Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 28 de junho de 2015

Encorajamentos à oração - Lc 11:5-8

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 28 de junho de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler no Evangelho de Lucas, o cap. 11:5-8
Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, 6 pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer.  7 E o outro lhe responda lá de dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; 8 digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade.
Nosso Senhor está nos ensinando sobre a maneira de alcançarmos bênçãos das mãos do Pai celestial através da oração.
Vale a pena lembrar que “Jesus veio do céu”, sabe como são “as coisas do céu”, e em tudo quanto fez, em tudo quanto ensinou, o Senhor estava revelando a nós a vontade do Pai, e a disposição que há em Deus, de nos cobrir a cada dia com sua infinita bondade, com sua maravilhosa graça.
E aqui, depois de ensinar, nos vs. 2-4, o que pedir - tanto “material” quanto “espiritual”, o Senhor passa então a inculcar em nós a certeza de que se orarmos, o Pai atenderá.
Ele faz isto através de uma ilustração.
Ele nos convida imaginar que certa noite, já bem tarde, toda a nossa família já deitada, um vizinho bate à nossa porta, e nos pede que o ajudemos.
Este vizinho, ainda do lado de fora, nos diz que acaba de receber um amigo distante, que chegou cansado da viagem, mas que ele, o vizinho, não tem nada com que possa servi-lo naquela hora. Então este vizinho pede a você: “Poderia emprestar-me três pães”?
Você se recusaria a ajudá-lo? É claro que não! Mas imediatamente se dispõe e dá ao seu vizinho o que ele necessita.
O ponto central está no v. 8: se não for pela amizade, certamente atenderá por causa da importunação - literalmente “porque seria uma falta de vergonha”, uma desonra para o dono da casa, o deixar de atender o amigo.
Dará tudo o que precisar.
E disto Jesus tira implicações para os nossos pedidos a Deus: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á... o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem…”. (v.s 9-13)
Eu desejo destacar algumas razões para termos a certeza de que Deus atende às nossas orações.
1. Deus atende as nossas orações por uma questão de amizade
Duas vezes nesta parábola aparece o conceito de amizade
No v. 5, nas palavras do vizinho que se dirige a você como seu amigo.
E no v. 8 - “Se não se levantar por ser seu amigo”...
Uma das razões que leva o necessitado a ir com confiança é que ele e seu vizinho são amigos.
Quando existe amizade, existe afeto, carinho, a boa disposição de receber, de servir, de oferecer do que é nosso, mesmo quando isso implica algum sacrifício.
Tempos atrás, quando morava numa cidade do interior, era mui frequente o recebemos amigos em casa, que gostavam de passar uns dias conosco.
Mas numa destas ocasiões, nós estávamos passando por um momento difícil. Quando nossos amigos chegaram, “de repente”, nós nos sentimos um pouco constrangidos nos primeiros dez segundos; mas imediatamente começamos a tomar providências no sentido de recebê-los bem, o que fizemos com muita alegria. Fiz o melhor, mesmo que não tivesse muitos recursos econômicos.
Jesus está nos dizendo que esta é a disposição do coração de Deus: aos que nele creem, aos que o amam, ele os chama e trata como amigos.
E para os nossos amigos nós não negamos o que eles precisam.
Eu desejo destacar esta amizade que Deus professa ter conosco.
Is 41:8
Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo...
Jo 15:14,15
Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.
Jo 15:13
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
O mais surpreendente é que esta amizade entre nós e Deus, só é possível por causa da iniciativa dele mesmo.
Se Deus não tivesse tomado a iniciativa de fazer-nos amigos dele, nunca de nós mesmos, teríamos nos voltado para ele.
Cl 1:21,22
E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,
Aqui Paulo descreve a disposição mental do homem em relação a Deus: não é amigo, e o antônimo de amigo é inimigo.
O que acontece em nosso relacionamento com uma pessoa qualquer, se não existe amizade entre nós e ela?
Nós não nos sentimos muito à vontade na presença dela, não temos comunhão com ela.
Assim éramos nós para com Deus: por causa de nossos pecados, nossa consciência nos fazia sentir culpa, e pouco à vontade na presença do Senhor; muitas vezes numa atitude de inimizade consciente até.
Mas Deus, em Cristo , reconciliou-nos consigo mesmo.
Agora, lembremos a promessa do nosso amigo:
Fp 4:19
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.
Lc 11:13
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
A plenitude do Espírito Santo, o ter a vida, os pensamentos, os sentimentos, dirigidos por ele, é a nossa maior necessidade.
Ele é quem opera em nosso ser interior de tal modo que o caráter do Senhor Jesus possa ser formado em nós; caráter que a Bíblia chama de “fruto do Espírito”: amor, alegria, mansidão, bondade, ternura, autocontrole [1].
Ele é quem nos dá força para vencer o mal, vencer as tentações, vencer o pecado, para enfrentar os momentos difíceis da vida.
Ele é quem nos dá poder para testemunhar, para falar de Jesus com sabedoria, fé e amor, para servir a Deus e ao próximo.
Então devemos pedir, a cada dia, a presença do Espírito Santo, o seu poder.
O Pai irá nos atender porque é nosso amigo.
2. Deus também atende as nossas orações por uma questão de honra
No v. 8 lemos: “importunação”. Mais literalmente, “porque seria uma vergonha, uma desonra”.
Na mentalidade oriental, um homem se revela, mostra o tipo de homem que é, seu caráter, pela maneira como ele recebe as pessoas em casa
Por exemplo, em Gênesis 18 nós lemos sobre Abraão, ao receber mensageiros de Deus em sua casa: ele se apressa em providenciar alimentação e descanso para os seus hóspedes.
Por isto também que o escritor da carta aos Hebreus nos admoesta a que sejamos hospitaleiros, pois alguns, mesmo sem o saber, hospedaram anjos [2].
Hospitalidade, capacidade de receber bem, é algo importante no conceito bíblico. Revela o tipo de pessoa que somos: se somos amorosos ou egoístas; revela o nosso nome.
Assim também é para Deus, o nos receber diante de seu trono, o atender as nossas orações.
É uma questão de honra, de zelo elo seu bom nome.
Este zelo que Deus tem pelo seu nome foi um dos argumentos de Moisés, quando intercedia por Israel:
Dt 9:27,28
Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaque e Jacó; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua maldade, nem para o seu pecado, para que o povo da terra donde nos tiraste não diga: Não tendo podido o SENHOR introduzi-los na terra de que lhes tinha falado e porque os aborrecia, os tirou para matá-los no deserto.
Deus zela por sua palavra!
Dt 9:5
Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela maldade destas nações o SENHOR, teu Deus, as lança de diante de ti; e para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
Assim como o Pai, também Jesus empenha seu nome
Jo 14:13,14
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
Jo 16:23
Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome.
Nm 23:19
Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?
3. Deus também atende as nossas orações porque ele pode fazer isto
Embora não seja algo enfatizado na ilustração de Jesus, nós percebemos que o homem só atendeu ao seu amigo porque podia. Se ele estivesse tão sem recursos como o outro, nada poderia fazer.
E não somente emprestou os pães, como também deu ao amigo tudo quanto este precisava para receber seu hóspede.
Aquilo que Jesus nos ensina de forma ilustrada, o apóstolo Paulo coloca num poema de louvor a Deus:
Ef 3:20
Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós...
Foi o poder de Deus que criou os céus e a terra; foi o poder de Deus que ressuscitou a Jesus de entre os mortos. Foi o poder de Deus que nos ressuscitou de entre dos mortos[3].
É o poder de Deus que opera em nós.
Ele nos atende porque é poderoso para nos atender
Conclusão e aplicação
Podemos confiar em Deus.
Podemos confiar que ele nos atende. Porque ele é nosso amigo. Uma amizade que nos concede intimidade, liberdade, uma santa ousadia para abrir nosso coração, falar de nossos sentimentos, pensamentos, necessidades, tentações, confessar tudo a ele.
Porque para ele é uma questão de honra; palavra dada; não recusa ninguém que venha a ele em nome de Jesus.
Porque ele é poderoso, tem autoridade e capacidade para nos conceder tudo o que precisamos, muito além do que saibamos pedir
Nunca deixe de orar. Nunca deixe de confiar na amizade, na honra, no poder de Deus.
Peça, busque, bata.
Vamos orar?
Pai amado: em nome de teu Filho querido, nosso Senhor Jesus Cristo, estamos nos achegando a ti, diante do teu trono de bênção.
Estamos nos achegando, confiando que tu és nosso grande amigo, que nos ama, que tens prazer em abrir para nós as portas do céu e derramar tuas bênçãos sobre nós.
Estamos nos achegando a ti, confiando em tuas promessas, confiando em tua Palavra, confiando em teu poder.
Eu te peço, ó Pai, por aqueles que são teus: aqueles que te conhecem, e ao teu Filho Jesus Cristo: abençoa este povo que aqui se encontra. Dá a cada um a certeza do teu amor, do teu perdão, da tua presença em suas vidas.
Dá força aos que estão sendo tentados, lutando contra o mal.
Limpa cada mente, cada coração, de toda impureza, de toda imundície do pecado da carne e do mundo.
Renova, Pai, o coração dos que se encontram desanimados, vergados sob as pressões da vida.
Dá saúde aos enfermos; levanta os que se encontram prostrados, derrotados; toma em tuas mãos o coração dos que se sentem dominados pelo ressentimento, pela amargura, pelo ódio. Limpa, purifica.
Que nestes corações, ó Deus, tu sejas o Senhor, e não o pecado, tu, e não Satanás.
Perdoa os murmuradores, os desobedientes, os egoístas, os incrédulos, os de coração endurecido; mostra-lhes tua graça, concede-lhes o dom do arrependimento.
Abençoa a família de cada um, o trabalho, os estudos, o ministério na igreja.
Abençoa tua igreja.
Dá-nos, a cada dia, a presença, a direção, o poder do teu Espírito Santo, para que nossos cultos a ti glorifiquem teu nome, para que nossas vidas sejam santificadas, para que os pecadores se convertam a ti e sejam salvos.
Nós oramos, louvamos o Senhor, em nome de teu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!




[1] Gl 5:22,23
[2] Hb 13:2
[3] Ef 2:1-9

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