Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 25 de agosto de 2019

O Espírito Santo e a obra missionária - Atos 13:1-12


Domingo, 18 de agosto de 2019
Terceira IPC de Guarulhos
Pr. Plínio Fernandes
Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo.  2 E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.  3 Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.  4 Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.  5 Chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas judaicas; tinham também João como auxiliar.  6 Havendo atravessado toda a ilha até Pafos, encontraram certo judeu, mágico, falso profeta, de nome Barjesus,  7 o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, que era homem inteligente. Este, tendo chamado Barnabé e Saulo, diligenciava para ouvir a palavra de Deus.  8 Mas opunha-se-lhes Elimas, o mágico (porque assim se interpreta o seu nome), procurando afastar da fé o procônsul.  9 Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse:  10 Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?  11 Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão.  12 Então, o procônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor. 
Nós temos aqui o registro do início daquela que nós comumente denominamos “A primeira viagem missionária do apóstolo Paulo”, que vem estampada em nossos atlas de estudo bíblico.
Mas ela foi uma viagem de especial importância não somente no ministério de Paulo, pois foi também a primeira obra missionária organizada conscientemente por uma igreja.
Foi no ano 47 da era cristã. A igreja de Antioquia da Síria tinha como líderes espirituais vários homens de Deus: Barnabé, Saulo (que durante esta primeira viajem tomou o nome de Paulo), Manaém, que havia sido criado com Herodes, Simeão e Lúcio. Estes homens eram profetas e mestres.
E lemos que estavam reunidos (provavelmente com toda a igreja daquela cidade), servindo ao Senhor em adoração, e jejuando. Estavam juntos na presença de Deus, quando o Espírito Santo lhes falou.
A Palavra de Deus foi dada indicando que dois daqueles líderes estavam sendo separados e enviados; deveriam sair daquela igreja e proclamar o Evangelho de Jesus em outros lugares.
Então, em obediência à Palavra de Deus, Barnabé e Saulo foram separados e enviados. Foram para a cidade de Selêucia, às margem do Mediterrâneo, e depois para a ilha de Chipre, na Grécia. Passaram pela cidade de Salamina, e depois Pafos. Dali para o sul da Ásia menor.
De cidade em cidade pregando o Evangelho e iniciando igrejas. Isto durou cerca de dois anos, e depois voltaram para a igreja de Antioquia, de onde saíram novamente um ano depois, para a segunda viajem missionária.
Este texto é para nós uma demonstração muito clara da doutrina bíblica no sentido de que a obra missionária, desde os seus primórdios, a obra de proclamação do evangelho de Cristo, é iniciada, e sustentada é completada, do começo ao fim, a por Deus, o Espírito Santo.
Assim, mais uma vez, o Espírito Santo cumpre a missão pela qual foi enviado pelo Pai: glorificar o nome do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
Eu desejo meditar com os irmãos sobre “O Espírito Santo como autor da obra missionária.”
Há três pontos que vou destacar:
1. Deus, o Espírito Santo, é quem escolhe os missionários - v. 2
Ele diz à igreja: – “Separai-me Barnabé e Saulo...”
Não sabemos de quantas pessoas era constituída a igreja em Antioquia.
Sabemos que à sua frente estavam algumas pessoas altamente capacitadas, descritas aqui neste texto como profundamente dedicadas, envolvidas com o seu ministério. Homens de Deus.
E dentre estes cinco proeminentes homens de Deus, dois deles foram especificamente escolhidos para se dedicarem ao trabalho de pregação do Evangelho em outros lugares, além das fronteiras da igreja e da própria cidade onde ela estava localizada.
Há duas coisas que desejo notar em relação a esta escolha:
1.1 – Sem menosprezar os dons e a capacidade dos demais, quero notar que estes dois homens escolhidos por Deus estavam entre os melhores, não somente da igreja em Antioquia, mas em toda a igreja naqueles dias.
O primeiro a ser nomeado foi Barnabé: nós sabemos, por este mesmo livro de Atos, que Barnabé era um homem profundamente piedoso, conhecido pela sua compaixão, pelo seu dom de encorajar as pessoas, de ajudá-las a crescer espiritualmente.
Por exemplo, quando ninguém acreditava na conversão de Saulo, quando as pessoas fugiam dele, pensando ainda que ele apenas havia se transformado num lobo com pele de ovelhas, Barnabé foi procurá-lo, e foi o elo entre este homem e a igreja.[1]
Quando mais tarde este mesmo Saulo deixou de acreditar em João Marcos, Barnabé continuou a insistir e a investir na vida espiritual daquele jovem, o mesmo João Marcos que se tornou tão útil no ministério do próprio Paulo, e que também foi instrumento de Deus no registro do evangelho inspirado.[2]
Nós percebemos o caráter desprendido de Barnabé também quando vemos seu comportamento à medida em que estes dois desenvolvem o seu trabalho missionário: no início, são Barnabé e Saulo, indicando com isto a proeminência do primeiro.
Depois, conforme o tempo passa, Saulo, que agora adota o nome de Paulo, se destaca, a Bíblia fala de Paulo e Barnabé, indicando que Paulo se torna o líder.
Para Barnabé isto não era problema, pois como escreve Lucas, ele era homem bom, cheio do Espírito e de fé.[3]
O que desejo enfatizar é que Barnabé era um homem de grandes qualidades espirituais, era dos melhores.
E quem era o segundo homem escolhido? Ninguém menor que Barnabé.
Paulo, o que foi sem dúvida o maior teólogo e o maior missionário da igreja em todos os tempos.
1.2 - Quero notar também que apesar de estes dois homens estarem entre os gigantes da igreja, de serem homens realmente colunas da igreja em Antioquia, aquela igreja, liberalmente abriu mão deles, e eles puderam partir certos de que esta era a vontade de Deus.
Eles não foram enviados porque estavam desocupados.
E também não foram enviados porque eram problemáticos e estavam dando trabalho para a igreja.
Não foram enviados porque não havia mais nada que pudessem fazer.
Ao contrário, estavam trabalhando muito bem, caracterizados pela comunhão com Deus, fazendo muito bem para aquela igreja.
Eles eram o melhor que a igreja tinha, e foi a estes que Deus escolheu.
2. Deus, o Espírito Santo é quem chama os missionários - v.2
O Espírito Santo revela sua vontade.
“Disse o Espírito Santo...”
Naturalmente que esta percepção, este discernimento, veio através do ministério dos homens, estes profetas e mestres que estavam à frente da igreja.
Neste sentido eu acho útil que nos lembremos do primeiro concilio da igreja, que aconteceu alguns anos depois.
Os apóstolos, junto com os presbíteros da igreja em Jerusalém se reuniram para tomar certas decisões doutrinárias que afetariam toda a vida da igreja gentílica.
Discutiram bastante até que Tiago, irmão de Jesus, se pronunciou citando as Escrituras do Antigo Testamento, e propondo o que deveriam não impor as leis judaicas aos gentios. Apenas recomendassem a abstenção de coisas sacrificadas aos ídolos, da carne de animais sufocados e de relações sexuais ilícitas. O parecer de Tiago foi bem aceito por toda a igreja ali reunida, e então eles escreveram aos crentes gentios; uma carta que deveria ser levada pó Paulo e Barnabé. Eu quero ler com vocês um trecho desta carta, nos vs. 28 e 29:
At 15:28, 29 – 28 Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais:  29 que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde.
O que desejo destacar é que a direção do Espírito Santo veio por meio de homens cheios do Espírito, que conheciam a Palavra inspirada pelo Espírito e lhe obedeciam. Esta é a maneira ordinária pela qual o Espírito Santo fala a nós: quando damos ouvidos à sua Palavra escrita, quando a guardamos em nosso coração, e nela meditamos, e nela nos baseamos para a nossa vida diaária, para as nossas decisões. Ele ilumina nossas mentes, nossos corações, a fim de que entendamos qual é a vontade do Senhor.
Então aqui temos homens que tinham plena consciência da direção do Espírito de Deus a iluminar suas mentes, a convencer seus corações, a impressioná-los na alma, de que deveriam, no caso de Barnabé e Saulo, partirem, e no caso dos demais, enviá-los.
Eles tinham a plena certeza de que mais uma vez, como a cada dia, se cumpria a promessa de Jesus, no sentido de que o Consolador estaria para sempre com sua igreja, guiando, capacitando, sustentando, e em tudo isto trazendo glória para o nome de Cristo. Não estavam órfãos.
Esta era a certeza que eles tinham. Uma certeza que jamais abandonou a igreja através dos séculos; aliás, mais que uma certeza: o Espírito Santo é uma presença real, regenerando, iluminando, despertando dons, vocações.
Sim. Nós temos a mesma fé que Paulo tinha, por exemplo, a respeito dos presbíteros, isto é, pastores que continuam sendo dados à igreja, como sendo, conforme Paulo ensina em Atos 20,[4] homens constituídos pelo Espírito de Deus.
Ele é quem, segundo a sua soberana vontade, distribui dons a cada um, individualmente, para que todos tenham a alegria de servir ao Senhor através destes dons e edificar sua igreja.[5]
Ele é quem determina o tempo e o modo e o lugar de cada um servir a Deus.
3. Deus, o Espírito Santo, não somente envia, mas também vai com os missionários
Vejamos os vs 4 e 9:
4 Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. 
9 Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse:  10 Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?  11 Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão. 
Que coisa maravilhosa é esta: os homens estão servindo, orando, jejuando, impondo as mãos, mas que assume a responsabilidade por tudo isto é o Senhor.
O Espírito Santo os envia. Como disse Isaías, as nossas obras, Deus a faz por nós.[6] Ou, olhando de outro lado, e citando o apóstolo Paulo, somos cooperadores de Deus.[7]
Mas que grande conforto e encorajamento é o de saber que a obra não é simplesmente humana, é Deus mesmo fazendo de seres tão frágeis, vasos de barro,[8] instrumentos de sua vontade, de sua graça de seu poder.
E então, este mesmo Espírito que os envia, também vai com eles.
Na cidade chamada Pafos, na ilha de Creta, estão proclamando a Palavra a um homem inclinado a crer na doutrina do Senhor, um procônsul chamado Sergio Paulo; mas encontram oposição de um charlatão, um falso profeta chamado Barjesus, um homem usado pelo diabo.
Então o Espírito Santo enche ao apóstolo Paulo de sabedoria, de poder, de ousadia, de tal modo que Paulo, por um lado, prega o evangelho ao homem interessado, e por outro, confronta e repreende os poderes das trevas, da tal modo que a obra de Satanás é destruída.
O Espírito Santo, assim, se fez presente a cada instante dessa viagem, e não somente desta, mas também na segunda viagem, e em todas.
Vejam que maravilha este exemplo da manifestação do Espírito de Deus na segunda viagem:
Atos 16:6,7 – 6 E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia,  7 defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.  8 E, tendo contornado Mísia, desceram a Trôade.  9 À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos.  10 Assim que teve a visão, imediatamente, procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho.  11 Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis  12 e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias.  13 No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido.  14 Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.
Eu não sei como o Espírito Santo mostrou a eles que não deveriam entrar na Ásia, naquele momento; nem como ele mostrou que ainda não era a hora de pregar na região da Bitinia. Talvez através de algum impedimento providencial, o Senhor colocou uma forte uma forte impressão em suas mentes e corações.
Mas uma coisa é certa: homens cheios do Espírito Santo são enviados por ele. Ele envia, capacita, mostra onde se deve ir e onde não se deve ir.
Quando eles chegam em Filipos, e vão pregar o Evangelho às margens de um rio, num lugar onde algumas pessoas costumavam se reunir para orar, Paulo ministra a Palavra, e o Senhor abre o coração desta mulher, Ligia, a fim de que creia no Evangelho. E assim começam as conversões naquela cidade. É Deus, o Espírito Santo, outorgando fé, convencendo, regenerando, convertendo. Assim é, e assim será, de geração em geração, até a vinda do nosso Redentor Jesus.
Conclusão e aplicações
Todos estes textos da Palavra de Deus nos dão testemunho de que na igreja as promessas do Senhor Jesus se cumprem; aquelas promessas que dizem:
– “Fazei discípulos de todas as nações, e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos...”
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas... até os confins da terra...”
Nós, igreja, de uma forma ou de outra, somos enviados por Cristo a proclamar o evangelho a toda a criatura.
Somos corpo de Cristo. E somos também habitação do Espírito.
Deus, o Espírito Santo, o Consolador prometido, uma vez que está conosco, opera em nós, a igreja, todas as bênçãos que nos foram dadas pela morte e ressurreição de Jesus em nosso favor e também realiza em nós a e através de nós tudo quanto o Senhor ordenou que façamos.
Nossa obra missionária acontece pela sua presença em nós e por meio de nós. Quais as implicações desta doutrina para a obra missionária?
1. Nós temos aqui uma grande fonte de encorajamento para uma vida cheia do Espírito
Quando aluno em nosso seminário, ouvi de um dos nossos ministros mais antigos, o Rev. Olivar, que no dia foi iniciada a nossa denominação, os irmãos ali presentes entoaram aquele cântico que diz:
“Espírito do Trino Deus, vem sobre nós,
Espírito do Trino Deus, vem sobre nós,
quebranta-nos, consola-nos,
renova-nos, transforma-nos
Espírito do Trino Deus, vem sobre nós”.
Embora nós, em nós mesmos, sejamos tão frágeis, limitados, cremos que ele não nos abandona.
Este Espírito que invocamos, que está com sua igreja desde os primeiros dias, e tem estado deseja usar-nos como instrumentos do plano de Deus para que muitos sejam alcançados.
Busquemos uma vida cheia do Espírito Santo.
2. Uma forte segurança
A obra missionária é dele. Ele escolhe, ele guia, ele capacita, ele sustenta.
Os resultados também são dele, estão em suas mãos. Então podemos estar seguros de que nenhum trabalho, no Senhor, é vão. Ele produz os resultados para os quais o Senhor Deus o designa.
Não tem Elimas, nem principado ou potestade algum que pode prevalecer contra a igreja de Jesus.
3. Nós temos aqui estabelecida qual deve ser nossa prioridade como igreja
A nossa prioridade é estar na presença de Deus, servindo-o, orando, adorando.
À medida em que estamos na presença de Deus, ele certamente fala, orienta, concede dons, chama para a obra os que segundo sua vontade escolhe. Cada um de nós tem dons espirituais com os quais podemos e devemos servir ao Senhor. Cada um deve dispor-se diante de Deus; não são todos os que são enviados ao trabalho missionário distante, mas amados, em certo sentido, ao sairmos de nossos templos, já estamos saindo para o campo missionário, pois o campo é o mundo.
Depois, tudo o que precisamos fazer é obedecer ao chamado. Alguns são chamados para ir, outros para enviar, com oração, sustento, mas estão todos sob a direção do mesmo Espírito.
4. E nós também vemos aqui que, na obra missionária, o Espírito Santo incumbe a cada um no sentido de, de alguma forma, fazer a sua parte.
É maravilhosa a maneira como o Espírito Santo trabalha: ele envia, mas envia através da igreja.
Eu desejo terminar citando o amado apóstolo Paulo, ao falar sobre a importância de se enviar missionários, na execução do plano de Deus:
Rm 10:13-15 – 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.  14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?  15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!
Naturalmente, irmãos, que a palavra enviar, aqui, não significa apenas “ordenar que vão”! Significa prover todos os recursos necessários para a manutenção dos missionários e suas famílias, além também dos recursos para a realização do seu ministério.
Significa o sustento espiritual e moral através das orações e do encorajamento. Que privilégio sermos cooperadores de Deus.


[1] At 9:26 e segs.
[2] At 15:37 e segs.; 2ª Tm 4:11
[3] At 11:24
[4] At 20:28
[5] 1ª Co 12-14
[6] Is 26:12
[7] 1ª Co 3:9
[8] 2ª Co 4:7
 

domingo, 18 de agosto de 2019

Pecados de omissão - Tg 4:13-17

3ª IPC de Guarulhos
Domingo, 4 de agosto de 2019
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler Tiago 4:13-17
13 Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros.  14 Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.  15 Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.  16 Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna.  17 Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.
Suponhamos que você vá abastecer o seu carro com combustível, e sempre no mesmo posto.
Então a cada vez que você vai até lá, sem que você saiba, para cada dez litros, o funcionário coloque nove litros de combustível e um de água. Não demora muito, você começa a perceber que tem alguma coisa errada, que o seu carro não está funcionando bem. Pode ser que você perceba logo qual deve ser a razão, pode ser que demore. E pode ser ate que você nem corrija o problema, mas se você não fizer isto, os seus problemas se tornarão maiores ainda.
Se você coloca combustível falsificado no seu carro, o prejuízo não demora a acontecer.
Mas irmãos, ter um prejuízo material por causa de um combustível falsificado não é nada, se comparado ao prejuízo que nossas almas podem ter se, junto com as verdadeiras doutrinas da palavra de Deus, nós misturarmos coisas estranhas.
Jesus nos disse que se alguém quiser fazer a vontade de Deus conhecerá a doutrina dele.[1] E o apóstolo Paulo disse que, quando nós viemos obedecer, de coração, a forma da doutrina evangélica que recebemos, fomos libertados do poder do pecado e transformados em servos de Deus.[2]
Quando Tiago, o irmão do Senhor, escreveu esta sua carta, estava preocupado com uma falsificação, uma distorção muito grave, de uma doutrina essencial para os crentes: a doutrina da salvação pela graça de Deus mediante a fé em Jesus.
É uma das nossas grandes doutrinas, alicerçada em toda a Bíblia sagrada. A Palavra de Deus nos ensina que Deus é santo e nós somos pecadores, desobedientes à santa lei do Senhor.
Que por causa dos nossos pecados, fomos privados da presença gloriosa de Deus e condenados à morte eterna.
Mas que Deus, que é rico em misericórdia, nos amou; e na pessoa do seu próprio Filho veio habitar entre nós para nos salvar desta terrível condenação. O Filho de Deus nos amou, e por isto veio a este mundo como um ser humano, a fim de sofrer em nosso lugar o justo castigo do qual éramos merecedores.
Desta forma, o Senhor Deus nos salvou gratuitamente, sem que nós precisássemos fazer qualquer boa obra para pagar por esta salvação – aliás, uma vez que nós estávamos espiritualmente mortos, não poderíamos, pela própria natureza das coisas, fazer qualquer obra pura; tudo estava manchado pelo nosso pecado.
Mas Deus, por misericórdia, por amor, pela sua graça, nos deu vida novamente. E pela fé em Deus, no que ele fez por nós e nos revela em Sua Palavra, nós nos tornamos herdeiros desta tão grande salvação.
E agora sim, espiritualmente ressuscitados, nós podemos viver de modo agradável a Deus, uma vida de boas obras, santificadas pela fé na Palavra de Deus e pela presença do Espírito santo em nós.
Podemos resumir tudo isto nas maravilhosas palavras de Paulo em Efésios 2:8-10:
8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;  9 não de obras, para que ninguém se glorie.  10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.
Mas a distorção à qual me referi, irmãos, e com a qual a carta de Tiago se ocupa, é a seguinte: muitas pessoas só acompanham esta doutrina até à metade.
Na prática, elas dizem: “– Eu sou salvo pela graça, mediante a fé; não pelas minhas obras. Então, não há nada que eu possa fazer ou deixar de fazer para viver como crente, a não ser ter fé em Jesus. E eu tenho essa fé. Então posso fazer qualquer coisa, e não preciso me preocupar com minhas obras”.
Você pode achar isto muito estranho, mas foi exatamente o que um homem que se dizia crente me disse, para justificar sua vida de adultério.
E conforme Romanos 3:8, era isto que algumas coisas diziam que Paulo pregava. Mas Paulo diz: – “A condenação destas pessoas é justa”.
Assim sendo, Tiago escreve esta carta para corrigir muitos leitores que estavam pensando e vivendo assim.
Veja, por exemplo, Tg 2:14-19
14 Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?  15 Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano,  16 e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?  17 Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.  18 Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé.  19 Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem.
As palavras de Tiago, que por sinal, apoiam as palavras de Paulo, são claras como cristal: uma espécie de fé que não faz do fiel uma pessoa melhor, que não leva a uma vida de amor, não é fé. Este tipo de fé até o diabo tem.
A verdadeira fé frutifica numa vida de boas obras.
E aqui em nosso texto básico ele nos ensina que o contrário também é verdadeiro.
v. 17 – Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem, e não o faz, nisso está pecando.
Existem muitas formas que os pecados podem assumir: às vezes, nós pecamos pelas coisas que dizemos, ou pensamos, ou pelas atitudes que tomamos, ou pelas coisas que fazemos.
Mas também pecamos por deixar de fazer o que Deus quer: aquele que sabe que deve fazer o bem e não faz, nisto comete pecado.
Ao nos aproximarmos da mesa da santa comunhão nesta noite, irmãos, vamos primeiramente examinar nossos caminhos.
Ao reconhecer nossos pecados somos levados a nos refugiar na graça de Cristo, pois somente ela nos faz dignos desta mesa. E também somos levados a buscar a purificação de nossos corações, e buscar viver em mais conformidade à vontade do nosso Pai celestial.
Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisto está pecando.
Isto quer dizer, entre outras coisas que...
1. É pecado quando deixamos de orar
Leiamos 1º Sm 12:23
Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito.
O profeta Samuel está, no contexto deste capítulo, resignando ao seu cargo como juiz de Israel, uma vez que agora os israelitas tinham um rei, Saul, a quem deviam submissão.
Mas Samuel continuava sendo um homem de Deus, e sentia sua responsabilidade espiritual para com o povo escolhido.
E nos versículos anteriores aqui, o povo de Israel, consciente dos seus pecados, havia pedido a Samuel: – “Rogue por nós ao Senhor”.
E esta foi a resposta de Samuel: – “Longe de mim que eu peque contra o Senhor deixando de orar por vós. Antes vos ensinarei o caminho bom e direito”.
Dois deveres, quanto à sua essência, que mais tarde os apóstolos de Jesus disseram que também eram os deles. Em Atos cap. 6, quando estão dando instruções para a escolha dos primeiros diáconos, eles dizem: – “Quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da Palavra”.[3]
Samuel ensina que deixar de orar é pecado.
Irmãos, nós somos gente espiritualmente viva, pelo poder do Espírito Santo que habita em nós. Temos o privilégio da comunhão com Deus nosso Pai através da oração.
Mas orar não é somente um privilégio; é também um dever.
Pois a oração dos retos, diz o livro de Provérbios, é o prazer do coração de Deus.[4]
A Bíblia, isto é, a Palavra do Espírito Santo, nos diz que oração perseverante, contínua, fiel, significa fé em Deus, confiança nas suas promessas, no seu amor e misericórdia. A Bíblia diz que oração que nos move à ação, à busca do que pedimos.
O Espírito Santo nos diz que através da oração é que nós buscamos o reino de Deus e a sua justiça, que experimentamos o poder transformador do Espírito Santo, que alcançamos o perdão dos nossos pecados, a provisão para as nossas necessidades espirituais e materiais, a cura para as nossas enfermidades físicas e emocionais.
A Bíblia diz que é através da oração que alcançamos não somente bênçãos para nós mesmos, mas também para nossa família, para nossos cônjuges e filhos e pais e irmãos.
A Bíblia diz que através da oração abençoamos a igreja, a nossa nação, os nossos vizinhos.
Enfim, não há limites nesta terra quando se trata dos alvos que podemos alcançar para o reino de Deus em nossas orações.
Mas irmãos, se o nosso coração está frio espiritualmente, nós não oramos. Se não temos fé, não oramos. Se enchermos nossa mente com as coisas deste mundo, e não com as coisas da eternidade, não oramos. E se não oramos estamos pecando: contra Deus, contra nossas próprias almas, contra as nossas famílias, contra nossas igrejas.
Agora, como a Bíblia nos ensina, a oração, a verdadeira oração, é aquela que nos move em direção ao que estamos pedindo.
Sl 27:4 – 4 Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo.
Jesus nos ensina o mesmo: Ele nos ensina a orar: – “Venha o teu reino...”
E depois exorta: – “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça...”.
Noutro lugar ele diz: – “Pedi, e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei, e abrir-se-vos-á...”
Quando oramos verdadeiramente, somos impulsionados a buscar o que pedimos.
Então, em certo sentido, a negligência na oração é a mãe de todos os outros pecados que vou mencionar em seguida.
Então vejamos também que...
2. É pecado quando deixamos de congregar
Hb 10:24-27 – 24 Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.  25 Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.  26 Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados;  27 pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.
Muitos pregadores dizem que existem três áreas de grande tentação na vida dos crentes: as tentações sexuais, a tentação do orgulho, e a tentação pelos bens materiais, ou  pelo dinheiro. Isto em grande parte é verdade.
Mas existe uma tentação maior que todas estas, e que estava afetando a vida daqueles para quem esta carta foi primeiramente dirigida: a tentação de desistir de andar nos caminhos do Senhor.
Quando esta carta foi escrita, estava acontecendo um problema que tem afetado muitas pessoas desde o começo dos tempos, e que nos dias de hoje tem adquirido proporções ainda maiores: muitas pessoas, por causa das tentações deste mundo, ou por causa dos problemas, pecados e outros dissabores na igreja, ou por outras razões, simplesmente deixam de congregar. Deixam de estar com o povo de Deus, de adorar em comunhão com os escolhidos do Senhor.
Irmãos, assim como a oração é um grande privilégio, também o fazer parte da igreja do Senhor.
A igreja, diz o apóstolo Paulo, é a casa do Deus vivo, a coluna e baluarte da verdade num mundo governado pela mentira; é o corpo de Cristo, a família de Deus, o povo escolhido de Deus no meio do qual ele se faz presente, por quem ele deseja ser adorado, a quem ele manifesta a sua Palavra, e santifica e abençoa.
Mas congregar não é somente um privilégio: é um dever de todo o crente. E é um dever que muitas pessoas deixam de cumprir. Muitas pessoas abandonam a congregação dos crentes.
Ora, amados, isto, na maior parte das vezes, não acontece “de um momento para o outro”. E começa com “pequenas negligências”, com “pequenos pecados” abrigados no coração.
Uma mágoa que se instala aqui, uma “preguicinha condescendente” ali, um convite mundano que se aceita lá, e um abismo chama outro abismo.  Vivemos em tempos de frieza espiritual. Para muitas pessoas, o domingo não é um dia importante neste sentido.
A palavra “domingo” quer dizer “dia do Senhor”, e foi dado ao primeiro dia da semana por ser o dia da ressurreição de Jesus.
Desde os dias do Novo Testamento, este dia foi espontaneamente escolhido pelos salvos como um dia especial, para estarem juntos, a fim de partir o pão, ouvir a doutrina dos apóstolos, orar, servir com seus dons, adorar a Deus.
Eu sei que algumas pessoas poderiam objetar: – “Pastor, todos os dias são do Senhor...”
É verdade. Para o crente todos os dias são do Senhor.[5] Mas eu gostaria de fazer duas considerações:
Primeira: no Antigo Testamento, onde Deus sempre repreende os israelitas por não observarem o sábado, todos os dias também eram do Senhor. Ou não?
Mas havia um dia especial a cada sete, para ser santificado, para o qual os exercícios de descanso do trabalho semanal, e de adoração, era separado. Nosso próprio Salvador, todos os sábados estava na sinagoga.
Segunda: no Novo Testamento, nós vemos nos primeiros dias a igreja se reunindo em Jerusalém todos os dias, mas logo eles perceberam que não era possível continuar assim.
De modo que vemos as igrejas gentílicas começando a se reunir no primeiro dia da semana.
Então, se alguém me dissesse que para o crente todos os dias são iguais, e estivesse na igreja todos os dias, eu não teria o que contestar.
Mas se alguém diz que todos os dias são iguais, e isto se torna uma desculpa para não estar na igreja, digo que é pecado.
Tal como acontecia no Antigo Testamento em tempos de frieza espiritual, quando Israel deixava de observar o sábado o Senhor, fazendo cada um o que bem parecia aos seus próprios olhos, nestes nossos dias muitas pessoas simplesmente deixam de congregar para seguir os caminhos deste mundo.
Nestes nossos dias tristes, superficiais, qualquer coisa é motivo pra não se estar na igreja. É um jogo de futebol, é uma festa, é a preguiça.
E o resultado é que um abismo puxa outro abismo.
Estou pensando numa família que conheci anos atrás.
Irmãos, vejam a exortação do Espírito Santo:
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.
Deixar de congregar é pecado. E veja o resultado do pecado no v. 26:
Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados;  27 pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.
Quando se negligencia o ajuntamento dos crentes, a família da fé, este é um dos primeiros passos para longe de Deus.
Em terceiro lugar...
3. É pecado quando deixamos de usar nossos dons e talentos
Por favor, abra sua Bíblia em Mateus 25. A partir do v. 14, temos uma parábola contada pelo nosso Senhor, na qual ele ensina que precisamos empregar tudo o que Deus tem colocado em nossas mãos para o crescimento do reino dele.
Aqui Jesus está nos ensinando que a nossa vida, os nossos dons, os nossos recursos financeiros, nada é propriamente nosso, pois tudo temos recebido das mãos de Deus, é dele e para ele. É para Deus que devemos viver.
No dia em que Jesus vier, nós iremos simplesmente dizer ao Senhor: – Senhor, trabalhei com tudo o que me deste, e agora devolvo tudo o que recebi, e tudo o que alcancei, em tuas mãos.
Então o Senhor recompensará a todos os seus servos fieis.
Então, nesta parábola, o Senhor ilustra isto com a história de um homem rico, que se ausentando do pais, chamou três dos seus servos, colocando nas mãos de cada certa quantidade em dinheiro, a fim de que administrasse para ele.
Um deles recebeu cinco talentos, outro, dois, e outro, um talento. Os dois primeiros trabalharam e multiplicaram seu dinheiro. Quando o Senhor voltou, ficou muito satisfeito e recompensou aos seus servos. Mas o terceiro, pretextando que o senhor era severo, rigoroso, simplesmente negligenciou o seu talento. E o resultado nós vamos ler agora, a partir do v. 26:
Mt 25:26-30 – 26 Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?  27 Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.  28 Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.  29 Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.  30 E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.
Irmão, quais os talentos que o Senhor Deus tem colocado em suas mãos? Qual é, ou quais são, os seus dons espirituais? Qual é, ou quais são as suas funções na igreja? Qual é o trabalho que o Senhor tem lhe dado a fazer? Você tem sido fiel? Tem feito com esforço, com prazer, com dedicação? Tem feito para Deus?
Pois deixar de usar os nossos dons é negligência. E negligência é pecado.
Mas vou mencionar mais algumas, ainda que de modo rápido...
4. Outros pecados de omissão
4.1 – É pecado deixar de evangelizar. Vamos ler Provérbios 24:11,12
Pv 24:11-12 – 11 Livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que cambaleiam indo para serem mortos.  12 Se disseres: Não o soubemos, não o perceberá aquele que pesa os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?
Irmãos, não existe tipo de morte pior do que a morte eterna. E como disse certo pregador, “a cada momento o inferno fica mais cheio”.
Todos os dias milhares de pessoas partem para a eternidade.
Mas nós temos um mandamento de Deus: “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas... Pregai o Evangelho a toda a criatura... Fazei discípulos de todas as nações... Livra os que estão sendo levados para a morte...”.
Então devemos fazer o trabalho de evangelistas. Usar cada oportunidade que o Senhor nos conceder.
4.2 – É pecado deixar de ajudar os necessitados...
Aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? [6]
Não podemos nos furtar a fazer o bem a quem de direito, estando em nossas mãos o poder de fazê-lo.  Não podemos dizer ao próximo: Vai e volta amanhã; então, te darei, se temos agora conosco.[7]
Quando o Senhor Jesus vier na sua glória, cada ser humano estará em sua presença e será julgado de acordo com suas obras de amor ou não para com o semelhante. O que fazemos ao nosso semelhante, ou o que deixamos de fazer, bom ou mau, é ao Senhor Jesus que estamos fazendo.[8]
4.3 – É pecado reter o salário do trabalhador
A lei do Senhor ordena:
Dt 24:14, 15 – 14 Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade.  15 No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr do sol, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado.
Enfim, se você sabe que deve fazer o bem, e não faz, está pecando...
Se você sabe que deve entregar os dízimos do Senhor, e não o faz, está pecando. Se você sabe que deve abandonar seu comportamento errado, e não o faz, está pecando. Se você sabe que deve refrear sua língua, e não o faz, está pecando. E muitas outras coisas...
Conclusão e aplicação
Porque precisamos nos avaliar diante da mesa do Senhor, e a cada dia, meus irmãos? Usando as palavras de Paulo, porque precisamos julgar a nós mesmos? Para corrigir nossos caminhos, e não sermos condenados com o mundo.
Para andar no temor do Senhor.
2ª Co 5:9-11 – 9 É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis.  10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.  11 E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero que também a vossa consciência nos reconheça.
Nós vamos agora participar da ceia do Senhor. Examine a sua vida. Você está precisando despertamento espiritual? Há pecados a confessar? Não deixe de participar da ceia do Senhor.
Mas volte-se para o Senhor, que é rico em perdoar. Confesse suas fraquezas, suas falhas, seus erros. Olhe para a graça do Senhor revelada na cruz, quando o Filho de Deus morreu pelos nossos pecados. Pela fé na graça de Deus, receba o perdão dos pecados.
E também pela fé, fortifique-se na graça de Deus, a fim de renovar-se em seu amor e obediência. Ponha sua vida em ordem, pela graça de Deus que está em você.


[1] Jo 7:17
[2] Rm 6:17
[3] At 6:4
[4] Pv 15:8
[5] Rm 14
[6] 1ª Jo 3:17
[7] Pv 3:27-28
[8] Mt 25:31 e sgs.

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