Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Herdeiros da Reforma (1): Somente as Escrituras - 1ª Co 4:1-6

Herdeiros da Reforma: Somente as Escrituras
Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 03 de outubro de 2010, em comemoração do aniversário da Reforma Protestante
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler 1ª Co 4:1, 2 e 6
1 Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. 2 Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel...  6 Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro
Durante os cinco domingos deste mês de outubro, para a nossa edificação e para a glória de Deus, estaremos comemorando o aniversário da Reforma Protestante, que é no dia 31. A Reforma Protestante foi um importantíssimo movimento religioso do século XVI, resgatador de verdades Bíblicas que estavam sendo rejeitadas pela igreja de então. E nesta comemoração, falaremos sobre aquelas cinco grandes doutrinas que a Reforma enfatizou, e que mudaram a História da Igreja.
As cinco doutrinas que a Reforma enfatizou tornaram-se conhecidas como:
Sola Scriptura – Somente as Escrituras,
Solus Christus – Somente Cristo
Sola Gratia – Somente a Graça,
Sola Fide – Somente pela Fé
Soli Deo Gloria – Somente glória a Deus.
Cada um destes “somente” se deu em resposta a um ponto de vista diferente que os reformadores tinham em relação ao que era ensinado pela Igreja Católica.
Pois bem: a Reforma, que já estava sendo ansiosamente buscada desde muitos anos antes, começou a acontecer quando Martinho Lutero, um monge agostiniano alemão, (e assim como outros antes dele e também em seus dias) teve a percepção de que a posição doutrinária da Igreja, de muitas maneiras, era diferente do ensino da Bíblia. E percebeu inclusive, que a própria posição que a Igreja tinha em relação à autoridade da Bíblia, era diferente do que os escritores bíblicos ensinavam.
Assim, houve três pontos principais em que os reformadores divergiram da Igreja Católica com respeito da autoridade da Bíblia:
1º. A Igreja Católica dizia que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas que é assim porque a própria Igreja, conduzida pelo Espírito Santo, determinou quais eram os livros inspirados.
Porque veja: a Bíblia não surgiu toda de uma vez, “prontinha”, como uma lista de livros inspirados por Deus. Ela foi sendo escrita ao longo de mais ou menos 1.500 anos, ao mesmo tempo em que muitos outros livros religiosos foram surgindo no meio do povo de Deus. Somente no ano 325 d.C., muito tempo depois que os livros bíblicos haviam sido escritos, reunidos e consagrados pelo uso cristão, a Igreja, num concílio ecumênico na cidade de Nicéia, elaborou uma lista de quais livros religiosos eram considerados inspirados. Então o raciocínio católico era o seguinte: uma vez que a Igreja é quem determinou quais são os livros inspirados, a autoridade da Bíblia está sujeita à autoridade da Igreja.
Os reformadores discordavam deste pensamento. Segundo a maneira reformada de entender, a Igreja, ainda que guiada pelo Espírito Santo, não determinou, mas apenas reconheceu, quais eram os livros inspirados. Por exemplo, o livro de Jeremias: ele é Palavra de Deus por sua própria natureza, porque foi inspirado por Deus, e não porque a igreja determinou que fosse. Nos dias daquele profeta, os judeus não recebiam suas mensagens como Palavra de Deus, mas elas continuavam sendo, mesmo sem o reconhecimento da Igreja do Antigo Testamento. Da mesma forma, mesmo que a Igreja não tivesse reconhecido os outros livros bíblicos, eles eram a Palavra de Deus, independente da opinião dos homens. Por isto que mais tarde, na Confissão de Fé que adotamos, a Assembléia de Westminster escreveu o seguinte sobre a Bíblia.
“A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.”[1]
2º. A Igreja Católica também ensinava que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas que não pode ser lida e interpretada de qualquer modo: ela precisa ser interpretada de acordo com os dogmas da própria Igreja; isto é, quem tem autoridade para explicar o significado da Bíblia é a Igreja.
Daí, não era necessário, nem recomendável, que qualquer pessoa lesse a Bíblia. Ler a Bíblia e explicá-la era tarefa dos doutores da igreja. Não se devia, portanto, traduzir a Bíblia para a “língua do povo”. Ela deveria continuar em suas línguas originais: grego, hebraico, e, além disto, a língua dos doutores, isto é, latim (assim como a missa também era rezada em latim).
Os reformadores discordavam: eles entendiam que, ainda que a Igreja devesse ter mestres, homens com dons para ensinar as doutrinas, a Bíblia é a Palavra de Deus dirigida a todos os homens, e deveria estar ao alcance de todos. Pois a própria Bíblia ensina que todos a devem ler, nela meditar e por ela viver. Por isto Lutero se empenhou tanto em traduzir a Bíblia para o alemão (da mesma forma como outros reformadores o fizeram em seus países). Mais uma vez a Assembléia de Westminster:
“... não sendo essas línguas (originais da Bíblia, isto é, o grego e o hebraico) conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras.”[2]
3º. Mais um ponto que os reformadores discordaram: a Igreja Católica ensinava que mesmo depois que a Bíblia se tornou completa, novas revelações doutrinárias da parte de Deus continuaram a ser dadas pelo Espírito Santo, de modo que Igreja, através do papa, tinha autoridade para continuar a acrescentar novos ensinos, mesmo que estes ensinos não fossem explicitamente ensinados na Bíblia.
Por exemplo: a adoração de imagens (oficializada 757 d.C.), a canonização de santos (884 d.C.), a adoração da “Virgem Maria” (885 d.C.). Os reformadores por sua vez diziam que, uma vez que a Bíblia estava completa, tudo quanto era preciso para a nossa salvação e conduta já havia sido revelado por Deus, e nada mais era necessário, nem poderia ser acrescentado. Se alguma coisa fosse acrescentada, seria diferente do que já estava revelado, e sendo diferente, deveria ser rejeitado. Sobre isto, a Confissão de Westminster diz assim:
“À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens...” [3]
Resumindo: O que é a Palavra de Deus? A Igreja Católica dizia: A Bíblia mais as decisões da Igreja (o que incluía novas revelações e as tradições da Igreja) – Em outras palavras: os católicos diziam que a Igreja tem autoridade sobre a Bíblia. Os reformadores diziam: somente a Bíblia; nada se acrescentará às Escrituras. Em outras palavras, os protestantes diziam que a Bíblia é que tem autoridade sobre a igreja.
Porque os reformadores tinham esta convicção? A base que eles tinham para pensar assim está na própria Bíblia. Um dos muitos lugares que tratam deste assunto é o texto básico de nossa meditação desta noite. Aqui Paulo disse certas coisas a respeito de um dos graves problemas que estavam acontecendo na igreja de Corinto. Os habitantes de Corinto, assim como os gregos em geral, tinham o hábito se associarem intelectualmente às várias correntes filosóficas que se originaram entre eles: aristotelismo, epicurismo, platonismo, etc.
Quando uma pessoa se associava a certa escola de pensamento, ela se opunha às demais e isto dava lugar, muitas vezes, a acaloradas discussões entre as diversas correntes filosóficas. Ora, esta postura intelectual grega estava sendo assumida pelos os crentes em Corinto, só que em relação a líderes cristãos proeminentes, a ponto de os coríntios estarem sofrendo amargas divisões na igreja, em detrimento da comunhão, da edificação mútua, do testemunho diante do mundo, da glória de Deus.
E certos mestres, que não são nomeados na carta, gostavam disto, e se especializavam em demonstrar suas incríveis habilidades oratórias. Então Paulo diz que eles, os coríntios, seguindo estes mestres, estavam indo além do que está escrito. Ele se utiliza de seu nome e de outro mestre cristão amigo seu, Apolo, como ilustração no lugar do nome de outros. “Uns”, ele ilustra, “dizem que são de Paulo, outros, de Apolo, outros dizem que são de Cristo, e assim a igreja está dividida...”
E no texto que temos diante de nós ele explica que o que se requer de um obreiro de Deus não é que ele seja uma celebridade aos olhos humanos, digno de ser seguido por outros, mas que ele seja encontrado fiel. E para ser fiel ele tem que permanecer dentro do que está escrito. Mais especificamente no v. 6, Paulo diz:
Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro.
Vamos considerar esse ensino:
1. Quando Paulo usa esta expressão: “está escrito”, o que ele quer dizer?
Para responder vamos relacionar esta frase com outros lugares noutros lugares da Bíblia. Ela aparece umas 80 vezes em nossa versão, de forma que vamos limitar bastante, o suficiente para que entendamos:
Vejamos duas vezes nos lábios de Jesus.
Mateus 21:13
E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.
“Está escrito” aqui é uma referência a Isaías 56:7
Marcos 9:13
Eu, porém, vos digo que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como a seu respeito está escrito.
É uma referência a Malaquias 4:5.
Agora duas vezes nas cartas de Paulo.
Rm 3:10
Como está escrito: Não há justo, nem um sequer
Paulo está citando Sl 14:1-3
Rm 8:36
Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
Está citando Salmo 44:22
Como eu já disse, precisamos ser muito limitados aqui. Poderíamos continuar citando os evangelhos, a carta aos Hebreus, e também Pedro.
Mas estes poucos exemplos são suficientes para mostrar que cada vez que esta frase, “está escrito”, aparece nos lábios de Jesus, ou noutros lugares do Novo Testamento, ela se refere a alguma porção das próprias Escrituras Sagradas.
Bem, o que o apóstolo Paulo está enfatizando em 1ª Co 4:6 é que ele próprio, como despenseiro fiel da Palavra de Deus, não ultrapassava o que está escrito na Bíblia.
Vamos dar um exemplo:
1ª Co 2:1,2
1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.  2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.
Agora leiamos 1ª Co 15:1-3
1 Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais;  2 por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão.  3 Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,  4 e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.”
Então veja: Paulo foi um dos maiores mestres da igreja de todos os tempos, um de seus fundadores. Escreveu parte das Escrituras.
Mas mesmo em tudo aquilo que ensinou, seja pessoalmente, seja por escrito, não acrescentou qualquer coisa nova.
Ainda que a iluminação do entendimento para entender que o Antigo Testamento testemunhava de Cristo, fosse algo novo, o Cristo crucificado que ele pregava, tinha seu fundamento na própria Palavra escrita de Deus no Antigo Testamento, e ele não ia além do que ela já dizia.
Ora, se nem Paulo trazia alguma coisa além do que já estava escrito, ele diz aos coríntios, “aprendam comigo, aprendam com Apolo, aprendam com os pregadores fiéis à Palavra de Deus”.
2. Porque não devemos ir além do que a Bíblia diz?
Existem muitas razões, mas vamos nos deter em apenas três delas:
Primeira: o que Deus nos falou é completo e suficiente em si mesmo, e nós, homens, não temos o direito de acrescentar algo ao que Deus diz, como se ele precisasse que o aperfeiçoemos.
Pv 30:5, 6
5 Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam.  6 Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso.
Gl 1:8-9
8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.  9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
2ª Ts 2:1-2
1 Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos  2 a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.”    
É a desobediência ao que está claramente escrito nestes e em muitos outros textos que tem ocasionado desvios doutrinários graves, o surgimento de seitas como os “Testemunhas de Jeová”, os Mórmons, o Kardecismo, a igreja da unificação (Sun Myung Moon), e muitas doutrinas errôneas não só do catolicismo, mas também de evangélicos em nossos dias.
É a desobediência a estes textos que tem ocasionado as várias correntes de teologia da prosperidade, teologia da libertação, “palavra da fé” e muitas outras.
É a desobediência a este princípio que leva muitos a se iludirem com linguagem rebuscada que se afasta da simplicidade da Palavra de Deus.
Segunda: as Sagradas Escrituras são tudo o que necessitamos para vivermos de acordo com a vontade de Deus.
2ª Tm 3:15-17
...e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.  16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,  17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
A Bíblia nos leva à fé em Jesus e nos ensina tudo o que precisamos.
Se você quer saber a doutrina de Deus para a sua salvação, está revelada nas Escrituras. Se você quer saber a vontade de Deus para o seu comportamento diário, está revelada nas Escrituras. Se você quer saber a vontade de Deus para a maneira de se comportar em sua vida profissional, está revelada nas Escrituras. Se você quer saber a vontade de Deus para a sua família, está revelada nas Escrituras.
Se o ensino da Bíblia é completo, não precisamos acrescentar nada a ele para viver de acordo com o ensino de Deus.
Terceira: o que precisamos saber, o Senhor Deus revelou; o que ele não revelou, não precisamos saber.
Dt 29:29
As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.
Então este é para nós um princípio importantíssimo: tudo o que Deus deseja que conheçamos sobre ele, sobre a nossa salvação, sobre o nosso viver diário diante dele, seja na família, seja na igreja ou no mundo, está revelado nas Escrituras. Ela, e somente ela, é a revelação que precisamos, ela é a suprema autoridade de nossa vida. Neste sentido vale a pena citar novamente a Confissão de Fé de Westminster:
O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.[4]
Conclusão
O que é “Somente as Escrituras”, ou como dizem os mestres, “Sola Scriptura”?
É ter a Bíblia como a única revelação de Deus nas coisas da nossa religião: a nossa fé e conduta. E como única revelação, é também a nossa suprema autoridade espiritual. Tudo quanto dizem nossas tradições eclesiásticas, as pessoas piedosas, as leis do país, ou qualquer outra esfera de pensamento, deve ser analisado à luz das Escrituras. A nossa autoridade suprema é a Bíblia.
Algumas breves aplicações práticas
1. Certa ocasião, Jesus censurou aos saduceus porque eles não conheciam as Escrituras.[5] Então nós não devemos ser como eles, antes, precisamos conhecer a Bíblia, estudá-la, meditar nela para que não erremos.
Você já ouviu alguém citar aquele “versículo”: “De mil passarás, de dois mil não passarás”?E aquele outro: “Faz a tua parte que eu te ajudo”? Muitas pessoas os citam, e muitas pessoas acreditam, mas eles não estão na Bíblia.
Já ouviu a “doutrina” de que “Deus Pai tem um corpo como o nosso, pois a Bíblia fala que Deus tem mãos e boca, etc.”? Mas esta também não é uma doutrina bíblica. O ensino bíblico é de que Deus é espírito, e um espírito não tem carne nem ossos.[6]
Não é necessário multiplicar os exemplos. O que desejo enfatizar é que se conhecêssemos a Bíblia como devemos muitas doutrinas erradas seriam prontamente rejeitadas.
Conhecer a Bíblia é fundamental para nossa vida diária, e necessário para que falsas doutrinas não nos desviem. Para isto é necessário investir tempo, em particular, lendo, estudando, meditando na Bíblia. Também em grupos de estudo na igreja.
2. Também precisamos crer, e ser agradecidos a Deus pela Bíblia: pois ela nos conduz à salvação pela fé em Jesus.
E temos a Bíblia à nossa disposição em várias versões. Temos em nossa língua traduções que estão entre as melhores do mundo, como a Versão Revista e Atualizada (ARA) e a Nova Versão Internacional (NVI).
Temos muitos bons recursos em nosso idioma, para que cresçamos no conhecimento da Palavra de Deus. Boas igrejas, bons seminários e institutos bíblicos.
Sei que os crentes não irão, em sua imensa maioria, para seminários e institutos; mas além deles temos livros de boas editoras, como a editora Presbiteriana, a Editora FIEL, a Parácletos, a PES e outras que representam a doutrina reformada.
Através destes recursos, podemos crescer em nosso conhecimento da Palavra de Deus. Sejamos gratos a Deus.
3. E também precisamos obedecê-la – pois as coisas reveladas são para nós e para os nossos filhos, para que as obedeçamos.
Além de uma obediência ética, em nossa busca diária de uma vida de justiça e amor, obedecer também significa transmitir a Palavra de Deus, testemunhar o Evangelho da nossa salvação para o mundo.
Significa falar de Jesus, pois ele é o Deus que se revela nas Escrituras, do Antigo e do Novo Testamentos, o Deus que o homem precisa conhecer para ser eternamente salvo.
Obedecer também significa não receber, não aceitar nenhuma doutrina que não esteja de acordo com o que Deus nos revelou nas Escrituras – não seguir modismos, revelações, não ultrapassar o que está escrito.
Sejamos gratos a Deus pela Reforma, e não nos envergonharmos de ser protestantes. O amor pela Palavra de Deus, do qual brotou a Reforma, custou a vida de muitas pessoas, antes, durante e depois da Reforma. Sejamos agradecidos e honremos nossa herança protestante, mas acima de tudo, honremos a Deus, tendo as Escrituras como revelação inspirada, infalível, inerrante e suprema de Deus para nossa vida.




[1] Confissão de Fé de Westminster I:IV
[2] CFW I:VIII
[3] CFW I:VI
[4] Ibid, I:X
[5] Mt 22:29
[6] Jo 4:24, Lc 24:39

Nenhum comentário:

Postar um comentário

▲Topo