Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 26 de abril de 2015

Deus é generoso conosco - 1ª Co 3:21-23

IPC em Pda. de Taipas
Manhã de domingo, 26 de abril de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos,vamos ler 1ª aos Coríntios 3:21-23
Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: 22 seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, 23 e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus.
Através de toda a História da Igreja, muitos cristãos têm desejado para si os mesmos dons extraordinários e as mesmas experiências espirituais da igreja de Corinto.
Porque, como diz o apóstolo Paulo no 1º capítulo desta carta, Deus havia abençoado aqueles crentes de tal maneira que não havia, naquela igreja, a ausência de qualquer dom espiritual[1].
Havia profetas entre eles, havia dons de curar, dons de falar em outros idiomas sem que nunca tivessem aprendido antes, havia revelações, e muitas outras coisas semelhantes[2].
De modo que, muitas pessoas, ao lerem esta carta aos coríntios, pensam:
- “Que igreja maravilhosa. Que igreja espiritual. Eu queria que minha igreja fosse assim”.
No entanto, irmãos, não era desta maneira que o apóstolo Paulo via esta igreja.
Ele não pensava naqueles crentes como pessoas “espirituais”.
Veja os vs. 1, 2 deste cap. 3:
Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. 2 Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais.
No cap. 2, o apóstolo havia descrito as pessoas a quem chama de “espirituais”.
O homem espiritual é aquele, diz o apóstolo, que não somente tem recebido o Espírito de Deus em sua vida, para que conheça as coisas de Deus, mas que também tem sido ensinado por ele, transformado por ele, de tal modo que enxerga a vida do ponto de vista de Deus, e não de acordo com o ponto de vista do mundo que não conhece a Cristo.
E termina o cap. 2 dizendo que um homem assim “tem a mente de Cristo”.
Mas em contraste, Paulo não pode falar aos coríntios como a pessoas “espirituais”, e sim, “carnais”, infantis, imaturas.
E a razão está nos vs. 3 e 4:
Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? 4 Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens?
Eles eram ciumentos, invejosos, uns dos outros, contenciosos, andavam segundo o ponto de vista humano, e havia partidarismo entre eles.
Por isto, Paulo procura corrigir o pensamento deles, e levá-los à maturidade.
Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: 22 seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, 23 e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus.
Eu desejo destacar as últimas palavras do v. 22: Tudo é vosso”.
Quando entendemos isto, nossa alma se eleva, nossa mente tem satisfação e paz, nosso coração se alarga. Nos tornamos pessoas melhores e mais maduras.
Vamos meditar neste ensino do Espírito Santo.
O que significa dizer que tudo é nosso?
1. Entre outras coisas significa dizer que os homens com dons espirituais são dons de Deus para nós
v. 22
...seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso,
O Apóstolo Paulo está procurando destruir o espírito de partidarismo que estava acontecendo entre os crentes de Corinto.
Ele ensina que os coríntios não deveriam olhar para seus mestres como homens que competissem entre si, que deveriam causar partidarismos entre os crentes, mas todos como um só corpo, a igreja, que Deus tinha colocado para o benefício deles mesmos.
Então, esta é uma das coisas que Deus nos tem dado: ele nos deu uns aos outros, a igreja, os irmãos, para que nós nos ajudemos, para que nos aconselhemos, para que intercedamos uns pelos outros, nos deu uns aos outros como companheiros de caminhada.
É Deus também que nos dá a nossa família, os filhos[3], a esposa[4], os amigos.
Mas Paulo não se detém às coisas que são nossas num contexto eclesiástico. Ele vai além, e estende as dádivas de Deus a tudo nesta vida; até a morte.
Assim sendo...
2. O mundo é nosso
A criação de Deus, a Bíblia diz que foi para nós. O dia a dia que cada um de nós tem neste mundo, é um presente de Deus.
Por exemplo, no Sl 104, o Espírito Santo nos faz perceber e lembrar que todas as pequenas coisas do nosso dia a dia são dádivas do Senhor para a nossa alegria.
As plantas para o serviço do homem (v. 14), o pão, o vinho, o azeite (v. 15), as árvores, as hortaliças, as flores, as frutas (v. 16), o sol, a lua (v. 19), os montes, os vales (v. 8), as fontes, os rios, as praias, os animais, as aves (v. 10).
O v. 30 diz que a cada dia, um novo derramar do Espírito se realiza sobre toda a natureza.
Como diz certa música:
“Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso “[5].
Este mundo que Deus criou é nosso, para a nossa alegria, para dele desfrutarmos.
Como escreve Paulo: Deus tudo proporciona para o nosso deleite[6].
Como diz o Sl 118:24 - “Este é o dia que fez o Senhor...”.
E Paulo continua: seja a vida seja a morte...
3. Até a morte é para nós; ela está a nosso serviço.
A perspectiva cristã sobre a morte está em Fp 1:21-23:
Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. 22 Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. 23 Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.
Se o viver é maravilhoso, o morrer também é.
A morte é transição, a porta de entrada para a vida em toda a sua plenitude. Da pecaminosidade para a santidade perfeita. Da corruptibilidade para a imortalidade. Para a vida eterna.
Penso naquele menino que perguntou para a sua mãe o que é morte. Ela respondeu que é como quando ele adormece no sofá da sala, e no dia seguinte acorda na sua cama bem gostosa, porque o pai o levou durante a noite.
Nossas são as coisas presentes e as futuras. E que maravilha!:
4. Tudo é nosso, nós de Cristo, e Cristo de Deus - v. 23.
1ª Co 2:9-12
Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. 10 Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. 11 Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. 12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.
Não temos recebido o espírito que vem do mundo: de prostituição, de engano, de mentira, de pecado e confusão.
Temos recebido o Espírito que vem de Deus, que conhece as profundezas de Deus, os planos de Deus, Espírito que tem revelado tudo o que Deus nos tem dado gratuitamente.
Ele nos deu a graça da reconciliação
2ª Co 5:18
Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação.
O Senhor nos concedeu o ser uma nova criatura, o ter um novo coração, o perdão dos pecados, a justificação, a graça da santificação.
O Senhor nos deu a vida eterna.
Conclusão e aplicação
Tanto material como espiritualmente, em tudo Deus nos tem enriquecido.
Veja como somos ricos. Veja como Deus é bom.
Então, isto deve trazer algumas implicações práticas. Vejamos rapidamente, apenas a modo de citação algumas delas:
1. Gratidão, contentamento
Sl 103:1, 2
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. 2 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios.
Hb 13:5
Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.
1ª Tm 6:10
Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores
2. Paz
Sl 116:7
Volta, minha alma, ao teu sossego, pois o SENHOR tem sido generoso para contigo.
3. Humildade
1ª Co 4:7
Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?
4. Generosidade
Lc 6:36-38
Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. 37 Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; 38 dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.






[1] Cap. 1:4-7
[2] Veja caps. 12 e 14
[3] Sl 127:3
[4] Pv 18:22
[5] Trecho de “What a wonderful world”, escrita por Bob Thiele e George David Weiss e gravada pela primeira vez por Louis Armstrong; Fonte da letra: http://letras.mus.br/louis-armstrong/2211/traducao.html
[6] 1ª Tm 6:17

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Às vezes crer é difícil - Êx 5:19-6-13

3ª IPC de São Paulo
Domingo, 19 de novembro de 2006[1]
Pr. Plínio Fernandes
Então, os capatazes dos filhos de Israel se viram em aperto, porquanto se lhes dizia: Nada diminuireis dos vossos tijolos, da vossa tarefa diária. 20 Quando saíram da presença de Faraó, encontraram Moisés e Arão, que estavam à espera deles; 21 e lhes disseram: Olhe o SENHOR para vós outros e vos julgue, porquanto nos fizestes odiosos aos olhos de Faraó e diante dos seus servos, dando-lhes a espada na mão para nos matar. 22 Então, Moisés, tornando-se ao SENHOR, disse: Ó Senhor, por que afligiste este povo? Por que me enviaste? 23 Pois, desde que me apresentei a Faraó, para falar-lhe em teu nome, ele tem maltratado este povo; e tu, de nenhuma sorte, livraste o teu povo. 6:1 Disse o SENHOR a Moisés: Agora, verás o que hei de fazer a Faraó; pois, por mão poderosa, os deixará ir e, por mão poderosa, os lançará fora da sua terra. 2 Falou mais Deus a Moisés e lhe disse: Eu sou o SENHOR. 3 Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, O SENHOR, não lhes fui conhecido. 4 Também estabeleci a minha aliança com eles, para dar-lhes a terra de Canaã, a terra em que habitaram como peregrinos. 5 Ainda ouvi os gemidos dos filhos de Israel, os quais os egípcios escravizam, e me lembrei da minha aliança. 6 Portanto, dize aos filhos de Israel: eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, e vos livrarei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento. 7 Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito. 8 E vos levarei à terra a qual jurei dar a Abraão, a Isaque e a Jacó; e vo-la darei como possessão. Eu sou o SENHOR. 9 Desse modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não atenderam a Moisés, por causa da ânsia de espírito e da dura escravidão. 10 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 11 Vai ter com Faraó, rei do Egito, e fala-lhe que deixe sair de sua terra os filhos de Israel. 12 Moisés, porém, respondeu ao SENHOR, dizendo: Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido; como, pois, me ouvirá Faraó? E não sei falar bem. 13 Não obstante, falou o SENHOR a Moisés e a Arão e lhes deu mandamento para os filhos de Israel e para Faraó, rei do Egito, a fim de que tirassem os filhos de Israel da terra do Egito.
Já aconteceu com você de, por mais que você não queira perder a esperança, num dado momento de sua vida, premido pelas circunstâncias difíceis, “simplesmente” não conseguir crer nas promessas de Deus?
Já aconteceu de você ler as promessas da Palavra, ou ouvi-las pela pregação, ou em particular, mas isto não renovar a sua esperança, não fortalecer seu coração, e você se sentir sem forças para acreditar?
Veja o que aconteceu com os israelitas neste momento, de acordo com o v. 9:
Desse modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não atenderam a Moisés, por causa da ânsia de espírito e da dura escravidão.
Eles não atenderam, não ouviram, ficaram indiferentes ao que Moisés lhes falava da parte de Deus, por causa da ânsia de espírito, e por causa da dura escravidão.
O livro do Êxodo nos conta como os israelitas, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó foram libertos da escravidão na terra dos faraós.
Cerca de quatrocentos anos antes, eles haviam emigrado para o Egito, no tempo em que José, filho de Jacó, havia sido elevado à dignidade de administrador geral dos bens daquele país.
Ali os filhos de Abraão viveram em paz e prosperidade por muitos anos, até que aquela geração toda veio a falecer.
Depois disto, uma nova dinastia de faraós subiu ao poder, e passou a escravizá-los.
Os primeiros capítulos deste livro nos dizem que, vendo o sofrimento do seu povo, e lembrando-se das antigas promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó, no sentido de que depois de quatrocentos anos eles sairiam do Egito e herdariam a terra de Canaã, o Senhor Deus suscitou a Moisés, para que por intermédio dele Israel fosse libertado.
O Senhor apareceu a Moisés e lhe disse:
- “Vá ao meu povo, e diga-lhe que me revelei a você. Diga-lhes que em breve os libertarei e os conduzirei à terra que prometi aos seus antepassados. Vá também ao faraó e diga que eu estou lhe ordenando que liberte o meu povo. Eu irei demonstrar o meu grande poder libertando os filhos de Israel”.
Assim, Moisés e Arão, seu irmão, fizeram como o Senhor ordenara. Mas quando eles deram ao faraó o mandamento do Senhor, aconteceu algo que eles não estavam esperando.
O faraó respondeu:
- “O problema destes escravos é que eles estão trabalhando muito pouco, e por isto têm tempo de pensar o que não devem. Vamos aumentar o trabalho deles, e não terão tempo para ociosidade. E assim a servidão se tornou ainda mais cruel”.
Era deste modo mesmo que, Deus sabia, o faraó iria reagir. E ele não somente sabia, mas iria se valer da dureza do coração do faraó para demonstrar ainda mais o seu grande poder libertando os israelitas e trazendo seu juízo contra os pecados do Egito.
No trecho que lemos, vemos Moisés se voltando para o Senhor e se queixando; porque depois que ele e seu irmão foram falar com o faraó as coisas ficaram mais difíceis do que antes.
Cap. 5:22,23
Senhor, por que maltrataste este povo? Afinal, por que me enviaste? Desde que me dirigi ao faraó para falar em teu nome, ele tem maltratado este povo, e tu de modo algum libertaste o teu povo!
A situação ficara pior.
Assim, conforme o cap. 6, quando pela segunda vez, Moisés vai falar aos filhos de Israel, em nome de Deus, eles não atendem à voz de Moisés.
Porque o povo de Deus não atendeu às palavras de Moisés?
Porque os filhos de Deus, num dado momento de suas vidas, se sentem sem forças para crer nas promessas?
1. Eles tiveram dificuldade para crer por causa da angústia de espírito que estavam experimentando
O coração do povo estava triste; mais do que triste: estava cheio de tristeza, estava angustiado.Vejamos a razão:
Comecemos no cap. 4:29-31
Então, se foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel. 30 Arão falou todas as palavras que o Senhor tinha dito a Moisés, e este fez os sinais à vista do povo.  31 E o povo creu; e, tendo ouvido que o Senhor havia visitado os filhos de Israel e lhes vira a aflição, inclinaram-se e o adoraram.
Que momento sublime foi este! Eles receberam Moisés como sendo quem ele de fato era: um enviado de Deus. Ouviram a mensagem, viram os sinais da presença de Deus. Creram; adoraram ao Senhor; seus corações se tornaram cheios de esperança.
Então, lá se vão Moisés e Arão dando a ordem ao faraó, conforme a Palavra do Senhor. Mas vejamos qual foi a reação do rei do Egito:
Cap. 5:6-9
Naquele mesmo dia, pois, deu ordem faraó aos superintendentes do povo e aos seus capatazes, dizendo: 7 Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si a palha.  8 E exigireis deles a mesma conta de tijolos que antes faziam; nada diminuireis dela; estão ociosos e, por isso, clamam: Vamos e sacrifiquemos ao nosso Deus.  9 Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que nele se apliquem e não deem ouvidos a palavras mentirosas.
O faraó reagiu exatamente ao contrário do que Israel esperava. Você quer saber qual o diagnóstico de Deus a respeito do coração cuja esperança não se realiza?
Pv 13:12
A esperança que se adia faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida.
Do ponto de vista dos israelitas, o que aconteceu foi até mais que uma esperança adiada: foi uma esperança frustrada, invertida ao contrário.
Como se um homem deixasse um emprego com a promessa de que começaria num outro melhor, com melhores vencimentos e melhores condições de trabalho, e depois descobrisse que a nova empresa não o poderia contratar. Então ele se vê desempregado. Assim sente que saiu de uma situação ruim e entrou numa situação desesperadora. Numa ocasião como esta o coração pode adoecer de angústia.
Existe algo que você espera há muito tempo, que está demorando acontecer?
Alguma promessa que Deus sempre parece estar adiando, e que às vezes você tem a impressão de que ele nem atenderá? Algum santo desejo do teu coração que não se cumpre? De tal modo que o seu coração quer crer mas está difícil?
Então olhe para Israel neste momento. E que isto seja consolo para você. Às vezes, em certos momentos de angústia, filhos amados do Senhor, que nele creem, que o adoram, têm real dificuldade para crer nas promessas
2. Eles também não atenderam a Moisés por causa da opressão que estavam sofrendo
Este livro começa descrevendo o sofrimento pelo qual estavam passando.
Leiamos o cap. 2:23-25
Decorridos muitos dias, morreu o rei do Egito; os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus.  24 Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó.  25 E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição.
O povo israelita está sendo submetido a trabalhos forçados. Eles são maltratados, eles são humilhados. Suas crianças são mortas.
Então clamam ao Senhor, e o Senhor atende; diz que irá libertá-los. Mas, num primeiro momento, em vez de liberdade, o que eles veem é uma escravidão ainda mais cruel.
Antes de Moisés estava ruim. Depois de Moisés ficou ainda pior, um sofrimento mais agudo, mais extenuante.
Amados, isto parece ser uma “lei na história do povo de Deus”: antes de chegar a bênção, ou chegarem as bênçãos prometidas, uma intensificação das angústias, um crescimento das provações.
Pense por exemplo em Davi, aquele simples pastor de ovelhas que o Senhor escolheu para ser o pastor de Israel. Quando ungido como rei através da profecia de Samuel, ele era apenas um adolescente. Mas foi reconhecido e coroado como rei somente aos trinta anos, e isto apenas das tribos do sul. Somente oito anos mais tarde tornou-se rei de todo o Israel. Entre a sua unção como rei e sua coroação sobre Israel passaram-se muitos anos cheios de angústias, perseguições e conflitos.
Pense em José. Antes que se cumprissem as promessas, anos de provações, privações, sofrimentos.
Pense nos apóstolos. Antes de se tornarem pescadores de homens: tantas decepções consigo mesmos. E Paulo: quatorze anos no deserto.
Isto é como que uma lei: antes da grande bênção, a grande provação.
Mas estas provações, que são dadas por Deus para o nosso crescimento, estas opressões podem fazer com que o coração, num dado momento, fique esmorecido. O filho de Deus se sente sem forças para atender.
3. Eles também não atenderam porque o entendimento que tinham de Deus e dos seus planos era limitado
Aquela opressão, aquele endurecimento do coração do faraó, de modo algum estavam frustrando os planos de Deus.
Ao contrário, faziam parte daquele plano:
Cap. 4:21
Disse o Senhor a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.
Então quando o faraó se recusou a atender a Moisés, Deus não precisou colocar um “plano B” em ação, pois nada estava fugindo ao seu controle.
Aliás, mesmo depois da narrativa aqui do cap. 6, o coração do faraó continuaria a ser endurecido por Deus.
Cap. 6:1
Disse o Senhor a Moisés: Agora, verás o que hei de fazer a faraó; pois, por mão poderosa, os deixará ir e, por mão poderosa, os lançará fora da sua terra.
Cap. 7:3,4
Eu, porém, endurecerei o coração de faraó e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas.  4 faraó não vos ouvirá; e eu porei a mão sobre o Egito e farei sair as minhas hostes, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes manifestações de julgamento.
Assim, vemos que havia um propósito duplo do Senhor ao endurecer o coração do faraó: manifestar o seu grande poder salvando o seu povo, e manifestar o seu grande poder julgando o Egito por causa de seus pecados.
Isto também é consolo: se você vê uma pessoa má prosperando em seus maus caminhos, persistindo na dureza de seu coração, fique certo de que não é porque Deus não vê ou não se importa; há um limite a respeito do qual o Senhor diz: “Daqui não passa.”.
E assim então o Senhor começou a enviar as suas pragas contra o Egito. E a cada uma delas o coração do faraó se endurecia ainda mais
Até que um dia o Senhor disse a Moisés:
- “A libertação será agora. Diga a cada família do meu povo: Escolham e tomem cordeiros para cada família, e façam o sacrifício da Páscoa”. 
- “Tomem um molho de folhas de hissopo, molhem-no no sangue do cordeiro e marquem a verga da porta e suas ombreiras com o sangue.Nenhum de vocês saia da porta da sua casa até pela manhã”.
- “Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao Destruidor que entre em suas casas, para lhes ferir” (Êx 12). 
E foram os filhos de Israel e fizeram isso; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão.
Aconteceu que, à meia-noite, o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito dos cativos, e todos os primogênitos dos animais. 
O faraó se levantou de noite, ele, todos os seus oficiais e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egito, pois não havia casa em que não houvesse morto.
Então, naquela mesma noite, faraó chamou a Moisés e a Arão e lhes disse:
- “Levantem-se, saiam do meio do meu povo, levem também suas ovelhas e seu gado, como tendes dito; vão embora...”
Os egípcios apertavam o povo, apressando-se em lançá-los fora da terra, pois diziam: - “Todos morreremos”.
O Novo Testamento nos ensina que aquele cordeiro que foi morto era um símbolo, no Antigo Testamento, de Jesus, o cordeiro de Deus, que nos tirou da escravidão a Satanás.
“Cristo”, escreve Paulo, “é o nosso cordeiro de páscoa[2]. Por meio de Cristo Deus nos tirou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor” [3].
Assim como os israelitas, colocando-se sob a proteção do sangue do cordeiro, foram livres da morte e da escravidão, todo aquele que se coloca sob ao sangue de Jesus que foi derramado na cruz em nosso favor é também libertado da morte eterna e da escravidão ao pecado e ao diabo.
Foi assim que Israel conheceu que tudo fazia parte do grande plano de Deus.
Conclusão
Eu desejo concluir relendo com você os vs. 9-13
Desse modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não atenderam a Moisés, por causa da ânsia de espírito e da dura escravidão.  10 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:  11 Vai ter com faraó, rei do Egito, e fala-lhe que deixe sair de sua terra os filhos de Israel.  12 Moisés, porém, respondeu ao Senhor, dizendo: Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido; como, pois, me ouvirá faraó? E não sei falar bem.  13 Não obstante, falou o Senhor a Moisés e a Arão e lhes deu mandamento para os filhos de Israel e para faraó, rei do Egito, a fim de que tirassem os filhos de Israel da terra do Egito.
Não obstante a fraqueza de seus corações, o Senhor continuou a falar, pois é por meio de sua Palavra que o Senhor nos ajuda em nossa falta de fé.
Não obstante a fraqueza de seus corações, o Senhor realizou a sua obra, o Senhor cumpriu sua Palavra e os libertou.
E tudo o que eles precisaram fazer? Nada, a não ser o se colocar sob a proteção do sangue do cordeiro.
Igreja do Senhor, às vezes o seu coração se sente fraco?
Às vezes você tem a impressão de que as promessas estão acontecendo às avessas?
Aquele despertamento espiritual parece cada vez mais distante?
A conversão daquela pessoa a quem ama, e por quem ora tanto?
Se o teu coração às vezes se sente fraco, se a tua fé quer esmorecer, se a angústia é grande, filhinho do Senhor, lembre-se de que você não precisa ser um “super-crente”.
Simplesmente confie no sangue de Jesus, que foi derramado por você, e saiba que mediante a aliança que Deus tem com você no sangue de Jesus, ele cumprirá todas as boas palavras que tem dado a você.

                                      Baixe em EPUB     Baixe em PDF     Baixe em MOBI



[1] Neste último domingo eu não preguei; mas um querido amigo me lembrou desta mensagem que eu pregara há alguns anos, e assim fui motivado a publicá-la aqui, desejoso de edificar meus irmãos leitores do blog.
[2] 1ª Co 5:7
[3] Cl 1:13, 14

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A armadura que Deus nos dá - Ef 6:10-20

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 12 de abril de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler na carta de Paulo aos Efésios, cap. 6:10-20
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. 11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; 12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. 13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. 14 Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. 15 Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; 16 embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. 17 Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; 18 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos 19 e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, 20 pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.
Quando o apóstolo Paulo escreveu esta carta, conforme lembra-nos o v. 20, ele estava preso por causa de seu amor ao evangelho de Jesus.
Neste mesmo período de prisão, que foi em Roma, ele também escreveu as cartas aos Filipenses, aos Colossenses e a Filemon, um crente que morava em Colossos.
Em Roma lhe foi permitido permanecer numa prisão domiciliar; uma casa que ele mesmo alugara, onde podia receber visitas, pregar o evangelho, tendo soldados romanos que se revezavam no guardá-lo.
Interessante que em Filipenses, escrita pouco tempo antes de ser liberto, ele diz que graças à sua prisão o evangelho se tornou conhecido de toda a guarda pretoriana, e entre os que mandam saudações aos irmãos no fim da carta, ele cita “os santos da casa de César”; muito provavelmente se trata de guardas romanos que foram convertidos através do testemunho de Paulo na prisão.
Em Roma ficava a elite do exército romano. E Paulo, além de nutrir amizades, conversar e evangelizar, deve ter tido muito tempo para observar os soldados que o guardavam.
Ele observou, por exemplo, que em volta da cintura cada soldado tinha um cinto, de quinze a vinte centímetros de largura, e no qual estavam fixados a couraça, a bainha para a espada bem como a própria roupa do soldado. Se o cinto não estivesse devidamente ajustado, o soldado ficaria sem proteção, sem equilíbrio e sem liberdade de movimentos para lutar.
Também observou uma couraça que protegia o peito e as costas do soldado, inclusive o coração. E o escudo, que o protegia contra as armas do inimigo.
Nos pés havia sandálias com cravos que o faziam firmemente preso ao chão e lhe davam estabilidade nos momentos de batalha.
Na cabeça, um capacete de proteção.
E Paulo gostava de fazer como seu Mestre Jesus, que tirava da vida cotidiana ilustrações para nossa vida espiritual; então ele pensou: “assim como um soldado, nós filhos de Deus, somos parte de um grande exército”.
- “Só que os nossos inimigos não são seres humanos, gente feita de sangue e carne; a nossa luta é contra as forças espirituais do mal”.
- “Por isto, assim como um soldado, cada um de nós precisa se revestir de sua armadura, a fim de resistir às investidas dos nossos inimigos, e depois de vencermos tudo, permanecermos inabaláveis”.
E agora, ao chegar à parte final desta preciosa carta ele inicia no v. 10 dizendo: “No demais, irmãos meus... revesti-vos de toda a armadura de Deus...”
Este “no demais”, ou, finalmente, é o elo entre o que Paulo vai dizer agora e tudo quando já havia dito antes.
De modo que, se voltarmos algumas páginas em nossas Bíblias veremos que nos cap. 1 a 3 desta carta o apóstolo descreve o infinitamente sábio e amoroso propósito de Deus para nós, os que somos seus filhos através da fé em Jesus Cristo.
Ele descreve como, desde antes da criação do universo, Deus nos amou, nos escolheu e nos predestinou para ser seus filhos por meio de Jesus.
Depois como, no devido tempo, para o cumprimento do seu plano, o Pai eterno enviou seu Filho eterno ao mundo, como um ser humano que encarnou e viveu entre nós, e que por seu sangue nos redimiu dos nossos pecados, pois ali na cruz ele sofreu o castigo que era nosso e nos reconciliou com Deus.
Em seguida como, no tempo de cada um de nós, por causa daquilo que Jesus fez para a nossa salvação, ele nos deu vida espiritual, concedendo-nos fé, arrependimento, libertação do poder de Satanás, capacidade para uma vida nova, e nos fez filhos seus, membros de uma grande família espiritual, constituída de todos os crentes, no céu e na terra.
Resumindo, os caps. 1 a 3 nos ensinam que, graças a Jesus, Deus é nosso Pai e nós somos sua família, em comunhão como ele e uns com os outros.
Por isto que no cap. 1:3 Paulo inicia o seu ensino louvando a Deus e dizendo:
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo.
E depois de descrever tudo quanto Deus tem feito por nós, ele inicia o cap. 4 dizendo como deve ser a nossa vida, agora que somos assim tão abençoados.
Ef 4:1
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados.
E do v. 2 em diante, até o cap. 6:9, ele explica o que significa andar deste modo digno: em nossos relacionamentos uns com os outros, como família de Deus (com humildade, amor, graciosidade, santidade); depois, nos relacionamentos familiares (maridos e esposas, pais e filhos); em seguida, no “mundo lá fora” (patrões e empregados), etc.
E irmãos, a vida que Paulo descreve é simplesmente maravilhosa; uma vida que é “o céu na terra”, de harmonia nos relacionamentos, de alegria no Espírito Santo, de santidade e felicidade, de bom testemunho diante do mundo.
Deus é nosso Pai, nós somos sua família, e desde agora podemos antegozar as delícias do céu.
E depois de todas estas coisas, Paulo parte para sua conclusão dizendo: “prá terminar irmãos, eu preciso dizer mais uma coisa: é que, ainda que esta vida preparada por Deus seja maravilhosa, nós precisamos permanecer nela com firmeza”.
- “Pois existe alguém que quer nos roubar de tudo isto, e este alguém é Satanás...”
Irmãos, é como no Jardim do Éden, que Deus preparou tudo para nossos primeiros pais, e Satanás foi ali para roubar.
Então Paulo diz: “soldados de Cristo, nós temos inimigos espirituais que querem roubar tudo o que Deus tem nos dado; querem nos roubar tudo o que somos em Cristo, então revistam-se da armadura de Deus”.
Tendo estas coisas em mente, meus irmãos, eu desejo meditar com vocês sobre esta armadura de Deus, da qual nós devemos nos revestir para resistir a Satanás.
Há três considerações que desejo fazer
1. Quando é que devemos nos vestir desta armadura
v. 13
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
Há um sentido, irmãos, em que nenhum dia é mau em nossas vidas.
Porque cada dia da nossa vida é o Senhor quem prepara, é o Senhor quem conduz, é o Senhor quem trabalha em todas as coisas que acontecem, com sabedoria e amor, e para o nosso bem.
Mas a Bíblia também nos ensina que, ao mesmo tempo, existe alguém que deseja estragar tudo de bom que Deus tem preparado para nós.
Alguém que se utiliza de nossas fraquezas humanas, das fraquezas de outras pessoas, das circunstâncias, enfim, que lança mão de todas as coisas, distorcendo a vida diante dos nossos olhos, buscando roubar, matar e destruir, buscando tirar de nós tudo o que somos e o que temos pela graça de Deus.
Uma das formas que Satanás tenta nos atingir é através das tentações ao pecado.
Numa definição bem simples, pecado significa desviar-se da vontade de Deus para nós, e o pecado pode se manifestar em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, em nossas atitudes, em nossas palavras, ou em nosso comportamento.
Então, por exemplo, olhe para os três primeiros capítulos desta carta e leia sobre tudo o que Deus nos tem dado; depois, do cap. 4 em diante, sobre a maneira que ele deseja que vivamos.
Satanás nos tenta a duvidar do que o Senhor tem feito por nós; ele questiona o amor que Deus tem por nós, e nos tenta a desobedecer ao que a Bíblia diz, interpondo racionalizações que nos levem a quebrar os mandamentos de Deus.
O Espírito Santo diz: “Honra teu pai e tua mãe, para que te vá bem...”.
Mas Satanás diz: “É que ele não sabe o pai ruim que você tem”.
O Espírito Santo diz: “Pais, não provoqueis vossos filhos à ira, para que não fiquem desanimados”.
Satanás diz: “Você tem autoridade. Você tem que mostrar quem é que manda”.
E assim ele provoca confusão entre pais e filhos, e pecado contra Deus, e rouba as alegrias dos relacionamentos familiares.
Cada doutrina da Bíblia, Satanás quer que não creiamos, cada mandamento, ele quer que desobedeçamos, pois a desobediência ao Espírito Santo é pecado, e tira de nós a alegria da comunhão com Deus e uns com os outros.
Existem muitas outras formas de Satanás nos atacar: ele é acusador por natureza, e se deleita em lançar em rosto os nossos pecados. Ele é mentiroso, e se deleita em nos conduzir por falsas doutrinas. Ele se deleita em distorcer nossas palavras, destruir relacionamentos, em nos levar à amargura, à ira, e tudo o mais que se opõe ao amor do Espírito.
E para que possamos resistir aos ataques de Satanás contra nós, quando é que devemos estar revestidos da nossa armadura?
Aqui no v. 13 Paulo diz que devemos resistir no dia mau. Isto é, existem dias que são especialmente difíceis, em que as dificuldades são agravadas, em que nos sentimos cansados, frágeis e inseguros.
Mas agora, por favor, volte os seus olhos para o cap. 5:16
Remindo o tempo, porque os dias são maus...
Em certo sentido, alguns dias são especialmente maus, nos quais estamos sendo tentados mais do que de costume. Por outro lado, as forças espirituais do mal nos tentam todos os dias.
Então, é a cada dia de nossa vida que devemos nos vestir de nossa armadura espiritual.
Então consideremos...
2. Como é que nós a vestimos
Nós percebemos como vestimos cada uma das partes de nossa armadura à medida em que compreendemos o significado delas.
Nos vs. 14 a 17, o Espírito Santo nos ensina que o nosso cinto, ao qual devem estar ligadas todas as demais peças, é a verdade.
Diz que a couraça que nos protegerá o coração, é a justiça.
Que nossos calçados, que manterão nossos pés firmes quando Satanás investir contra nós é o evangelho da paz.
Que o nosso escudo é a fé. Que o capacete a proteger nossa mente é a salvação, isto é, a certeza da nossa salvação.
Por fim, a espada que devemos ter é a Palavra de Deus, a Espada do Espírito porque ele é o seu inspirador.
A verdade, a justiça, a paz que vem do evangelho, a fé, a salvação.
Agora, eu desejo relacionar, ainda que de maneira rápida, algumas referências que apontam para cada uma destas virtudes espirituais.
A verdade – Jo 17:17
Santifica-os na verdade. A tua Palavra é a verdade.
Aqui o Senhor Jesus está se referindo à Palavra de Deus escrita, que temos na Bíblia, pois segundo Jesus, a Bíblia é a Palavra de Deus[1].
Assim, ser cingido com a verdade significa conhecer as Escrituras sagradas e viver de acordo com elas.
Mas precisamos conhecer as Escrituras de modo íntimo, digamos assim, pessoal, quero dizer, precisamos, por meio das Escrituras, nos relacionar com Jesus.
Jo 14:6
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.
O que desejo dizer é que Jesus e a Bíblia são inseparáveis. Jesus é a Palavra de Deus que se fez carne, e a Bíblia é a Palavra de Deus escrita.
Devemos ler a Bíblia, conhecê-la, meditar nela, obedecê-la, e por meio dela buscar a Jesus. Por outro lado, buscar a Jesus, mas nunca aparte do que a Bíblia nos ensina.
Agora vejamos a justiça – 1ª Co 1:30
Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção.
Assim aprendemos: nossa verdade, ou melhor, a verdade, está em Jesus, neste Jesus que nos é revelado nas Escrituras.
Assim como Jesus é a verdade por meio de quem conhecemos e nos achegamos ao Pai, ele também é a nossa justiça.
Não nos aproximamos de Deus confiados em nossa justiça própria, pois somos pecadores, mas através de Jesus, como aquele que, na cruz, morreu pelos nossos pecados e assim satisfez a justiça de Deus em nosso lugar. Jesus é a nossa justiça.
O nosso escudo é a fé que colocamos em Deus, em sua Palavra, em Jesus.
É por meio da fé que nos tornamos agradáveis a Deus, uma vez que por nossas próprias obras não o podemos fazer.
Agora, de onde procede a nossa fé?
Hb 12:2
Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
Jesus é a fonte da nossa fé.
Agora consideremos o evangelho, ou boa notícia de paz na qual firmamos os nossos pés.
Ef 2:14 e 17
17 E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade...
O capacete da salvação – At 4:11, 12
Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. 12 E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.
A espada do Espírito é a Palavra de Deus.
Agora leiamos também Rm 10:17 para ver como ela é chamada ali.
E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.
Você percebe, não é?
Jesus é a nossa verdade; Jesus é a nossa justiça, a nossa salvação, o autor da nossa fé; Jesus é a nossa paz; a Palavra de Cristo é a nossa espada.
A nossa armadura é Jesus. E Jesus, a Palavra encarnada de Deus, e a Bíblia, Palavra escrita de Deus são inseparáveis.
Então, o que significa revestir-se da armadura que nos é dada por Deus? Significa revestir-se da presença de Jesus em nossa mente, em nosso coração, em todo o nosso ser, por meio da meditação na Palavra de Deus e da oração.
Pois no v. 18 ele acrescenta: revesti-vos...
Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos 19 e também por mim
Assim como um soldado não pode perder o contato com seu comandante, nós não podemos perder o nosso contato com o nosso comandante.
Orem o tempo todo, ele diz, na presença, na plenitude e poder do Espírito Santo com o qual vocês foram batizados quando creram em Cristo.
Orem uns pelos outros. Orem o tempo todo. Orem com perseverança, e deste modo estarão revestidos da presença e do poder de Jesus, a nossa armadura.
3. Por fim, desejo mencionar o resultado
v. 13
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis...
Você resistirá no dia mal.
Satanás investe contra você, com suas tentações para que você seja orgulhoso, para que você guarde rancor, para que você pense, diga, ou faça coisas que lhe roubem a paz.
Mas a verdade de Deus está em você, e você se lembra que Deus é fiel, e não permite que venha qualquer tentação que você não possa suportar, por que juntamente com a tentação ele te provê livramento e as forças necessárias.
Satanás lhe diz que você não tem capacidade para enfrentar certas circunstâncias, mas a verdade está em você, e você se lembra de que pode todas as coisas naquele que te fortalece.
Satanás investe contra você com suas acusações, mas você está protegido pelo capacete da salvação, e sabe que se Jesus está intercedendo por você, se Deus é por você, então ninguém intentará acusação contra você, pois Deus te justifica.
Você sabe que é filho de Deus pela fé em Jesus, e que nada, nem ninguém, separará você do amor de Deus; sabe que todo aquele que vem a Cristo de modo algum será lançado fora.
Satanás vem para tirar a tua paz; ele lança em rosto os teus pecados, as tuas tentações, as tuas fraquezas; mas quando ele lança contra você os seus dardos malignos, e você está revestido da tua armadura, os dardos “batem em Jesus” e caem, porque Jesus é mais forte, maior defesa do que toda seta lançada contra você.
Então, você vence tudo, e permanece inabalável.
Conclusão e aplicação
Eu estou pensando num pequeno adolescente israelita chamado Davi. Um dia ele teve que enfrentar um gigante; um homem de aproximadamente 2,80 m de altura, que desafiava o exército de Israel.
Davi não era um soldado, era um pastor de ovelhas, mas foi em luta contra o gigante. Sem armadura, mas dizendo: eu vou contra este gigante em nome do Senhor. O nome do Senhor era a sua armadura.
Ele lutou, venceu, e permaneceu inabalável.
Amados, lembrando o que nos diz o Espírito Santo, os dias são maus.
E eu tenho visto como muitas vezes, de muitas maneiras, Satanás e seus anjos investem contra vocês e a mim.
Tenho visto Satanás insistir em tentá-los, entristecê-los, assediá-los, acusá-los.
E é claro, muito mais do que eu, você conhece os ataques de Satanás contra tua alma.
São dias de lutas contra as forças espirituais do mal.
Precisamos lutar para permanecer de modo digno da nossa vocação no Senhor: para sermos pais, cônjuges, filhos, irmãos e irmãs na fé, cidadãos do mundo, segundo o coração de Deus.
Mas estes dias também são bons: pois temos uma armadura que nos foi dada por Deus: uma armadura de fé, paz, justiça, salvação. Temos o Senhor Jesus.
Nele nós podemos confiar. Esta é uma armadura resistente a toda prova.
Revista-se a armadura de Deus, e resista nestes dias maus.






[1] Jo 10:34, 35

domingo, 5 de abril de 2015

Aqueles que amam a Deus - Rm 8:28

IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 5 de abril de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Nós temos aqui uma das mais consoladoras e encorajadoras doutrinas bíblicas para aqueles que são crentes em Jesus Cristo: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Há conforto e encorajamento em cada uma das orações deste versículo.
Há conforto e encorajamento na palavra “sabemos”, isto é, “nós temos conhecimento de que isto é verdade”.
No v. 26, Paulo havia dito que nós não sabemos orar como convém.
Em 1ª Co 13 ele escreve que todo o conhecimento que temos agora é tão pequeno que não dá para ser comparado com a eternidade, quando conheceremos as coisas de Deus tão completamente quanto é possível a um ser humano, pois “agora conhecemos em parte, mas então conheceremos como também somos conhecidos”[1].
E em Jo 13, o Senhor Jesus disse a Pedro: o que eu o faço, não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois[2].
Mas aqui em Rm 8:28 lemos sobre algo a respeito do qual podemos de fato “saber, ter certeza”.
Há conforto e encorajamento também quando ele descreve o objeto deste conhecimento: “sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus...”.
Para aquele que ama a Deus, nada, em última instância, pode ser ruim; pois não somente as coisas agradáveis, mas mesmo as vicissitudes, as contrariedades, as tribulações, os sofrimentos da vida, tudo coopera para o seu bem, no sentido de que todas as coisas contribuem para o seu crescimento espiritual, para o seu amadurecimento na fé, para o desenvolvimento de sua santificação, para o aprofundamento do seu conhecimento e comunhão com Deus.
Este é o maior bem que deseja todo aquele que é nascido de Deus.
E também há conforto e encorajamento na última oração deste versículo, pois ela aponta que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que desde a eternidade foram amados, escolhidos e chamados segundo o decreto de Deus. Os imutáveis decretos não podem ser mudados, e sendo assim, nada, em qualquer tempo, será transformado em algo mau para os escolhidos de Deus.
Agora, irmãos, estas palavras, “conforto e encorajamento”, não descrevem todos os fatos que este ensino deve a trazer a todos os seres humanos.
Porque vejam: a Escritura inspirada não está dizendo que todas as coisas cooperam para o bem de todos os seres humanos.
Ela também qualifica aqueles que são alvo desde agir de Deus em todas as coisas de modo abençoador e santificador.
Esta qualificação é descrita de duas maneiras: por um lado, na última parte do versículo, aponta para aqueles que são predestinados de acordo com o propósito de Deus; por outro lado, na parte central, aponta para a responsabilidade de cada ser humano: todas as coisas cooperam para o bem daqueles, e somente daqueles, que amam a Deus.
Hoje eu desejo meditar com vocês sobre esta descrição da parte central do versículo: aqueles que amam a Deus.
Pois é a condição sem a qual esta promessa não pode se cumprir.
Há três considerações que desejo fazer:
1. O que significa amar a Deus
2. Alguns motivos que temos para amar a Deus
3. Consequências de se amar a Deus
1. O que significa amar a Deus
Podemos dizer que isto é ter em nossa alma uma disposição que nos envolve emocionalmente a Deus, de modo afetuoso, com todas as forças do nosso ser.
Pois a Escritura reitera este ensino em várias ocasiões. Uma delas está em Marcos 12:30
Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.
Com tudo o que você é, com tudo o que você tem, ame ao Senhor.
Que todos os seus sentimentos, que todos os seus pensamentos, que todas as tuas capacidades físicas ou espirituais sejam empregadas para se deleitar em Deus, para ter nele a sua fonte de vida, prazer e satisfação.
Que Deus seja o centro das tuas afeições, o Senhor dos teus desejos, da tua vontade.
De acordo com as Escrituras, existem algumas evidências de que os sentimentos de alguém por Deus são de um amor real e quando estas evidências não se manifestam, este amor não é verdadeiro.
Por exemplo, quando uma pessoa ama verdadeiramente a Deus, ela obedece aos seus mandamentos.
Jo 14:21, 23
21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.
Outra evidência do amor verdadeiro está mencionada na primeira carta deste evangelista
1ª Jo 4:20, 21
Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 21 Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.
Nesta mesma carta temos uma terceira evidência:
1ª Jo 2:15-17
Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
Veja: uma pessoa pode até ser religiosa, pode até se emocionar quando canta ou faz orações ou até mesmo prega; uma pessoa pode ser dizimista e frequentadora assídua da igreja, e todas estas coisas são muito boas.
Mas estas coisas, em si mesmas, irmãos, nada são, se não forem fruto de amor.
Amor que se manifesta em amor pelos irmãos, isto é, desejo de ver o seu bem, de ajudá-los em suas dificuldades, de perdoá-los em suas fraquezas, de encorajá-los, em exercer justiça e misericórdia.
Se uma pessoa for muito ativa na igreja, muito religiosa, muito conhecedora das doutrinas, mas não tiver amor pelos irmãos, é apenas uma amante de si mesma, de sua posição, se seu ministério; é apenas um fariseu moderno, cujo coração está longe do Senhor.
Amor também se manifesta em amar as coisas que Deus ama, e odiar as coisas que Deus odeia.
Se uma pessoa diz que ama a Deus mas o seu coração é dominado pelos desejos da carne, isto é, se tem um coração cheio de luxúria, de malícia, se ama a sensualidade, a pornografia e coisas semelhantes, o amor de Deus não está em seu coração.
Se uma pessoa diz que ama a Deus mas é cheia de desejos materialistas, se ama o dinheiro, se seu propósito na vida é ficar rico, em vez de usar seus bens para o reino de Deus; se é avarenta, então o amor do Pai não está nele.
Se uma pessoa é orgulhosa, soberba, se é arrogante e se acha superior aos outros, o amor do Pai não está nela, e esta pessoa pode até ser nominalmente cristã, mas ela não tem realmente a vida de Deus dentro dela.
O amor a Deus se manifesta também no obedecer aos mandamentos dele.
Vamos ler 1ª Sm 15:22, 23
Porém Samuel disse (ao rei Saul, que havia desobedecido ao mandamento do Senhor): Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. 23 Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.
Você sabe qual é a diferença entre um evangélico que não obedece à Palavra de Deus e um adorador de ídolos? Sabe qual é a diferença entre um evangélico que não obedece à Palavra de Deus e um feiticeiro? Nenhuma.
Pois toda desobediência é uma maneira de dizer que Deus não é o Senhor do nosso coração: quando uma pessoa se diz evangélica, mas em vez de obedecer à Bíblia, faz a sua própria vontade, nada mais está fazendo do que colocar-se a si mesmo como seu próprio ídolo. Esta pessoa é tão idolatra quanto a que se prostra diante de uma imagem e faz a ela suas orações. É tão idolatra quanto o adorador de um outro Deus.
E não nos enganemos, irmãos: Deus rejeitou ao rei Saul, por sua desobediência.
No dia do juízo haverá daqueles que dirão a Jesus: “Senhor, Senhor, em teu nome fizemos milagres, expulsamos demônios...”, e muitas outras coisas.
Mas o Senhor lhes dirá: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”[3].
Se você é um evangélico desobediente ainda precisa se converter. Evangélicos desobedientes não são verdadeiros cristãos. E para estas pessoas não podemos dizer que todas as coisas cooperam para o seu bem.
Mas consideremos também que os verdadeiros crentes têm muitos e bons...
2. Motivos para amar a Deus
A Bíblia está repleta de exemplos destes motivos. Vamos mencionar alguns:
O Senhor perdoa os nossos pecados
Lc 7:44-47
E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. 46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. 47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
O Senhor Jesus estava na casa de Simão, o fariseu, que o convidara para uma refeição.
Mas Simão não o recebera com hospitalidade, e sim com hostilidade: não lhe fizera as gentilezas comuns naqueles dias, quando se recebia um convidado em casa; no o beijara, não oferecera água pás seus pés, nem óleo para a cabeça. Simão, que se julgava muito santo, desprezava a Jesus em seu coração.
E diferente dele, entra na casa uma mulher conhecida por ser pecadora.
E esta mulher não cessava de manifestar devoção para com Jesus.
E ele explicou por que: é que ela havia sido perdoada de muitos pecados, por isto, ela muito amava. Mas Simão, que não se julgava pecador, pouco amava ao Senhor, se de alguma forma podemos dizer que amava.
Quem é muito perdoado, muito ama.
Eu te pergunto, irmão: de quantos pecados você tem sido perdoado? Dois, três, ou de pecados incontáveis? São poucos os seus pecados? São poucas as vezes que você tem sido perdoado? São poucos os motivos que você tem para amar a Jesus?
O Senhor atende às nossas orações
Sl 116:1-4
Amo o SENHOR, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas. Porque inclinou para mim os seus ouvidos, invocá-lo-ei enquanto eu viver. 3 Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza. 4 Então, invoquei o nome do SENHOR: ó SENHOR, livra-me a alma.
Aqui, o testemunho de alguém que sentiu de perto os horrores da morte e do inferno; que sentiu grande e profunda necessidade de salvação. E clamou, e o Senhor ouviu o seu clamor, e o livrou dos laços da morte.
Não foi exatamente isto que você experimentou também quando sentiu o peso dos seus pecados, da sua perdição e da escravidão aos horrores de um mundo sem Deus?
E da mesma forma, você não clamou ao Senhor? E ele não ouviu sua oração e não te salvou?
E uma vez salvo, são poucas As vezes que você tem passado por tribulações e tristezas? São poucas as vezes que você tem clamado ao Senhor? São poucas as vezes que ele tem respondido às suas orações.
Há queridos, a expressão de cada rosto me diz que Deus lhes tem atendido, e vocês o reconhecem. Isto é motivo para amarmos ao Senhor.
O Senhor nos deu Jesus, porque nos ama
1ª Jo 4:10, 19
10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
Esta é a primeira, e a maior de todas as bênçãos pelas quais amamos o Senhor.
Ele nos amou primeiro. Ele deu seu Filho por nós, e desta imensa manifestação de amor emanam todas as outras, toda a sorte de bênção que experimentam,os em nosso dia a dia.
Volto a perguntar: você tem motivos para amar a Deus? E eles são pequenos?
Agora vejamos algumas...
3. Consequências de se amar a Deus
Em nosso texto básico, já temos lido, e enfatizado anteriormente que quando você ama a Deus, todas as coisas contribuem juntamente para o seu bem, no sentido de que contribuem para o seu crescimento espiritual.
Também depreendemos deste mesmo texto que o amor a Deus é uma evidência de seu eterno decreto para a nossa salvação, quero dizer: quando amamos de fato a Deus, podemos ter certeza de que somos eleitos de Deus.
Também já lemos em João 14:21 e 23 que, aquele quer tem os mandamentos do Senhor e os guarda, este é o que lhe ama, e aquele que assim o ama será amado de seu Pai, e terá uma forte comunhão com Jesus e com Deus Pai, através do Espírito Santo.
São bênçãos incalculáveis, que devem trazer indizível alegria a todos os verdadeiros crentes.
Por isto desejo acrescentar apenas mais uma: uma vida sem medo; plena de paz e segurança.
1ª Jo 4:17, 18
Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. 18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.
Aqui o apóstolo João está escrevendo especificamente sobre o dia do juízo; o dia em que cada um de nós comparecerá diante do tribunal de Cristo, a fim de recebermos a recompensa, segundo o bem ou o mal que tivermos praticado.
Ora, ele ensina, aquele que vive segundo Deus é, e Deus é amor, aquele que vive em amor não tem medo do dia do juízo.
Mas além disto, desde agora aquele que vive assim não tem medo: não tem medo das circunstâncias, não tem medo do futuro, não tem medo diante de Deus, pois o Espírito que agora habita nele o faz ter intimidade com Deus.
E isto lança fora todo o medo.
Conclusão e aplicação
Em nossa meditação temos considerado:
O que significa amar a Deus: significa obedecer aos seus mandamentos, amar seus irmãos, detestar o pecado.
Também consideramos alguns motivos para amar a Deus: ele nos perdoa os pecados, atende às orações, nos deu seu Filho unigênito, para que crendo nele tenhamos vida eterna
E consideramos algumas consequências: intimidade com Deus, conhecer seus caminhos, sua vontade.
Uma vida de fé, sem medo.
Você ama a Deus?
Você guarda os mandamentos dele, ou tem alguma área de sua vida em que você insiste em desobedecer?
A quantas anda o seu amor para com os seus irmãos?
Existe alguém em sua vida que você gostaria de ver morto, ou que nem tivesse nascido? Existe alguém por quem você deseja o mal?
Você tem medos? Será que medo não indica falta de amor, necessidade de se aperfeiçoar no amor?
Terá Deus falado com você, chamando você a uma vida de maior amor para com ele?
Se Deus está te corrigindo, irmão, saiba que ele corrige, que ele repreende a quem ama.
Então tenha certeza de que todas estas coisas são para você.
Mas e se você não ama? Precisa se arrepender, se converter e buscar salvação em Jesus. Ele pode transformar seu coração.

                               Baixe em EPUB     Baixe em PDF     Baixe em MOBI




[1] 1ª Co 13:12
[2] Jo 13:7
[3] Mt 7:22, 23
▲Topo