Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 22 de setembro de 2019

Quando vos reunis - 1ª Co 11-14


3ª IPC de Guarulhos
Pr. Plínio Fernandes
A cada domingo nós nos reunimos aqui para nossos cultos e escola dominical. Também costumamos nos reunir para oração e estudo bíblico em outras ocasiões durante a semana.
Então invocamos a presença de Deus em nossas orações e cânticos, agradecemos por seus cuidados, pela eterna salvação, confessamos nossos pecados, estudamos e meditamos em sua Palavra.
Agora eu pergunto, amado:
– Qual é o impacto destas nossas atividades em sua vida diária?
– Quando nos reunimos, ao sair daqui, você percebe que a sua vida se tornou um pouco mais santificada?
– Percebe que se tornou um marido melhor, uma esposa melhor, um filho melhor?
– Você se tornou um pai melhor? Um homem mais crente, mais forte?
– Quando saímos daqui, você sai com mais vontade de servir a Cristo? Você se torna uma testemunha melhor de Jesus, em sua maneira de viver e de falar?
– E também: quando saímos daqui, você sai com vontade de voltar outra vez, a fim de adorar a Deus?
– E quando alguma pessoa que não é crente em Jesus vem e participa conosco – você tem visto algum visitante dizer: – “Deus está neste lugar”?
Estou fazendo estas perguntas, irmãos, como introdução a um conjunto de ensinos muito importantes que o Espírito Santo nos trás nos capítulos 10 a 14 aqui de 1ª aos Coríntios, ao falar sobre as reuniões da igreja.
Conforme podemos ler aqui nesta epístola, a igreja de Corinto era dotada de muitos dons espirituais.[1] Mas, ao mesmo tempo, era lamentável a falta de maturidade espiritual da igreja de Corinto.[2]
De acordo com o relato de Atos capítulo 18, o apóstolo Paulo ficou naquela cidade aproximadamente dois anos, evangelizando e ensinando a Palavra de Deus aos convertidos.
O próprio Senhor Jesus havia aparecido a Paulo numa visão, dizendo: – Não temas; pelo contrário, fala e não te cales, pois tenho muito povo nesta cidade.
Paulo obedeceu ao Senhor, e muitos coríntios creram e foram batizados. Depois destes dois anos Paulo prosseguiu o seu ministério em outros lugares.
Mas a igreja de Corinto não amadureceu espiritualmente, de sorte que nesta epístola Paulo descreve alguns problemas sérios que havia entre eles: atitudes carnais como divisões, partidarismos, mau testemunho diante do mundo, desonestidade e injustiças entres os irmãos, imoralidades, visões distorcidas sobre a família, doutrinas erradas.
E alguns dos problemas muito sérios nos quais a igreja de Corinto estava envolvida diziam respeito às suas reuniões.
Veja o que ele diz em 1ª Co 11:17
Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior.
Veja também 11:20
Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis.
São palavras fortes, para dizer que em sua maneira de fazer as coisas eles não estavam cumprindo os propósitos de Deus.
Mas, se por um lado estas coisas eram lamentáveis, por outro lado estes pecados deram ocasião a que Paulo escrevesse uma extensa instrução a respeito das reuniões da igreja, de modo que aqui nos capítulos 10:14 a 14:40 de 1ª aos Coríntios, temos uma série de ensinamentos preciosos, que nos dizem como devemos fazer para que nossos encontros sejam para melhor.
Há vários pontos nestes capítulos que podemos sistematizar. Neles, Paulo nos ensina:
1. O propósito (ou propósitos) que Deus tem, e que nós devemos ter em mente quando nos reunimos.
2. Os recursos que Deus nos tem dado para o cumprimento deste propósito.
3. Como devemos usar estes recursos que Deus nos tem dado.
Em nosso estudo de hoje eu quero destacar os propósitos de Deus para as reuniões da igreja, que devem ser também os nossos propósitos. Estes propósitos de Deus englobam tudo o que a igreja deve fazer.
1. A glória de Deus
1ª Co 10:31
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
Aqui Paulo ainda não penetrou “portas adentro” das reuniões da igreja. Ele está encerrando o assunto da adoração aos ídolos, dizendo que o crente deve fugir da idolatria, e introduzindo o assunto do culto ao Senhor.
Ele diz que tudo o que fazemos para Deus deve ser com vistas a glorificar a Deus por nossa maneira de viver diante dos homens.
Quando ele diz que devemos fazer tudo, desde as coisas mais simples, como comer e beber, para a glória de Deus, está apontando para a grande razão pela qual fomos criados.
Is 43:6,7
Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, 7 a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz.
Deus nos criou para a sua glória. Deus também nos salvou para a sua glória.
Ef 1:3-6
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4 assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.
Estes textos ensinam que nossa vida, seja como seres humanos, seja como pecadores redimidos por Jesus, deve ecoar aquilo para o quê o Senhor Deus criou todas as coisas.
Rm 11:36
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
E mais: devemos ter consciência de que Deus é zeloso de sua glória.
Is 48:11
Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem.
Diante disto, amados, a cada momento em que nos reunimos como igreja, seja no culto, nas reuniões de oração, nas atividades das sociedades internas, no grupo de música, nos estudos bíblicos, nossa atitude deve ser a mesma que Deus ordenou aos antigos sacerdotes de Israel:
Ml 2:1, 2
Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento.  2 Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.
2. A edificação dos crentes
1ª Co 14:26
Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação.
Deus é glorificado em todas em todas as coisas, em todas as áreas de nossa vida, na medida em que andamos em obediência à sua Palavra.
Inclusive quando nos reunimos com vistas à edificação uns dos outros, como igreja do Senhor.
Este é um propósito para o culto que nem sempre é bem entendido, por causa de uma aplicação errônea de um princípio muito importante, isto é o princípio de agradar a Deus acima de tudo.
Gl 1:10-12
Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.  11 Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, 12 porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.
Algumas pessoas entendem que “agradar a Deus” significa, automaticamente, não se preocupar com os resultados na vida das pessoas.
Mas Paulo, neste contexto, estava destacando o fato de que sua doutrina não agradava às pessoas que se opunham ao evangelho da graça de Deus, e ensinavam uma salvação pelas obras. Ora, se ele cedesse para agradar a tais pessoas, então ele já não estaria servindo a Deus, e sim a homens.
Neste sentido, não devemos agradar a homens.
Mas por outro lado, ele diz aqui em Corinto que tudo o que fazemos como igreja, no uso dos nossos dons, deve ter como propósito edificar a igreja do Senhor.
Rm 15:1-3
Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.  2 Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.  3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te ultrajavam caíram sobre mim.
Sendo assim, em nossos encontros, devemos ter como propósito o trabalhar para a edificação uns dos outros, o servir uns aos outros.
Isto requer várias disposições do coração: amor para com os irmãos, humildade, altruísmo (ausência de egoísmo), não tendo em vista cada qual o que é propriamente seu, mas o que é dos outros.
O “por no coração” a edificação da igreja.
1ª Co 14:5
Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação.
1ª Co 14:12
Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja.
3. O testemunho diante do mundo
1ª Co 14:23-25
Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?  24 Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e por todos julgado; 25 tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós.
Ainda que, em primeiro lugar, a igreja se reúna para adoração a Deus e edificação dos crentes, o fato é que muitas pessoas ainda não crentes sentem-se motivadas a participar dos cultos cristãos.
Há daqueles que são trazidos por um amigo crente. Há daqueles que sentem necessidades espirituais. Há também daqueles que sentem-se atraídos por motivos menos nobres, como participar de um evento social.
Mas não importa a razão, Deus pode usar as reuniões da igreja como uma forma de bom testemunho diante do mundo.
Se a Palavra de Deus é pregada, pelo seu próprio poder é um instrumento que trás à tona o que se passa no coração (interior) das pessoas, e elas são levadas a reconhecer que Deus está, de fato presente na igreja, e é levada a adorar a Deus também.
Vejamos também Hb 4:12, 13
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.  13 E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.
Vejamos agora João 17:20
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra
Por isto em nossas igrejas, tudo o que fazemos tem como ponto central o ensino e a prática da Palavra de Deus: ela edifica os crentes e dá testemunho do evangelho diante do mundo.
Em conexão com o testemunho da igreja por meio da Palavra, Jesus também diz que a vida de amor que os crentes manifestam é um instrumento de Deus para que o mundo creia.
Jo 17:21-23
A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
Conclusão e aplicação

Três propósitos que devemos ter ao vir à igreja para o culto (e todas as nossas demais atividades).
1. Glorificar a Deus.
2. Edificar nossos irmãos.
3. Testemunhar diante do mundo.
Coloque estes propósitos no coração cada vez que você vier à igreja.
Faça o melhor, para que este propósito seja alcançado.
Use os dons e capacidades que o Senhor tem dado a você para a glória de Deus e o bem do seu próximo.



[1] Cf. 1ª Co 1:5-7, 1ª Co 12-14
[2] Cf. 1ª Co 3:1-3

domingo, 15 de setembro de 2019

Amizade com Deus - Rm 5:1-10

IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 7 de fevereiro de 2016
Pr. Plínio Fernandes
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;  2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.  3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;  4 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.  5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.  6 Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.  7 Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer.  8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.  9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.  10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
Alguns dias atrás um querido irmão, residente numa cidade do interior me ligou a fim de compartilhar algumas dificuldades que tem enfrentado no trabalho – e consequentemente a família. Nós oramos, e combinamos que alguns dias depois eu e a Terezinha iríamos até eles, passar um tempo juntos.
E foi o que fizemos uns dias depois.
No Livro dos Provérbios, o Espírito Santo diz que o homem que tem muitos amigos sai perdendo, mas também que há amigo mais chegado que um irmão[1].
E esta família é uma daquelas que podemos com alegria dizer, são amigos assim, que têm estado conosco há mais de vinte anos, em todo tipo de circunstâncias, e nas idas e vindas que a vida promove, que têm sido usados por Deus inúmeras vezes em nossas vidas.
Então alguns dias depois nós fomos até eles, passamos uma deliciosa e edificante tarde juntos, ouvindo-os, orando e compartilhando a Palavra de Deus.
Um amigo, amigo de verdade, é um bem inestimável.
Hoje eu desejo meditar com vocês sobre a grande amizade, a amizade suprema de nossa vida com o grande amigo, mais chegado que um irmão, o nosso Deus e Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
No v. 1 aqui do texto que lemos, a Palavra de Deus nos revela duas das muitas bênçãos que temos junto a Deus mediante a fé em Jesus.
Uma delas é a nossa “justificação”, o ato através do qual Deus, o juiz de todos os homens, nos declara sem culpa diante do seu tribunal. Graças a Jesus, os que têm fé estão justificados dos seus pecados.
E a outra bênção é que, uma vez justificados, temos também “paz com Deus”; isto é, à luz do v. 10, nós que éramos inimigos de Deus por causa dos nossos pecados, fomos reconciliados. Agora, em vez de inimizade, o que existe entre nós é aquilo que Abraão, nosso pai na fé, também experimentou, e foi chamado amigo de Deus[2].
Que coisa grandiosa, meus irmãos, é a nossa eterna salvação. E não poderia ser diferente, pois o nosso Salvador é grande. Cada aspecto daquilo que Jesus conquistou para nós, na cruz, é simplesmente admirável.
A regeneração, esta misteriosa obra do Espírito Santo, pela qual ele nos faz renascer espiritualmente, e assim nos dá vida nova, arrependimento e fé...
A justificação pela fé em Jesus, mediante a qual somos declarados sem culpa...
A santificação do Espírito, mediante a qual somos separados a fim de viver para Deus, e pela qual nosso crescimento espiritual rumo à eternidade tem início...
Todas estas coisas, e muitas outras que Jesus nos concede trazem alegria e paz ao nosso coração.
Vamos meditar sobre alguns aspectos práticos desta reconciliação com Deus mediante a fé em Jesus, a nossa relação de amizade com Deus.
1. A reconciliação com Deus nos dá a confiança de sermos amados por ele
Eu gostaria de ilustrar isto com trechos de uma história narrada em João 11.
Vamos ler Jo 11:11
Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.
Este capítulo todo nos conta a história da ressurreição de Lázaro, irmão de Marta e Maria, discípulos de Jesus que moravam numa cidadezinha próxima a Jerusalém, chamada Betânia. Os evangelhos nos dão a entender que sempre que ia a Jerusalém, Jesus hospedava-se na casa destes três irmãos[3].
Os três primeiros versículos aqui deste capítulo nos dizem que Lázaro ficou enfermo, e suas irmãs mandaram avisar a Jesus.
Jesus não foi de imediato, pois o plano de Deus era no sentido de que Lázaro viria a falecer, e depois de quatro dias o Senhor o ressuscitaria.
O que desejo destacar agora é a maneira como Jesus se refere a Lázaro neste versículo 11: nosso amigo. Era assim que Jesus o considerava; a ele e às suas irmãs, Marta e Maria.
E dentro deste contexto, algumas referências ao sentimento e ao comportamento de Jesus para com eles.
Jo 11:5
Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.
Agora, alguns dias depois, quando Jesus está com as irmãs, os discípulos e alguns conhecidos, já diante do túmulo de Lázaro.
Jo 11:35, 36
Jesus chorou.  Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava.
Veja a comoção de espírito do Senhor diante do sofrimento dos seus queridos. Jesus, Deus que se fez carne e habitou entre nós, sofreu em seu próprio coração, em sua própria alma, em seu próprio corpo, os nossos sofrimentos. Não somente sofreu as mesmas tentações que nós sofremos, mas também as nossas dores.
Por isto também o escritor da Epístola os Hebreus nos ensina que ele é um sumo-sacerdote perfeito. Ele se compadece de nós em nossas aflições, e intercede por nós[4].
O que vemos nestas coisas todas são afirmações do amor de Jesus para com seus amigos. Amor que se envolve, que faz estar juntos, que se alegra com a alegria, que chora nas tristezas, que se compadece nas aflições, que vem ao encontro nas necessidades.
Jesus é amigo mais chegado que um irmão.
2. A reconciliação com Deus nos leva a desejar sua glória e o bem dos seus amados
Jo 3:26-30
E foram ter com João e lhe disseram: Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos lhe saem ao encontro.  27 Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada.  28 Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor.  29 O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim.  30 Convém que ele cresça e que eu diminua.
João Batista foi um profeta enviado por Deus a preparar o caminho de Jesus. O próprio ministério de João já havia sido profetizado muitos anos antes, pelo profeta Isaías[5]. A sua pregação era um anúncio de que a vinda do Salvador do mundo estava próxima, e as pessoas deveria se arrepender e preparar o coração para receber a Jesus.
Com sua pregação, João estava alcançando multidões de pessoas, e elas eram batizadas em sinal desse arrependimento.
Então a promessa se cumpriu: Jesus, o Filho de Deus se manifestou. E multidões passaram a segui-lo. Da mesma forma que João, os discípulos de Jesus passaram a batizar as pessoas que se arrependiam[6].
Então algumas pessoas vieram contar estas coisas a João, como que dizendo: – “Olha, surgiu outro profeta pregando, Jesus; e tem muita gente seguindo ele. Agora você tem um concorrente, e parece que ele está ganhando...”
E ele responde usando uma figura de comparação, para explicar a maneira como entendia esta nova situação.
Ele diz que o encontro de Jesus com os seus escolhidos era como a celebração de um casamento. Jesus é o noivo, o povo de Deus é a noiva. E ele, João, é apenas um amigo do noivo.
Esta mesma figura será usada várias outras vezes no Novo Testamento para descrever o relacionamento de amor entre Cristo e sua igreja[7].
Cristo amou sua igreja e a si mesmo se entregou por ela, para purificá-la, para santificá-la, preparando-a para ser sua esposa.
Então a resposta de João foi esta:
“Eu não sou o noivo da igreja. Ela não é minha; ela é de Jesus; e é a ele que a igreja deve amar, e não a mim. Eu sou amigo dele. Só de ouvir a voz dele eu já fico contente. Convém que ele seja engrandecido, e que eu diminua”.
Que atitude de amor vemos em João. Amor a Jesus, e à sua igreja. Ele não quer ser amado em primeiro lugar; ele não quer ser um ídolo na vida dos crentes. Ele quer que Jesus seja seguido.
O amigo de Jesus não deseja ser o foco da atenção, mas que Jesus seja o centro.
O amigo de Jesus não rouba dele a glória que lhe pertence. O amigo de Jesus não disputa com outros para ser o mais amado, o mais popular, o mais bem quisto. O amigo de Jesus não quer que a sua voz prevaleça, mas que a voz do noivo seja ouvida.
Ele ama o noivo e a noiva. Mas ele não quer que a noiva seja dele, e sim pertença ao noivo.
Agora, o que João Batista fez enquanto Jesus não veio? Cuidou bem da noiva, dando-lhe a Palavra de Deus, concedendo perdão aos arrependidos, ameaçando os lobos devoradores.
Neste contexto não é difícil entender a condição que Jesus impõe para que nossa amizade com ele seja nutrida.
Jo 15:14
Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.
Jo 15:17
Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.
Jo 15:12
O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Jesus amou a igreja, e foi capaz de morrer por ela também.
Amigos do noivo amam a noiva.
3. A reconciliação nos faz ter intimidade com Deus, seja falando a ele, seja ouvindo o que ele tem a dizer
Uma das passagens mais ternas da Escritura é
Êx 33:11
Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda.
O contexto todo aqui é lindo. Mas vou destacar apenas isto: Deus falando com Moisés, aquele servo que pela fé não cobiçou os prazeres transitórios do pecado, mas permaneceu firme, com quem vê aquele que é invisível[8].
Deus lhe fala como qualquer pessoa fala com seu amigo, face a face. E Moisés responde, dizendo que deseja sua presença sempre. E Deus torna a falar, e Moisés fala de novo, e o Senhor responde, e atende à sua oração.
Este mesmo tipo de certeza, de resposta à oração com base na amizade, foi um dos argumentos de Jesus quando ele estava nos ensinando a orar.
Lc 11:8-9
Digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade.  9 Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Nos versículos anteriores o Senhor faz uma ilustração:
“Vamos supor que você esteja deitado com seus filhos, já tarde da noite, e um vizinho venha bater à sua porta, dizendo: ‘Amigo, eu preciso de ajuda. É que chegou um visitante distante, e eu não tenho nada para servir a esta hora. Você pode me emprestar uns pães’? É claro que você se levantará para atendê-lo em sua necessidade. Se não fizer isto por causa da amizade, pelo menos se levantará por causa a importunação”.
Na história de Jesus, a primeira razão para você atender ao seu vizinho necessitado é a amizade.
Então ele conclui: – “Se é assim, peçam a Deus, e ele dará; busquem, e encontrarão; insistam, e alcançarão”.
Quando existe amizade com Deus, existe a certeza de que nele, em seu amor, em seu poder, em sua fidelidade, podemos confiar.
É o que nos faz insistir em oração. Que nos faz buscar sua Palavra, ouvir sua voz, nos deleitar na comunhão, e também falar-lhe de nossas ansiedades, de nossas necessidades, de nossos desejos.
É o que noz faz confessar quem somos, pois ele é um amigo fiel.
E da mesma forma, se somos amigos, nos deleitamos em saber o que ele gosta, nos deleitamos em fazer sua vontade.
Conclusão
Eu desejo encerrar nossa meditação trazendo à lembrança mais uma palavra do nosso amigo:
Jr 31:3
De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.
Se você conhece ao Senhor Jesus você conhece, você conhece também, eu seu coração, o doce significado, e o doce poder destas palavras.
Você as conhece no íntimo de sua alma. Sabe que é amado de Deus, e o ama.
Então viva este amor. Viva com alegria, pois o amor alegra o coração. Viva sem medo, pois o perfeito amor lança fora o medo. Viva com esperança, pois o amor de Deus que foi derramado em teu coração, pelo Espírito Santo que te foi outorgado, faz de você uma pessoa cheia de alegre expectativa das bênçãos que ainda virão.
Mas amado, e se você ainda não conhece este amor de Deus? Volte-se para Jesus, com arrependimento e fé, pois ele prometeu:
“Todo aquele que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora...” [9]
Se você fizer isto, você conhecerá o amor de Deus.






[1] Pv. 18:24
[2] Is 41:8
[3] Jo 12:1, 2; Lc 10:38-42
[4] Hb 4:13-16
[5] Is 40:3; Mt 3:3; Jo 1:23, etc.
[6] Jo 4:1, 2
[7] Por exemplo, Ef 5:25-32; Ap 19:7, 9; 21:2
[8] Hb 11:27
[9] Jo 6:37

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Guarda o teu coração (1) - Pv 4:23

     A segunda parte desta mensagem está publicada aqui

3ª IPC de São Paulo
Quinta-feira, 10 de julho de 1997
Pr. Plinio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler Provérbios 4:18-27
Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.  19 O caminho dos perversos é como a escuridão; nem sabem eles em que tropeçam.  20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina os ouvidos.  21 Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração.  22 Porque são vida para quem os acha e saúde, para o seu corpo.  23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.  24 Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos lábios.  25 Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti.  26 Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos.  27 Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal. 
Já aconteceu de você andar à noite, na mais completa escuridão? Por exemplo, já aconteceu de você se levantar durante a noite, sem enxergar dentro do quarto? Você tropeça, bate nas coisas.
No v.19 nós lemos que assim acontece na vida do homem que não anda com Deus; ele nem sabe em que tropeça. Não percebe como anda por caminhos errados, perigosos para sua alma. Não percebe a falta de bênção em sua vida. Não sabe por que tanta confusão, o porquê das suas angústias, de sua falta de paz.
Ele tenta, acha que faz o melhor, mas não sabe por que as coisas dão errado.
Como diz também Pv 16:25, ele  anda por caminhos cujo fim é amargo como a morte.
Mas a vida do homem que anda com Deus é diferente - é como a luz do amanhecer.
Você já viu o amanhecer de um dia. No começo, tudo escuro; você não enxerga muito bem. Mas depois, na medida em que o tempo passa, começa a surgir a luz. O céu vai ficando azulado. No horizonte, vão surgindo tons vermelho-alaranjados. Os passarinhos começam a cantar. Tudo vai ficando iluminado, até ser um dia totalmente claro.
Quando alguém anda com Deus, que é luz, sua vida vai ficando assim: iluminada, abençoada, cada vez mais, num crescer constante, rumo à perfeição.
Neste texto, após fazer estas comparações, o Espírito Santo nos diz como devemos andar, para que nossa vida seja um caminho de luz.
No v. 20 o Senhor nos diz: – Inclina os teus ouvidos aos meus mandamentos
Nos vs. 21,25: – Fixe neles os teus olhos
No v. 21: – Guarda-os no coração
No v. 26: –  Ande pelos caminhos certos. Sua vida será abençoada
No v.23 - O Senhor nos dá uma instrução da qual depende todo esse caminhar na luz: – Guarde; proteja do mal, cuide bem, do seu coração, porque do seu coração é que procedem todas as suas decisões, os seus caminhos.
Em nossa meditação de hoje, eu desejo considerar esta instrução com os irmãos.
1. Primeiramente, o que nós devemos guardar: o coração
Atualmente, quando usamos a palavra “coração” num sentido figurado, como é o caso aqui, geralmente pensamos em nossas emoções.
Quando alguém diz: – “Estou de coração partido”, entendemos que esta pessoa está triste, sofrendo.
Quando alguém diz: – “Meu coração transborda de amor”, entendemos que esta pessoa fala de alguém que lhe prazer, contentamento, que desperta boas afeições.
Mas na Bíblia o “coração” contempla muito além das nossas emoções, como  alegria ou tristeza, amor ou ódio, paz ou angústia, coragem ou temor.
É também a sede de todas as outras capacidades psicológicas humanas: é o centro da vontade. Ali o homem decide se vai obedecer a Deus, à justiça, ao bem, ou se resistirá ao Espírito Santo. Ali o homem forma seus pensamentos e propósitos.
É no coração que o homem faz seus planos, [1], traça o seu caminho[2], escolhe seus objetivos.
É o coração que determina as nossas motivações, as intenções com as quais fazemos as coisas - se por amor a Deus, ou por egoísmo, se por pureza, se por maldade, se para honrar a Deus, ou se para autopromoção.
As intenções do coração é determinam a espiritualidade de uma pessoa, o caráter. Por isto quando a Bíblia fala de uma pessoa humilde, descreve como humilde de coração. Se a pessoa é arrogante, orgulhosa, teimosa, é chamada dura de coração. Se o caráter é puro, santo, é  limpo de coração. Se pecaminoso, coração perverso.
O coração, portanto, é o homem interior, a personalidade, o verdadeiro  “eu”.
Para Deus, a coisa mais importante em nossa vida espiritual é o nosso coração. É ali que existe a verdadeira pessoa. É ali que ele vê a nossa alma.
2. Por que devemos guardar o coração?
Porque dele procedem as fontes, as saídas, os caminhos da vida. O coração é o centro de tudo: vontade, emoções, caráter, decisões, determina tudo.
Por exemplo, Jesus diz que o coração determina o que falamos.
Lc 16:45
O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.
Se o coração estiver pleno da graça de Deus, os lábios transbordarão em benção, bondade, amor, fé, gratidão.
Se o coração estiver dominado pelo pecado, as palavras serão transbordantes de orgulho, condenação, crítica, maldades, malícias.
O Espírito Santo também diz o coração determina as nossas ações
Jr 17:10
Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.
O Senhor diz que esquadrinha os nossos corações pois nele conhece as nossas motivações.
Mais palavras de Jesus
Mt 6:24
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Mt 5:8
Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
Por isso devemos guardá-lo, protegê-lo, defendê-lo, preservá-lo
3. Contra o que devemos guardar, ou proteger, o coração? Quais são os perigos? O que, ou quem poderia causar dano, afastá-lo de Deus?
A Bíblia menciona várias coisas que podem atacar nossos corações. Quero citar apenas dois exemplos.
3.1- Devemos guardar o coração diante dos problemas da vida, as tribulações, as ansiedades
Pv 13:12
A esperança que se adia faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida.
Um coração enfermo é um coração desanimado, frio, sem esperança, sem fé, sem capacidade de amar, sem capacidade de se alegrar na graça de Deus.
Agora veja que maravilha: uma das razões pelas quais Deus vem ao nosso encontro, falando conosco na Bíblia, e concedendo que falemos com ele através de nossas orações, é a de curar as enfermidades do nosso coração.
Rm 15:4
Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
As palavras de Deus que nos foram dadas em toda a Bíblia também foram dadas para o bem estar de nosso coração. Suas histórias, suas doutrinas, seus mandamentos, suas promessas, a maneira como ela nos revela o caráter e as obras de Deus, todas estas coisas fazem bem ao nosso coração, restauram nossas almas.
Então, quando o teu coração estiver enfermo, volte-se para a Palavra de Deus. Ouça o que o Senhor lhe diz. Volte-se através da leitura, da meditação, da oração, do trazer à memória as muitas coisas que o Espírito Santo tem lhe ensinado através dos seu tempo de caminhar com Deus.
Fp 4:6,7
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.  7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
Que promessa incrível, meus irmãos. Num mundo cheio de aflições, ansiedades, depressão espiritual, temos um grande medico de nossas almas, capaz de curar nossas mentes de toda a ansiedade, dar-nos uma paz que excede toda a compreensão humana comum, pois é o mesmo tipo de paz que tomou conta do coração do Senhor Jesus, diante de todo o sofrimento pelo qual ele passou.
Então guarde a sua mente, o seu coração, guarde a sua alma no coração de Deus, na comunhão com ele.
3.2 – Guarde o seu coração, proteja-o, contra o  pecado que nele ainda habita
Haverá um dia, meus irmãos, maravilhoso, em que ao “olharmos” para o nosso próprio coração, já não veremos mais pecado em nós. No dia do nosso encontro com o Senhor na eternidade, quando o veremos face a face, e seremos semelhantes a ele.[3]
Mas este dia ainda não chegou. E até lá, ao mesmo tempo em que nos regozijamos com o fato de que temos um coração regenerado pelo Espírito Santo, que ama as coisas do céu, que busca a vontade de Deus, ainda temos que lidar com os muitos resquícios de nossa natureza pecadora. Veja como o Espírito Santo, falando através do profeta Jeremias, descreve o coração humano.
Jr 17:9
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?
Agora Jesus:
Mt 15:19, 20
Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.  20 São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina.   
Esta é a natureza rebelde que ainda habita em nós, com a qual não podemos ser condescendentes, que não podemos permitir o domínio. Mas como proteger o novo coração contra o velho coração? Como guardá-lo de si mesmo?
Amados, a maneira de proteger-nos de nossos autoenganos é a mesma: a comunhão com nosso Pai celeste, mediante nosso falar com ele (oração), e ouvir a sua voz (a Palavra escrita e guardada no coração).
Veja a oração de Davi, a quem o Espírito Santo descreve “homem segundo o seu coração”[4]
Sl 51:10
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
Agora veja também Sl 119:9 e 11
De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra…11 Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.
Comunhão com Deus pela meditação na sua Palavra. Comunhão com Deus pela oração. A comunhão com Deus nos protege contra o pecado que ainda habita em nós.
Não estou dizendo que não haverá uma terrível luta contra as tentações ao pecado, pois o coração, como diz o Espírito, é desesperadamente corrupto, ele enganoso. Ele se deixa enganar pelos desejos do pecado, e tenta nos enganar.
Uma das coisas mais terríveis da vid são as tentações; pois por um lado, você sabe que o pecado é contra Deus, não tem prazer nele, quer andar em santidade; mas por outro lado, gosta de praticar atos contrários à lei do Senhor. Você não quer pecar, mas ao mesmo tempo quer. Então, para que o seu coração deixe de ser dividido, e desejar somente as coisas de Deus, a única maneira que você tem é fortalecendo o seu novo coração com a presença de Deus. Só Deus pode mudá-lo, só Deus pode guardá-lo.
Conclusão e aplicação
Amados irmãos, o nosso coração é o mais importante; é o nosso “homem interior”.
Precisamos guardá-lo: contra as enfermidades próprias deste mundo decaído, contra as más influências do pecado.
Somente Deus pode protegê-lo. E isto somente pode acontecer se estivermos em comunhão com ele. Através do ouvir a sua voz nas Escrituras, e consequentemente na comunhão com seu povo, uma comunidade criada para adorá-lo, e no meio da qual ele manifesta a sua Palavra. E também através de nosso levar a ele nossas orações de toda sorte: agradecimento por suas bênçãos, suplicas em nossas necessidades, confissões de nossos pecados, de nossas fraquezas, medos, ansiedades. Orações confiantes, de corações que conhecem e confiam no amor, na santidade do Pai, na sua fidelidade e justiça.
Mas antes de mais nada, há uma coisa essencial. Veja o que diz o Espírito em Pv 23:26
Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.
Veja também o que ele diz em Ap 3:20
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
O nosso coração só pode ser guardado em Deus; mas ele só faz isto se entregarmos nosso coração a ele.
Busque ao Senhor em oração agora.  Se você está sofrendo, contrariado, decepcionado...
Se você está sendo tentado... amando algo errado, ou amando a pessoa errada...
Se ainda não entregou seu coração a Jesus...
É hora de você proteger o seu coração em Deus.


[1] Pv 16:1
[2] Pv 16:9
[3] 1ª Jo 3:1-3
[4] At 13:22
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