Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 10 de fevereiro de 2013
Pr. Plínio
Fernandes
Amados irmãos,
vamos ler Mateus 10:16-23
16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos;
sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. 17
E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão
nas suas sinagogas; 18 por minha causa sereis levados à presença de
governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. 19
E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque,
naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer, 20 visto que não sois vós os que
falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. 21 Um irmão
entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se
levantarão contra os progenitores e os matarão. 22 Sereis odiados de
todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse
será salvo. 23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para
outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de
Israel, até que venha o Filho do Homem.
Você já se viu em
situações de oposição do mundo para com a sua fé e sua vida espiritual? Já
houve situações, seja na escola ou no trabalho, ou até mesmo na família, em que
alguém ridicularizou a sua crença?
O contexto anterior a
estes versículos que lemos nos dizem que, motivado pelo amor aos homens
perdidos em seus pecados, como ovelhas que não têm pastor, o Senhor Jesus
ensinou aos seus discípulos que eles deveriam pedir a Deus que enviasse
obreiros para cuidar destas ovelhas. Peçam
ao senhor da seara que envie trabalhadores, disse Jesus. E em seguida ele
mesmo enviou doze dos seus discípulos, aos quais chamou “apóstolos”, a pregar o
Evangelho.
Mas, a partir do
versículo 16, e isto se estende até o final do capítulo, nós percebemos que
Jesus ergue seus olhos para além daquele momento em que os doze estavam sendo
enviados, e o seu discurso se torna profético. Ele passa a falar sobre o que
aconteceria depois, não só com aqueles, mas com muitos discípulos seus através
de toda a história da igreja, este período de tempo entre a primeira e a
segunda vinda de Jesus, que a Bíblia frequentemente chama de “últimos dias”.[1]
“Vocês
serão perseguidos em Israel, e também serão perseguidos entre os gentios. Serão
levados a tribunais religiosos, e até nas sinagogas – lugar de adoração a Deus
– serão açoitados. Por minha causa, ele diz, vocês serão levados perante reis,
para servir de testemunho, a eles e aos que não são judeus. Muitos odiarão
vocês por causa do meu nome; muitas vezes até mesmo pessoas da sua própria
família: irmãos contra irmãos; filhos contra os pais. Perseguições em muitas
cidades.”
Contradições de um mundo
caído, irmãos. Os discípulos de Jesus amam a humanidade, assim como Jesus a ama.
E assim como o Pai enviou seu Filho ao mundo, o Senhor Jesus enviou seus
discípulos – e veja o versículo 6: às ovelhas perdidas da casa de Israel,
pessoas necessitadas de Deus. Enviou a fazer o bem: pregar a Palavra, cuidar
dos enfermos, abençoar, ministrar paz, compartilhar as mesmas riquezas da graça
de Deus que têm recebido, sem ter o propósito de lucrar.
E da mesma forma que
Jesus, os escritores do Novo Testamento ensinam que a vida do crente deve ser
de amor e justiça: em sua própria casa, no trabalho, na igreja, em todas as
relações sociais. Na medida em que o dia a dia acontece, em que vivemos a vida
comum do lar, com seus propósitos, deveres, alegrias e lutas diárias, esposas
devem pensar na vida eterna dos maridos e os maridos, das esposas.[2] Os
pais, devem pensar e ensinar os filhos a viver neste mundo à luz da eternidade.[3] E
assim por diante, no trabalho, nos estudos, em tudo, de tal modo que, devemos
ser bons moradores deste mundo, porque somos cidadãos do céu.[4]
O Novo Testamento diz que,
por causa do testemunho dos seus discípulos muitas pessoas serão salvas e serão
instrumentos de salvação de outros. Mas também que, assim como Jesus foi
odiado, seus discípulos também seriam. Por isto, no v. 16 ele afirma: “Mas saibam que estou enviando vocês como
ovelhas no meio de lobos.”
No momento mesmo em que
Jesus falava estas coisas havia pelo menos um homem preso por causa do
Evangelho: João Batista. E logo ele seria morto pelo rei Herodes. Depois que
Jesus, tendo morrido na cruz pelos nossos pecados, ressuscitou e voltou para o céu,
não demorou muito, e os seus discípulos começaram a ser perseguidos. A primeira
pessoa de quem temos notícia ter sido morta por amor a Jesus foi Estevão.[5] E de
lá para cá, em maior ou menor medida, muitos dos que desejam viver piedosamente
em Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus, têm padecido perseguições.[6]
Às vezes as perseguições
assumem características políticas, às vezes domésticas, às vezes até
eclesiásticas (mas Jesus não disse que seriam açoitados até nas sinagogas?). Às
vezes as perseguições são no trabalho, às vezes no ambiente acadêmico,
estudantil. Às vezes se tornam agressivas, às vezes são sutis, dissimuladas. Às
vezes adquirem máscaras até de pretensa espiritualidade.
A realidade é que, ainda que o cristão ame à humanidade,
e busque o seu bem, e muitas vezes seja bem recebido, existe também o fato de
que muitas vezes é hostilizado. Ele é uma ovelha no meio de lobos. E neste
texto temos o ensino de Jesus: Como devemos reagir, ao saber que encontraremos oposição?
Há três atitudes:
v. 16 – Eis que eu vos envio como ovelhas para o
meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as
pombas.
A palavra “prudentes”,
noutras versões é traduzida também como “cautelosos”, “astutos”, “espertos”,
“sagazes”. É a mesma palavra usada na versão grega do Antigo Testamento, quando
diz que a serpente era o mais sagaz de todos os animais selváticos que Deus havia
feito.[7] E
também é a palavra usada por Jesus noutros lugares, como na parábola sobre as
virgens néscias e as virgens prudentes.[8] Prudente
significa sábio, cauteloso, sensível à situação.
Agora, veja: quando
pensamos em serpentes, surge em nossa mente a ideia de uma esperteza agressiva,
hostil, enganadora, como a serpente no jardim do Éden, ou as serpentes que
feriram aos israelitas no deserto.[9]
Mas Jesus não está dizendo
que devemos ser agressivos, enganadores como serpentes, e sim cautelosos como
serpentes. E para que saibamos isto, acrescenta que devemos ser também
símplices como pombas.
Esta palavra, “símplices”,
é usada em Filipenses 2:15 com o sentido de “puro, sincero, sem mistura”. A
versão Corrigida Fiel (ACF) e a Bíblia Viva (BV) dizem “inofensivos”. A NVI e a
Bíblia de Jerusalém (BJ), “sem malícia”. A BLH, “sem maldade”. E Hendricksen,
“inocentes”.
Cautelosos e
inofensivos. Sábios e sem malícia. Espertos, e inocentes. É assim que também Pedro
nos ensina a reagir em situações de incompreensão da parte do mundo:
1ª Pedro 3:15, 16
15 Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso
coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir
razão da esperança que há em vós, 16 fazendo-o, todavia, com
mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra
vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em
Cristo.
Mansidão: uma humildade gentil, e temor, isto é, respeito. A sabedoria do crente não é a
sabedoria do que se acha mais sábio do que os do mundo, nem mais sábio que
qualquer um dos seus irmãos. Não é a sabedoria de alguém que peleja em disputas
de palavras, e que não perde a oportunidade de entrar numa polêmica. Quando uma
pessoa se acha mais sábia que as demais, em Romanos 11:25 Paulo chama isto de “presunção”.
A sabedoria da qual
Jesus fala é uma sabedoria mansa, sincera, inocente, sem malícia. A combinação
destas duas qualidades faz de um discípulo alguém parecido com Jesus. O nosso
Senhor e Mestre, em todo o testemunho de vida que deu, foi um homem
extremamente sábio, que não se deixava manipular pela maldade dos fariseus ou
de quem quer que fosse; que nunca se dobrou diante dos caprichos de gente
hostil.
Pense nas muitas
situações de clara inimizade pelas quais passou – e são muitas. Ele nunca foi
tolo. Mas também nunca foi agressivo. Nunca agiu com engano. Nunca foi
malicioso. Por exemplo, vemos esta sabedoria gentil quando, respondendo aos
acusadores da mulher adúltera, ele respondeu: “Se alguém não tiver pecado, que seja o primeiro a atirar alguma pedra”.[10] E os
acusadores, condenados cada um pela sua própria consciência, se retiraram,
emudecidos.
Então, primeiramente,
prudência e simplicidade.
Segundo:
No versículo 23, Jesus
nos diz que o crente não deve pensar que permanecer em situações de perigo seja
uma atitude sábia. Quando ele estiver sendo perseguido, e puder, deve sair de
situações assim.
Como aconteceu com
Paulo, quando estava em Damasco. O governador da cidade, influenciado por
judeus inimigos do Evangelho, procurava prendê-lo e matá-lo. Quando ficaram
sabendo disto, os discípulos que moravam ali colocaram o apóstolo num grande
cesto e desceram-no pela muralha. Assim ele fugiu da cidade.[11]
O crente não deve
procurar situações de perseguição, não deve se expor a perigos, e quando
possível, fugir de circunstâncias assim. Não deve procurar situações que
ameacem sua vida ou seu bem-estar, e também de outras pessoas.
Mas haverá dias em que,
mesmo estando, como diz o v. 17, sendo cauteloso, prestando atenção, sendo
vigilante, será levado a conjunturas de agitação. Pois ele não evitará conflito
a todo o custo. Muitas situações acontecerão em que, por causa de sua fé, de
sua boa consciência para com Deus, o crente será julgado e contraditado.
Certa ocasião Paulo
estava na cidade de Jerusalém, prestando culto a Deus. Ali ele foi preso,
levado perante o sinédrio, depois perante o governador Félix, em seguida Festo,
e depois o rei Agripa; por fim enviado para ser julgado pelo imperador em Roma.[12] Com
a prudência de uma serpente e a inocência de uma pomba Paulo enfrentou a cada
uma destas situações. Mas tinha que passar por elas.
Haverá momentos em que
não há como escapar de ser questionado, avaliado, julgado. Mas existe uma
certeza que cada crente pode ter: ele não estará sozinho.
Veja os vs. 19 e 20
19 E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que
haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de
dizer, 20 visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de
vosso Pai é quem fala em vós.
Os irmãos sabem que
estas palavras muitas vezes têm sido mal interpretadas, e mal usadas. Há muitos
que dizem que não devemos estudar a Bíblia quando vamos pregar; que não
precisamos nos preocupar com o que haveremos de dizer, porque o Espírito Santo
é quem falará em nós.
Mas aqui Jesus não está
falando sobre um contexto de pregação ou ensino na igreja. Na vida diária da
igreja, os que ministram a Palavra devem ser gente que ama a Bíblia, que a estuda,
que medita nela, que conhece a doutrina cristã para ensiná-la com fidelidade. E
que também encorajam outros a fazer o mesmo. Nas cartas pastorais, nos textos em
que fala sobre os dons, no exemplo de Paulo, o Espírito Santo nos ensina que devemos
nos esmerar em conhecer e ensinar as Escrituras.[13]
Além disto, a nossa fé
não é um conjunto de crenças irracionais, baseadas em lendas ou correntes
filosóficas. Ela está alicerçada em fatos históricos e que se tornam evidências
fortíssimas a respeito de Deus que se revelou em Cristo. Para todo aquele que
pesquisa, estuda, livre de preconceitos, o Cristianismo tem sua razão de ser. Não
foi sem motivo que Pedro disse que devemos estar preparados para responder a
todo aquele que pedir a razão da nossa fé.
Mas aqui Jesus está
falando sobre aquelas situações em que o crente é arrastado para o conflito.
Então, que o seu discípulo saiba que não está sozinho. O Pai celestial, por
meio do seu Espírito, dará a ele toda a sabedoria necessária. Todo o poder
necessário. Tudo o que ele precisar.
Há muitos relatos, no
passado e no presente, de crentes que testemunharam desta certeza. Esta semana eu
estava relendo um deles, que conta uma conhecida história acontecida no início
do século terceiro, sob a perseguição de Sétimo Severo, um imperador romano. A
história de uma jovem senhora crente chamada Perpétua, que foi presa com sua
serva Felicidade, e três adolescentes.
Todos eles foram
lançados às feras para a diversão do povo. Perpétua estava grávida quando foi
presa, e deu à luz na prisão. O filhinho dela foi adotado por uma irmã. Quando
os carcereiros lhe perguntaram como teria forças para enfrentar os animais, ela
deu uma resposta típica dos cristãos que enfrentam os sofrimentos por amor a
Jesus:
“Agora os meus
sofrimentos são só meus. Mas quando tiver que enfrentar as bestas haverá outro
que viverá em mim e sofrerá por mim, posto que estarei sofrendo por ele”.[14]
Depois foi levada para
servir de espetáculo. Mas não foi sozinha. O Espírito do Pai estava com ela.
Deu-lhe a sabedoria para falar, deu-lhe a coragem para enfrentar a morte.
1ª Pedro 4:14
Se, pelo nome de Cristo,
sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da
glória e de Deus.
Quando estiver
enfrentando situações de hostilidade, saiba que o Espírito do nosso Pai falará
por você.
Primeiro, prudência e inocência.
Segundo, confiança no Espírito Santo.
Terceiro...
v. 22 - Sereis odiados de todos por causa do meu
nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.
Perseverar: permanecer,
continuar, suportar, “ficar firme” (BLH) “aguentar até o fim” (BV).
Aqui em Mateus há outro
momento em que Jesus diz estas palavras:
Está em 24:13, quando
ele fala da necessidade de permanecer firme em amor, diante de toda a sorte de pecado
que irá se multiplicar nos últimos dias, vale dizer, nos dias em que estamos
vivendo.
Naquele contexto em que,
“por se multiplicar a iniquidade, o amor
de muitos esfriará, aquele que perseverar até o fim será salvo”.
Agora, irmãos, eu quero
enfatizar: a perseverança, a constância, o continuar firme apesar de toda a
oposição, de todas as dificuldades, com sabedoria, com mansidão e inocência,
confiando no Espírito Santo, é uma evidência enorme de que alguém é realmente
nascido do alto.
É uma evidência enorme
do poder de Deus na vida de uma pessoa.
Vamos ler Colossenses 1:11
Sendo fortalecidos com
todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e
longanimidade; com alegria...
Eu acho que isto precisa
ser dito e repetido, pois em nosso tempo, quando se usa a palavra “poder”,
geralmente se pensa em coisas extraordinárias, miraculosas, espetaculares. É
claro que muitas vezes o poder de Deus se manifesta através de coisas assim. Mas
também constatamos que muitas vezes estas coisas extraordinárias não são
suficientemente fortes para que as pessoas perseverem quando vêm as angústias,
as contrariedades, as perseguições.
E então, tantas vezes
vemos pessoas que um dia falaram entusiasmadas sobre o poder de Deus, de
milagres e coisas desta natureza, mas em tempos de provação abandonam a fé. Elas
dizem: “Até os cabelos de minha cabeça estão contados. Deus sabe todas as
coisas. Ele é onipotente. Aquele que é todo poderoso não poderia simplesmente
me livrar das angústias? Porque ele deixa que seus filhos sofram?” E se
esquecem de que o próprio Deus veio a este mundo, sofreu, foi perseguido, e deu
sua vida por amor a nós. E também se esquecem, ou não querem saber, que por
meio do sofrimento nossas almas estão sendo aperfeiçoadas para o céu.[15] E
que quando sofremos à semelhança do Filho de Deus, a glória de seu Espírito
repousa sobre nós. E perdem o rumo!
Irmãos, é preciso estar
alertas quanto a esta amorosa advertência que o Espírito Santo nos dá:
Hebreus 10:36-39
36 Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a
vontade de Deus, alcanceis a promessa. 37 Porque, ainda dentro de
pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; 38 todavia, o meu
justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. 39
Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da
fé, para a conservação da alma.
Amados, precisamos do
poder de Deus para todas as coisas, no entanto penso que uma das maneiras mais
certeiras de saber se realmente esse poder está em nossa vida não é ver coisas
extraordinárias acontecendo, mas esta: continuo a crer, mesmo quando os tempos estão
difíceis? Permaneço na fé? Mesmo quando zombam de mim pelo fato de eu ser
crente em Jesus?
E por isto devemos fazer
por nós, e uns pelos outros, esta mesma oração de Paulo: “Que sejamos fortalecidos com poder... em toda a perseverança...”E
nos fortalecermos na graça que temos recebido em Jesus.[16] Para
que quando chegar o tempo da nossa redenção, nós possamos dizer: “Combati o bom combate; terminei a carreira,
guardei a fé...”.[17]
Se podemos confiar que o
Espírito do Pai falará em nós, também podemos confiar que ele nos dá o poder
para perseverar. Ele nos guarda de tropeçar, e nos gloriamos em sua fidelidade
infalível. [18]
Ovelhas no meio de lobos.
Foi assim que Jesus descreveu seus discípulos no mundo, em meio aos que
rejeitam o Evangelho. Os crentes, assim como o seu Senhor, amam as pessoas do
mundo. Desejam o seu bem, anunciam a paz, abençoam, e buscam a salvação de
todos. E pela graça de Deus alcançam a muitos. Mas ao mesmo tempo, inúmeras
vezes, encontram oposição e rejeição.
Em nossos dias, vemos
oposição da parte de muitas pessoas que se colocam claramente contra o que a
Bíblia ensina. Às vezes são ateus declarados, que escarnecem, escrevem livros,
fazem campanhas, que nos chamam de tolos e incultos. Se você quer ver um
exemplo muito vívido de oposição neste sentido, olhe para os programas pseudocientíficos
de televisão. Programas em que mentiras deslavadas são anunciadas como se
fossem “ciência de ponta”.
Às vezes a oposição vem
de pessoas cujo padrão moral é condenado pelas Escrituras: pessoas sexualmente
promíscuas, ou que tenham um comportamento contrário às leis de Deus na
criação. Ou de pessoas desonestas nos
negócios. Ou de pessoas desonestas na política. E até na religião. Muitas vezes
a oposição é no ambiente estudantil. Se você for ateu, então você é considerado
uma pessoa culta. Mas estranhamente, se você for um crente em Jesus, muitos o
considerarão como pertencente a estes grupos de pessoas incultas e insensatas,
que acreditam em tolices.
Mas nós sabemos que os
cristãos não odeiam a ciência; ao contrário, têm prazer em estudar, em crescer
intelectualmente e em ver a mão de Deus em toda a criação. São pessoas que em
todas as áreas do conhecimento, querem levar cativo todo o pensamento à glória
de Deus, à obediência de Cristo. Somos amantes dos estudos, e temos razões
muito firmes, para responder quando indagados sobre nossa fé, que é alicerçada
em fatos históricos solidamente estabelecidos.
Como devemos reagir diante
da hostilidade que podemos encontrar no mundo?
Da mesma maneira que
Jesus:
1. Com prudência e pureza.
Com mansidão. Que
ninguém nos persiga por causa de truculência de nossa parte, que ninguém fale
contra nós por verem em nós pessoas mal educadas e grosseiras. Pois se havemos
de convencer alguém, não é com agressão. Não devemos ser conhecidos como
pessoas rudes, polêmicas, chulas em nossa maneira de falar; ao contrário, como
disse Paulo a Tito, devemos ter uma linguagem sadia e irrepreensível, para que
o adversário não tenha indignidade alguma que dizer a nosso respeito.[19] Temos
que respeitar aqueles que se opõem, inclusive lembrando que, muitos de nós,
antes de conhecermos a fé, éramos também pessoas que se opunham. Temos que
respeitar, mesmo que não nos sintamos respeitados. Era assim que Jesus agia.
2. Devemos ter confiança no Espírito Santo, e dar
lugar a ele em nossa vida
Ele está conosco, e nos
dará sabedoria no falar. Nos dá sabedoria para testemunhar da razão de nossa
fé. E nos dá a capacidade de até sofrer por amor ao nome de Jesus. Então
tenhamos comunhão com o Espírito do nosso Deus. Alegremos a ele em nossa busca
por justiça, alegria, amor, paz, santidade. Sigamos isto com aqueles que, de
coração puro, invocam o Senhor. Ele se agrada destas coisas.
3. Devemos saber também que este mesmo Espírito
nos faz pessoas perseverantes
Pessoas que não voltam
atrás. Que continuam em oração, em adoração, no estudo, na meditação das
Escrituras, na comunhão com os irmãos, no bom testemunho, e que por causa destas
coisas, perseveram quando provados por sua fé. Pessoas que mesmo em tempos de
frieza espiritual, seja externa, seja em seu próprio coração, continuam a crer,
a confiar em Deus. Que estão aprendendo a ser como seu Mestre. Mas isto já nos
conduz à sequência deste texto, e à nossa próxima mensagem.
[1] Ex.: At 2:16, 17
[2] 1ª Pe 3:1-7
[3] Ef 6:4
[4] Fp 1:27-30
[5] Atos 7
[6] 2ª Tm 3:12
[7] Gn 3:1
[8] Mt 25
[9] Nm 21
[10] Jo 8:7
[11] At 9:23-25; 2ª Co 11:32,
33
[12] At 21:27-28:31
[13] Exs.: 1ª Tm 2:15; 3:15,
Rm 12:7; 2ª Tm 4:13, etc.
[14] Justo L. Gonzalez, A era
dos mártires (São Paulo, Vida Nova, 1980), pág. 136
[15] 1ª 1:5-7
[16] 2ª Tm 2:1
[17] 2ª Tm 4:7
[18] Jd 24
[19] Tt 2:7, 8
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