Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 28 de junho de 2015

Encorajamentos à oração - Lc 11:5-8

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 28 de junho de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler no Evangelho de Lucas, o cap. 11:5-8
Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, 6 pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer.  7 E o outro lhe responda lá de dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; 8 digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade.
Nosso Senhor está nos ensinando sobre a maneira de alcançarmos bênçãos das mãos do Pai celestial através da oração.
Vale a pena lembrar que “Jesus veio do céu”, sabe como são “as coisas do céu”, e em tudo quanto fez, em tudo quanto ensinou, o Senhor estava revelando a nós a vontade do Pai, e a disposição que há em Deus, de nos cobrir a cada dia com sua infinita bondade, com sua maravilhosa graça.
E aqui, depois de ensinar, nos vs. 2-4, o que pedir - tanto “material” quanto “espiritual”, o Senhor passa então a inculcar em nós a certeza de que se orarmos, o Pai atenderá.
Ele faz isto através de uma ilustração.
Ele nos convida imaginar que certa noite, já bem tarde, toda a nossa família já deitada, um vizinho bate à nossa porta, e nos pede que o ajudemos.
Este vizinho, ainda do lado de fora, nos diz que acaba de receber um amigo distante, que chegou cansado da viagem, mas que ele, o vizinho, não tem nada com que possa servi-lo naquela hora. Então este vizinho pede a você: “Poderia emprestar-me três pães”?
Você se recusaria a ajudá-lo? É claro que não! Mas imediatamente se dispõe e dá ao seu vizinho o que ele necessita.
O ponto central está no v. 8: se não for pela amizade, certamente atenderá por causa da importunação - literalmente “porque seria uma falta de vergonha”, uma desonra para o dono da casa, o deixar de atender o amigo.
Dará tudo o que precisar.
E disto Jesus tira implicações para os nossos pedidos a Deus: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á... o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem…”. (v.s 9-13)
Eu desejo destacar algumas razões para termos a certeza de que Deus atende às nossas orações.
1. Deus atende as nossas orações por uma questão de amizade
Duas vezes nesta parábola aparece o conceito de amizade
No v. 5, nas palavras do vizinho que se dirige a você como seu amigo.
E no v. 8 - “Se não se levantar por ser seu amigo”...
Uma das razões que leva o necessitado a ir com confiança é que ele e seu vizinho são amigos.
Quando existe amizade, existe afeto, carinho, a boa disposição de receber, de servir, de oferecer do que é nosso, mesmo quando isso implica algum sacrifício.
Tempos atrás, quando morava numa cidade do interior, era mui frequente o recebemos amigos em casa, que gostavam de passar uns dias conosco.
Mas numa destas ocasiões, nós estávamos passando por um momento difícil. Quando nossos amigos chegaram, “de repente”, nós nos sentimos um pouco constrangidos nos primeiros dez segundos; mas imediatamente começamos a tomar providências no sentido de recebê-los bem, o que fizemos com muita alegria. Fiz o melhor, mesmo que não tivesse muitos recursos econômicos.
Jesus está nos dizendo que esta é a disposição do coração de Deus: aos que nele creem, aos que o amam, ele os chama e trata como amigos.
E para os nossos amigos nós não negamos o que eles precisam.
Eu desejo destacar esta amizade que Deus professa ter conosco.
Is 41:8
Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo...
Jo 15:14,15
Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.
Jo 15:13
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
O mais surpreendente é que esta amizade entre nós e Deus, só é possível por causa da iniciativa dele mesmo.
Se Deus não tivesse tomado a iniciativa de fazer-nos amigos dele, nunca de nós mesmos, teríamos nos voltado para ele.
Cl 1:21,22
E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,
Aqui Paulo descreve a disposição mental do homem em relação a Deus: não é amigo, e o antônimo de amigo é inimigo.
O que acontece em nosso relacionamento com uma pessoa qualquer, se não existe amizade entre nós e ela?
Nós não nos sentimos muito à vontade na presença dela, não temos comunhão com ela.
Assim éramos nós para com Deus: por causa de nossos pecados, nossa consciência nos fazia sentir culpa, e pouco à vontade na presença do Senhor; muitas vezes numa atitude de inimizade consciente até.
Mas Deus, em Cristo , reconciliou-nos consigo mesmo.
Agora, lembremos a promessa do nosso amigo:
Fp 4:19
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.
Lc 11:13
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
A plenitude do Espírito Santo, o ter a vida, os pensamentos, os sentimentos, dirigidos por ele, é a nossa maior necessidade.
Ele é quem opera em nosso ser interior de tal modo que o caráter do Senhor Jesus possa ser formado em nós; caráter que a Bíblia chama de “fruto do Espírito”: amor, alegria, mansidão, bondade, ternura, autocontrole [1].
Ele é quem nos dá força para vencer o mal, vencer as tentações, vencer o pecado, para enfrentar os momentos difíceis da vida.
Ele é quem nos dá poder para testemunhar, para falar de Jesus com sabedoria, fé e amor, para servir a Deus e ao próximo.
Então devemos pedir, a cada dia, a presença do Espírito Santo, o seu poder.
O Pai irá nos atender porque é nosso amigo.
2. Deus também atende as nossas orações por uma questão de honra
No v. 8 lemos: “importunação”. Mais literalmente, “porque seria uma vergonha, uma desonra”.
Na mentalidade oriental, um homem se revela, mostra o tipo de homem que é, seu caráter, pela maneira como ele recebe as pessoas em casa
Por exemplo, em Gênesis 18 nós lemos sobre Abraão, ao receber mensageiros de Deus em sua casa: ele se apressa em providenciar alimentação e descanso para os seus hóspedes.
Por isto também que o escritor da carta aos Hebreus nos admoesta a que sejamos hospitaleiros, pois alguns, mesmo sem o saber, hospedaram anjos [2].
Hospitalidade, capacidade de receber bem, é algo importante no conceito bíblico. Revela o tipo de pessoa que somos: se somos amorosos ou egoístas; revela o nosso nome.
Assim também é para Deus, o nos receber diante de seu trono, o atender as nossas orações.
É uma questão de honra, de zelo elo seu bom nome.
Este zelo que Deus tem pelo seu nome foi um dos argumentos de Moisés, quando intercedia por Israel:
Dt 9:27,28
Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaque e Jacó; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua maldade, nem para o seu pecado, para que o povo da terra donde nos tiraste não diga: Não tendo podido o SENHOR introduzi-los na terra de que lhes tinha falado e porque os aborrecia, os tirou para matá-los no deserto.
Deus zela por sua palavra!
Dt 9:5
Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela maldade destas nações o SENHOR, teu Deus, as lança de diante de ti; e para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
Assim como o Pai, também Jesus empenha seu nome
Jo 14:13,14
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
Jo 16:23
Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome.
Nm 23:19
Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?
3. Deus também atende as nossas orações porque ele pode fazer isto
Embora não seja algo enfatizado na ilustração de Jesus, nós percebemos que o homem só atendeu ao seu amigo porque podia. Se ele estivesse tão sem recursos como o outro, nada poderia fazer.
E não somente emprestou os pães, como também deu ao amigo tudo quanto este precisava para receber seu hóspede.
Aquilo que Jesus nos ensina de forma ilustrada, o apóstolo Paulo coloca num poema de louvor a Deus:
Ef 3:20
Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós...
Foi o poder de Deus que criou os céus e a terra; foi o poder de Deus que ressuscitou a Jesus de entre os mortos. Foi o poder de Deus que nos ressuscitou de entre dos mortos[3].
É o poder de Deus que opera em nós.
Ele nos atende porque é poderoso para nos atender
Conclusão e aplicação
Podemos confiar em Deus.
Podemos confiar que ele nos atende. Porque ele é nosso amigo. Uma amizade que nos concede intimidade, liberdade, uma santa ousadia para abrir nosso coração, falar de nossos sentimentos, pensamentos, necessidades, tentações, confessar tudo a ele.
Porque para ele é uma questão de honra; palavra dada; não recusa ninguém que venha a ele em nome de Jesus.
Porque ele é poderoso, tem autoridade e capacidade para nos conceder tudo o que precisamos, muito além do que saibamos pedir
Nunca deixe de orar. Nunca deixe de confiar na amizade, na honra, no poder de Deus.
Peça, busque, bata.
Vamos orar?
Pai amado: em nome de teu Filho querido, nosso Senhor Jesus Cristo, estamos nos achegando a ti, diante do teu trono de bênção.
Estamos nos achegando, confiando que tu és nosso grande amigo, que nos ama, que tens prazer em abrir para nós as portas do céu e derramar tuas bênçãos sobre nós.
Estamos nos achegando a ti, confiando em tuas promessas, confiando em tua Palavra, confiando em teu poder.
Eu te peço, ó Pai, por aqueles que são teus: aqueles que te conhecem, e ao teu Filho Jesus Cristo: abençoa este povo que aqui se encontra. Dá a cada um a certeza do teu amor, do teu perdão, da tua presença em suas vidas.
Dá força aos que estão sendo tentados, lutando contra o mal.
Limpa cada mente, cada coração, de toda impureza, de toda imundície do pecado da carne e do mundo.
Renova, Pai, o coração dos que se encontram desanimados, vergados sob as pressões da vida.
Dá saúde aos enfermos; levanta os que se encontram prostrados, derrotados; toma em tuas mãos o coração dos que se sentem dominados pelo ressentimento, pela amargura, pelo ódio. Limpa, purifica.
Que nestes corações, ó Deus, tu sejas o Senhor, e não o pecado, tu, e não Satanás.
Perdoa os murmuradores, os desobedientes, os egoístas, os incrédulos, os de coração endurecido; mostra-lhes tua graça, concede-lhes o dom do arrependimento.
Abençoa a família de cada um, o trabalho, os estudos, o ministério na igreja.
Abençoa tua igreja.
Dá-nos, a cada dia, a presença, a direção, o poder do teu Espírito Santo, para que nossos cultos a ti glorifiquem teu nome, para que nossas vidas sejam santificadas, para que os pecadores se convertam a ti e sejam salvos.
Nós oramos, louvamos o Senhor, em nome de teu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!




[1] Gl 5:22,23
[2] Hb 13:2
[3] Ef 2:1-9

domingo, 21 de junho de 2015

O jovem rico - Mc 10:17-27

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 21 de junho de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Meus amados, vamos ler Marcos 10:17-27
E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?  18 Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.  19 Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe.  20 Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude.  21 E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me.  22 Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.  23 Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!  24 Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!  25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.  26 Eles ficaram sobremodo maravilhados, dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo?  27 Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível. 28 Então, Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos.  29 Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, 30 que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.  31 Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros.
A história deste homem é narrada nos três evangelhos sinóticos[1], e cada um deles acrescenta certos detalhes que complementam aos outros, contribuindo para que tenhamos uma visão bem abrangente dos acontecimentos.
Por exemplo, no texto de Mateus lemos que ele era jovem. Em Lucas, que ele era um homem de boa posição na sociedade, e além disto, não era apenas rico: era riquíssimo.
Juventude, boa posição riquezas! Certamente são dons que podem trazer ao seu possuidor um alto nível de satisfação. Quem não gostaria de ter estas coisas?
Mas este homem, mesmo possuidor de tanto dinheiro e bens, não era como aquele fútil personagem criado por Oscar Wilde, no “Retrato de Dorian Gray”.
Não era um homem depravado; ao contrário, era um homem religioso, temente a Deus, e sentia que sua juventude, posição e bens, em última instância, não poderiam lhe dar aquilo que sua alma mais anelava: a certeza da salvação eterna.
Assim ele buscava, no cumprimento à lei de Deus, alcançar a satisfação dos anseios mais profundos de seu coração.
No entanto, ele reconhecia que nem o ser uma pessoa religiosa, e diga-se de passagem, muito religiosa, estava trazendo a resposta para sua necessidade espiritual.
Mas um dia ele ouve falar de Jesus, o bom Mestre, que em todo o tempo ensinava sobre a graça de Deus, o seu perdão e amor; o bom Mestre que declarava redenção aos maiores pecadores, e ele foi ter com o Senhor.
Ajoelho-se aos pés de Jesus, e perguntou súplice: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”
Veja: este homem, devoto que era, aproxima-se de Jesus, ajoelha-se, dirigi-se a ele como “bom Mestre”.
Então Jesus lhe pergunta: “Porque você me chama de bom? Você sabe que só existe um que pode ser realmente chamado de bom, no sentido pleno da palavra.”
Como quem diz: - Você sabe realmente quem eu sou?”
E continuou: “Você conhece os mandamentos: não mate não adultere, não furte, não minta, não engane ninguém, honre seu pai e sua mãe...”
Certamente o Senhor Jesus não estava com isto dizendo que este é o caminho para que sejamos salvos, pois embora estes mandamentos sejam expressão do caráter bondoso de Deus, de sua vontade para nossa vida, o próprio Senhor ensinou que somos maus[2], pecadores, que não conseguimos obedecê-los de modo infalível; que, se dependesse destas coisas, estaríamos irremediavelmente perdidos.
Mas com isto Jesus estava dando ao jovem a oportunidade de reconhecer e confessar que sua obediência não era suficiente para ser salvo.
E foi o que o jovem fez: “Senhor, estas coisas todas tenho feito, desde muito tempo...”
Então Jesus lhe respondeu: “Só há uma coisa que falta: Venda tudo o que você tem, dê aos pobres. Assim você terá um tesouro no céu. Depois siga-me”.
Mas o jovem era riquíssimo. E nas suas riquezas estava a sua confiança.
Então ele se afastou de Jesus. Abatido. O vazio de sua alma não fora preenchido. O anseio do seu coração não fora satisfeito.
Amados, esta história tão triste nos foi contada aqui pelo Espírito Santo. E ele deseja que aprendamos dela.
Eu gostaria de, para nossa instrução, fazer algumas considerações sobre este jovem rico.
1. Ele estava com os anseios certos em seu coração
Vocês sabem, irmãos, todos nós, no transcorrer desta vida aqui, temos muitas preocupações, muitos desejos, muitas perguntas.
Algumas destas perguntas são altamente filosóficas: - “De onde eu vim, para onde vou, porque estou aqui?”
Outras nem tanto: - “O que comeremos, o que beberemos, com que nos vestiremos? E o meu trabalho, no que será? Permanecer solteiro? casar? com quem?”
São perguntas, são preocupações importantes, que têm sua legitimidade.
Outras chegam a ser mesmo muito fúteis: - “O que será que pensam de mim, de minha aparência?”
Mas em última instância, só existe uma preocupação que realmente importa: “Que farei para herdar a vida eterna?”
Aquele que faz esta pergunta está no caminho da sabedoria.
Primeiro, porque esta pessoa já entendeu que a nossa vida não se resume às coisas do tempo presente. Ela já entendeu que cada um de nós tem uma alma, um “eu interior” que permanece consciente no além, depois desta vida.
Além disto, já entendeu também que no além existe uma vida de felicidade na presença de Deus, que a Bíblia chama de vida eterna, e que existe também outra possibilidade, não de uma existência feliz, mas daquilo que a Bíblia chama de vergonha e horror eternos [3].
E também já entendeu que é responsabilidade de cada um de nós o cuidar de sua própria alma; que não adianta nós ganharmos o mundo inteiro, se perdermos a nossa própria alma[4].
Este homem, judeu de boa posição, havia sido educado no conhecimento das Escrituras Sagradas.
Escrituras que poderiam fazê-lo sábio para a salvação por meio da fé em Jesus[5]; e então ele tinha esta grande preocupação: “O que farei para herdar a vida eterna?”
- “Como eu posso ser salvo? Como posso ver o reino de Deus? O que fazer para não ser confrontado com a vergonha e horror eternos?”
E nisto, este homem estava no caminho da sabedoria.
Se você quer andar pelo caminho da sabedoria, então este assunto deve ocupar um lugar de grande importância em sua vida, pois não importa quantos anos você possa viver aqui neste mundo; sua vida aqui não é eterna, mas no além ela será.
E onde você “passará a eternidade”? No céu, como Jesus e todos os redimidos, ou no inferno, com o diabo e seus anjos[6]?
2. Este homem procurou a pessoa certa
Mestres de religião não faltavam em Israel: sacerdotes, rabinos, escribas. Das mais diversas seitas: fariseus, saduceus, essênios. Alguns de conotação fortemente política, outros fortemente espiritualistas, outros fortemente ritualistas.
Mas todos eles tinham um problema em comum. E para entender que problema era este vamos ler as palavras de Jesus em Mateus 15:7-9.
Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: 8 Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.  9 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
Aquilo que Jesus está dizendo diretamente aos fariseus era a descrição geral dos diferentes grupos: ensinavam formas de religião como aquela que o jovem rico já conhecia, baseada em regras humanas, baseadas em interpretações erradas das Escrituras, em tradições humanas, de homens cujo coração estava longe de Deus.
Eram homens que adoravam a Deus em vão, ensinando doutrinas, preceitos e costumes humanos, cujo coração estava longe do Senhor, embora o adorassem, da boca pra fora.
E fora de Israel? Será que, se este homem ansioso por Deus viajasse para terras distantes, encontraria nos ensinos budistas o caminho para Deus?
Será que nos ensinos de Confúcio, que pregava as virtudes humanas, ou nos filósofos gregos, ou nos deuses das nações, ele encontraria o caminho da vida?
Certamente que não. Pois a respeito de outros “pastores”, que vieram antes dele, Jesus também havia pronunciado seu veredito:
Jo 10:8-11
Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido.  9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.  10 O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.  11 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
Estas palavras do Senhor foram especialmente importantes para mim, quando eu estava buscando a salvação de minha própria alma.
Em minhas peregrinações espirituais eu já havia lido de tudo: o Baghavad Gita, dezenas de livros budistas, os Vedas, e também muitos outros escritos que vieram depois de Jesus. Eu pensava que todos os caminhos levam a Deus.
Mas quando li estas palavras de Jesus, nas quais ele se apresenta como único pastor, eu precisei meditar muito, ponderar suas afirmações, pensar em sua vida, em suas revindicações, e crer ou não em Jesus.
E Jesus foi demais persuasivo e bondoso comigo. Ele se revelou aos olhos do meu coração.
Bem, amados, este jovem rico e piedoso não procurou os mestres judeus. Talvez até o tivesse feito, mas não aprendeu deles o que tanto precisava.
E conhecedor das Escrituras judaicas, não procurou em outros deuses ou mestres estrangeiros a sua salvação.
Mas ele procurou a única pessoa que poderia, de fato, conduzi-lo à vida eterna.
Primeiro, porque Jesus Cristo é o próprio autor da vida. Foi ele quem criou o universo. E é ele quem sustenta o universo.
Segundo, porque ele veio do céu para nos ensinar o caminho para o céu.
Aliás, ele é o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém pode se achegar a Deus se não for por meio de Jesus Cristo[7].
Ele é o bom pastor que veio para dar a sua vida em favor das suas ovelhas.
Ele é quem poderia dar a paz, a graça da vida que este jovem anelava.
E neste texto aqui de Marcos, queridos, o Espírito Santo nos diz que houve uma grande razão para Jesus vir ao mundo, a fim de dar a sua vida pelos pecadores.
Vejam o v. 21:
E Jesus, fitando-o, o amou...
Jesus olhou para este homem: viu sua necessidade, viu sua aflição.
Assim como noutro lugar está escrito que Jesus olhava e se compadecia das multidões porque estavam aflitas e exaustas, como ovelhas que não tem pastor[8].
E ainda noutro, que Jesus chorou ao contemplar o futuro trágico de Jerusalém, visto que o tinham rejeitado[9].
Jesus olhou para este homem, e o amou. Assim como Jesus olha desde o céu, e ama a cada pecador.
Jesus é o bom pastor porque ele nos ama. Jesus deu a sua vida por nós, porque nos ama. Jesus quer nos salvar do inferno, nos dar vida no céu, porque nos ama.
E também foi por amor que o Senhor então lhe respondeu. Isto nos conduz ao próximo ponto...
3. Este jovem ouviu a resposta certa
v. 21 - Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me.  
Fique claro, meus irmãos, que Jesus não está dizendo aqui que, todo aquele que quiser ser salvo precisa literalmente vender tudo o que tem, dar aos pobres, viver uma vida de pobreza e assim tornar-se merecedor do reino do céu.
Mas o que o Senhor está fazendo é aplicar no caso particular, conforme a necessidade deste homem, um princípio cujo ensino ele repete muitas vezes nos evangelhos, e na Bíblia toda: o princípio de que, crer em Jesus, torna-se seu discípulo, implica em, ao mesmo tempo, abrir mão de qualquer coisa que ocupe em nosso coração um lugar que só cabe a Deus.
Por exemplo:
Mt 13:44
O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.
Nesta parábola o reino dos céus é comparado a um tesouro escondido em um campo, que um dia um homem encontra.
É um tesouro inigualável, que o homem não tem recursos para adquirir. Mas então ele pensa: se eu ajuntar tudo quanto tenho e vender, eu posso comprar o campo, e se o campo for meu, então o tesouro que nele está será também.
Então ele vai, vende tudo o que tem, compra o terreno, e assim adquire um tesouro imenso.
Assim também é o reino dos céus. Se quisermos nos apossar dele, precisamos entender o seu valor, precisamos entregar tudo o que temos.
Ou como diz o próximo texto, para ganharmos a vida eterna, precisamos morrer para nós mesmos, tomar a nossa cruz.
Mt 10:37-40
Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.  39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.
Jesus menciona aqui aquelas que são, e devem ser, as pessoas mais preciosas aos nossos olhos: pai e mãe, e filhos.
São pessoas preciosas, a quem devemos amar e honrar, a quem não devemos abandonar. E isto segundo as próprias Escrituras.
Mas, se por causa da dureza do coração humano, formos colocados em situações nas quais precisamos escolher entre amar a Deus ou amar pai e mãe, e filhos, diz o Senhor, então o Senhor precisa ser escolhido.
Aliás, mesmo quando não for uma questão de escolha, Jesus tem o direito, e nós o dever, de amá-lo acima de tudo, acima de todos.
E Jesus nos dá uma boa razão para que nós o amemos assim.
1ª Jo 4:19
Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
Vejam, queridos: Jesus, por si só, é digno de todo o nosso amor, de toda a nossa adoração, admiração, louvor e obediência.
Ele é o rei do universo. Ele é o criador e o mantenedor de tudo. Ele é cheio de bondade. Ele é infinito em sabedoria, em poder, em majestade. Por todas estas coisas, e muitas outras mais, ele é digno.
Mas a Escritura ainda acrescenta: nisto consiste o amor – não em que tenhamos amado a Deus (somos pecadores maus), mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados[10]. Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
Assim o que Jesus está dizendo ao jovem é o mesmo que ele diz a todos os que desejam a salvação eterna: - “Abra a mão das coisas mais preciosas aos teus olhos, e depois, siga-me”.
- “Se você me seguir, terá um tesouro no céu”.
Com todo o amor, o Senhor Jesus lhe ensinou o caminho da vida.
Mas este jovem rico, de boa posição, religioso, que estava com os anseios certos em seu coração, que procurou a pessoa certa que poderia dar-lhe a salvação, que ouviu o ensinamento certo...
4. Tomou a decisão errada
v. 22 - Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.
Note bem isto, meu querido: Jesus amou este homem. Mas amar não significa falar somente aquilo que o outro deseja ouvir.
Este homem não ficou feliz com a doutrina de Jesus. Não seguiu a Jesus. Antes, retirou-se contrariado e triste, porque ele tinha muitas riquezas. Tinha muitas coisas das quais não queria abrir mão.
Interessante, meus irmãos, é que Jesus não saiu correndo atrás daquele jovem dizendo: - “Volte; apenas creia em mim e depois conversaremos melhor”.
Isto me faz entender que muito das práticas modernas de evangelização estão erradas.
Que muitas vezes os crentes, querendo ganhar outros para Cristo acabam deixando as pessoas continuarem egoístas, amantes de si mesmas, falsamente convertidas.
A prova disto é que muita gente, quando contrariada com alguma coisa, deixa sua igreja e vai para outra, onde a sua vontade será feita. E se na nova igreja se sentir contrariada, muda-se para outra. E assim continua.
Mas Jesus, embora o amasse, não foi atrás, suplicando que o jovem volte.
E havia uma razão: nos vs. 23-25 o Senhor descreve o estado de alma que levou aquele rapaz a afastar-se daquela maneira:
Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!  24 Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!  25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
O problema daquele jovem, disse o Senhor, é que o coração dele estava nas riquezas.
Assim como o coração de muita gente, religiosa até, está nas coisas deste mundo.
Há daqueles que não querem seguir a Jesus porque isto significaria abandonar os cigarros, e amam mais os cigarros do que a Jesus.
Há daqueles que não seguem a Jesus porque isto significaria deixar a bebida, a embriaguez, e não querem deixar a bebida.
Há daqueles que não querem seguir a Jesus porque significaria abandonar o adultério, a prostituição, as práticas homossexuais, mas amam os seus pecados mais que a Jesus.
Há daqueles que amam mais a namorada, o namorado, do que a Jesus.
Há daqueles que amam mais o dinheiro, o emprego desonesto, do que a Jesus.
Há daqueles que amam mais a sua falsa religião, até mesmo o seu falso evangelho, do que a Jesus.
Os discípulos ficaram admirados. Talvez, em seus pensamentos, os ricos conseguissem tudo o que desejavam, ou talvez tivessem mais oportunidades e recursos para praticarem o bem.
E se mesmo para os ricos é tão difícil entrar no reino dos céus, “quem é que consegue”?
Então Jesus vai ao cerne de tudo: o que é impossível aos homens, é possível para Deus.
O homem não pode se salvar: o homem, por si só, não consegue deixar de amar as coisas deste mundo.
O homem, por si só, não tem o poder de amar a Deus, de seguir a Jesus.
Mas quando Deus age no coração do homem, ele tira o coração de pedra, duro, insensível, e o transforma num coração santo[11].
Transforma-o num coração sensível, que diz: - “Eu o amo, porque ele me amou primeiro”.
Conclusão e aplicação
Eu desejo fazer algumas aplicações práticas para todos nós que aqui estamos.
1. Nos vs. 28-31, primeiramente Pedro diz a Jesus
- “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos”.  
Muitos de vocês bem podem dizer ao Senhor, nesta hora, as mesmas palavras.
- “Senhor, eis que eu tenho deixado tudo para te seguir. Deixei meus vícios, meus pecados, deixei os prazeres deste mundo, deixei tudo. Tu és o dono do meu coração.
Se assim tem sido com você, ouça a resposta de Jesus:
- “Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos...”
Sim, porque você, que abre mão de tudo por amor a Jesus, ganha muito mais, desde já. Você tem irmãos, e mães, e pais, espalhados pelo mundo inteiro, a grande família de Deus, que reparte com você tudo o que é necessário. Você pode não ser rico em si mesmo. Mas tem sido enriquecido em tudo.
Jesus também diz que ser perseguido por causa dele é uma coisa inevitável: por causa dele você perderá amigos, pode perder posições neste mundo, assim como rejeitam a ele, você poderá ser rejeitado também.
Mas como Paulo escreveu mais tarde, “se com ele sofrermos, com ele seremos glorificados” [12].
Então Jesus promete a você: no mundo porvir, a vida eterna.
2. Mas, com a sua permissão, eu gostaria de concluir a mensagem desta noite contando um pouco sobre a minha conversão.
Quando contava doze ou treze anos de idade, eu frequentava certa igreja evangélica. Um dia, como parte da programação da Escola Dominical, fui convidado a fazer um resumo, perante a igreja, do ensino daquela manhã.
Então eu fui à frente, e expliquei o que havia aprendido sobre o salmo 23, “o salmo do bom pastor”. Expliquei de tal forma que muitas pessoas ficaram admiradas, e os líderes da igreja vieram a mim depois, e me perguntaram: - “Você conhece a Bíblia. Porque você não faz a sua pública profissão de fé e se batiza?”
Eu respondi: - “É que eu ainda não sou convertido.”
Entende? Eu conhecia um pouco do salmo do bom pastor, mas não conhecia o pastor do salmo.
Havia pecados que eu não deixava. Havia pessoas que se interpunham entre mim e Deus.
Em outras palavras, eu não amava a Deus.
Mas Deus me amava, e algum tempo depois eu comecei a sentir desejos de Deus, e comecei a sentir o peso dos meus pecados.
Então comecei a “praticar a religião” com mais afinco. Eu queria me converter. Mas quanto mais eu buscava me converter, mais percebia o quanto não conseguia. O bem que desejava fazer, eu não fazia.
O mal que não desejava, isto fazia. E fui me sentindo cada vez mais miserável e desesperado
E comecei a suplicar a Deus que tivesse misericórdia.
Até que um dia, pela sua graça, os meus olhos foram abertos, eu entreguei ao Senhor todas as áreas da minha vida, os meus grilhões foram quebrados, e minha alma foi salva.
Querido, não estará você passando pelo mesmo caminho?
Você é uma pessoa convertida? Você já abriu mão deste mundo para seguir ao Senhor?
Deixe-me dizer uma coisa: Jesus te ama, e deseja que você se converta, mas ele não fica como uma mendigo na chuva, batendo na porta do teu coração.
Você é que precisa se arrepender, e dizer: - “Senhor, eu não posso abandonar meus pecados, não posso me converter a ti, se não for a tua graça agindo em mim. Tem misericórdia de mim, pecador [13]. Aquilo que é impossível para mim não é impossível para o Senhor. Converte-me, e serei convertido[14], salva-me e serei salvo[15].”
Se você fizer assim, se você desejar a salvação de sua alma, mais do que dinheiro, bens, posições, mais do que qualquer outra pessoa que não for Jesus, se você buscar arrependimento como quem busca tesouros inigualáveis, se você invocar a Deus te todo o teu coração, você será salvo[16].


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[1] Além de Marcos, Mt 19:16-22 e Lc 18:18-23
[2] Mt 7:11
[3] Dn 12:2
[4] Mc 8:36
[5] 2ª Tm 3:15
[6] Mt 25:31-46
[7] Jo 14:6
[8] Mt 9:36
[9] Lc 19:41-44
[10] 1ª Jo 4:10
[11] Ez 36;26
[12] Rm 8:17
[13] Lc 18:13
[14] Jr 31:18
[15] Jr 17:14
[16] Jr 29:13

domingo, 14 de junho de 2015

Hoje é tempo de boas novas - 2º Rs 7:9

IPC de Pda. de Taipas
Manhã de domingo, 24 de maio de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler no 2º livro dos Reis, o cap. 7
Então, disse Eliseu: Ouvi a palavra do SENHOR; assim diz o SENHOR: Amanhã, a estas horas mais ou menos, dar-se-á um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, à porta de Samaria.  2 Porém o capitão a cujo braço o rei se apoiava respondeu ao homem de Deus: Ainda que o SENHOR fizesse janelas no céu, poderia suceder isso? Disse o profeta: Eis que tu o verás com os teus olhos, porém disso não comerás.  3 Quatro homens leprosos estavam à entrada da porta, os quais disseram uns aos outros: Para que estaremos nós aqui sentados até morrermos?  4 Se dissermos: entremos na cidade, há fome na cidade, e morreremos lá; se ficarmos sentados aqui, também morreremos. Vamos, pois, agora, e demos conosco no arraial dos siros; se nos deixarem viver, viveremos; se nos matarem, tão-somente morreremos.  5 Levantaram-se ao anoitecer para se dirigirem ao arraial dos siros; e, tendo chegado à entrada do arraial, eis que não havia lá ninguém.  6 Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos siros ruído de carros e de cavalos e o ruído de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós.  7 Pelo que se levantaram, e, fugindo ao anoitecer, deixaram as suas tendas, os seus cavalos, e os seus jumentos, e o arraial como estava; e fugiram para salvar a sua vida.  8 Chegando, pois, aqueles leprosos à entrada do arraial, entraram numa tenda, e comeram, e beberam, e tomaram dali prata, e ouro, e vestes, e se foram, e os esconderam; voltaram, e entraram em outra tenda, e dali também tomaram alguma coisa, e a esconderam.  9 Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados; agora, pois, vamos e o anunciemos à casa do rei.  10 Vieram, pois, e bradaram aos porteiros da cidade, e lhes anunciaram, dizendo: Fomos ao arraial dos siros, e eis que lá não havia ninguém, voz de ninguém, mas somente cavalos e jumentos atados, e as tendas como estavam.  11 Então, os porteiros gritaram e fizeram anunciar a nova no interior da casa do rei.  12 Levantou-se o rei de noite e disse a seus servos: Agora, eu vos direi o que é que os siros nos fizeram. Bem sabem eles que estamos esfaimados; por isso, saíram do arraial, a esconder-se pelo campo, dizendo: Quando saírem da cidade, então, os tomaremos vivos e entraremos nela.  13 Então, um dos seus servos respondeu e disse: Tomem-se, pois, cinco dos cavalos que ainda restam na cidade, pois toda a multidão de Israel que ficou aqui de resto terá a mesma sorte da multidão dos israelitas que já pereceram; enviemos homens e vejamos.  14 Tomaram, pois, dois carros com cavalos; e o rei enviou os homens após o exército dos siros, dizendo: Ide e vede.  15 Foram após eles até ao Jordão; e eis que todo o caminho estava cheio de vestes e de armas que os siros, na sua pressa, tinham lançado fora. Voltaram os mensageiros e o anunciaram ao rei.  16 Então, saiu o povo e saqueou o arraial dos siros; e, assim, se vendia um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, segundo a palavra do SENHOR.  17 Dera o rei a guarda da porta ao capitão em cujo braço se apoiara, mas o povo o atropelou na porta, e ele morreu, como falara o homem de Deus, o que falou quando o rei descera a ele.  18 Assim se cumpriu o que falara o homem de Deus ao rei: Amanhã, a estas horas mais ou menos, vender-se-ão dois alqueires de cevada por um siclo, e um de flor de farinha, por um siclo, à porta de Samaria.  19 Aquele capitão respondera ao homem de Deus: Ainda que o SENHOR fizesse janelas no céu, poderia suceder isso, segundo essa palavra? Dissera o profeta: Eis que tu o verás com os teus olhos, porém disso não comerás.  20 Assim lhe sucedeu, porque o povo o atropelou na porta, e ele morreu.
A história que temos aqui em 2º Rs 7 aconteceu nos dias de Eliseu, o profeta, que viveu em Samaria, o reino do norte em Israel, cujo rei se chamava Jorão.
A cidade estava cercada pelos inimigos, os sírios, e por causa deste cerco que já se prolongava havia muito tempo, seus habitantes estavam passando fome. A julgar pelas circunstâncias, não demoraria para que a cidade fosse conquistada.
Mas então, cf. o v. 1, veio a palavra do Senhor ao profeta Eliseu, e ele mandou dizê-la ao rei:
– “Amanhã, a estas horas mais ou menos, dar-se-á um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, à porta de Samaria”.
Um alqueire era uma medida de aproximadamente 6 litros. E o siclo uma moedinha de prata.
Quer dizer: uma mudança muito grande e abençoada estava por acontecer, pois no dia seguinte haveria abundância de alimentos; tantos que ficariam muito baratos e fáceis de encontrar.
Entre as pessoas a quem Eliseu falou havia um capitão do exército, o “braço direito” do rei; e ele não acreditou no que o profeta estava dizendo.
O v. 2 nos diz que ele respondeu: – “Isto é impossível. Não aconteceria nem mesmo se Deus fizesse janelas no céu e derramasse comida de lá”.
E disse Eliseu: –“Acontecerá sim, pois foi o Senhor quem prometeu. Você verá isto com os teus próprios olhos. Mas por que você não acreditou na Palavra de Deus, não comerá nada”.
Na porta da cidade estavam quatro homens leprosos.
A lepra é uma doença infecciosa, crônica, que produz manchas e nódoas na pele. Muitas vezes ela causa destruição dos tecidos e mutilação dos membros.
Eu já vi muitos leprosos. É horrível uma pessoa sentir que seu corpo está se deteriorando.
Nos tempos antigos, uma pessoa leprosa era colocada à parte da sociedade, pois havia o medo de contágio de doenças cuja cura era desconhecida.
E de acordo com a lei de Moisés, uma pessoa leprosa deveria ser considerada cerimonialmente impura; daí que uma pessoa leprosa era considerada como tendo pecado gravemente contra Deus, de tal forma que não podia aproximar-se das coisas sagradas.
Mas então, aqueles leprosos que estavam na porta da cidade disseram uns aos outros: – “Para que ficamos nós sentados aqui até morrermos? Se dissermos: Entremos na cidade; há fome na cidade, e morreremos aí; e se ficarmos sentados aqui, também morreremos. Vamos para o arraial dos sírios; se eles nos deixarem viver, viveremos; e se nos matarem, é o máximo que pode acontecer”.
Então, ao anoitecer, eles se levantaram e foram ao acampamento dos sírios; mas lá chegando, não havia ninguém.
Porque Deus fizera com que os sírios ouvissem um ruído de carros e de cavalos, como de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros:
– “O rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem sobre nós”.
Pelo que se levantaram e fugiram, deixando as suas tendas, os seus cavalos e os seus jumentos; fugiram para salvar suas vidas.
Quando os leprosos chegaram ali, entraram numa tenda, comeram e beberam; e dela pegaram prata, ouro e roupas, e os esconderam; depois voltaram, entraram em outra tenda, e dali também tomaram mais coisas e as esconderam.
Mas então alguém caiu em si, e disse: – “Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nós nos calamos. Se esperarmos até a luz da manhã, algum castigo nos sobrevirá; vamos à cidade para dar a boa notícia”.
Assim eles foram e gritaram nos portões da cidade, contando o que havia acontecido. Os porteiros mandaram anunciar no palácio.
O rei enviou homens para verificar, e eles voltaram dizendo que os sírios de fato haviam fugido.
O povo saiu ansioso da cidade, e saqueou o arraial dos sírios. Assim houve fartura: uma medida de farinha por um siclo e duas medidas de cevada por um siclo, conforme a palavra do Senhor.
O rei havia colocado à porta aquele capitão do exército que não havia crido na profecia; e o povo estava tão desesperado para comer que atropelou na porta, e ele morreu, como dissera Eliseu.
Foi um dia de salvação para a cidade de Samaria. Foi um dia de salvação para os quatro leprosos.
Eu gostaria de destacar estas palavras deles, no v. 9
Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados; agora, pois, vamos e o anunciemos à casa do rei.
– “Este é um dia de boas novas” (um dia em que recebemos o alimento que nos dará vida; é dia de salvação, é dia de vitória).
– “Na cidade tem tanta gente morrendo de fome. Se ficarmos calados, seremos culpados”.
– “Então devemos falar”.
Eu desejo tomar as palavras destes homens como um lembrete a todos nós, os que vivemos em tempos de evangelho.
1. Hoje é dia de boas novas
A palavra que aqui é traduzida por “boas novas”, na tradução grega deste texto é evangelias, de onde vem a nossa palavra “evangelho”.
1.1. Do ponto de vista espiritual, a humanidade todas é leprosa e faminta.
O pecado é um problema universal, no sentido de que não existe um ser humano sequer que não seja pecador.
E nós podemos dizer que, assim como a enfermidade da lepra é uma doença que degenera o corpo, o pecado degenera a alma. O pecado degenera o caráter, a personalidade.
Nós fomos criados à imagem de Deus, mas o pecado degenera esta imagem tão bonita segundo a qual Deus nos criou.
Fomos feitos para a justiça, mas o pecado nos tornou injustos.
Fomos feitos para a verdade, mas o pecado nos tornou mentirosos.
Fomos feitos para amar, mas o pecado nos levou ao ódio, à inveja, às inimizades; o pecado nos tornou pessoas egoístas, centralizadas em nós mesmos.
Fomos feitos para a liberdade, mas o pecado nos tornou escravos dos vícios.
Fomos criados para Deus, para glorificar seu nome, para refletir sua imagem em nossos relacionamentos, em nosso trabalho e cultura, mas o pecado distorceu tudo isto, para nos alegrarmos em Deus e em nossas obras; e ao mesmo tempo em que somos capazes de coisas grandiosas e belas, somos também capazes de perversidades.
E veja: desde que nossos primeiros pais, Adão e Eva, se tornaram pecadores, não há um ser humano que já não seja concebido desta forma, pois como Davi, falando de sua própria e dolorosa experiência, representou também a cada um de nós.
Sl 51:5
Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.
Davi não está dizendo que sua concepção, no interior de sua mãe, foi um ato pecaminoso da parte dela.
Nós sabemos, conforme o ensino bíblico, que o relacionamento sexual entre um homem e sua esposa não é pecado, ao contrário, foi concebido por Deus não somente como um meio para a procriação, mas também para a nossa satisfação e prazer na vida conjugal[1].
Mas o que Davi está dizendo é que, desde que somos concebidos, a natureza pecaminosa vem como que embutida, faz parte do “DNA da nossa alma”, e já nascemos propensos a cometer toda sorte de coisas erradas.
Ou como disse Isaías sobre a vida espiritual do povo dos seus dias: – “Desde a planta do pé, até a cabeça ano há nele coisa sã, senão feridas; contusões e chagas inflamadas...” [2].
E sabe o que acontece quando uma doença grave não é devidamente tratada? Ela leva à morte.
Pois é isto precisamente o que faz o pecado: ele nos levou, a humanidade inteira, à morte, à separação de Deus e da vida feliz e abençoada que ele deu aos nossos primeiros pais no jardim do Éden.
Pois como está escrito: “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”...[3].
Mas vejam. Não é sem motivo que a mensagem bíblica é chamada “evangelho”.
1.2. Pois ela não nos diz apenas que somos pecadores espiritualmente destruídos. Ela também diz que há cura para nossas almas.
Jesus afirma que veio para curar os enfermos de alma[4].
Jesus veio para ressuscitar os que estão mortos em seus pecados, pois, se o salário do pecado é a morte, o dom de Deus é a vida eterna em Jesus Cristo, o nosso Senhor.[5]
Em Jesus nós somos curados
1ª Pe 1:18-19
Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, 19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.
Você vê que coisa maravilhosa? Mediante o sangue de Jesus Cristo, derramado na cruz pelos nossos pecados, nós fomos não apenas perdoados, mas resgatados daquela herança pecaminosa que herdamos de nossos pais.
Assim que, aquele que tinha um coração governado pelo egoísmo, agora tem um coração novo, governado pelo amor de Deus.
Aquele que tinha uma natureza inclinada à mentira, agora vive e fala a verdade.
Aquele que amava o dinheiro, agora ama as coisas celestiais.
Aquele que antes era um escravo de vícios, agora é livre.
Jesus curou nossas almas.
E como diz o salmo 23, fez de você, uma alma faminta de Deus, uma alma farta de bênçãos.
Agora, lembra-se de como você foi assim curado? Lembra-se de como a tua lepra foi tirada e a tua alma satisfeita? É que alguém veio e contou para você a boa notícia do evangelho.
Como um médico que diz: – “Olha a tua enfermidade, se não for tratada, é grave. Mas não se desespere: há remédio e cura”.
Por outro lado, o que acontece quando somos curados de uma grave enfermidade e depois vemos alguém sofrendo do mesmo mal? Nós contamos que existe um médico que cura; nós falamos do remédio.
O que acontece quando alguém está com fome e nós estamos saciados? Nós compartilhamos o que temos. Se não fizermos assim, seremos tidos por culpados.
2. Hoje é tempo de boas novas. Se nos calarmos, seremos tidos por culpados
Há pelo menos duas razões aqui pelas quais nós precisamos falar do Evangelho da salvação em Jesus
2.1. A primeira delas é que por ele as pessoas tomam conhecimento da salvação
Neste contexto, vale a pena nos lembrarmos da Palavra de Deus por meio de Ezequiel.
Ez 33:7-9
A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca e lhe darás aviso da minha parte.  8 Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua iniquidade, mas o seu sangue eu o demandarei de ti.  9 Mas, se falares ao perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma.
Imagine um sentinela colocado sobre o muro de uma cidade antiga, para avisá-la da aproximação do inimigo. Imagine que este sentinela durma e a cidade seja invadida enquanto ele dorme.
Ou imagine que ele abandone o seu posto, a fim de cuidar dos seus próprios interesses, e enquanto ele faz isto a cidade seja invadida sem que houvesse a possibilidade de se preparar para o ataque inimigo.
A culpa seria dele.
Não podemos deixar de falar, pois isto seria roubar das pessoas uma oportunidade dada por Deus, para que se arrependam, creiam em Jesus e sejam salvas do inimigo mortal.
É claro, amados, que nem todas as pessoas têm a sabedoria de crer no Evangelho de Jesus.
Na história que temos aqui, o capitão mais próximo ao rei não acreditou na boa notícia, e morreu no dia seguinte. Não pode comer, segundo a mesma palavra do profeta.
Por isto Jesus também adverte dizendo que quem crer no evangelho e for batizado será salvo. Quem porém não crer já está condenado[6].
Então, por amor, devemos pregar, anunciar a salvação, insistir para que os homens sejam salvos[7].
2.2. Mas a segunda razão, é que não é somente por amor – também é um dever.
Já vimos anteriormente que o Senhor advertiu a Ezequiel no sentido de que se o profeta não chamasse os pecadores ao arrependimento, os pecadores morreriam em suas iniquidades, mas o Senhor iria requerer o sangue deles, do profeta.
Agora digo que Paulo sentia este peso sobre seu coração: que pregar o Evangelho, além de ser uma obra de amor, era também um dever.
1ª Co 9:16-17
Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!  17 Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada.
Ora, irmãos, temos esta obrigação, para com Deus e os homens. Temos esta obrigação para com nossa própria consciência.
3. Então fale
Conte aos outros o que Deus fez em tua vida..
3.1. Conte vivendo o Evangelho.
A Bíblia nos ensina a pensar sobre a nossa vida com um conceito bastante elevado. Somos a mensagem, a palavra de Deus para um mundo enfermo.
2ª Co 3:2, 3
Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, 3 estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.
A Bíblia diz que nós somos a carta de Deus perante o mundo. Sabem, irmãos, a maior parte das pessoas não lê a Bíblia. E o melhor jeito de elas conhecerem a mensagem de Jesus é através do testemunho dos crentes.
Ai do mundo, se os crentes não viverem de acordo com o ensino do Evangelho: o mundo não saberá o que é ser um cristão de verdade.
E hoje em dia, amados, há muitas pessoas se dizendo cristãs, mas que não entenderam ainda o que significa isto.
Há cristãos desonestos nos negócios, aproveitadores, que querem tirar vantagem de tudo e de todos.
Há cristãos desobedientes à Bíblia, que se deixam levar pelos “pecados da moda”: bebedices, diversões mundanas, ganância, mentiras, mexericos sobre a vida alheia, sensualidade, e todo tipo de detestáveis idolatrias, de culto ao próprio “ego”.
E o mundo zomba, não sabe o que é ser cristão, e perece por causa do mau testemunho dos “cristãos”.
Por outro lado, tenho a alegria de ver também que existem muitos verdadeiros crentes em Jesus: gente que ama e obedece à Palavra de Deus, que vive em amor, e tem feito com que muitos outros possam crer e serem salvos por causa do seu bom testemunho.
Gente que vive a alegria de ser filho de Deus. Que vive em liberdade do pecado, que não tem medo da morte, que não se submete aos desejos da carne e de Satanás.
Na medida em que o mundo lê o Evangelho nessas vidas, pode entender o significado do amor de Deus, de sua justiça e graça revelados em Jesus Cristo.
3.2. Conte falando o Evangelho
Da mesma forma com a Bíblia diz que nossa vida é uma carta de Deus escrita e lida perante todos os homens, também diz que somos portadores da mensagem de Deus.
2ª Co 5:20
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.
Que conceito lindo: somos embaixadores de Deus. Nossa pátria não é aqui. Nossa pátria está no céu.
Mas estamos aqui neste mundo como representantes do céu, falando em nome de Deus.
Fale da parte de Deus: conte como Jesus curou você dos seus pecados, como ele salvou você da morte eterna.
Dê seu testemunho. Peça a Deus oportunidades para contar aos outros como Deus te livra do mal, como te dá vitória em suas tribulações, como ele supre suas necessidades.
Quando oportuno, aconselhe as pessoas, segundo a Palavra de Deus, para que saibam como é sábia e abençoada a vida orientada por Deus.
Quando oportuno, admoeste, reprove o pecado, reprove em amor, como o fazia Jesus, advirta, com paciência e ensino.
Use folhetos, use boa literatura, incentive as pessoas a conhecerem as doutrinas da Bíblia.
Convide pessoas para a igreja. Aqui elas podem ouvir mais da Palavra de Deus, podem estudar os evangelhos, podem conhecer Jesus e sua mensagem.
Use os meios de comunicação ao seu alcance: as mídias sociais; não se envergonhe de ser crente; não use este recurso precioso para colocar mensagens frívolas; coloque seu testemunho de uma vida bonita. Coloque mensagens de salvação.
Use seus recursos econômicos para que outros possam testemunhar
Contribua com missões. Ore pelos missionários, pelos pastores, pelos evangelistas. Ore pela igreja. Contribua com a igreja. Ajunte tesouros no céu.
Este dia é dia de boas-novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados; agora, pois, vamos e o anunciemos...
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[1] Pv 5:18, 19
[2] Is 1:6
[3] Rm 3:23
[4] Mt 9:12
[5] Rm 6:23
[6] Mc 16:16
[7] 1ª Tm 4:1, 2
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