Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 28 de maio de 2017

É tempo de arar o terreno, é tempo de preparar o coração - Os 10:12

IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 28 de maio de 2017
Pr. Plínio Fernandes
Então, eu disse: semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao SENHOR, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós.
Neste versículo o profeta está recordando uma palavra do Senhor dirigida à tribo de Efraim. Uma palavra que Efraim infelizmente se recusou a ouvir e por isto não estava gozando das bênçãos prometidas por Deus.
Os judeus, assim, como a maior parte dos povos antigos, viviam basicamente da agricultura.
E o Senhor faz uso disto para lhes mostrar que os princípios, ou leis, que regem o trabalho agrícola são análogos aos que regem a vida espiritual: o agricultor, se quiser colher, precisa antes arar a terra e plantar a semente.
Então há tempo de arar, há templo de plantar, e há tempo de colher.
Sem este esforço humano não haverá colheita.
Mas ao mesmo tempo em que o homem trabalha, ele o faz na esperança e na confiança em que Deus ministrará sua bênção enviando as chuvas necessárias; de outro modo, todo o esforço humano seria completamente inútil.
Por outro lado, se o Senhor enviar a chuva, mas o homem não tiver preparado o solo, plantado a semente, trabalhado, ele também não terá o que colher.
Então, na agricultura, existe aquilo que o homem deve fazer. E existe aquilo que somente Deus pode fazer.
Assim também na vida da fé. Assim diz o Senhor:
Semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao SENHOR, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós.
– Plantem em justiça, diz o Senhor, e vocês irão colher em misericórdia (graça, amor).
Arem o campo, preparem o terreno. Busquem ao Senhor até que ele venha, e aquilo que vocês plantaram, isto é, a justiça, vocês irão colher muitas vezes mais, porque Deus fará chover justiça sobre nós.
Com base nesta palavra do Senhor, amados, há duas coisas eu desejo considerar com vocês: a primeira, é o que Deus promete fazer; e a segunda, o que nós devemos fazer.
1. O que Deus promete fazer – ele fará chover justiça
Existem duas palavras neste versículo que expressam aquilo que iremos receber do Senhor: misericórdia e justiça.
Misericórdia e justiça iremos colher, iremos receber dos céus.
A palavra hebraica para misericórdia significa a graça de Deus, o amor de Deus por nós, Deus agindo em nosso favor.
O que o profeta está no prometendo é a misericórdia de Deus descendo sobre a terra em forma de justiça.
A justiça se manifestará entre nós. Na realidade, haverá chuva, haverá abundância de justiça.
Aqueles que conhecem e amam a Deus são pessoas que, pela própria natureza deste conhecimento, amam a justiça, pois Deus é justo.
Nas palavras do nosso Senhor Jesus Cristo, seus discípulos são pessoas que “têm fome e sede de justiça”[1], eles a desejam continuamente.
Por isto, quando consideram o significado bíblico de justiça, percebem quão maravilhosa é esta promessa.
De acordo com a Palavra de Deus, a justiça que vem do alto deve ser considerada sob três aspectos: o legal, o moral e o social.
1.1 – O aspecto legal – é aquela justiça que um homem tem diante da lei.
Como se um homem acusado diante de algum crime estivesse diante do juiz, e depois de pesadas todas as acusações e evidências contra e a favor, o juiz chegasse à conclusão de que aquele homem é inocente. Um homem declarado inocente é um homem justo, que não fez nada errado.
Bem, se Deus diz que ele vai derramar justiça sobre nós, isto implica que, por nós mesmos, não podemos produzir esta justiça. Significa que se nós fossemos julgados por Deus ele não veria em nós uma vida sem pecados.
Repetidas vezes o Espírito Santo nos fala sobre isto nas Escrituras. Por exemplo, leiamos Rm 3:10-12:
Como está escrito: Não há justo, nem um sequer,  11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus;  12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
Neste sentido, então, todos os homens são injustos aos olhos de Deus; todos são pecadores, todos estão condenados diante do tribunal do Senhor.
Mas eis então a boa noticia de salvação que o Evangelho nos dá.
Sendo que nós somos pecadores, injustos aos olhos do Senhor e dignos de sua condenação, Deus enviou seu Filho Jesus Cristo, para que ele sofresse a condenação que era nossa. Rm 3:21-25.
Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;  22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção,  23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,  24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,  25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;
Isto é boa notícia, isto é evangelho, como também está escrito em Rm 1:16,17:
Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego;  17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.
Sendo assim, quando Deus, por meio do profeta, anuncia que fará chover justiça, proclama que o Senhor derramará salvação. Proclama que promoverá fé no evangelho, para que os homens sejam justificados diante de Deus; para que seus pecados sejam perdoados.
1.2 – Em segundo lugar, justiça tem um aspecto moral
O Senhor não apenas considera os homens justos diante dele através da justificação em Cristo.
Ele dá um passo adiante, operando nestes homens justificados, uma nova disposição interior de modo que suas aspirações passam a ser a de uma vida moralmente justa, isto é, conformada com a lei de Deus.
Então aquela vontade do Senhor expressa nos dez mandamentos, como não matarás, não dirás, falso testemunho, não adulterarás, não furtarás, não cobiçarás aquilo que pertence ao teu próximo; aqueles mandamentos que dizem: amarás ao teu próximo como a ti mesmo, estas coisas passam a ser não somente aspirações, mas a vida prática daquele que foi justificado.
Pois agora, em Cristo, recebendo em seu coração a força e a orientação do Espírito Santo, esta pessoa passa a viver, de forma ainda que imperfeita, mas crescendo nisto, num processo que a Bíblia chama de santificação, esta pessoa passa a viver em conformidade com a lei do Senhor
Rm 8:1-5
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.  2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.  3 Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,  4 a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.  5 Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
Justiça, desta forma significa uma disposição interior para o que é bom, reto, honesto. Uma disposição para o amor, a graça e a verdade.
1.3 – Em terceiro lugar: justiça social, ou relacional.
Justiça social é a justiça moral transformada em ação. Significa retidão nos relacionamentos, quer na família, quer na igreja, quer na sociedade.
Significa fidelidade à Palavra de Deus nos laços familiares.
Uma sociedade justa é uma sociedade na qual os preceitos da Palavra de Deus são observados.
Onde há um cuidado para com os pobres, para com os frágeis, uma sociedade na qual não haja distúrbios ou comoções. Onde os bens sejam distribuídos de forma mais igualitária. Onde todos se preocupam em todos tenham as mesmas condições, os mesmos direitos, as mesmas responsabilidades.
Onde os princípios da Palavra de Deus têm sido adotados, a poligamia, a escravidão, o canibalismo e muitas outras injustiças foram abolidos.
Justiça, conforme enfatizada pelos profetas, significa libertar os oprimidos, promover o direitos civis, a honestidade nos negócios, a honra no lar.
Eu desejo que você pense um pouco: nossa sociedade tem sido caracterizada pela justiça, ou pela injustiça?
A cada dia, o que vemos e ouvimos, não é sobre cobiças, roubos, opressão aos pobres, violência, banalização da vida, crimes de toda sorte, impunidade, zombaria para com a Palavra de Deus, detestáveis idolatrias, incentivo ao pecado? O que vemos e ouvimos não é o pecado sendo incentivado nos meios de comunicação, entre os “artistas”, entre os intelectuais e os demais “formadores de opinião pública” de modo geral?
E a igreja de Jesus Cristo?
A maior parte das pessoas conhecidas como evangélica, em nosso país, tem dado um bom ou um mal testemunho do que é ser crente?
A maior parte das igrejas evangélicas, tem sido caracterizada como igrejas que amam o reino de Deus ou os bens deste mundo? Nos dias de hoje, faz muita diferença entre ser um membro de igreja evangélica e ser sócio de uma outra entidade ou religião qualquer?
Acontece adultério entre os chamados crentes? Promiscuidade? Desonestidade? Mentiras? Inimizades? Difamações?
Não tem sido triste ver casamentos desfeitos, irmãos caindo em pecado, orações que não são respondidas, a demora na conversão de pecadores, os ataques de Satanás contra as igrejas, contra os pastores, a desunião do povo de Deus?
Será que Satanás não está rindo?
Está ou não havendo a necessidade de um poderoso reavivamento da fé evangélica em nossas igrejas? Em nossa nação?
Como pediu Isaías: “Ah, se fendesses o céu, e descesses...” [2]
Como precisamos de uma intervenção poderosa do Senhor.
Em nossas vidas, despertando-nos para mais santidade, mais testemunho, mais firmeza, mais comunhão, mais vitória sobre o pecado, mais justiça social, mais conversões.
Como aconteceu em Nínive quando Jonas pregou ali.
Ou em Samaria quando Filipe ali esteve.
Ou em Jerusalém nos dias do Pentecoste.
Ou em muitos outros lugares, quando o povo de Deus se humilhou, orou, buscou a face do Senhor.
Que o Senhor assim o faça. Que ele faça chover do céu a justiça sobre nós. Que o Senhor venha.
E porque o Senhor desejaria fazer isto em nossas vidas, amados?
Sl 11:7
Porque o SENHOR é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face.
E o Senhor ama ao seu povo. O Senhor se deleita em promover a justiça.
Mas ele diz que para isto precisamos fazer o que nos cabe...
2. O que nós devemos fazer
Semeai a justiça...
– Arai o solo pousio, isto é, a terra que está endurecida, parada. Revolva a terra, afofa, torna receptiva.
Buscai ao Senhor...
Acabamos de afirmar que não temos justiça própria, em sentido algum, e que sómente com a intervenção divina a justiça pode vir sobre nós.
Mas ao mesmo tempo é nos ensinado que devemos semear justiça. O que significa isto?
Significa exatamente aquilo que acontece numa plantação: não se planta uma macieira. Planta-se sementes de macieira. Pequenas sementes.
Mas antes de se plantar sementes, ara-se a terra.
Bem, quando olhamos para os ensinos de Jesus entendemos que a terra da qual Deus fala é o coração humano: o nosso coração. Ele precisa ser arado, preparado.
Por exemplo, na “Parábola do semeador”, em Mateus 13[3].
Ele compara a pregação do Evangelho com o trabalho de um semeador. Ele é o semeador, o Evangelho é a semente, e os nossos corações são a terra em que a semente do Evangelho é lançada.
A semente é sempre a mesma, e é boa, mas os corações humanos não são iguais.
Existem corações, ele diz, que são como beira de um caminho, terreno de estrada, terra batida, dura. A semente é lançada sobre este tipo de solo, mas não penetra, pois ele é duro, e as aves logo chegam e comem a semente. O coração duro é aquele que ouve a Palavra de Deus, mas ele se fecha, endurecido pelo engano do pecado[4], não deixa ela entrar. Então o diabo logo arrebata esta palavra e a pessoa esquece o que ouviu.
Também existem corações que são como solo rochoso, cheio de pedras. São os corações que ouvem a palavra do Evangelho e a recebem com alegria, mas assim como uma semente lançada entre pedras não tem raiz em si mesma, assim também estas pessoas não criam raízes na vida de Deus, é coisa que dura pouco tempo; logo que começam as tribulações, as perseguições e angustias, desistem de viver de acordo com o Evangelho.
Além disto, existem corações que são como uma terra cheia de espinhos, e as preocupações desta vida, a fascinação pelas coisas do mundo sufocam a Palavra, e ela não dá frutos.
Somente um tipo de terra, ou coração, produz frutos para a eternidade. É a terra boa, arada, revolvida, afofada, pronta para acolher com mansidão a Palavra de Deus.
Tg 1:21, 22
Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma.  22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Este é o coração arado, preparado, pronto para receber o que Deus diz, sem esquecer, sem se envolver com os espinhos das preocupações e desejos mundanos, sem se envolver com as pedras de tropeço das dificuldades passageiras.
Conclusão e aplicação
Semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao SENHOR, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós.
Você tem fome e sede de justiça?
Você deseja ver justiça em sua própria vida?
Você deseja ver as pessoas de sua família convertidas a Jesus?
Você deseja ver pessoas se convertendo em nossa igreja, no seu trabalho, através de seu testemunho?
Deus também deseja
É tempo de buscar ao Senhor.
É tempo de abandonar pecados, de nos humilharmos na presença do Senhor.
É tempo de orar.
Até quando? Até que ele venha, e chova justiça sobre a terra.



[1] Mt 5:6
[2] Is 64:1
[3] Mt 13:1-23
[4] Veja Hb 3:12, 13

domingo, 7 de maio de 2017

Porque você faz bem ao ofertar - Fp 4:10-20

IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 23 de abril de 2017
Pr. Plínio Fernandes
10 Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade.  11 Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.  12 Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; 13 tudo posso naquele que me fortalece.  14 Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.  15 E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; 16 porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades.  17 Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito.  18 Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.  19 E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.  20 Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!
No v. 14, o apóstolo Paulo diz que os irmãos filipenses eles fizeram bem se associando com ele em sua tribulação.
Pelo contexto imediato, assim como pela carta toda, nós entendemos o que ele quer dizer: é que a igreja de Filipos havia enviado, através de um irmão chamado Epafrodito, uma generosa oferta para o apóstolo.
Ele estava preso na cidade de Roma, por causa do Evangelho que pregava.
De acordo com Atos cap. 28, foi-lhe permitido alugar uma casa, e um soldado romano ficaria com ele em todo o tempo.
Nós não sabemos de onde vinham os recursos para que Paulo pudesse pagar o aluguel. Talvez de ofertas, talvez de algumas tendas que ele fizesse pra vender, pois ele era deste ofício.
O fato é que quando a oferta dos filipenses chegou Paulo estava em dificuldades, e por isto ela foi enviada em tão em boa hora.
Mas, ao mesmo tempo em que aqueles dois anos de prisão tenham sido dias difíceis para o apóstolo, com certeza foram também dos mais produtivos em sua vida.
Primeiro, porque ali na prisão Paulo pode dedicar-se a orar muito, intercedendo por todas as igrejas, conforme nós o vemos dizer em suas cartas escritas dali.
Em segundo lugar, conforme Atos, Paulo pode receber muitas visitas em sua prisão domiciliar, de pessoas convertidas Cristo, e também de pessoas não convertidas, de maneira que ele usou destas oportunidades para anunciar o evangelho aos não convertidos, e ensinar aos crentes os caminhos do Senhor.
No cap. 1 aqui de Filipenses ele diz que por causa do seu testemunho toda a guarda pretoriana (os soldados de César) ouviu falar do evangelho. No cap. 4, nas saudações finais, ele diz aos filipenses que “os da casa de César” estavam enviando saudações também. É provável que muitos soldados tenham sido convertidos graças a este testemunho de Paulo.
Em terceiro lugar, nestes anos de prisão Paulo escreveu quatro cartas preciosas, Palavra de Deus para a igreja de todos os tempos, nas quais ele nos ensina sobre a vontade de Deus em todas as áreas de nossa vida, quer como cidadãos deste mundo, quer como cidadãos do reino dos céus: as cartas aos Efésios, aos Colossenses, a Filemom, e esta aqui, aos Filipenses.
A além disto, vez por outra Paulo também recebia o apoio e ajuda dos irmãos que o visitavam, como é o caso aqui nesta ocasião.
Eram ocasiões de grande alegria para o apóstolo em suas tribulações, como podemos bem perceber nas palavras tão felizes, carinhosas e gratas de Paulo a estes irmãos aos quais ele queria tão bem.
– Fizestes bem associando-vos na minha tribulação, diz o apóstolo
Vocês fizeram bem, enviando-me esta oferta. 
Quando os crentes ofertam, estão fazendo uma coisa muito boa. Quero mencionar três razões aqui em nosso texto, que mostram como você faz bem em ofertar.
1. Quando você oferta, está abençoando a vida de outros
Veja o v.10 Alegrei-me sobremaneira...
E o v. 18 Recebi tudo e tenho em abundância...
Os vs. 11 a 13 nos como Paulo era um crente maduro, fiel, contentado com o fato de que ele tem Jesus em sua vida, de que o Senhor é a sua força, de modo que ele é capaz de enfrentar qualquer dificuldade de cabeça erguida.
Pois não existe nada melhor do que ter a certeza de que Deus está com você.
Isto é próprio dos que têm uma boa consciência diante de Deus, como era o caso do apóstolo.
Mas isto não quer dizer que ele não ficasse atribulado com certas coisas. Por exemplo:
No cap. 2:27, ele se refere ao fato de que Epafrodito, o mensageiro dos filipenses, adoecera mortamente, e se ele na verdade tivesse morrido, seria mais uma tristeza somada às muitas tristezas que Paulo já sofria.
Além disto, conforme confessa na 2ª carta aos Coríntios, sobre ele pesava a preocupação com todas as igrejas.
E aqui, no v. 14 do nosso texto, ele se refere às suas necessidades materiais. Os ministros do Senhor, mesmo os mais maduros e espirituais, não são tão espirituais que já não tenham mais necessidades materiais. Precisam alimentar-se, vestir-se, abrigar-se. Em sua maioria, têm uma amada família para sustentar, cumprindo assim o mandado de Deus.
Ora a oferta dos filipenses foi um verdadeiro instrumento de Deus para providenciar abundantemente o necessário ao apóstolo de Jesus.
Irmão, quando você trás a sua oferta, quando você entrega os seus dízimos, muitas pessoas estão sendo abençoadas através da sua vida. Muitas necessidades estão sendo supridas. Você está ajudando muita gente.
Primeiro, você está cooperando para a manutenção da igreja do Senhor aqui, neste lugar; uma igreja que só pelo fato de existir aqui já anuncia o nome de Jesus. Você está sendo instrumento de Deus na manutenção do ministério do seu pastor, no sustento da vida dele e da sua família.
No caso da nossa denominação, ao entregar seus dízimos você também está enviando dinheiro aos campos missionários, para o sustento de outros pastores, está enviando dinheiro ao seminário, para manter tanto a instituição como aos nossos seminaristas.
E existem muitas outras coisas que podem ser feitas, quanto mais a igreja tiver recursos. Mais pastores poderão ser formados, e serem enviados, de modo que a igreja poderá alcançar muitas outras pessoas com o evangelho.
Enfim, quando você oferta, está sendo usado por Deus.
2. Quando você oferta, está oferecendo um sacrifício agradável a Deus
No v. 18, Paulo diz que a oferta enviada pelos seus queridos irmão de Filipos foi recebida como um aroma suave, um sacrifício aceitável e aprazível a Deus.
A visão que Paulo tinha, e nos ensina a ter, é que o dinheiro que entregamos para o sustento dos pastores é uma atitude muito espiritual.
Vamos ler Gálatas 6:6-8
Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui.  7 Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.  8 Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.
Quando você concede bens materiais aos que pregam a Palavra, irá colher bênçãos espirituais, pois você está semeando para o Espírito.
Mas não é uma atitude espiritual em si mesma. É espiritual porque você está fazendo para Deus.
Agora leiamos também Mateus 10:41, 42
Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta; quem recebe um justo, no caráter de justo, receberá o galardão de justo.  42 E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.
São palavras de nosso Senhor, Jesus Cristo. Não é uma promessa grandiosa? Você pode não ser um profeta, mas receberá a mesma recompensa de um profeta se reconhecê-lo e tratá-lo como tal, por amor do nome do Senhor. Se você receber uma pessoa qualquer por ser ela uma pessoa que teme ao Senhor, se cuidar dela como tal, receberá a sua recompensa. Mesmo que você faça uma coisa bem pequena e simples, como o dar um copo de água fria a alguém, por causa do Senhor, não ficará sem a sua recompensa.
Pois nestas coisas, é a Jesus que você está servindo. É a Jesus que você está agradando, oferecendo um verdadeiro sacrifício de aroma suave.
3. Quando você oferta, está abrindo a sua vida para as bênçãos de Deus.
Veja agora o v. 19.
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.  
Note o “e” no início do v. 19, conjunção subordinativa que o liga ao que Paulo disse no 18.
Isto é, “como resultado de vocês ofertarem”, o meu Deus, segundo a sua riqueza, em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades.
O que Paulo está fazendo aqui é repetindo o princípio que o profeta Malaquias proclamado ao antigo povo de Israel
Leiamos Ml 3:6-10
6 Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.  7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?  8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.  9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.  10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.  11 Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.  12 Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.
Quero fazer algumas observações aqui
De acordo com v. 6, apesar da infidelidade deles nos dízimos e ofertas (e em muitas outras coisas), os judeus não eram destruídos por Deus. Algum tempo atrás ouvi uma pessoa dizer que se um crente não entrega seus dízimos ele “perde a salvação”. Isto não é verdade. O crente não “vai para o inferno” se não contribuir. Apesar de seu pecado, ele não é destruído.
Por outro lado, os vs. 7 e 8 nos dizem que crente que não entrega seus dízimos ofende a Deus, pois está tomando para si mesmo uma coisa que não lhe pertence – a palavra que o Senhor usa é “roubar”.
Como resultado, a ameaça do v. 9: maldição. Maldição aqui não significa perda de salvação (lembre-se do v. 6), mas significa perda de bênçãos: orações não atendidas, trabalho infrutífero, etc.
E nos vs. 10-12 ele descreve os resultados da fidelidade. Uma vez que entregar os dízimos e ofertas é um ato de amor à casa do Senhor, de fé em suas promessas, o crente pode ter esperanças de ser abençoado.
O Senhor repreenderá o “devorador”: era uma espécie de gafanhoto que consumia as plantações dos judeus. O Senhor faria que os inimigos naturais não destruíssem o fruto do trabalho do seu povo.
Este é o mesmo principio do qual Paulo se vale em Fp 4:19: – Vocês ofertaram, e o meu Deus suprirá cada uma das vossas necessidades.
Conclusão
Aqui nesta Carta aos Filipenses, amados, temos três razões pelas quais ofertar é agradável aos olhos de Deus:
1. Quando você oferta, está abençoando a vida de outras pessoas, muitas outras.
2. Quando você oferta, está oferecendo um sacrifício do qual Deus se agrada.
3. Quando você oferta, está abrindo as janelas do céu para bênçãos maiores em sua vida.
Eu não preciso dizer que estas coisas são loucura para aqueles que não creem na Bíblia sagrada, pois eles veriam nisto uma “esperteza dos pastores” a fim de ganhar um dinheiro desonesto.
Eu não preciso dizer também que de fato existem muitos “falsos pastores”, que fazem da fé alheia um negócio desonesto, a fim de enriquecer. A Bíblia já previu, há muito tempo, que pessoas assim surgiriam, e enganariam a muitos. Mas também prediz que estes falsos pastores irão prestar contas a Deus, e a sua condenação não demora.
E também não preciso dizer que os que têm um coração mudado por Deus, regenerado, são também pessoas motivadas e movida pelo amor, pela fé, pela esperança em Deus, e por isto são generosas, como era o caso dos filipenses. E Deus, que é fiel, abençoa pessoas assim. Então, contribuamos com esta mesma disposição.

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