Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 21 de setembro de 2014

Não peques mais - Jo 8:1-11

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 21 de setembro de 2014
Pr. Plínio Fernandes            Baixe em PDF     Baixe em EPUB     Baixe em MOBI
Meus irmãos, vamos ler João 8:1-11
Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras.  2 De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava.  3 Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, 4 disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.  5 E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?  6 Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo.  7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.  8 E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.  9 Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.  10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?  11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.
Este é uma dos mais belos registros da Bíblia, que nos ensinam quão sábio, amoroso e justo é nosso Senhor Jesus.
Ele estava num dos seus lugares prediletos, o templo em Jerusalém: como ele carinhosamente chamava, a casa de seu Pai, a casa de oração.[1]
Estava se dedicando à atividade mais importante de seu ministério entre os homens: instruía as mentes de seus ouvintes, acerca da vida espiritual.
Então vieram os escribas e fariseus.
Trouxeram à sua presença uma pobre mulher, acusada de ser pega em flagrante adultério.
Eles a fizeram ficar em pé no meio de todos, e de um modo teatral se voltaram para Jesus.
“Mestre”, eles disseram, “esta mulher foi apanhada em flagrante adultério; e na lei, (e nos lembremos: a lei dada por Deus, entregue por meio de anjos, instruções de Deus para a santidade de Israel), na lei Moisés nos ordenou que uma pessoa assim seja apedrejada até à morte”.
Nós podemos facilmente constatar a hipocrisia daquelas pessoas. Porque não levaram também o homem com quem ela adulterava?
Além do mais, os judeus naqueles dias estavam sob o domínio dos romanos, e não tinham autonomia para aplicar suas próprias leis neste caso: somente o governo romano tinha autoridade para condenar alguém à morte.
Mas veja o estratagema:
Se Jesus dissesse que aquela mulher deveria ser apedrejada, os escribas e fariseus o acusariam de rebelião contra os romanos, o que o tornaria digno de morte diante das leis romanas.
Se Jesus dissesse que a mulher não deveria ser apedrejada, os escribas e fariseus o acusariam de blasfêmia por contrariar a lei de Moisés, o que o tornaria culpado aos olhos da nação judaica; um falso Mestre, um falso profeta digno de morte segundo as leis judaicas.
A princípio o Senhor não lhes respondeu nada. Apenas reclinou-se a começou a escrever no chão. O que será que ele escrevia? O que será que ele pensava?
Mas os judeus não estavam interessados nisto; tampouco estavam interessados na justiça: queriam apenas um pretexto para condenar a Jesus, e insistiam na pergunta.
Então o Senhor respondeu: “Aquele que entre vocês estiver sem pecado seja o primeiro a atirar-lhe pedra”.
E diante desta sabedoria insuperável, pois nada pode ser maior que o poder da verdade, cada um deles, começando pelos mais idosos, foram se retirando. Parece que os mais idosos tiveram um discernimento mais preciso, uma consciência mais consistente.
Mas enfim, todos saíram, permanecendo apenas a mulher diante de Jesus.
Então ele se levantou e se dirigiu à mulher: “Onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?”
“Não”, ela respondeu.
“Eu também não te condeno. Vai, e não peques mais”. “Não continue a pecar”.
“Neste tempo que se chama hoje”, nós vamos ouvir e meditar nestas palavras do Senhor: “Eu não te condeno. Não peques mais.” O que elas significam?
1. Elas são uma palavra de perdão
Esta mulher, apesar da injustiça e da maldade dos homens, não estava ali sem razão: ela foi surpreendida em flagrante adultério, e por isto ela era realmente digna de morte aos olhos da lei de Deus.
Ela havia transgredido a lei de amor de Deus, o sétimo mandamento, que diz: “Não adulterarás”.[2]
Mas antes de transgredir esta lei do amor divino, ela já havia cometido outro pecado, violando o décimo mandamento: “Não cobiçarás o cônjuge do teu próximo”.[3]
Agora vejamos o que Deus pensa a respeito do adultério.
Você sabe que existem várias formas de adultério?
1. Vejamos uma delas
Jr 3:8-9
Quando, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério, eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio, vi que a falsa Judá, sua irmã, não temeu; mas ela mesma se foi e se deu à prostituição.  9 Sucedeu que, pelo ruidoso da sua prostituição, poluiu ela a terra; porque adulterou, adorando pedras e árvores.
Uma das maneiras mais lindas de Deus descrever seus sentimentos para com o seu povo é a figura da noiva.
Os profetas usam muito esta analogia.
O Senhor diz que para ele, Israel era como uma mulher jogada no caminho, suja, sem proteção, que ele viu e amou.
Então ele veio a ela, e a limpou, e lhe colocou vestidos bonitos, e adornou sua noiva, cuidou dela para ele.
Mas Israel olhou para outros deuses.
O Espírito de Cristo descreve a idolatria de Israel e Judá, os reinos do norte e do sul, como adultério.
Tanto um reino como o outro havia se prostituído adorando imagens feitas de pedra e de madeira, violando desta maneira a sua aliança com Deus.
O Senhor havia aguardado ansiosamente que sua noiva, a nação israelita se arrependesse, reconhecesse seus pecados e voltasse, mas o seu povo não quis, por isto a aliança com Deus terminou em divórcio: eles se separaram.
2. Outra forma de adultério nós lemos em Tiago
Tg 4:1-4
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.  5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?
A ARC diz: “Adúlteros e adúlteras”
Quando o crente flerta com o mundo, quando o crente é amigo do mundo, quando o crente ama ao mundo, isto é adultério.
O Senhor tem ciúme, mas sabe o que acontece quando o ciúme não é aplacado? Ele se torna em inimizade. Por isto aquele que quer ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus
3. E existe o sentido mais básico, no qual Deus fala sobre o pecado do adultério: o adultério conjugal.
É o caso desta mulher. É o caso de muitos israelitas nos dias de Malaquias.
Ml 2:13-17
Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão.  14 E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.  15 Não fez o SENHOR um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.  16 Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.  17 Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?
O Senhor está falando a pessoas aparentemente piedosas e que buscavam a Deus intensamente.
Vinham à presença de Deus, e cobriam seu saltar com lágrimas, choros e gemidos.
E faziam suplicas fervorosas ao Senhor dos Exércitos.
Mas ele não ouvia suas orações.
E eles perguntavam: “Porque, Senhor, não nos aceitas? Porque não aceitas a nossa oração? Porque, como fizeste com Caim, não aceitas a nossa oferta?”.
E o Senhor, em sua misericórdia que não tem fim, respondeu: “Porque foste desleal com a mulher da tua mocidade. Foste desleal com a mulher com quem fizeste uma aliança na presença do Deus da aliança. O Senhor não está aceitando teu culto porque tu fazes coisas que Deus odeia.”
Esta deslealdade, Deus diz a Israel, estava se manifestando de três modos:
O ser humano é desleal à aliança quando repudia, isto é, se divorcia de sua mulher. Pois o casamento é uma aliança perpétua, que o homem não deve quebrar.
O homem também é desleal à aliança do casamento quando trata o seu cônjuge com violência, seja violência física ou emocional.
E o ser humano também é desleal quando nutre um sentimento de infidelidade, isto é, quando em seu coração deseja outra pessoa que não a sua esposa ou seu marido.
Por isto foi que nosso Senhor disse que adultério não é apenas um homem e uma mulher concretizarem relações sexuais com que não lhes pertence de direito.
Ele disse que se um homem, e é claro, uma mulher, olhar para outra pessoa com desejos de cobiça, no seu coração já está adulterando.
O adultério é um pecado terrível que nasce no coração.
Que leva à mentira, à vida dupla, à destruição de casamentos, à destruição do coração do cônjuge e de filhos.
E que acima de tudo entristece o coração de Deus, que afasta a presença do Senhor, de sorte que ele não ouve as orações, não aceita o culto, não aceita as lágrimas.
E ela estava ali, na presença de Jesus, diante de Deus.
Jesus odeia o adultério. Jesus odiava o que aquela mulher tinha feito.
Ninguém precisava apedrejá-la, ninguém precisava condená-la, porque ela estava condenada por seu próprio pecado.
Então o Senhor, que odeia o pecado, mas que ama o pecador, o Senhor cujas misericórdias não tem fim, mas que se renovam a cada manhã, o Senhor se levanta e diz: “Eu não te         condeno”.
Meu amado ouvinte, amado de Deus, o Senhor Jesus veio ao mundo para trazer esta palavra de perdão.
O Senhor manda lhe dizer que Jesus veio ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Qual é o teu pecado? Quais são os teus pecados?
Talvez você seja um adúltero, como aquela mulher.
Talvez você esteja vivendo uma vida dupla, de infidelidade para com sua esposa, ou para com seu marido, ou para com sua namorada.
O adúltero é sempre um mentiroso, uma pessoa que age com falsidade, e se for uma pessoa religiosa a falsidade é maior ainda.
Mas Jesus ordena que seja proclamada a palavra da salvação, do perdão.
Talvez o seu adultério seja religioso, isto é, talvez você tenha uma falsa religião, seja uma pessoa que comete coisas que Deus odeia.
Deus odeia a adoração de imagens: imagens de outros deuses, como os deuses da umbanda, imagens dos santos, imagens dos antepassados em fotografias.
Deus odeia o culto aos mortos, o culto aos anjos, a invocação dos mortos e de outros seres que não sejam o Senhor.
Talvez seu adultério seja o flerte com o mundo, quem sabe você esteja “ficando” com o mundo. Você vem à igreja, mas gosta do mundo. Uma diversão mundana. Um trabalho mundano. Uma atitude mundana na maneira de se vestir: sensualidade, falta de modéstia.
Se as coisas são assim, Deus odeia o que você faz. Mas ele me ordena dizer que ele ama você, e veio a mundo para perdoar, para viver em paz com você.
Ele morreu na cruz para perdoar teus pecados.
Mas a palavra de perdão nunca está sozinha.
2. Ela é também uma palavra de santificação...
 Elas são uma palavra de arrependimento
“Eu não te condeno”, diz o Senhor. “Vai, e não peques mais”.
- Não continue no seu pecado. Não volte a adulterar.
- Olhe, você tem pecado. Você tem caído.
- Eu vim para perdoar você.
- Mas eu vim também para refazer a tua vida.
- Eu vim para mudar o seu proceder.
- Eu vim para que você não peque mais.
Esta mudança de proceder, a Bíblia chama de “arrependimento”.
Literalmente, significa: “mudança na maneira de pensar”.
A maneira como pensamos determina a maneira como nos comportamos.
Assim, se alguém está pecando, ou vivendo em pecado, é porque em seu pensamento aquele comportamento de alguma forma lhe é vantajoso.
1. Por exemplo, a pessoa que se entrega às falsas religiões
Quando uma pessoa se prostra diante de uma imagem, e faz diante dela a sua oração, é porque esta pessoa entende que há um ser espiritual que irá responder aos seus pedidos.
Quando uma pessoa vai para uma encruzilhada ou uma cachoeira e ali coloca suas oferendas diante de determinado espírito, é porque em seu entendimento aquele espírito irá satisfazer            os desejos do seu coração.
Estas pessoas não entendem que com isto estão desagradando a Deus.
E às vezes uma pessoa começa a perceber que está desagradando a Deus, mas tem medo de desagradar aos seus ídolos, e ser castigada por eles, por isto prossegue em seu caminho de pecado.
Mas quando o entendimento de alguém é esclarecido, quando ele percebe que ninguém é maior que Jesus, e que nenhum outro pode ser adorado, a não ser ele, então esta pessoa         muda de comportamento.
Ela perde a confiança naqueles que não são Deus, ela destrói suas imagens, ela se volta para Jesus de todo o coração.
2. Da mesma forma o cristão que está amando as coisas do mundo
Porque ele ama o mundo?
Porque em seus pensamentos, aquelas coisas mundanas não são realmente assim tão más; não vão fazer com que ele “perca a sua alma”. [4]
Ele ama o poder, ele ama o dinheiro, ele ama os bens materiais.
E como consequência disto surgem outros pecados: a mentira, a agressividade, a calúnia, as inimizades, a ira, as artimanhas, as contendas, os ciúmes, a desonestidade nos negócios.
Até o momento em que ele toma consciência do zelo do Senhor por ele. Até que ele percebe a santidade de Deus, e diante da santidade de Deus ele fica constrangido com os            seus pecados, e o seu coração se entristece.
E seus olhos são abertos. Ele diz: “Eu estava cego, e agora vejo”.
3. Da mesma forma a pessoa que está em adultério conjugal
De alguma forma ela se sente gratificada pelo seu pecado, e mesmo tendo alguma noção segue adiante.
Talvez se sinta atraída pela aparência de outra pessoa.
Talvez se sinta frustrada em sua vida conjugal.
Seja qual for a razão, ela pensa que o pecado não é assim tão pecaminoso.
Até que ela percebe que desagrada a Deus.
E que suas orações não estão sendo atendidas, mas que sua vida espiritual se enfraqueceu.
Até que ela percebe como é grande o amor do Deus que é santo, santo, santo.
Então ela tem nojo de seu comportamento, ela tem raiva do pecado.
Ela muda sua maneira de pensar.
Ela se arrepende, e abandona seu pecado.
E foi por isto que Jesus disse à mulher: “Não continue em seu pecado”.
Vamos ler Lc 5:30-32
Os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: Por que comeis e bebeis com os publicanos e pecadores?  31 Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.  32 Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.
E sabe o que acontece quando uma pessoa que está em pecado se arrepende?
Lc 15:7
Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
Lc 15:10
Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
O coração de Deus se alegra.
Você quer alegrar o coração de Deus? Você quer ter suas orações respondidas? Quer teu culto aceito?
Arrependa-se. Mude seus conceitos. Mude seu comportamento.
Aquele que cobiçava não cobice mais.
Aquele que furtava não furte mais.
Aquele que mentia não minta mais.
Aquele que fazia mexericos não os faça mais.
Aquele que amava o mundo não ame mais.
Aquele que adorava ídolos não adore mais.
Aquele que adulterava não adultere mais.
Antes se humilhe debaixo da grandiosa mão de Deus.
“Eu não te condeno. Não peques mais”.
Esta é uma palavra de perdão. Esta é uma palavra de arrependimento, de santificação.
E também...
3. Elas são uma palavra de libertação
Pois há uma ordem do Senhor Jesus para esta amada mulher. Amada do Senhor.
“Vai, e não peques mais”.
Aqui está implícito algo grandioso, que vou ilustrar com outras histórias registradas na Palavra de Deus:
Você se lembra quando Israel estava cercado pelo inimigo diante do Mar Vermelho, e Moisés clamou ao Senhor. O Senhor ouviu a oração de Moisés.
“Porque clamas a mim?”, disse o Senhor, “Diga aos filhos de Israel que marchem” [5].
Então, depois que eles começaram a marchar, o Senhor abriu as águas do mar diante deles, e eles atravessaram como se fosse terra enxuta.
Você também deve se lembrar daquele paralítico que foi levado pelos quatro amigos diante de Jesus.
Jesus lhe perdoou os pecados, e depois também disse ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.” [6].
Imediatamente o paralítico se levantou, e se pôs a andar.
Ou quando Jesus diz ao irmão de Marta e Maria, que já havia falecido há quatro dias: “Lázaro, sai para fora”. Lázaro ressuscitou[7].
O que desejo dizer é que quando o Senhor nos dá uma ordem, sua Palavra é também uma palavra de libertação e capacitação.
Quando ele diz a esta mulher: “Não peques mais”, ele está lhe dando também a espiritualidade, a disposição que ela precisa para ser livre de seu pecado.
Digo livre de seu pecado porque o pecado não é apenas uma condição espiritual de irresponsabilidade, mas também é uma condição de verdadeira escravidão da vontade de cativeiro da mente.
E ao mesmo tempo em que a mente e a vontade humana agem de acordo consigo mesmas, existe uma verdadeira manipulação maligna, cegando o entendimento das pessoas.
Quem pratica o pecado é escravo do pecado.
E quem pratica o pecado está também obedecendo ao pai do pecado.
Leiamos 2ª Tm 2:24-26
Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, 25 disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, 26 mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade.
Ora, o servo do Senhor deve instruir, disciplinar, com paciência e expectativa que através disto Deus conceda arrependimento... e sejam livres dos laços do diabo.
Pois quando Jesus fala à mente, quando Jesus instrui o coração, ele concede libertação dos laços do diabo.
Vai, e não peques mais significa: “Você está livre. O diabo não terá domínio sobre seu coração, sobre sua mente...”.
Conclusão
Sabe por que eu trouxe esta mensagem hoje?
Porque o Senhor ordenou
Que eu pregue boa palavra ao cansado
Que eu pregue libertação aos cativos
Que eu abra a vista dos cegos
E anuncie que é hora de voltar pra Deus
Que é hora de sacudir o jugo de Satanás, o peso do pecado
Deus mandou dizer que ele não te condena – ele não veio para condenar, mas para salvar o mundo
Deus mandou ordenar que se arrependam – que não pequem mais
Deus ordenou proclamar libertação em Jesus – que sejam desfeitos os laços do diabo
Aplicação
1. Você que está escravizado a sentimentos impuros, a desejos lascivos, a cobiças e outras coisas inconvenientes
Você que está escravizado a falsos deuses
Você que está escravizado ao mundo
Deus te chama ao arrependimento, à fé, à conversão, à liberdade
Creia em Jesus, creia na Palavra de Deus. Creia no perdão de Deus. Não fique condenado numa vida de pecado. Desperte e viva.
2. Você que percebe outras pessoas cativas do pecado
Ponha-se a orar por elas.
Anuncie a elas a Palavra de Deus: confie que o evangelho de Jesus é o poder de Deus para a salvação.





[1] Ex.: Lc 2:49, 19:46
[2] Êx 20:14
[3] Êx 20:17
[4] Mt 16:26
[5] Êx 14:15
[6] Mc 2:11, 12
[7] Jo 11:43, 44

domingo, 14 de setembro de 2014

Não deixe que Satanás roube você - Gl 1:6-9

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 14 de setembro de 2014
Pr. Plínio Fernandes                Baixe em EPUB     Baixe em PDF     Baixe em MOBI
Meus amados irmãos, vamos ler Gálatas 1:6-9
Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.  8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.  9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
Cristo se entregou a si mesmo pelos nossos pecados. Em seu amor ele morreu em nosso lugar, levando sobre si o castigo que era nosso. Na morte de Jesus, ele morreu a nossa morte, para que já não mais caia sobre nós o castigo de eterna condenação. E ressuscitou para que, unidos a ele pela fé, possamos viver para Deus em novidade de vida. Essa é a Palavra do Evangelho, a boa notícia que a Bíblia nos trás sobre a salvação de nossas almas.
Nós somos evangélicos! Somos pessoas conhecidas e chamadas como povo que crê, obedece e vive de acordo com esta mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Como evangélicos, somos portadores, em nossa mente e coração, desta mensagem especial e única. Somos portadores de uma fé que nos trouxe ao conhecimento do amor de Jesus Cristo tem por nós. Somos portadores de uma fé que nos torna livres da escravidão ao mal, ao pecado e às forças espirituais das trevas. Somos portadores de uma fé que nos leva a conhecer por experiência a bondade de Deus para conosco.
O evangelho é uma mensagem maravilhosa: ele nos dá salvação da alma; ele nos dá perdão dos pecados. Vida eterna nos céus, vida transformada na Terra. Vida de santidade. Ele nos dá alegria. O evangelho é o maior tesouro que um homem pode ter, a sua maior riqueza. Ter o evangelho é ter o reino de Deus.
Agora, a palavra “evangelho” quer dizer “boa notícia”, é uma mensagem, uma palavra de Deus. Sendo assim é, este tesouro não pode ser guardado em cofres de banco, mas um tesouro que se guarda no coração e na mente, em nosso ser interior, em nossa alma.
Acontece que, assim como existem ladrões que roubam os tesouros terrenos, existe um ladrão, a quem a Bíblia chama de Satanás, que busca roubar este tesouro das almas humanas. Satanás, aquele príncipe do mal, cujo nome, quer dizer “adversário”, “inimigo”. Ele tenta tirar o evangelho dos corações humanos, para que os homens não creiam e sejam salvos.
Como o evangelho é uma mensagem, e assim um tesouro que se guarda no coração, o ladrão de almas tenta atacar do coração humano, através da mente, para que o evangelho não possa frutificar ali.
O adversário faz isto com todos os homens: ele ataca a mente e o coração dos que não conhecem o poder do evangelho, cegando o entendimento deles, no intuito de fazer com que não venham a crer (2ª Co 4:3,4). Ele usa de todas as formas de mentira para isto; ele até mesmo faz com que as pessoas pensem que ser evangélico é perigoso para a alma. Certa vez, quando trabalhava como missionário em Manaus, eu li uma “instrução doutrinária para cristãos”, onde o escritor dizia que quando o diabo quer enganar o cristão ele faz duas coisas: uma delas é tentar levar o cristão a ser maçom, a outra é levar o cristão a ler a Bíblia e virar crente.
Mas ele ataca também a mente e o coração daqueles que já creem no evangelho. Dali ele também tenta arrancar esta mensagem de salvação.
E de que forma ele ataca? Nem sempre se apresenta de forma grotesca, dizendo que o evangelho não é verdade. O que ele faz é tentar alterar o evangelho, mudar o seu conteúdo, acrescentando outras coisas, ou tirando algumas, e desta maneira, o evangelho, deixando de ser puro, se tornaria ineficaz. Continua a parecer com evangelho, mas não é mais. Nas palavras de Paulo, é “outro evangelho”, e assim já não é mais o genuíno, já não é mais o mesmo.
Para fazer uma comparação: se uma pessoa coloca água no suco de uma fruta e vende como se fosse o suco puro, ou uma pessoa que mistura querosene na gasolina e vende como se fosse gasolina pura.
Assim também a vida do crente se torna menos que evangélica. É disto que trata esta carta aos Gálatas. Quando Paulo a escreveu, um perigo muito grande estava ameaçando a vida espiritual dos crentes da Galácia. Um perigo que não era novo:
No cap. 2:4, ele menciona falsos irmãos, “fiscais da liberdade” dos crentes, pessoas que ficavam como que à espreita, e querendo reduzir a vida dos cristãos a uma fé escrava de obras humanas. Em 2:11-13 ele diz que até mesmo Pedro e Barnabé, a certa altura de suas vidas, deixaram-se envolver e se tornaram dissimulados.
E no cap. 1:6, vemos que agora os crentes da Galácia estavam se afastando do evangelho, e se afastando assim da graça de Deus.
Sim, irmãos, Satanás quer tornar a nossa vida menos que evangélica. Ele quer tirar as coisas que Deus nos dá em sua graça. Ele quer tirar sua fé, roubar sua alegria, seu espírito de louvor e adoração, sua liberdade em Cristo, ele quer que você não receba o que Deus tem para te dar. Ele quer de novo colocar sobre você um jugo de escravidão.
Nesta carta Paulo está ensinando os crentes como guardar o evangelho no coração, como não deixar que ele seja roubado. Como desfrutar do evangelho em sua plenitude. Como guardar o evangelho?
Lembrando que o lugar que Satanás ataca é o nosso coração, através da nossa mente, o que precisamos fazer é alimentar e fortalecer o nosso entendimento.
1. Entenda o que é o evangelho
Leiamos novamente o v. 6
Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho
Depois de ter anunciado, nos vs. anteriores, que Cristo morreu para nos livrar deste mundo mau, o Espírito nos diz que o evangelho, isto é, a boa notícia, é o evangelho da graça de Cristo.
O que isto significa? O que quer dizer? Significa que Jesus Cristo, o Filho de Deus, tem para conosco uma disposição bondosa, amorosa, favorável, de acordo com a qual ele não nos trata segundo os nossos pecados. Significa que, uma vez que cremos em Cristo como aquele que se entregou por nós, Deus, em vez de nos punir por nossos erros, nos abençoa ricamente.
Eu gostaria de provar isto com três demonstrações bíblicas
1.1 – Uma declaração doutrinária
Ef 2:7-9
...para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.  8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie.
De acordo com esta Palavra aqui registrada, isto é graça: é Deus ser bondoso para conosco, concedendo-nos a salvação apenas porque cremos em Jesus, e não como recompensa por nossas obras. E até mesmo a fé que temos é um dom da graça de Deus.
1.2 – Um fato histórico – Gn 28:10-16
Gn 28:10-17
Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã.  11 Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir.  12 E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.  13 Perto dele estava o SENHOR e lhe disse: Eu sou o SENHOR, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência.  14 A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra.  15 Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido.  16 Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.  17 E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus. 
Jacó estava fugindo da casa de seu pai, depois de ter feito tudo errado: havia mentido para o seu pai e roubado seu irmão. Seu modo de vida justificava o nome que tinha: enganador, usurpador. Jacó era um espertalhão que não merecia nada, nem da parte dos homens nem da parte de Deus, e agora precisou fugir de casa, pois seu irmão desejava matá-lo. Estava colhendo o que plantara.
Mas Deus, graciosamente se revela a Jacó, e lhe faz promessas graciosas, que se cumprem. Foi assim, pela graça, e não por suas obras, que Jacó veio a conhecer a Deus. Mais tarde, em Romanos cap. 9, Paulo explica que esta maneira graciosa de lidar com Jacó é também a maneira pela qual ele lida com todos os seus escolhidos.
1.3 – Uma parábola de Jesus
Mt 22:10
E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados.
Jesus está aqui concluindo uma parábola, uma estória na qual destaca esta grande mensagem: o reino de Deus, a salvação é uma dádiva da graça de Deus, sem que nós a mereçamos.
Deus, nosso Pai, não é um Deus irado, furioso conosco, zangado, que fica com um caderno na mão anotando todas as coisas erradas que fazemos para depois nos lançar no inferno. Ele não é um Deus destrutivo que vive espreitando cada ato nosso, para a cada falha que cometermos “enviar um raio do céu”. Ele não é um Deus que fica colocando falsos irmãos para espreitar a liberdade que temos em Cristo de modo que depois fica nos acusando de nossas falhas.
Ele é Deus de amor e bondade, que nos trata com amor e compaixão. Ele é Deus que nos abençoa livremente, que tem prazer em perdoar, em restaurar nossa vida, de nos fazer renascer em sua história a cada instante.
Então, mesmo que você seja um traiçoeiro como Jacó, um blasfemo como Paulo, um adúltero como Davi, um feiticeiro como Manassés, se você se voltar para Deus, reconhecendo que não merece nada a não ser castigo, mas suplicar a graça, crer na graça, é a graça que você receberá.
Satanás não quer que você creia nisto. Ele que lhe convencer de que, além da graça, você precisa outras coisas: você precisa obras, você precisa leis, você precisa sinais sobrenaturais, seres sobrenaturais como anjos e espíritos.
E sabe por que Satanás não quer que você creia neste evangelho da graça? Porque este evangelho da graça não é de Satanás: ele é o evangelho da graça de Cristo. E o que é de Cristo Satanás não deseja para você.
Então, em segundo lugar...
2. Entenda a origem do evangelho: ele vem de Cristo
No v. 6 de nosso texto, Paulo enfatiza muito que esta palavra da graça de Deus não é algo que ele inventou, ou que outros homens tenham inventado e agora queriam obrigar os outros a crerem. No v. 1, ele inicia dizendo que não foram homens que o constituíram apóstolo, mas Deus Pai, e o Senhor Jesus Cristo. Nos vs. 11 e 12, que este evangelho que pregava não era invenção humana, mas revelação de Jesus Cristo. E no v. 4, que este evangelho da cruz é a manifestação da vontade de Deus. Esta é a glória do evangelho: não é invenção humana, não é uma fábula engenhosamente elaborada.
Aliás, quando os homens criam religiões, são incapazes de criar uma religião livre de cargas para a consciência; são mandamentos humanos que não podem salvar.
Mas a palavra do evangelho não é uma palavra que escraviza a mente dos homens, que coloca uma canga, um fardo pesado, difícil de ser carregado, para tornar o homem merecedor do céu; ao contrário, é uma palavra libertadora. Isto porque é uma palavra que tem origem na mente de Cristo e de Deus Pai, em comunhão com Deus o Espírito Santo: a origem do evangelho é divina.
É o meio de salvação criado por Deus. É o meio de salvação colocado em ação por Deus. É o meio de salvação concluído por Deus. Por isto também que em Ap 14:6 ele é chamado evangelho eterno. Por isto ele é chamado poder de Deus para a salvação.
Rm 1:16,17
Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.
Eu quero enfatizar: é poder de Deus. É poder para a salvação e para toda a vida, pois toda a vida do justo é baseada na fé em Cristo. É poder para a salvação de todo o que crê: não do que merece, não do que não peca, não do místico. É para a salvação de qualquer um que nele creia, seja judeu, grego, ou de qualquer outra nacionalidade.
É por isto também que quem crê no evangelho não se envergonha dele: conhece o seu poder.
Então, em terceiro lugar...
3. Entenda o poder que o evangelho tem em si mesmo
vs. 8 e 9
Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.  9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
Estes versículos nos dizem muito claramente que ao evangelho da graça de Jesus nada deve ser acrescentado; em nada ele pode ser mudado.
Aliás, o pronunciamento que o apóstolo faz em relação àqueles que aumentam alguma coisa é muito forte: seja anátema, isto é, seja amaldiçoado. Porque uma condenação tão forte? Porque aquele que adultera o evangelho está desviando os homens para o caminho da perdição eterna.
Quanto a isto, existem alguns cuidados especiais que precisamos tomar.
3.1 – Não podemos acrescentar, nem deixar que seja acrescentada alguma nova revelação, nem outro ingrediente de salvação
Mesmo que “venha um anjo do céu” para acrescentar alguma coisa.
Por exemplo, meus irmãos, o mormonismo, o espiritismo, a igreja messiânica, estas religiões, ainda que se digam cristãs, se apresentam como fruto de revelações angélicas. E suas revelações vão além de tudo quanto a Bíblia nos ensina. Mas se uma pessoa conhece o ensino bíblico e nele crê, então reconhece que estas religiões são do tipo de doutrina que Paulo está nos ensinando a rejeitar.
Neste contexto vale a pena lembrar o que ele também nos ensina em 2ª Ts 2:1-3
Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos 2 a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.  3 Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição...
Aqui ele está se dirigindo a irmãos que estavam se deixando perturbar por ensinos errôneos, referentes à volta do Senhor Jesus.
Mas o que eu desejo destacar é a fonte dos ensinos errados: espírito (revelação), palavra, epístola, que não procediam do ensino apostólico.
Não se deixe enganar por revelações que não condizem com o ensino da Bíblia.
3.2 – Não podemos acrescentar práticas de ordenanças da lei mosaica
5:3, 4
De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.  4 De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.
Havia aqueles que diziam que não era suficiente crer em Jesus, mas que além disto as ordenanças religiosas de Moisés deveriam ser obedecidas. Leis que envolvem circuncisão; leis que envolvem guardar o sábado como único dia religioso aceitável a Deus; leis que envolvem o abster-se de alimentos.
E não há limites para o que a desobediência humana quer realizar: até o reviver as festas judaicas, e templos judaicos, e até a “arca da aliança” alguns querem de volta, pois parece que tudo quanto Jesus sofreu na cruz não é suficiente.
Estou pensando em certa “professora bíblica”, a quem eu ouvi se queixando de que seu aluno comeu salsicha, abandonando assim a doutrina por ela ensinada. Ela lamentava que todo o seu ensino estava se revelando sem efeito. Deixe-me dizer como isto é perigoso:
Em Mc 4:19 está escrito que Jesus ensinou que todos os alimentos são puros, porque o que o que faz o homem pecar não é o que ele come, mas a impureza do seu próprio coração.
Leiamos também Hb 13:9
Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração confirmado com graça e não com alimentos, pois nunca tiveram proveito os que com isto se preocuparam.
E 1ª Tm 4:1-5
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, 2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, 3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; 4 pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, 5 porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.
Ora, os que querem ser justificados na lei de Moisés não são justificados pela graça, não vivem pela graça, da graça estão separados.
3.3 – Não podemos acrescentar a prática de boas obras – pelo simples fato de que por melhores que sejam nossas obras, sempre de alguma forma serão imperfeitas, contaminadas pela presença do pecado.
E acrescentemos: se é pela graça, já não é pelas obras, do contrário a graça não é graça (Rm 11:6).
Nem tão pouco práticas de asceticismo religioso: estas coisas não podem, nem nos salvar, nem nos santificar:
“Não toques nisto, não faças aquilo outro;... visões, culto a anjos”, como diz o apóstolo Paulo, embora tenham aparência de santidade, não tem valor algum contra a sensualidade (Cl 2:23).
Novas revelações não tem origem em Deus, ao contrário, são enganos de demônios. Nada destas coisas podem realmente transformar o homem.
O que pode realmente transformar o homem? Será que basta crer em Jesus, e só isso? A resposta evangélica é que basta crer em Jesus: e isto é tudo, e quero dar duas razões.
Primeira: tudo o que Deus requer de nós se cumpre numa palavra:
Gl 5:14
Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Quem ama o próximo, diz o apóstolo João, ama a Deus.
E como disse Santo Agostinho: “Ame a Deus e faça o que você quiser”. Sabe por quê? Quem ama a Deus e ao próximo não rouba, não engana, não mata, não adultera, não toma o nome do Senhor em vão.
Quem ama a Deus e ao próximo vence o pecado.
Gl 5:22 e 23
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
O fruto do Espírito é amor
Segunda razão: quando cremos em Jesus, o Espírito de Cristo vem morar em nosso coração.
Gl 3:1-3, 5, 14
Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?  2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?  3 Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?
v. 5
Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
v. 14
Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
E assim, a vontade de Deus se cumpre, não naqueles que acrescentam coisas ao evangelho, mas naqueles que simplesmente creem, pois eles têm o Espírito, e este Espírito os leva a amar. O amor é o que nos leva a viver santamente. Por isto o evangelho é tudo quanto precisamos, e nada mais.
Conclusão
Os irmãos da Galácia estavam correndo um risco muito grande quando Paulo escreveu, pois estavam permitindo que doutrinas estranhas, legalistas, humanas, os enganassem, afastando-os da simplicidade do evangelho de Jesus. Mais uma vez Satanás, o pai da mentira, estava com suas estratégias. Ele dizia: “É assim que Deus disse? Mas não é bem assim: vocês não podem confiar que não precisam fazer nada, que basta crer...”.
Bem, irmãos, vemos assim que Satanás não muda de estratégia: sua grande arma é a mentira. Nos dias de hoje ele continua a inventar, ou melhor, a reavivar suas velhas mentiras:
Nos dias de hoje ele continua a inventar, ou melhor, a reavivar suas velhas mentiras, de várias maneiras.
Por exemplo, há uma volta ao legalismo judaizante: alguns que se dizem apóstolos, e que cativam milhares de pessoas com ideias de que se deve voltar às práticas judaicas, como as festas religiosas, os sábados.
Alguns dizem que crer em Jesus não é suficiente para que as maldições sejam quebradas (Gl 3:13), você também precisa fazer campanhas especiais ou coisas parecidas, em vez de simplesmente crer. Para vencer o poder do inimigo você precisa usar uma mezuzá*, ou algum outro tipo de apetrecho protetor, como medalhas e coisas parecidas. Um evangelho que não é evangelho, mas uma escravidão a ideias mágicas, longe da graça de Deus.
Há também outra espécie de legalismo: o legalismo cultural, apresentado como se fosse doutrina da Palavra de Deus, mas apenas baseado em tradições humanas.
Esta espécie de legalismo diz que sua religião tem que ser milimetricamente articulada, que você não pode ser muito alegre nem muito triste, que você não pode mexer muito os braços, que você não pode comer certas coisas, que você não pode fazer isto, não pode fazer aquilo.
Há muitas pessoas que, iludidas com as mentiras de Satanás não cortam cabelos, usam roupas longas em excesso, e também não conseguem uma vida realmente livre do pecado: escravas da língua ferina, da mentira, da falsidade, do farisaísmo, da pretensa santidade.
Há também pessoas escravizadas a pretensos apóstolos, judaizantes por um lado, promotores do culto ao dinheiro, por outro, cujo deus é o ventre, visto que só se preocupam com coisas terrenas.
Mas amados, Jesus não morreu na cruz para que tenhamos uma bela conta bancária. Nem o carro importado, nem uma senhora casa. Jesus morreu na cruz para nos livrar do amor ao pecado, para nos livrar dos falsos deuses.
Aplicação
Mas como ser uma pessoa livre das mentiras de Satanás? Como ser uma pessoa livre do pecado? Como ser uma pessoa livre do amor ao “deus Mamon”, isto é, ao dinheiro e bens materiais? Como ser uma pessoa livre de tradições e mandamentos humanos que tiram a alegria, que transformam os filhos de Deus em pessoas pesarosas, engessadas numa religiosidade sem vida, hipocritamente cantando, com o coração longe de Deus? Como experimentar o genuíno fruto do Espírito?
1. Eu quero fazer um convite a você que está me ouvindo, mas que ainda não tem certeza de que é salvo:
Você entendeu o que você precisa fazer para ser salvo? É desistir de crer si mesmo, em suas próprias obras, como fonte de salvação. É crer em Jesus. Quando você desiste de si mesmo e crê em Jesus, a isto a Bíblia chama de arrependimento.
Então, é chegar-se a Deus através da fé em Jesus e dizer: “Senhor, eu sou um pecador, e não posso salvar-me a mim mesmo, não tenho poder em mim mesmo que me transforme. Então eu me achego a ti em nome de Jesus: eu peço que o Senhor perdoe os meus pecados, que o Senhor envie a mim o Espírito Santo, o Espírito de Jesus, para que ele me transforme no tipo de pessoa que o Senhor quer que eu seja.”
Ap 3:20
Eis que estou à porta e bato (Jesus estava se dirigindo a pessoas religiosas, mas cujo coração estava fechado para com ele): se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo.
Você começará, agora mesmo, uma vida nova.
2. Mas a você que é crente eu quero exortá-lo e encorajá-lo, a conhecer mais o evangelho, para crescer na graça de nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditar e praticar mais este evangelho libertador. Estude e medite nas Escrituras, para melhor conhecer a Deus, e o que ele deseja e tem feito por você. Estude esta carta aos Gálatas: foi a carta que libertou Martinho Lutero e o mundo ocidental no séc. XVI, da tirania das falsas doutrinas da Idade Média. Martinho Lutero a chamou de “A carta da liberdade cristã”. Quero exortá-lo e encorajá-lo: o que houver em sua vida, em seus pensamentos, suas práticas, que não for evangelho, tenha a coragem de jogar fora. Quero exortá-lo e encorajá-lo a simplesmente crer que quem tem Jesus tem tudo, e assim pode viver de modo maravilhoso, alegre, pleno, poderoso.




* “Objeto sagrado” judeu, contendo um pergaminho com textos bíblicos, e que é usado nos umbrais das portas simbolizando a proteção de Deus. Alguns grupos que se apresentam como evangélicos tem adotados esta e outras práticas supersticiosas, afastando-se a sim da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2ª Co 11:2, 3).
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