeita à
autoridade da Igreja.
Os reformadores discordavam deste pensamento. Segundo a
maneira reformada de entender, a Igreja, ainda que guiada pelo Espírito Santo,
não determinou, mas apenas reconheceu, quais eram os livros inspirados. Por
exemplo, o livro de Jeremias: ele é Palavra de Deus por sua própria natureza,
porque foi inspirado por Deus, e não porque a igreja determinou que fosse. Nos
dias daquele profeta, os judeus não recebiam suas mensagens como Palavra de
Deus, mas elas continuavam sendo, mesmo sem o reconhecimento da Igreja do
Antigo Testamento. Da mesma forma, mesmo que a Igreja não tivesse reconhecido
os outros livros bíblicos, eles eram a Palavra de Deus, independente da opinião
dos homens. Por isto que mais tarde, na Confissão de Fé que adotamos, a
Assembléia de Westminster escreveu o seguinte sobre a Bíblia.
“A autoridade da
Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do
testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma
verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra
de Deus.”[1]
2º. A Igreja
Católica também ensinava que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas que não pode ser
lida e interpretada de qualquer modo: ela precisa ser interpretada de acordo
com os dogmas da própria Igreja; isto é, quem tem autoridade para explicar o
significado da Bíblia é a Igreja.
Daí, não era necessário, nem recomendável, que qualquer
pessoa lesse a Bíblia. Ler a Bíblia e explicá-la era tarefa dos doutores da
igreja. Não se devia, portanto, traduzir a Bíblia para a “língua do povo”. Ela
deveria continuar em suas línguas originais: grego, hebraico, e, além disto, a
língua dos doutores, isto é, latim (assim como a missa também era rezada em
latim).
Os reformadores discordavam: eles entendiam que, ainda
que a Igreja devesse ter mestres, homens com dons para ensinar as doutrinas, a
Bíblia é a Palavra de Deus dirigida a todos os homens, e deveria estar ao
alcance de todos. Pois a própria Bíblia ensina que todos a devem ler, nela
meditar e por ela viver. Por isto Lutero se empenhou tanto em traduzir a Bíblia
para o alemão (da mesma forma como outros reformadores o fizeram em seus
países). Mais uma vez a Assembléia de Westminster:
“... não sendo
essas línguas (originais da Bíblia, isto é, o grego e o hebraico) conhecidas
por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve
no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas
línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de
Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e
possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras.”[2]
3º. Mais um ponto
que os reformadores discordaram: a Igreja Católica ensinava que mesmo depois
que a Bíblia se tornou completa, novas revelações doutrinárias da parte de Deus
continuaram a ser dadas pelo Espírito Santo, de modo que Igreja, através do
papa, tinha autoridade para continuar a acrescentar novos ensinos, mesmo que
estes ensinos não fossem explicitamente ensinados na Bíblia.
Por exemplo: a adoração de imagens (oficializada 757
d.C.), a canonização de santos (884 d.C.), a adoração da “Virgem Maria” (885
d.C.). Os reformadores por sua vez diziam que, uma vez que a
Bíblia estava completa, tudo quanto era preciso para a nossa salvação e conduta
já havia sido revelado por Deus, e nada mais era necessário, nem poderia ser
acrescentado. Se alguma coisa fosse acrescentada, seria diferente do que já
estava revelado, e sendo diferente, deveria ser rejeitado. Sobre isto, a
Confissão de Westminster diz assim:
“À Escritura
nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem
por tradições dos homens...” [3]
Resumindo: O que é a Palavra de Deus? A Igreja Católica
dizia: A Bíblia mais as decisões da Igreja (o que incluía novas revelações e as
tradições da Igreja) – Em outras palavras: os católicos diziam que a Igreja tem
autoridade sobre a Bíblia. Os reformadores diziam: somente a Bíblia; nada se
acrescentará às Escrituras. Em outras palavras, os protestantes diziam que a
Bíblia é que tem autoridade sobre a igreja.
Porque os reformadores tinham esta convicção? A base que
eles tinham para pensar assim está na própria Bíblia. Um dos muitos lugares que
tratam deste assunto é o texto básico de nossa meditação desta noite. Aqui
Paulo disse certas coisas a respeito de um dos graves problemas que estavam
acontecendo na igreja de Corinto. Os habitantes de Corinto, assim como os
gregos em geral, tinham o hábito se associarem intelectualmente às várias
correntes filosóficas que se originaram entre eles: aristotelismo, epicurismo,
platonismo, etc.
Quando uma pessoa se associava a certa escola de
pensamento, ela se opunha às demais e isto dava lugar, muitas vezes, a
acaloradas discussões entre as diversas correntes filosóficas. Ora, esta
postura intelectual grega estava sendo assumida pelos os crentes em Corinto, só
que em relação a líderes cristãos proeminentes, a ponto de os coríntios estarem
sofrendo amargas divisões na igreja, em detrimento da comunhão, da edificação
mútua, do testemunho diante do mundo, da glória de Deus.
E certos mestres, que não são nomeados na carta, gostavam
disto, e se especializavam em demonstrar suas incríveis habilidades oratórias. Então
Paulo diz que eles, os coríntios, seguindo estes mestres, estavam indo além do
que está escrito. Ele se utiliza de seu nome e de outro mestre cristão amigo
seu, Apolo, como ilustração no lugar do nome de outros. “Uns”, ele ilustra,
“dizem que são de Paulo, outros, de Apolo, outros dizem que são de Cristo, e
assim a igreja está dividida...”
E no texto que temos diante de nós ele explica que o que
se requer de um obreiro de Deus não é que ele seja uma celebridade aos olhos
humanos, digno de ser seguido por outros, mas que ele seja encontrado fiel. E
para ser fiel ele tem que permanecer dentro do que está escrito. Mais
especificamente no v. 6, Paulo diz:
Estas coisas,
irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para
que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a
fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro.
Vamos considerar esse ensino:
1. Quando Paulo usa
esta expressão: “está escrito”, o que ele quer dizer?
Para
responder vamos relacionar esta frase com outros lugares noutros lugares da
Bíblia. Ela aparece umas 80 vezes em nossa versão, de forma que vamos limitar
bastante, o suficiente para que entendamos:
Vejamos
duas vezes nos lábios de Jesus.
Mateus
21:13
E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será
chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.
“Está escrito” aqui é uma
referência a Isaías 56:7
Marcos
9:13
Eu, porém, vos digo que Elias já veio, e fizeram
com ele tudo o que quiseram, como a seu respeito está escrito.
É uma referência a Malaquias
4:5.
Agora
duas vezes nas cartas de Paulo.
Rm
3:10
Como está escrito: Não há justo, nem um sequer
Paulo
está citando Sl 14:1-3
Rm
8:36
Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues
à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
Está
citando Salmo 44:22
Como
eu já disse, precisamos ser muito limitados aqui. Poderíamos continuar citando
os evangelhos, a carta aos Hebreus, e também Pedro.
Mas estes
poucos exemplos são suficientes para mostrar que cada vez que esta frase, “está
escrito”, aparece nos lábios de Jesus, ou noutros lugares do Novo Testamento,
ela se refere a alguma porção das próprias Escrituras Sagradas.
Bem,
o que o apóstolo Paulo está enfatizando em 1ª Co 4:6 é que ele próprio, como despenseiro
fiel da Palavra de Deus, não ultrapassava o que está escrito na Bíblia.
Vamos
dar um exemplo:
1ª
Co 2:1,2
1 Eu, irmãos, quando fui ter
convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de
linguagem ou de sabedoria. 2
Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.
Agora leiamos 1ª Co 15:1-3
1 Irmãos, venho lembrar-vos o
evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; 2 por ele também sois salvos, se
retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em
vão. 3 Antes de tudo, vos
entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo
as Escrituras, 4 e que foi
sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.”
Então
veja: Paulo foi um dos maiores mestres da igreja de todos os tempos, um de seus
fundadores. Escreveu parte das Escrituras.
Mas
mesmo em tudo aquilo que ensinou, seja pessoalmente, seja por escrito, não acrescentou
qualquer coisa nova.
Ainda
que a iluminação do entendimento para entender que o Antigo Testamento
testemunhava de Cristo, fosse algo novo, o Cristo crucificado que ele pregava,
tinha seu fundamento na própria Palavra escrita de Deus no Antigo Testamento, e
ele não ia além do que ela já dizia.
Ora,
se nem Paulo trazia alguma coisa além do que já estava escrito, ele diz aos
coríntios, “aprendam comigo, aprendam com Apolo, aprendam com os pregadores
fiéis à Palavra de Deus”.
2. Porque não
devemos ir além do que a Bíblia diz?
Existem
muitas razões, mas vamos nos deter em apenas três delas:
Primeira: o que Deus nos
falou é completo e suficiente em si mesmo, e nós, homens, não temos o direito
de acrescentar algo ao que Deus diz, como se ele precisasse que o aperfeiçoemos.
Pv
30:5, 6
5 Toda palavra de Deus é pura;
ele é escudo para os que nele confiam. 6
Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado
mentiroso.
Gl
1:8-9
8 Mas, ainda que nós ou mesmo um
anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado,
seja anátema. 9 Assim, como
já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que
recebestes, seja anátema.
2ª Ts
2:1-2
1 Irmãos, no que diz respeito à
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos
exortamos 2 a que não vos
demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito,
quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha
chegado o Dia do Senhor.”
É a
desobediência ao que está claramente escrito nestes e em muitos outros textos
que tem ocasionado desvios doutrinários graves, o surgimento de seitas como os
“Testemunhas de Jeová”, os Mórmons, o Kardecismo, a igreja da unificação (Sun Myung Moon), e muitas doutrinas errôneas não só do
catolicismo, mas também de evangélicos em nossos dias.
É a
desobediência a estes textos que tem ocasionado as várias correntes de teologia
da prosperidade, teologia da libertação, “palavra da fé” e muitas outras.
É a desobediência
a este princípio que leva muitos a se iludirem com linguagem rebuscada que se
afasta da simplicidade da Palavra de Deus.
Segunda: as Sagradas
Escrituras são tudo o que necessitamos para vivermos de acordo com a vontade de
Deus.
2ª
Tm 3:15-17
...e
que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para
a salvação pela fé em Cristo Jesus. 16
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correção, para a educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra.
A
Bíblia nos leva à fé em Jesus e nos ensina tudo o que precisamos.
Se
você quer saber a doutrina de Deus para a sua salvação, está revelada nas
Escrituras. Se você quer saber a vontade de Deus para o seu comportamento
diário, está revelada nas Escrituras. Se você quer saber a vontade de Deus para
a maneira de se comportar em sua vida profissional, está revelada nas
Escrituras. Se você quer saber a vontade de Deus para a sua família, está
revelada nas Escrituras.
Se o
ensino da Bíblia é completo, não precisamos acrescentar nada a ele para viver
de acordo com o ensino de Deus.
Terceira: o que
precisamos saber, o Senhor Deus revelou; o que ele não revelou, não precisamos
saber.
Dt
29:29
As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso
Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre,
para que cumpramos todas as palavras desta lei.
Então
este é para nós um princípio importantíssimo: tudo o que Deus deseja que
conheçamos sobre ele, sobre a nossa salvação, sobre o nosso viver diário diante
dele, seja na família, seja na igreja ou no mundo, está revelado nas
Escrituras. Ela, e somente ela, é a revelação que precisamos, ela é a suprema
autoridade de nossa vida. Neste sentido vale a pena citar novamente a Confissão
de Fé de Westminster:
O Juiz Supremo,
pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem
serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos
escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz
Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito
Santo falando na Escritura.[4]
Conclusão
O
que é “Somente as Escrituras”, ou
como dizem os mestres, “Sola Scriptura”?
É
ter a Bíblia como a única revelação de Deus nas coisas da nossa religião: a nossa
fé e conduta. E como única revelação, é também a nossa suprema autoridade
espiritual. Tudo quanto dizem nossas tradições eclesiásticas, as pessoas piedosas,
as leis do país, ou qualquer outra esfera de pensamento, deve ser analisado à
luz das Escrituras. A nossa autoridade suprema é a Bíblia.
Algumas breves aplicações
práticas
1. Certa
ocasião, Jesus censurou aos saduceus porque eles não conheciam as Escrituras.[5]
Então nós não devemos ser como eles, antes, precisamos
conhecer a Bíblia, estudá-la, meditar nela para que não erremos.
Você
já ouviu alguém citar aquele “versículo”: “De
mil passarás, de dois mil não passarás”?E aquele outro: “Faz a tua parte que eu te ajudo”? Muitas
pessoas os citam, e muitas pessoas acreditam, mas eles não estão na Bíblia.
Já
ouviu a “doutrina” de que “Deus Pai tem um corpo como o nosso, pois a Bíblia
fala que Deus tem mãos e boca, etc.”? Mas esta também não é uma doutrina bíblica.
O ensino bíblico é de que Deus é espírito, e um espírito não tem carne nem
ossos.[6]
Não
é necessário multiplicar os exemplos. O que desejo enfatizar é que se
conhecêssemos a Bíblia como devemos muitas doutrinas erradas seriam prontamente
rejeitadas.
Conhecer
a Bíblia é fundamental para nossa vida diária, e necessário para que falsas
doutrinas não nos desviem. Para isto é necessário investir tempo, em
particular, lendo, estudando, meditando na Bíblia. Também em grupos de estudo
na igreja.
2. Também precisamos crer, e ser agradecidos a
Deus pela Bíblia: pois ela nos conduz à salvação pela fé em Jesus.
E
temos a Bíblia à nossa disposição em várias versões. Temos em nossa língua
traduções que estão entre as melhores do mundo, como a Versão Revista e Atualizada
(ARA) e a Nova Versão Internacional (NVI).
Temos
muitos bons recursos em nosso idioma, para que cresçamos no conhecimento da
Palavra de Deus. Boas igrejas, bons seminários e institutos bíblicos.
Sei
que os crentes não irão, em sua imensa maioria, para seminários e institutos;
mas além deles temos livros de boas editoras, como a editora Presbiteriana, a
Editora FIEL, a Parácletos, a PES e outras que representam a doutrina
reformada.
Através
destes recursos, podemos crescer em nosso conhecimento da Palavra de Deus.
Sejamos gratos a Deus.
3. E também precisamos obedecê-la – pois
as coisas reveladas são para nós e para os nossos filhos, para que as
obedeçamos.
Além de uma obediência ética, em nossa busca
diária de uma vida de justiça e amor, obedecer também significa transmitir a
Palavra de Deus, testemunhar o Evangelho
da nossa salvação para o mundo.
Significa
falar de Jesus, pois ele é o Deus que se revela nas Escrituras, do Antigo e do
Novo Testamentos, o Deus que o homem precisa conhecer para ser eternamente
salvo.
Obedecer
também significa não receber, não aceitar
nenhuma doutrina que não esteja de acordo com o que Deus nos revelou nas
Escrituras – não seguir modismos, revelações, não ultrapassar o que está
escrito.
Sejamos
gratos a Deus pela Reforma, e não nos envergonharmos de ser protestantes. O
amor pela Palavra de Deus, do qual brotou a Reforma, custou a vida de muitas
pessoas, antes, durante e depois da Reforma. Sejamos agradecidos e honremos
nossa herança protestante, mas acima de tudo, honremos a Deus, tendo as
Escrituras como revelação inspirada, infalível, inerrante e suprema de Deus
para nossa vida.
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