Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 22 de setembro de 2019

Quando vos reunis - 1ª Co 11-14


3ª IPC de Guarulhos
Pr. Plínio Fernandes
A cada domingo nós nos reunimos aqui para nossos cultos e escola dominical. Também costumamos nos reunir para oração e estudo bíblico em outras ocasiões durante a semana.
Então invocamos a presença de Deus em nossas orações e cânticos, agradecemos por seus cuidados, pela eterna salvação, confessamos nossos pecados, estudamos e meditamos em sua Palavra.
Agora eu pergunto, amado:
– Qual é o impacto destas nossas atividades em sua vida diária?
– Quando nos reunimos, ao sair daqui, você percebe que a sua vida se tornou um pouco mais santificada?
– Percebe que se tornou um marido melhor, uma esposa melhor, um filho melhor?
– Você se tornou um pai melhor? Um homem mais crente, mais forte?
– Quando saímos daqui, você sai com mais vontade de servir a Cristo? Você se torna uma testemunha melhor de Jesus, em sua maneira de viver e de falar?
– E também: quando saímos daqui, você sai com vontade de voltar outra vez, a fim de adorar a Deus?
– E quando alguma pessoa que não é crente em Jesus vem e participa conosco – você tem visto algum visitante dizer: – “Deus está neste lugar”?
Estou fazendo estas perguntas, irmãos, como introdução a um conjunto de ensinos muito importantes que o Espírito Santo nos trás nos capítulos 10 a 14 aqui de 1ª aos Coríntios, ao falar sobre as reuniões da igreja.
Conforme podemos ler aqui nesta epístola, a igreja de Corinto era dotada de muitos dons espirituais.[1] Mas, ao mesmo tempo, era lamentável a falta de maturidade espiritual da igreja de Corinto.[2]
De acordo com o relato de Atos capítulo 18, o apóstolo Paulo ficou naquela cidade aproximadamente dois anos, evangelizando e ensinando a Palavra de Deus aos convertidos.
O próprio Senhor Jesus havia aparecido a Paulo numa visão, dizendo: – Não temas; pelo contrário, fala e não te cales, pois tenho muito povo nesta cidade.
Paulo obedeceu ao Senhor, e muitos coríntios creram e foram batizados. Depois destes dois anos Paulo prosseguiu o seu ministério em outros lugares.
Mas a igreja de Corinto não amadureceu espiritualmente, de sorte que nesta epístola Paulo descreve alguns problemas sérios que havia entre eles: atitudes carnais como divisões, partidarismos, mau testemunho diante do mundo, desonestidade e injustiças entres os irmãos, imoralidades, visões distorcidas sobre a família, doutrinas erradas.
E alguns dos problemas muito sérios nos quais a igreja de Corinto estava envolvida diziam respeito às suas reuniões.
Veja o que ele diz em 1ª Co 11:17
Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior.
Veja também 11:20
Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis.
São palavras fortes, para dizer que em sua maneira de fazer as coisas eles não estavam cumprindo os propósitos de Deus.
Mas, se por um lado estas coisas eram lamentáveis, por outro lado estes pecados deram ocasião a que Paulo escrevesse uma extensa instrução a respeito das reuniões da igreja, de modo que aqui nos capítulos 10:14 a 14:40 de 1ª aos Coríntios, temos uma série de ensinamentos preciosos, que nos dizem como devemos fazer para que nossos encontros sejam para melhor.
Há vários pontos nestes capítulos que podemos sistematizar. Neles, Paulo nos ensina:
1. O propósito (ou propósitos) que Deus tem, e que nós devemos ter em mente quando nos reunimos.
2. Os recursos que Deus nos tem dado para o cumprimento deste propósito.
3. Como devemos usar estes recursos que Deus nos tem dado.
Em nosso estudo de hoje eu quero destacar os propósitos de Deus para as reuniões da igreja, que devem ser também os nossos propósitos. Estes propósitos de Deus englobam tudo o que a igreja deve fazer.
1. A glória de Deus
1ª Co 10:31
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
Aqui Paulo ainda não penetrou “portas adentro” das reuniões da igreja. Ele está encerrando o assunto da adoração aos ídolos, dizendo que o crente deve fugir da idolatria, e introduzindo o assunto do culto ao Senhor.
Ele diz que tudo o que fazemos para Deus deve ser com vistas a glorificar a Deus por nossa maneira de viver diante dos homens.
Quando ele diz que devemos fazer tudo, desde as coisas mais simples, como comer e beber, para a glória de Deus, está apontando para a grande razão pela qual fomos criados.
Is 43:6,7
Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, 7 a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz.
Deus nos criou para a sua glória. Deus também nos salvou para a sua glória.
Ef 1:3-6
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4 assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.
Estes textos ensinam que nossa vida, seja como seres humanos, seja como pecadores redimidos por Jesus, deve ecoar aquilo para o quê o Senhor Deus criou todas as coisas.
Rm 11:36
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
E mais: devemos ter consciência de que Deus é zeloso de sua glória.
Is 48:11
Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem.
Diante disto, amados, a cada momento em que nos reunimos como igreja, seja no culto, nas reuniões de oração, nas atividades das sociedades internas, no grupo de música, nos estudos bíblicos, nossa atitude deve ser a mesma que Deus ordenou aos antigos sacerdotes de Israel:
Ml 2:1, 2
Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento.  2 Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.
2. A edificação dos crentes
1ª Co 14:26
Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação.
Deus é glorificado em todas em todas as coisas, em todas as áreas de nossa vida, na medida em que andamos em obediência à sua Palavra.
Inclusive quando nos reunimos com vistas à edificação uns dos outros, como igreja do Senhor.
Este é um propósito para o culto que nem sempre é bem entendido, por causa de uma aplicação errônea de um princípio muito importante, isto é o princípio de agradar a Deus acima de tudo.
Gl 1:10-12
Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.  11 Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, 12 porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.
Algumas pessoas entendem que “agradar a Deus” significa, automaticamente, não se preocupar com os resultados na vida das pessoas.
Mas Paulo, neste contexto, estava destacando o fato de que sua doutrina não agradava às pessoas que se opunham ao evangelho da graça de Deus, e ensinavam uma salvação pelas obras. Ora, se ele cedesse para agradar a tais pessoas, então ele já não estaria servindo a Deus, e sim a homens.
Neste sentido, não devemos agradar a homens.
Mas por outro lado, ele diz aqui em Corinto que tudo o que fazemos como igreja, no uso dos nossos dons, deve ter como propósito edificar a igreja do Senhor.
Rm 15:1-3
Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.  2 Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.  3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te ultrajavam caíram sobre mim.
Sendo assim, em nossos encontros, devemos ter como propósito o trabalhar para a edificação uns dos outros, o servir uns aos outros.
Isto requer várias disposições do coração: amor para com os irmãos, humildade, altruísmo (ausência de egoísmo), não tendo em vista cada qual o que é propriamente seu, mas o que é dos outros.
O “por no coração” a edificação da igreja.
1ª Co 14:5
Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação.
1ª Co 14:12
Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja.
3. O testemunho diante do mundo
1ª Co 14:23-25
Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?  24 Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e por todos julgado; 25 tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós.
Ainda que, em primeiro lugar, a igreja se reúna para adoração a Deus e edificação dos crentes, o fato é que muitas pessoas ainda não crentes sentem-se motivadas a participar dos cultos cristãos.
Há daqueles que são trazidos por um amigo crente. Há daqueles que sentem necessidades espirituais. Há também daqueles que sentem-se atraídos por motivos menos nobres, como participar de um evento social.
Mas não importa a razão, Deus pode usar as reuniões da igreja como uma forma de bom testemunho diante do mundo.
Se a Palavra de Deus é pregada, pelo seu próprio poder é um instrumento que trás à tona o que se passa no coração (interior) das pessoas, e elas são levadas a reconhecer que Deus está, de fato presente na igreja, e é levada a adorar a Deus também.
Vejamos também Hb 4:12, 13
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.  13 E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.
Vejamos agora João 17:20
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra
Por isto em nossas igrejas, tudo o que fazemos tem como ponto central o ensino e a prática da Palavra de Deus: ela edifica os crentes e dá testemunho do evangelho diante do mundo.
Em conexão com o testemunho da igreja por meio da Palavra, Jesus também diz que a vida de amor que os crentes manifestam é um instrumento de Deus para que o mundo creia.
Jo 17:21-23
A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
Conclusão e aplicação

Três propósitos que devemos ter ao vir à igreja para o culto (e todas as nossas demais atividades).
1. Glorificar a Deus.
2. Edificar nossos irmãos.
3. Testemunhar diante do mundo.
Coloque estes propósitos no coração cada vez que você vier à igreja.
Faça o melhor, para que este propósito seja alcançado.
Use os dons e capacidades que o Senhor tem dado a você para a glória de Deus e o bem do seu próximo.



[1] Cf. 1ª Co 1:5-7, 1ª Co 12-14
[2] Cf. 1ª Co 3:1-3

Nenhum comentário:

Postar um comentário

▲Topo