Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 27 de outubro de 2013

Perguntai pelas veredas antigas - Jr 6:16

Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 27 de outubro de 2013
Pr. Plínio Fernandes
Meus amados irmãos, vamos ler Jeremias 6:1-17
1 Fugi, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém; tocai a trombeta em Tecoa e levantai o facho sobre Bete-Haquerém, porque do lado do Norte surge um grande mal, uma grande calamidade.  2 A formosa e delicada, a filha de Sião, eu deixarei em ruínas.  3 Contra ela virão pastores com os seus rebanhos; levantarão suas tendas em redor, e cada um apascentará no seu devido lugar.  4 Preparai a guerra contra ela, disponde-vos, e subamos ao meio-dia. Ai de nós, que já declina o dia, já se vão estendendo as sombras da tarde!  5 Disponde-vos, e subamos de noite e destruamos os seus castelos.  6 Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Cortai árvores e levantai tranqueiras contra Jerusalém. Esta é a cidade que há de ser punida; só opressão há no meio dela.  7 Como o poço conserva frescas as suas águas, assim ela, a sua malícia; violência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim continuamente.  8 Aceita a disciplina, ó Jerusalém, para que eu não me aparte de ti; para que eu não te torne em assolação e terra não habitada.  9 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Diligentemente se rebuscarão os resíduos de Israel como uma vinha; vai metendo a mão, como o vindimador, por entre os sarmentos. 10 A quem falarei e testemunharei, para que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela.  11 Pelo que estou cheio da ira do SENHOR; estou cansado de a conter. Derramá-la-ei sobre as crianças pelas ruas e nas reuniões de todos os jovens; porque até o marido com a mulher serão presos, e o velho, com o decrépito.  12 As suas casas passarão a outrem, os campos e também as mulheres, porque estenderei a mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR, 13 porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade.  14 Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.  15 Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o SENHOR.  16 Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.  17 Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas eles dizem: Não escutaremos.
O dia 31 de outubro é a data escolhida para se comemorar o aniversário da Reforma Protestante, aquele movimento ocorrido na Igreja Católica do séc. XVI, quando alguns sacerdotes em vários países europeus, estudando a Bíblia, perceberam que através dos tempos a igreja fora se afastando de seus primeiros ensinamentos, e assim, de seus primeiros caminhos.
No séc. XVI, a igreja já não pregava, havia muito tempo, a comunhão com Deus mediante a intercessão única e suficiente de Jesus Cristo, mas à semelhança das religiões pagãs com seus muitos deuses, praticamente “um deus para cada área da vida”, a igreja também havia colocado, no lugar de Jesus, um santo intercessor diante de Deus para cada situação, tal como ainda existe hoje: um santo dos motoristas, um santo protetor dos animais, um santo das causas perdidas, e assim por diante.
Também a igreja já não ensinava que a salvação da nossa alma é um dom da graça de Deus que recebemos mediante a fé em Jesus Cristo, mas que a salvação era um dom confiado à igreja, que ele dispensava a cada pessoa que se achegasse a ela, mediante o sacerdócio dos padres e várias obras estipuladas pela igreja, e entre elas se destacavam as missas e as indulgências, que era a venda do perdão, por parte da igreja (será que não existe hoje situações parecidas entre os chamados evangélicos, que se dizem protestantes, mas que estão colocando em homens a mesma autoridade de Jesus, homens que vendem a fé e a vida abundante por dinheiro?)
Além, disto, a igreja também não ensinava mais que a Bíblia é a Palavra de Deus, infalível, verdadeira, inerrante, e suficiente para o cristão. Ao contrário, segundo a igreja, quem tinha autoridade final era a própria igreja, através de seus mestres, e não era necessário que cada pessoa tivesse uma Bíblia na mão, para aprender o que ela diz.
Mas então estes ministros da igreja católica, entre os quais o mais conhecido se tornou Martinho Lutero, um padre alemão, ao ler a Bíblia, e vendo que a igreja se afastara tanto dos ensinamentos de Jesus, começaram a trabalhar por uma reforma no ensino que naturalmente resultaria numa reforma em todas as áreas.
Mas eles não foram aceitos, e expulsos da igreja, surgindo assim as igrejas protestantes. O ramo a que pertencemos surgiu do ensino de João Calvino, um reformador francês que fixou residência em Genebra, e veio a ser conhecido historicamente como Igreja Reformada.
Dezenas de anos mais tarde, na Holanda alguns teólogos fizeram notar que a nossa tendência como seres humanos é repetir, de um modo ou outro, os mesmos erros que a igreja católica da Idade Média já havia cometido, e aos poucos, irmos nos afastando dos ensinos e práticas ensinados por Jesus, e então um deles usou uma frase que se tornou um lema protestante: “Igreja Reformada, sempre reformanda”, isto é, sempre se submetendo a ser reformada.
Muitos não têm entendido o significado desta frase, e pensam que a igreja, para ser reformada, precisa estar criando novidades, ou sempre mudando.
Mas o sentido é que a igreja, por causa da tendência humana, se afastar daquilo que é certo, deve sempre estar, voltando ao caminho, sempre voltando aos ensinamentos dados na Palavra de Deus.
Nós vemos esta verdade ilustrada no texto que temos diante de nós:
O povo de Israel, a igreja do Antigo Testamento, havia se afastado da Palavra de Deus.
Como lemos no v. 10, a palavra do Senhor era para eles coisas vergonhosa; não gostavam dela.
Preferiam uma vida de pecado: opressão, malícia, violência e destruição eram as notícias diárias em Jerusalém (vs. 6, 7).
O povo, os profetas e os sacerdotes eram falsos e gananciosos, só queriam saber de ganhar dinheiro e bens materiais (v. 13).
Por causa deste amor ao dinheiro, curavam superficialmente as feridas espirituais, pregando “Paz, paz”, quando não havia paz, e deixando cada um a seguir nos seus caminhos de pecado (v. 14).
Então o Senhor diz que os disciplinaria: o mal viria do norte. Os exércitos da Babilônia cercariam e destruiriam Jerusalém, e era bom que eles se humilhassem perante o Senhor.
E neste contexto os chama para voltarem aos antigos caminhos, que perguntassem pelas veredas antigas, isto é, quando no começo ouviram a palavra de Deus e a seguiram, e que voltassem aos bons e antigos caminhos.
Busquem as veredas antigas, andem nos primeiros caminhos, e vocês encontrarão descanso para suas almas.
Mas eles disseram: “Não andaremos”.
E a destruição veio.
Vamos ler novamente o v. 16
Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma...
Aqui temos uma orientação que devemos ouvir sempre, da parte do Espírito Santo, para que nossas almas sejam abençoadas.
Mas, nos dias de hoje, o que significa “perguntar pelas veredas antigas”?
Eu gostaria de responder citando três aspectos que se complementam.
1. Significa perguntar por Jesus Cristo, o Filho de Deus
Porque digo que perguntar pelas veredas antigas significa perguntar por Jesus?
Por duas razões
Primeiramente, atentemos novamente para a promessa de Deus aqui:
Perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma...
De acordo com Deus, se você pergunta em anda pelo antigo e bom caminho, a sua alma irá encontrar descanso.
Agora vejamos a promessa que Jesus nos faz em Mateus 11:29
Leiamos os vs. 28-30
28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.  29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.  30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Veja: a promessa de Deus em Jeremias, e a promessa de Deus em Mateus, é a mesma: o resultado de se buscar os caminhos antigos e o resultado de se buscar a Jesus é o mesmo: encontramos o descanso que nossas almas precisam neste mundo de opressão, injustiça e pecado.
Em segundo lugar, perguntar pelas veredas antigas também é perguntar por Jesus porque ele se apresenta a nós como o caminho para o Pai celestial.
Jo 14:6
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
Então, tomando a Bíblia como um todo, aprendemos que Jesus é o caminho pelo qual devemos perguntar.
Porque ele é a palavra eterna que estava no princípio com Deus.
Ele é o criador de todas as coisas.
Ele é quem sustenta todo o universo, cada criatura, cada ser vivo, as coisas visíveis e as invisíveis; quem sustenta todas as coisas inanimadas, pelo poder de sua palavra.
E ele é também o redentor, que por meio do seu sangue derramado na cruz, purifica os pecados daquele que pela fé achega-se a Deus.
Hb 10:19, 20
19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne...
Por sua morte em nosso lugar Jesus é o nosso caminho ao lugar santíssimo da presença de Deus.
É o caminho antigo, pois conhecido desde a fundação do mundo, mas é um caminho novo porque nunca envelhece, mas se renova a cada instante.
Perguntar pelas veredas antigas é perguntar por Jesus, é buscar a Jesus, é encontrar descanso em Jesus.
Em segundo lugar, como um complemento inseparável do primeiro ponto...
2. Significa perguntar pelos caminhos ensinados por Jesus
E isto quer dizer perguntar pelos ensinos da Bíblia sagrada.
Porque Jesus e os ensinamentos da Bíblia são inseparáveis.
Você pode observar isto na maneira de Jesus viver, na maneira de Jesus pensar, na maneira de Jesus falar e na maneira de ele nos ensinar a viver.
Quase que a cada página dos evangelhos, seja em sua pregação, em seu ensino, em seus confrontos com opositores, em suas tentações, nós lemos a frase que sai dos lábios de Jesus: “Está escrito”, seguida de uma citação das Escrituras.
Jesus apelava para as Escrituras em casa situação de busca da vontade de Deus, e ele vivia para fazer e ensinar a vontade do Pai.
Apenas um exemplo: em Mateus cap. 19 algumas pessoas se aproximam de Jesus e perguntam a ele sobre o divórcio. Vamos ler o texto:
Mt 19:3-6
3 Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?  4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher 5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?  6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Note como Jesus, ao responder sobre a vontade de Deus quanto ao casamento, volta-se para “as veredas antigas”.
Ele volta ao princípio, citando os primeiros capítulos de Gênesis, onde está ensinado o propósito de Deus acerca do matrimônio, e diz que é assim que devemos viver.
Diz que o casamento é uma criação de Deus.
Diz que é ente um homem e uma mulher.
E diz que deve ser indissolúvel.
Da mesma forma que a Bíblia ensina sobre o propósito e a vontade de Deus para a família, também ensina sobre o trabalho, sobre a igreja, sobre a vida social.
A Escritura é inspirada por Deus e útil para nos ensinar a ter fé em Jesus, a conhecê-lo como nosso Deus e Salvador, e também para nos ensinar os caminhos dele em todas as áreas de nossa vida.
Por isto a exortação que diz: “Examinai as Escrituras, pois julgais ter nelas vida eterna; e são elas que testificam de mim...” (Jo 5:39).
Então, perguntar pelas veredas antigas, diante de nossas decisões, diante dos nossos problemas, dos nossos desejos, perguntar pelo bom caminho, é perguntar pelos ensinamentos da Bíblia. O que diz a Bíblia sobre a família? O que diz a Bíblia sobre o trabalho? O que diz a Bíblia sobre este ou aquele assunto?
Entre outras coisas, isto também significa...
3. Perguntar pelo antigo Evangelho de Jesus
Eu gostaria de citar um exemplo antigo do que significa desviar-se dos ensinamentos de Deus quanto a isto.
Gl 1:6-8
6 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.  8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.
O apóstolo Paulo tinha grande amor pelas igrejas da Galácia.
Ele havia pregado o Evangelho da graça de Deus em Jesus, que se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos livrar deste mundo mau.
Diante de sua pregação, muitos se converteram a Jesus.
Mas depois que Paulo partiu para outras terras, outras pessoas começaram a pregar aos gálatas, um “outro evangelho”, que na verdade não era evangelho algum, pois quando alguém se desvia do caminho estreito que Jesus falou, já está no caminho da perdição.
E tal como aconteceu lá, meus irmãos, outros evangelhos estão sendo pregados no dia de hoje, que não são evangelhos de verdade.
Quero recordar as palavras de Jesus em Mateus 7
Mt 7:13-15
13 Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), 14 porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.  15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
Preste atenção nas palavras de Jesus, nosso Deus e Salvador. Ele não mente, ele não engana. Seu ensino é verdadeiro.
Ele diz que o caminho para a vida eterna é estreito, e poucas pessoas conseguem passar por ele.
E que o caminho da perdição é espaçoso, largo, e muitos andam por ele.
Quero relacionar estas palavras de Jesus com o ensino de seu discípulo Pedro, um homem que, disse Jesus, abriria as portas do reino dos céus para muita gente.
Em Atos cap. 2 nós vemos Pedro pregando a Palavra de Deus. Então quando ele prega, o coração das pessoas se aquece, se torna contrito, e eles se tornam convictos de seu pecado, e perguntam o que deveriam fazer.
At 2:36-38
36 Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.  37 Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?  38 Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
“Que faremos”, eles perguntam. “Arrependei-vos”, Pedro responde, “e sejam batizados em nome de Jesus, isto é, identifiquem-se como seguidores de Jesus. Então vocês serão perdoados e receberão o dom do Espírito Santo”.
Irmãos, o antigo evangelho é este: o que diz que o descanso para a alma vem pela fé em Jesus e o consequente arrependimento pelos pecados.
Mais uma referência:
At 3:19, 20
19 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, 20 a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus.
Irmãos, sem arrependimento e conversão não há refrigério para a alma. Não há salvação.
E veja: outro dia uma pessoa se referiu a certa igreja da atualidade, em cujo caminho muitas pessoas estão andando, como “a igreja do caminho largo”. Eu concordo, e diria que hoje em dia há muitos caminhos largos com o nome de evangelho, mas que não são evangelho coisa nenhuma.
Irmãos, onde as pessoas são ensinadas a amar o dinheiro, ali não está sendo pregado o evangelho de Jesus.
Onde as pessoas não são chamadas ao arrependimento e à fé, à conversão a Deus, o evangelho não está sendo pregado.
Onde as pessoas são chamadas a crer em Jesus, mas não são chamadas a deixar seus pecados, onde o caminho é largo, espaçoso, onde cada um, em vez de tomar dia a dia a sua cruz, negar-se a si mesmo, pode fazer o que quiser, irmãos, este é o caminho da destruição.
Por isto, tanto os que querem ser salvos, e os que querem levar outros à salvação, precisam perguntar pelo bom e antigo caminho do evangelho da Bíblia.
Somente o que a Bíblia ensina, como um todo, e não apenas em textos isolados e distorcidos “a gosto do freguês”.
Conclusão e aplicação
Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma.
Igreja Reformada, sempre reformanda.
Mas o que é isto?
Novas doutrinas? Não.
Para nós, que temos a Palavra de Deus registrada na Bíblia como um todo, o que significa procurar as veredas antigas?
Significa buscar Jesus, o nosso único, e suficiente Deus e Redentor: aquele que nos ama, que por amor a nós se entregou a si mesmo na cruz, a fim de nos libertar deste mundo mal, a fim de vivermos em novidade de vida.
Significa buscar os ensinamentos da Bíblia, pois desde os tempos antigos ela nos ensina o bom e reto caminho pelo qual devemos andar neste mundo.

Significa buscar e viver pelo antigo Evangelho pregado pelos apóstolos do Senhor, que nos ensinam o caminho da vida eterna no céu.

domingo, 13 de outubro de 2013

Minha graça te basta - 2ª Co 12:7-10

3ª IPC de São Paulo
Domingo, 28 de outubro de 2001
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler 2ª aos Coríntios 12:7-10
“E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.  8 Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.  9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.  10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”
O apóstolo Paulo foi um dos maiores personagens da história da Igreja de Cristo.
Foi uma das pessoas que teve as mais profundas compreensões da grandeza do evangelho, do amor e da justiça divinos, da salvação eterna.
Ele teve grandes revelações do Senhor, sendo que o próprio Jesus se manifestou pessoalmente a ele, em pelo menos quatro ocasiões de grande crise na vida do apóstolo.
Pelo menos metade das Escrituras Sagradas no Novo Testamento foi escrita por ele.
Todas estas coisas maravilhosas, bem poderiam ter levado este homem a, na realidade, se afastar da presença de Deus, se fosse deixado entregue si mesmo.
Ele poderia se tornar orgulhoso dos altos privilégios que lhe foram concedidos por Deus.
Poderia ter se tornado presunçoso, de que Deus o abençoava mais do que a outras pessoas, de que Deus usava sua vida mais do que a de outras pessoas.
Poderia ter se tornado vaidoso.
Poderia ter se tornado autoritário, arbitrário, arrogante, dominador.
Como aconteceu com Satanás, que se tornou inimigo de Deus justamente porque se convenceu de que ele o melhor em tudo.
Mas não foi assim com este apóstolo.
Ao contrário, embora fosse um homem tão ricamente abençoado e útil nas mãos de Deus, Paulo se manteve humilde e fiel até o fim de sua vida.
E neste texto ele nos conta o porquê.
Ele nos conta que, por causa da grandeza das revelações de Deus em sua vida, foi-lhe posto “um espinho na carne”, um verdadeiro “mensageiro de Satanás, para esbofeteá-lo”, a fim de que ele “não se ensoberbecesse”, a fim de que ele não se tornasse uma pessoa orgulhosa.
Nós não sabemos exatamente qual era a natureza deste “espinho”.
A palavra traduzida por “espinho” em nossas Bíblias na realidade deixa muito a desejar; “estaca” seria uma tradução mais exata - um pedaço pontiagudo de madeira, que fincado no corpo de uma pessoa, causa-lhe profunda dor.
Esta palavra, “mensageiro”, é a tradução literal da palavra “anjo”, que às vezes é um homem, às vezes um ser espiritual.
No v. 10 ele menciona uma série de coisas que podem ser consideradas espinhos na carne: fraquezas, injúrias (desrespeito, insultos), necessidades, perseguições da parte de outras pessoas, angústias, coisas estas que liga ao seu relacionamento com Jesus Cristo, isto é: por causa de seu amor a Jesus Cristo é que ele passa por estas situações.
De qualquer forma, a idéia é a de que seja o que for que Paulo enfrentava, era algo que o fazia sentir-se enfraquecido e humilhado.
Então ele orou ao Senhor, pedindo que o Senhor tirasse aquela “estaca”, aquele anjo do inimigo que o fazia sentir-se humilhado.
Mas cada vez que orou, a força do verbo grego é esta, cada vez que ele orou a resposta do Senhor foi esta: “Paulo, a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza; quanto mais fraco você for, mais meu poder se manifestará em tua vida”.
Então Paulo conclui: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei em minhas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo, e estas coisas que deveriam me entristecer, me desanimar, me enfraquecer, ao invés disto me alegram, me animam, me fortalecem”.
Nestas palavras do Senhor Jesus ao apóstolo é que vamos meditar nesta noite.
“A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Se a graça de Jesus não for suficiente, nada mais o será.
Por outro lado, se a graça de Jesus for suficiente para nós, não precisamos mais nada.
1. O que significa ter a graça de Jesus Cristo
Se queremos dar uma definição da palavra “graça”, o que vem de imediato à nossa mente é aquela velha e conhecida frase: “graça é favor imerecido”.
É uma definição bíblica, correta, precisa, mas a minha dificuldade é que, quando empregamos esta frase, pelo fato de estarmos tão acostumados a ela, já não sentimos o “calor” que deveríamos sentir no coração diante desta verdade; já não percebemos a grandeza desta verdade maravilhosa que estamos afirmando.
Por isto eu gostaria de me deter um pouco com irmãos, no conceito bíblico da palavra “graça”.
Vejamos as denotações principais desta palavra na Bíblia.
A primeira delas é que graça significa favor (como na frase: “graça é favor imerecido”).
Neste sentido, Paulo faz um contraste entre graça e pagamento.
Rm 4:4
“Ora, ao que trabalha, o salário não lhe é considerado como favor, mas como dívida”
Neste contexto o apóstolo está ensinando que a salvação da nossa alma não é algo que Deus nos concede como se fosse uma dívida dele para conosco, pelo fato de termos trabalhado pela nossa salvação.
Não, ele diz, a nossa justificação diante de Deus só se baseia no favor dele para conosco; no fato de que ele agiu em nosso favor; no fato de que ele está em nosso favor, ou como ele diz no cap. 8:31: Deus é por nós.
Então, quando Deus nos diz: “A minha graça te basta”, entre outras coisas eles está afirmando: “Eu estou com você. Nas suas angústias, nas suas fraquezas, nas suas dificuldades, quando o Satanás e seus anjos estão contra você, nas suas necessidades, eu estou do seu lado”.
Há uma outra nuança da palavra graça: “Graça significa amor”.
Esta denotação tem suas raízes no Antigo Testamento, onde o Senhor ensina que o relacionamento dele com seus eleitos é baseado somente em sua disposição amorosa para com eles.
Dt 7:6-8
Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra.  7 Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos,  8 mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito.”
De novo aparece o conceito de que Deus está do lado de seu povo, não porque este povo tenha demonstrado alguma coisa que o fizesse digno disto: “Vocês eram o menor de todos os povos, diz o Senhor, não havia em você algo fizesse você melhor que os demais; eu os escolhi apenas porque os amei, e porque determinei cumprir minha palavra dada aos seus pais...”
Agora, dentro deste conceito de amor eletivo, há mais uma palavra que descreve a graça de Deus, que em nossas Bíblias às vezes é traduzida por misericórdia, às vezes por bondade, às vezes por compaixão, mas que melhor seria traduzida por “amor constante”.
Is 54:7,8
Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te;  8 num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o SENHOR, o teu Redentor.”
Veja, quando o Senhor diz: “A minha graça”, ele está dizendo: “Você pode contar com o meu favor, pode contar com o fato de que eu amo você, e que este amor é constante, eterno, imutável, pode contar com o fato de que eu estou do seu lado”.
Eu acho que uma das melhores ilustrações da graça de Jesus pode ser vista na história daquela mulher que foi pega em flagrante adultério, conforme registrada em Jo 8:1-11.
Esta mulher foi levada à presença de Jesus por um grupo enorme de pessoas que, além de odiarem e desejarem ter algo para incriminar ao Senhor, também estavam cheias de desejo de vingança contra ela, pois ela havia traído o marido, o que naquela época era algo considerado digno de execração pública e pena de morte.
Em nossos dias o adultério continua sendo um pecado tão grande quanto naqueles, pois na maioria das vezes é uma traição a um ser humano que em nós coloca a sua confiança e devoção.
Pois bem: os homens trazem esta mulher à presença do Senhor, exigindo que ele pronuncie seu veredicto.
A princípio, ele se mantém calado, mas diante da hipócrita insistência deles, e embora ele próprio odeie o pecado muito mais do qualquer outro ser humano, ele diz: “Aquele que não tiver cometido pecado algum, que seja o primeiro a atirar alguma pedra”.
E os homens, acusados pela sua própria consciência, foram se retirando um por um.
Depois disto ele se volta para a mulher e pergunta: “Onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou”?
“Ninguém Senhor”.
“Nem eu tampouco te condeno. Vai-te, e não peques mais”.
Veja: quando todos estavam contra ela, todos acusando-a, querendo-a ver julgada, condenada, castigada, a palavra o Senhor foi: “Eu estou do lado dela”; não do lado do pecado dela, é claro, mas do lado dela.
E se Deus está por ela, quem será contra ela? Não é?
Se Deus é por nós, quem será contra nós?
2. A graça de Jesus é maior que tudo quanto acontece em nossa vida
Como diz o Sl 63:1
“A tua graça é maior que a vida!”
E Jesus diz a Paulo: “A minha graça te basta”!
Jesus respondeu isto ao apóstolo Paulo a cada vez que ele orou pedindo-lhe que afastasse o seu “espinho na carne”.
Como já dissemos anteriormente, não sabemos exatamente no que consistia este espinho.
O Pr. John MacArthur, com base na palavra “mensageiro”, ou “anjo de Satanás”, crê que se tratava de um dos opositores do Apóstolo Paulo em Corinto, pois naquela cidade especialmente, havia pessoas que eram contra o Apóstolo, que procuravam de alguma forma denegrir a sua imagem e o seu ministério.
Eu pessoalmente creio que este mensageiro não é tanto um ser pessoal, mas algo que foi enviado por Satanás, é claro, sob a permissão de Deus, e que prejudicava o Apóstolo.
Na realidade, penso que se tratava de uma enfermidade física, pois no v. 9 ele se refere a este espinho como sendo uma fraqueza, e na carta aos Gálatas ele emprega esta mesma palavra para se referir a uma enfermidade que ele tinha, ao que tudo indica, nos olhos.
Mas, seja o que for, era algo que incomodara o Apóstolo, que o humilhara, que o deixara aflito.
E ele orou: “Senhor, tira de mim esta aflição, destrói esta obra de Satanás”.
Engraçado, irmãos, ele não fez uma declaração de pensamento positivo, ele não fez uma oração para amarrar Satanás, não deu ordem alguma ao Diabo, não foi procurar um terapeuta, também não fez uma “quebra de maldições”; ele simplesmente orou, e o Senhor não lhe atendeu ao pedido.
O Senhor somente lhe respondeu: “A minha graça te basta!”, isto é, “a minha graça é suficiente para você; então mesmo que você seja perseguido, injuriado, maltratado, injustiçado, mesmo que você tenha fraquezas, limitações, necessidades, você não está sozinho; eu estou com você”.
Veja: a verdadeira bênção não é você não enfrentar adversidades, não ter problemas, não sofrer.
A verdadeira bênção é você saber que em todas estas coisas que você enfrenta, você não está sozinho.
Estou pensando em certa irmãzinha a quem tive o privilégio de pastorear alguns anos atrás. Certo dia ela iria dirigir um estudo na igreja; mais precisamente era um sermão de prova no instituto bíblico. Ela trabalhava como caixa, num banco. E naquele mesmo dia ela fora enganada em seu trabalho, o que resultou em que ela precisou pagar ao banco o valor que um falso cliente lhe roubou.
Ela ficou tão triste com aquela situação, e até contou para nós o que havia acontecido. Mas fez daquele episódio um motivo a mais para dizer as palavras do texto que iria pregar: “O Senhor é  minha luz e a minha salvação; o Senhor é a força da minha vida”.
É claro que este coração de pastor louvou muito a Deus ao ver a graça de Deus na vida daquela querida irmã. E entre outras coisas, eu fiquei pensando no que aconteceria na vida de uma outra pessoa, que não conhecesse a Jesus Cristo: qual seria a reação? Já pensou ter que enfrentar situações assim sem a força que Jesus nos dá?
Eu acho que as expressões mais fortes desta presença de Deus conosco estão no profeta Isaías:
Is 46:3,4
Ouvi-me, ó casa de Jacó e todo o restante da casa de Israel; vós, a quem desde o nascimento carrego e levo nos braços desde o ventre materno. 4 Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei”.
Ele leva o seu povo nos braços, carrega no colo, desde o nascimento, e vai continuar levando até à velhice.
Às vezes nos encontramos em situações tão críticas, humanamente falando, sem saída, que não nos resta nada a não ser não fazer nada, mas podemos ter a bendita certeza de que não estamos sozinhos, de que nada nos separará do amor, da graça, da presença de Cristo.
3. A graça de Jesus Cristo faz com tudo coopere para o nosso bem
Jesus disse: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. E Paulo acrescenta aqui que se trata do poder de Cristo.
“Eu não vou afastar este espinho de você, pois ele faz parte do meu plano, é um meio de eu aperfeiçoar meu poder em sua vida”.
Veja irmão, do nosso ponto de vista, nossos problemas, fraquezas, necessidades, são um verdadeiro entrave à vida espiritual, um entrave ao ministério.
Mas do ponto de vista de Deus, as adversidades são na realidade oportunidades de crescimento espiritual e consequentemente maior utilidade nas mãos do Senhor.
Há uma afirmação muito bonita em Hebreus 11, acerca dos nossos irmãos do Antigo Testamento, que viveram uma vida vitoriosa, de fé.
Hb 11:32-34
E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, 33 os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, 34 extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros.”
Da fraqueza tiraram força.
É precisamente isto o que diz o Apóstolo: “Quando sou fraco, então é que sou forte”.
Que tipo de benefícios estas adversidades podem trazer para nossa alma?
3.1. Humildade - v. 7
“Para que eu não me ensoberbecesse... para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte”...
A pior armadilha, o pior pecado que um ser humano pode cair é o pecado do orgulho espiritual.
Foi este pecado que levou o “Querubim Ungido” a se transformar em Satanás.
É este o pecado que torna o ser humano separado de Deus, pois, como disse Tiago, Deus resiste aos orgulhosos, mas aos que são humildes ele concede a sua graça.
E Paulo estava numa situação tão privilegiada que se não houvesse algum impedimento, alguma espécie de freio, ele poderia se envaidecer.
Então o Senhor permitiu esta adversidade, que fazia Paulo sentir-se pequeno, humilhado, humilde, vazio de si mesmo.
3.2. Contentamento
v. 9
“De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas minhas fraquezas”.
v. 10
“Pelo que sinto prazer nas fraquezas...”
Uma vez que você sabe que até as fraquezas são para o seu bem estar espiritual, você pode então se alegrar até mesmo nelas.
Não no sentido de que você estará rindo, em toda e qualquer situação, mas que em toda e qualquer situação o seu coração estará em paz, de que haverá a certeza de que o Senhor reina, que ele está no controle de tudo.
E você poderá até mesmo dizer como Jó: “O Senhor o deu, o Senhor o tomou. Louvado seja o nome do Senhor”.
E você poderá até mesmo agradecer a Deus por seu problemas, pois eles fazem bem à sua alma.
3.3. Dependência do Senhor
v. 9 - “Vou ter prazer nas fraquezas, para que sobre mim repouse  o poder de Cristo...”
v. 10
“Quando sou fraco, então é que sou forte...”
“Quanto mais eu perceber que não sou nada de mim mesmo, quanto mais eu perceber que sou limitado, mais a força de Jesus se manifestará”.
Eu quero citar de novo o meu predileto: o Profeta Isaías
Is 50:10
Quem há entre vós que tema ao SENHOR e que ouça a voz do seu Servo? Aquele que andou em trevas, sem nenhuma luz, confie em o nome do SENHOR e se firme sobre o seu Deus.”
O Servo do Senhor às vezes anda nas trevas, na escuridão, sem ver o caminho que deve seguir, mas mesmo na escuridão ele confia, pois ele diz: “Senhor é a minha luz e a minha salvação, o Senhor é a força da minha vida...”
Ele confia no nome do seu Deus, ele se firma sobre o seu Deus.
A graça do seu Deus é o que lhe basta...
Você tem fraquezas que te humilham? Que fazem com que você se sinta um nada, um fraco espiritualmente? Você passa por situações que são verdadeiras bofetadas, verdadeiras obras de Satanás que fazem você se sentir pequeno?
Irmão, você sabe que a sua vida está nas mãos do Senhor, sabe que, por exemplo, na história de Jó, quando o Senhor permitiu tanto sofrimento, na realidade tudo o que estava acontecendo eram bênçãos disfarçadas
Conclusão
Eu gostaria de concluir lendo mais um texto que nos retrata o tamanho da graça de Deus.
Ef 2:1-9
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.  4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,  5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, -- pela graça sois salvos,  6 e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; 7 para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie.”
Se você é crente em Jesus Cristo, este texto está dizendo exatamente quem você era e quem você é agora.
Você era uma pessoa espiritualmente morta, em delitos e pecados.
Escrava do pecado.
Desobediente a Deus.
Afastada de Deus.
Fazendo a vontade de sua própria carne, de seus próprios pensamentos
Era por natureza filha da ira, estava sob a condenação de Deus.
Sua vida era um inferno e você estava indo para o inferno.
Assim como vivem todas as demais pessoas, que não conhecem a Jesus.
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que ele te amou
Te deu vida juntamente com Cristo, ressuscitou você dentre os mortos
Salvou a tua alma, transformou teu coração, salvou você por sua maravilhosa graça. Será que o Deus que por seu poder livrou a sua alma da morte eterna, que tirou você do poder de Satanás, do pecado e das trevas, este a Deus não pode sustentar você em meio a todas as tempestades?
Não pode preservar tua alma, renovar tuas forças?
Será que o fato de ele estar com você não é tudo o que você precisa?
Eu quero que você se imagine à beira de um rio, um rio grande, largo, límpido, de águas puras, frescas, cristalinas, que corre à sombra de árvores imensas, no meio de uma floresta.
E você agora já não está mais à beira deste rio: você é um peixinho pequenino, mergulhado nas águas desse rio.
Será que as águas deste rio são suficientes para você?  Será que bastam para matar sua sede?

Assim é o rio da graça de Deus, do Deus infinito: beba deste rio, beba desta graça, mate a sua sede, peixinho pequenino.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A grande alma de Jesus - Lc 9:51-56

3ª IPC de São Paulo
Domingo, 6 de maio de 2007
Pr. Plínio Fernandes
Meus amados irmãos, vamos ler Lucas 9:51-56
“E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém 52 e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada. 53 Mas não o receberam, porque o aspecto dele era de quem, decisivamente, ia para Jerusalém. 54 Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para consumi-los? 55 Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. 56 Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E seguiram para outra aldeia.”
O Evangelho de Marcos nos diz que Jesus acrescentou a Tiago e João o nome de “Boanerges”, que quer dizer “filhos do trovão”.[1] Talvez por causa da impetuosidade que podemos observar neles, como neste caso registrado em nosso texto.
Lucas nos conta que Jesus havia iniciado sua última viagem para Jerusalém. Lá ele seria entregue, julgado e crucificado. Enquanto seguia a viagem, Jesus continuou a proclamar o reino de Deus, a ensinar seus discípulos e a curar os enfermos.
Quando estavam próximos de uma aldeia samaritana, ele enviou discípulos que o precedessem para preparar um lugar no qual pudessem repousar. Mas diferente de uma outra cidade samaritana, aquela da história registrada em João cap. 4, que se converteu a Jesus, esta aqui recusou-se a recebê-lo.
Afinal, ele era um judeu, estava a caminho de Jerusalém, e os judeus não se dão com os samaritanos. Portanto, aqui ele não é bem-vindo.
Então, diante disto Tiago e João, os filhos do trovão, perguntam a Jesus: “O Senhor quer que nós ordenemos que caia um fogo do céu que consuma estes samaritanos”?
Parece que estavam muito indignados. E também cheios de fé: “Se o Senhor quiser, nós ordenamos e cai fogo do céu”. Claramente cheios de zelo.
Talvez até estivessem com algum texto bíblico em mente. Afinal, está escrito que quando Nadabe e Abiú ofereceram um “fogo estranho no altar de Deus”, um fogo da parte do Senhor os consumiu[2]; o mesmo aconteceu com aqueles duzentos e cinqüenta líderes de Israel que se rebelaram contra a autoridade de Moisés e de Arão[3]. E também aconteceu o mesmo com aqueles oficiais do rei Acazias que foram até o profeta Elias para prendê-lo[4].
Refletindo isto alguns manuscritos antigos acrescentam: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez”?
Estavam cheios de zelo, mas um zelo sem entendimento. Estavam de posse de conhecimento bíblico, porque o Deus da glória é um fogo consumidor, mas um conhecimento sem amor.
E por isto o Senhor os repreendeu dizendo: “Vocês não conhecem que espírito é este o de vocês; eu não vim para destruir as almas dos homens; eu vim para salvá-las”.
E tendo dito isto, partiram para outra aldeia, onde os homens estivessem dispostos a recebê-los.
“O Senhor quer que nós mandemos descer fogo do céu, de modo que sejam destruídos”?
Acho que nalguma ocasião seria de grande proveito concentrarmos nossa atenção num estudo a respeito da natureza humana, carnal, dos discípulos, conforme aqui revelada.
“O Senhor quer que estes incrédulos, esses rebeldes, sejam destruídos”?
Como o coração deles era pequeno! E como num coração tão pequeno cabia tanta maldade! A natureza humana é assim.
Mas, em contraste com a pequenez do coração deles, veja a grandeza do Senhor: se Jesus assim o quisesse, ele mesmo poderia ordenar, e o fogo cairia do céu. Pois ainda que, para nos salvar, ele tenha se tornado um ser humano como nós, com necessidades como as nossas, de repousar, se alimentar, matar a sede, ele era um ser humano no qual estava encarnado o próprio Deus, o Todo poderoso Deus.
Mas Jesus não queria. Não foi para isto que ele veio. Ele não veio para destruir. Ele veio para salvar.
Nesta noite, meus queridos irmãos, vamos considerar a grandeza da alma de nosso Senhor. Esta história que temos diante de nossos olhos tem muito a nos ensinar sobre este assunto.
Primeiramente, consideremos a grande coragem de Jesus
O v. 51 nos diz que estavam se completando os dias em que Jesus deveria voltar para o céu.
Estava se aproximando a hora em que ele deveria ir a Jerusalém. Ali ele seria crucificado.
Ele sabia que seu corpo não sofreria decomposição, por que ao terceiro dia iria ressuscitar, e depois seria recebido na glória dos mais altos céus. Este era o plano entre ele, o Pai e o Espírito Santo, desde antes da criação do universo.
Mas antes da ressurreição, a morte. E Jesus sabia tudo quanto aconteceria, em cada detalhe:
Durante toda a sua vida Jesus só fez o bem.
E mais notavelmente desde o início de seu ministério, seus ensinos, suas obras, não somente refletiam a bondade de seu coração, como também demonstravam que por intermédio dele o reino de Deus, a salvação havia chegado entre os homens.
Ele pregava o evangelho a todos; ele deu pão aos famintos; ele curou enfermos, consolou os tristes.
Mas tudo quanto Jesus fez não foi, para a maioria das pessoas, razão suficiente para que se convertessem. Pois foi suficiente obstáculo para a ganância de poder dos fariseus, dos zelotes, dos saduceus e escribas. Não foi suficiente para a ganância material do povo em geral.
De modo que três anos depois do início de seu ministério as pessoas estavam decepcionadas com ele. E alguns dias depois de sua entrada triunfal em Jerusalém, as mesmas pessoas que clamaram: “Hosana ao Filho de Davi!”, a gora gritavam diante de Pilatos: “Crucificai-o! Crucificai-o!”, enquanto pediam que Barrabás, o criminoso, fosse solto, e Pilatos lavava solenemente as mãos.
Jesus sabia que seria traído; traído com um beijo; por vinte moedas de prata; sabia que seria julgado; de noite, às escuras.
Sabia que suas palavras seriam distorcidas.Que seria acusado de pecar, violando a lei. Que seria acusado de blasfêmias contra Deus. Que seria escarnecido, açoitado. Sabia que levaria pancadas covardes na cabeça. Sabia da coroa de espinhos, dos pregos, do levar a cruz.
Sabia que chegaria a hora em que com toda a verdade poderia clamar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”?
Pois ele estaria morrendo a morte de um maldito de Deus. Por que naquela hora, escreve o apóstolo, Deus o fez pecado em nosso lugar. Naquela hora, a hora da cruz, Deus, que é tão puro de olhos que não suporta ver o pecado, Deus fez cair em Jesus o pecado de todos nós.
Jesus sabia de tudo isto.
No Evangelho de João está escrito que ele confidenciou aos seus discípulos: “É chegada a minha hora. E como a minha alma está angustiada até que tudo aconteça. Que vou fazer? Pedir ao Pai que me livre desta hora. Mas eu vim justamente para isto”.
Agora, note a angústia de Jesus, em contraste com as Palavras de Lucas:
v. 51
E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém”.
Intrépida resolução. Destemor. Ousadia. Coragem.
A alma de Jesus se revelou grande, não porque não sentisse medo. Jesus sentiu medo, mas não foi um medo que o fez se acovardar. 
A alma de Jesus também se revelou grande, não porque ele escondesse de seus discípulos as suas reais emoções, porque ele não o fez.
Mas ainda assim ele prosseguiu. E aqui podemos então dizer que ser corajoso não é não sentir medo, mas ser fiel, ser constante, ser perseverante, ir em frente mesmo quando a alma está angustiada.
Jesus é fiel, constante.
Em segundo lugar, consideremos que esta coragem é fruto de seu grande amor
“Eu não vim para destruir as almas dos homens, mas para salvar”.
“O meu desejo, o meu propósito, o que eu quero, é que os homens sejam salvos, e não que os homens sejam consumidos”.
Jesus bem que poderia, se quisesse, evitar a cruz. Ele poderia salvar-se a si mesmo.
Em outras ocasiões anteriores, quando ainda não era a hora, os homens intentaram tirar-lhe a vida, mas Jesus simplesmente retirou-se do meio deles e foi embora.
Se ele quisesse, ele poderia pedir ao Pai, e legiões de anjos viriam ao seu socorro no mesmo instante.
Mas ele não quis; e não quis por amor.
Jesus amou ao seu Pai.
Jo 14:29
“Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais. 30 Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim; 31 contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui”.
Agora observe: era a vontade do Pai que Jesus morresse em nosso lugar.
Pois Deus nos amou tanto que deu seu único filho, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.
Pois Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele[5].
Como é grande o amor que o Pai tem por nós!
Ao mesmo tempo, Jesus também nos amou
Jo 15:13
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”.
Mas é ainda mais admirável: Quando Jesus morreu por nós, não éramos seus amigos. Foi por sua morte que ele nos atraiu a si mesmo.
Como escreve o apóstolo, foi pela morte de Jesus que fomos reconciliados com Deus.
Ora, este grande amor, foi o que levou Jesus a não pensar em si, mas a buscar a nossa salvação.
Vou contar a respeito de um homem que tinha verdadeiro pavor de atravessar pontes:
Era um trauma de infância, pois quando menino ele havia sofrido um acidente numa ponte.
Era um medo terrível, e por mais que ele raciocinasse, não conseguia se libertar dele.
Quando ele saia de casa, primeiro traçava a rota que iria seguir e assim evitava alguma ponte que houvesse pelo caminho.
Mas um dia este homem recebeu um telefonema dizendo que seu filhinho havia se acidentado.
Então ele saiu de casa e com toda a pressa foi até o lugar onde estava o seu querido, e seu coração só teve sossego quando o socorreu e consolou.
Algum tempo depois se deu conta de algo que não havia notado na hora: quando, no dia do acidente, ele saiu de casa, angustiado para encontrar seu filho, não percebeu, mas atravessou duas pontes para chegar até ele.
O seu amor, a sua preocupação com o filho foi maior que o medo que sentia de atravessar pontes. O perfeito amor lança fora o medo.
O amor que Jesus tem para conosco foi muito maior que a sua preocupação consigo mesmo, com seu próprio bem estar.
Não foi sem motivo que Paulo escreveu: “A cada dia que agora estou neste mundo, eu vivo pela fé, eu vivo confiando no Filho de Deus, por que o Filho de Deus me amou, e a si mesmo se entregou por mim”.
A alma de Jesus é grande, é nobre, e esta grandeza é manifestada no grande amor que ele tem pelo Pai, e por nós.
E por último, consideremos que este grande amor também é evidenciado em sua grande longanimidade
Provérbios diz que “a discrição do homem o torna longânimo, e sua glória é ignorar as injúrias.” [6]
“Senhor”, perguntam os discípulos, “queres que eles sejam destruídos”?
Pois à língua fraudulenta, diz o salmo, Deus a destruirá;[7] esse é o destino dos ímpios
E o apóstolo escreveu que se alguém destruir a igreja de Deus, Deus o destruirá[8]
E veja qual é a sentença preparada para todo aquele que se recusa a ouvir o Evangelho
2ª Ts 1:7-9
“A vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, 8 em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. 9 Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, 10 quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho)”.
Sim, a destruição é o destino de todo aquele que se recusa a obedecer ao Evangelho de Jesus.
Mas, ainda que seja assim, este não é o prazer de Deus .
Ao contrário, o prazer de Deus é que o homem se arrependa, converta de seus maus caminhos, e viva.
Esta é a grande razão, escreve o apóstolo Pedro, pela qual a promessa da volta de Jesus nos parece demorada.
2ª Pe 3:9
“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”.
E esta foi a razão pela qual os discípulos estavam errados em pensar que Jesus poderia desejar que os samaritanos fossem consumidos.
“Eu não desejo destruir, eu desejo salvar”.
Agora não é tempo de matar; é tempo de esperar com paciência que os homens se arrependam. E vão para outra aldeia. Porque Jesus também não força homem algum a recebê-lo sem querer.
Mas a longanimidade de Jesus também é demonstrada para com Tiago e João
“Vós não sabeis de que espírito sois...”
Há uma repreensão aqui. Pois Jesus repreende a todos os que ama.
“Vós não sabeis de que espírito sois”
Alguns dias depois Jesus diria a Filipe: “Há tanto tempo que eu estou com vocês, e vocês ainda não me conhecem Filipe?” [9]
Pois os discípulos tinham grande dificuldade de conhecer, tanto a Jesus como a si mesmos.
“Engraçado”, pois durante aproximadamente três anos Jesus lhes havia ensinado muito:
Eles ouviram, em mais de uma ocasião, Jesus dizer: “Bem aventurados os mansos...”.
E Jesus não ensinava somente com palavras: ele era o exemplo perfeito do que é ser manso e humilde de coração.
Ninguém foi melhor Mestre do que Jesus. E ainda assim eles ainda não haviam aprendido.
Porque o ser humano, por natureza, tem um coração demorado em aprender. Tem um coração demorado para crer.
Um dia Tiago seria tão manso que seria levado à morte por amor a Jesus
Um dia João seria tão dócil que passaria a ser descrito como “o apóstolo do amor.”
Mas ainda não eram assim. Por enquanto eram “Boanerges”.
Um dia seriam grandes. Um dia seus corações não teriam limites. Mas agora eram pequenos. E Jesus tem paciência com eles.
Eles seguem a viagem. Vão por outros povoados, pregam o reino, e finalmente chegam a Jerusalém, para cumprir o propósito de Deus
Conclusão
Você vê como é grande a alma de nosso Senhor? Vê como seu coração é terno, misericordioso, gentil? Você vê como nosso Senhor é doce?
Ele é ousado, forte, fiel, constante, destemido como um leão, e enfrentou a morte e todos os poderes do inferno. Ele é amoroso, altruísta, abnegado, decididamente em nosso favor.
Ele é longânimo com todos: os crentes e os incrédulos; é paciente, é manso, sabe esperar, porque o amor tudo espera, tudo suporta.
Aplicação
Eu desejo fazer três aplicações desta verdade, para o bem de nossas almas
A primeira delas: para você que ainda não é convertido a Jesus. Você que ainda não o recebeu, que ainda não obedeceu ao evangelho.
De acordo com a Palavra de Deus, você ainda está perdido. Jesus voltará para o dia do juízo final, e se você não tiver se convertido, sua alma perecerá. Será banida para o fogo eterno.
Mas o inferno, disse Jesus, Deus o preparou foi para o diabo e seus demônios.
E lançar a alma dos homens no inferno não é o prazer de Deus. Ao contrário, o que dá satisfação ao coração de Deus é que o homem se converta.
Considere o adúltero, ou o ladrão (pois adultério nada mais é que outra forma de roubo). O ladrão pensa estar lucrando, tomando para si o que pertence aos outros (seja a esposa, o dinheiro, a posição, o bom nome). Mas ele não percebe que enquanto rouba o que é dos outros o diabo está lhe roubando a paz, a vida e até a sua alma.
Considere o mentiroso: ele engana ao seu próximo, ele engana a seu pai, à sua mãe, à sua esposa. Ele engana a si mesmo pois não percebe que, enquanto mente, Satanás, o pai da mentira, está mostrando para ele o caminho do inferno como se fosse o caminho da felicidade.
Considere o homossexual, a lésbica, o fornicário: buscando prazeres que só lhe trarão destruição, em lugar de vida feliz.
Considere o mesquinho, o avarento, o alcoólatra, o seqüestrador, o idólatra.
Gente infeliz, cega, pobre, espiritualmente nua, desnorteada, cambaleando numa longa fila de cativos de Satanás
O Senhor Deus não tem prazer em que essas pessoas sofram eternamente.
Ao contrário, o seu coração terno deseja que se arrependam, que creiam, se convertam e sejam salvas.
Se você ainda está perdido, hoje é dia de aceitar Jesus. Hoje é dia de crer. Hoje é dia de confessar seus pecados. Hoje é dia de clamar a Deus. E todo aquele que assim o fizer será salvo.
Então venha a Cristo. Venha hoje. Porque ficar demorando? Creia nele, confie sua vida a ele
Em segundo lugar, uma aplicação para você que já é salvo.Você que já veio a Cristo.
Você percebe quanto Jesus o ama?  Você percebe o quanto Jesus é paciente?  Você percebe que Jesus sempre continuará lhe ensinando, cuidado de você?
Talvez você ainda não possa ser chamado “apóstolo do amor”. Talvez você seja “Boanerges”.
Talvez você não possa ainda ser chamado maduro, como uma palmeira, como um cedro do Líbano. Talvez você esteja mais para “um pé de alface”.
Talvez você seja tardo de coração.
Mas você tem um Mestre perfeito. E este Mestre sabe que não é apenas com palavras e com bons exemplos que os homens aprendem e são transformados, assim como as plantas não crescem apenas se você colocar água e luz. Existe o elemento tempo. Existem as estações do ano.
E é assim que os homens crescem espiritualmente: eles ouvem, eles vêem, eles guardam no coração.
E a “escola da vida” vai lhes dar o crescimento: os sofrimentos da vida, os tempos a sós com Deus em oração, os quebrantamentos, a adoração, a comunhão com a igreja, as batalhas interiores contra o pecado, todas estas coisas, e muitas outras, cooperam para o bem dos que amam a Deus, para que eles cresçam.
Jesus sabe disto. Você pode confiar na fidelidade do caráter dele. Você pode confiar que ele é fiel e constante nos planos que ele tem para você.
Você pode confiar no amor, na amizade dele. Você pode confiar na paciência dele.
Em terceiro lugar, uma aplicação para todos:
Jesus tem um caráter excepcional, e uma vez que ele é o nosso Deus, aliás, uma vez que, com o Pai e o Espírito, ele é o único Deus, nós devemos adorá-lo por sua dignidade. Nós devemos nos prostrar, assim como os anjos do céu, diante do Cordeiro que foi morto pelos nossos pecados, e dar-mos glória a ele, e reverência. Devemos dar nossas vidas: tudo o que somos e tudo o que temos
Mas Jesus também a si mesmo se chama “Filho do Homem”, porque ele se fez carne e habitou entre nós. E como homem, o seu caráter é admirável. Nós podemos olhar para Jesus e admirá-lo.
E quando admiramos alguém, nós queremos ser como esse alguém. Se você admira um pregador, você o imita. Se você admira um ídolo do rock, você o imita. Se você admira a sua mãe, você a imita.
Se você admira a Jesus, você o imita.
Admire a coragem de Jesus, e procure imitá-la. Admire sua fidelidade: fidelidade a Deus, aos seus discípulos, ao mundo que veio salvar.
Admire o seu amor, a força de sua alma. Admire a sua paciência, a sua longanimidade.
E aprenda a ser como ele. Aprenda a ter um coração nobre, não pequeno. Não se esqueça que ele pacientemente está procurando lhe ensinar isto todos os dias.


[1] Mc 3:17
[2] Lv 10
[3] Nm 16
[4] 2o  Rs 1
[5] Jo 3:16,17
[6] Pv 19:11
[7] Sl 52:3
[8] 1a Co 3:17
[9] Jo 14:9
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