Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 17 de fevereiro de 2013
Pr. Plínio
Fernandes
Amados irmãos, vamos ler Mateus
10:24-33
24
O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor. 25
Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se
chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos? 26
Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado;
nem oculto, que não venha a ser conhecido. 27 O que vos digo às
escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos
eirados. 28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a
alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como
o corpo. 29 Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles
cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. 30 E, quanto a vós
outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. 31 Não
temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais. 32
Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o
confessarei diante de meu Pai, que está nos céus 33 mas aquele que
me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos
céus.
Nós somos pessoas imensamente abençoadas,
pois temos conhecido o grande amor que Jesus Cristo tem por nós. Aos nossos
olhos, por meio das Escrituras, o Espírito Santo tem apresentado ao Senhor
Jesus em toda a sua graça, amor e poder, para que o conheçamos, para que o
adoremos, para que confiemos nele e sejamos salvos. Temos conhecido que Jesus,
o nosso Deus e Salvador se fez homem, habitou entre nós e nos revelou a
santidade e a bondade de Deus nosso Pai. Temos conhecido o poder do sangue de
Jesus, pois entendemos que em sua morte ali na cruz, ele levou sobre si o castigo
que era nosso. Pelos seus sofrimentos a nossa dívida foi paga, nossas almas
foram redimidas e o nosso coração encontrou paz. Temos certeza da vida eterna.
Temos a certeza de que Jesus voltará para nos levar consigo.
Todas estas verdades da Bíblia,
e muitas outras, não nos enchem o coração com uma deliciosa calma e ternura
para com Deus? E também não nos motivam a falar de Jesus aos nossos amigos, no
desejo de que eles também conheçam esta tão doce salvação?
Por isto nós oramos pela
conversão dos nossos amigos, pois Jesus tem grande prazer em conceder salvação.
E falamos de Jesus, com uma vida de amor para com os de fora, e também com
palavras, testemunhando nossa fé, anunciando a Jesus como Deus e Salvador. E
colocamo-nos à disposição de nosso Senhor, buscando a conversão de almas.
Mas o Senhor Jesus disse que
esta tarefa de testemunhar o Evangelho não seria fácil. Muitas vezes, seus
amados discípulos seriam como ovelhas entre lobos (v. 16). Muitas vezes
incompreendidos, difamados, perseguidos, odiados até. Mas que estas coisas não
deveriam tirar o brilho da graça em seus corações. Ao contrário, que devemos
continuar amando, continuar falando com discernimento e mansidão, com
perseverança, e confiando que o Espírito Santo colocará em nosso coração o que
devemos falar (vs. 17-23).
Mas ele conhece tão bem a nossa
fragilidade, e sabe como somos inclinados ao desânimo diante da oposição,
quando ela se torna obstinada. Sabe como
suas ovelhinhas são propensas a ter medo diante dos perigos. Então, neste texto
que acabamos de ler, ele carinhosamente nos admoesta, insta conosco no sentido
de que não tenhamos medo.
Veja no v. 26: “Portanto, não
os temais...”. No v. 28: “Não temais os que matam o corpo...” E também no v.
31: “Não temais, pois”...
Assim nesta noite vamos meditar
no que o Senhor Deus nos diz aqui, a fim de nos incutir coragem. Porque não
devemos ter medo?
Vejamos os vs. 24 e 25
24
O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor. 25
Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se
chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?
Em vários lugares, os
Evangelhos testemunham que o próprio Senhor Jesus foi chamado de maneira
ofensiva; tão ofensiva que até mesmo o identificaram com o próprio Satanás. Por
exemplo, em Mateus 12:24 nós lemos que os fariseus diziam que Jesus expulsava
demônios pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios. O mesmo nos dizem
Marcos e Lucas. Em Mateus 27:63 lemos que ele também foi chamado de
“embusteiro” (impostor, enganador, trapaceiro, vigarista). E em Marcos 3:21
lemos que em certa ocasião até mesmo os parentes dele diziam que Jesus estava
sem juízo. Em João 7 as multidões, e em João 8, os fariseus dizem a Jesus que
ele estava endemoniado.
Da mesma forma, através da
história, homens tidos como sábios pelo mundo, homens como Marco Aurélio, o
imperador filósofo, Voltaire, Nietzsche e tantos outros, e nos dias de hoje (muitos
dos nossos estudantes não precisam ir além de suas salas de aula, e também em
livros, e na internet), o que se diz sobre nosso Salvador não é diferente.
Ora, se o que se diz sobre
Jesus é isto, o que se dirá sobre os que acreditam nele? O que se dirá daqueles
que entregam suas vidas a ele, que se dedicam a adorá-lo e a fazer a vontade
dele? Que são tão loucos quanto ele. Ou tão impostores. Ou tão endemoniados.
E meus irmãos, não estranhem:
mas quando dizemos “o mundo”, não estamos falando apenas de grupos fora da
religião cristã. Lembrem-se de que os fariseus, os escribas, os saduceus, eram
todos grupos religiosos de Israel, aquele abençoada nação que pelo menos se
entendia como o povo escolhido, que pelo menos dizia seguir as Escrituras.
Não é de admirar que muitas
vezes os verdadeiros discípulos de Jesus são rejeitados, não só pelos de fora,
mas também pelos de dentro. João Wesley simplesmente foi proibido de pregar nas
igrejas da Inglaterra. Pela mesma razão, John Bunyan ficou preso por muitos
anos. E Martinho Lutero foi excomungado. Só estou citando os exemplos mais
conhecidos.
Mas quando, em qualquer
círculo, se uma pessoa é chamada “tola” por seguir a Jesus, saiba que não está
sozinha. Ela faz parte de uma grande galeria de gente boa, que desde a
antiguidade bíblica, e passando por estes dois mil anos da história da Igreja, tem
levado sobre si o desprezo por sua fé; gente que é tida em alta conta no céu. Por
exemplo, leiamos o que o Espírito Santo nos diz sobre Moisés:
Hb 11:24-26
24
Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó, 25 preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a
usufruir prazeres transitórios do pecado; 26 porquanto considerou o
opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque
contemplava o galardão.
Note especialmente o v. 26. A NVI traduz
assim: “Por amor de Cristo, considerou
sua desonra uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a
sua recompensa”. Moisés preferiu antes ser desprezado por amor a Cristo[1],
do que desfrutar dos prazeres do pecado, que passam rapidamente e levam pro
inferno. Então ele se recusou a ser chamado filho da filha do Faraó egípcio.
Para ele o “status” não era algo tão importante quanto estar fazendo a vontade
de Deus.
Meu irmãozinho querido, não
seja um impostor, não seja um fanático, não creia em tolices, não dê lugar ao
pecado, não seja um crente amante de riquezas e posição, não seja um crente
amante do poder, para que o mundo não te acuse justamente. (Pois infelizmente
há muitos que, dizendo-se cristãos, são mais amantes dos prazeres do que muitos
que não são cristãos)[2].
Mas se você for difamado por
amor ao Senhor, por fidelidade a ele, por testemunhar de Jesus, saiba que isto
é um privilégio. O privilégio de ser discriminado, assim como é discriminado
nosso Deus e Senhor. E não devemos ter medo de ser tão mal considerados como
Jesus.
2º. Também não devemos ter medo, porque
somente Deus é o Senhor da nossa vida
Satanás não é o dono da nossa
vida. E os que rejeitam a Jesus também não são. E por mais que Satanás ou os
homens queiram que deixemos de crer ou de falar, não podem realizar seu desejo.
Jesus nos diz isto através de três exemplos:
2.1 – O primeiro está nos vs.
26 e 27. Nem os homens, nem Satanás, podem determinar aquilo que havemos de
falar
26
Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado;
nem oculto, que não venha a ser conhecido. 27 O que vos digo às
escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos
eirados.
Um dia toda a verdade virá à
luz.
É como escreveu Malaquias:
chegará o dia em que se verá a diferença entre o justo e o perverso, entre o
que serve a Deus e o que não serve[3].
Em que o que tiver feito o bem receberá do Senhor o seu louvor[4].
Lembra-se daquela parábola do
homem rico, que acumulou mais e mais tesouros na terra, e nada no céu? Deus o
chamou “louco”. Haverá um dia em que
serão manifestos os realmente insensatos e os realmente sábios. Então fale de
Jesus. O que Jesus te fala na intimidade, proclame dos lugares altos.
Testemunhe. “Não temas, pelo contrário, fala e não te cales” [5].
A história nos conta de um
homem chamado John Huss. Ele viveu na Boêmia.
E foi condenado à fogueira por pregar o Evangelho, em 1415. Mas enquanto estava
preso aguardando a morte, João Huss disse: “Podem matar o ganso (em alemão
“huss” quer dizer ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não
poderão queimar”[6]. E
cento e dois anos depois, em 1517, Martinho Lutero colocou suas 95 teses na
porta da universidade em Wittenberg, que deram inicio à grande Reforma. Pois a
Palavra de Deus não pode ser silenciada.
Isto nos conduz ao segundo
exemplo que o Senhor nos dá...
2.2 – Nem os homens, nem
Satanás, podem determinar o nosso destino eterno.
v. 28
Não
temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que
pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.
Não preciso dizer que ninguém
gosta de morrer. Ainda mais de forma violenta. Mas preciso lembrar que o nosso
Senhor é realista e não ilude ninguém. Ele não diz que na hora em que o cristão
é atirado aos leões por amor ao seu nome ele enviará o seu anjo e certamente
escapará. A Pedro, ele disse particularmente que no final de sua vida o querido
apóstolo seria levado para onde não queria ir, e fariam o que ele não desejava.
E João acrescenta que com isto Jesus estava se referindo ao gênero de morte com
o qual Pedro glorificaria a Deus[7].
Eu quero mencionar as notícias
que atualmente chegam a nós através da missão Portas Abertas, sobre o que sucede
na Colômbia, país vizinho ao nosso:
“O
crescimento da Igreja é significativo. As guerrilhas, os cartéis do
narcotráfico, o corporativismo corrupto do governo e as religiões tradicionais
continuam a testar a fé dos novos convertidos. Aqueles que se convertem são
considerados traidores e alguns são assassinados. Missionários são ameaçados,
sequestrados e às vezes mortos. Muitos cristãos são martirizados por assumir
posições contrárias ao crime... Estatísticas do Conselho Evangélico de Igrejas
da Colômbia indicam que mais de 400 igrejas já foram fechadas e cerca de 150
pastores foram assassinados pelos subversivos desde 1998... Após o fracasso dos
acordos de paz entre governo e guerrilhas, os rebeldes se recusaram a sair da
região. As igrejas continuaram fechadas e a pregação do evangelho, restrita.
Diversas pessoas passaram a cooperar com os grupos subversivos” [8].
Em todo o mundo, muitos
haveriam, e muitos haverão de sofrer afrontas, desprezo e muitas vezes até morrer
por amor ao nome do Senhor. Não existe na Bíblia uma promessa de escape quanto
a isto, e muitas vezes os santos de Deus têm que selar o testemunho de sua fé
com o seu próprio sangue.
Mas o Senhor Jesus diz que o
homem não é somente corpo. É corpo e alma. E a alma é aquela “parte” do nosso
ser que não pode ser destruída pelos intentos humanos ou de Satanás.
Então não tenham medo daqueles
que podem matar o corpo mas não a alma. Temam, isto é, respeitem a Deus, porque
sobre a alma somente ele tem poder.
2.3 – Nem os homens, nem
Satanás, nos dão o valor que realmente temos aos olhos do Senhor
vs. 29-31
29
Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o
consentimento de vosso Pai.30 E, quanto a vós outros, até os cabelos
todos da cabeça estão contados.31 Não temais, pois! Bem mais valeis
vós do que muitos pardais.
Um asse, ou ceitil, era uma
pequena moeda romana, que equivalia a 1/16 de um denário[9].
Era uma moedinha de pouquíssimo valor. E se Mateus nos diz que dois
pardaizinhos, que eram alimento de pessoas bem pobres, eram vendidos por um
asse, Lucas nos diz que eram cinco pardaizinhos valiam dois asses[10].
Mas até estes pardaizinhos, que
aos olhos humanos tinham tão pouco valor, não passam despercebidos aos olhos do
Pai. Barclay diz que a palavra aramaica que Jesus usou, e depois vertida por “cair”
no texto grego, quer dizer literalmente “pousar”: nenhum pardalzinho pousa no chão
sem que esteja sob os olhos de Deus[11].
Seja cair, seja pousar, o Pai está atento, vigilante sobre tudo. Ele dá valor a
toda a sua criação.
Mas vocês, diz o Senhor, até os
cabelos de suas cabeças estão contados. Vocês valem muitos mais do que pardais.
Então não se preocupem. Se os homens não lhes derem valor, saibam que o Pai
celestial não é assim.
Será, pequenino rebanho, que
isto não é consolo para nós? Será, pequenina ovelha, que isto não é consolo
para você? Nunca tenha medo de testemunhar daquele para quem você é tão
preciosa que ele do céu enviou seu Filho Unigênito, para que você não pereça,
mas tenha a vida eterna. Constrangido pelo amor, que somente ele tenha
autoridade sobre o que você diz e o que não diz. Que ele, e mais ninguém, seja
o capitão da tua alma.
vs. 32, 33
32
Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o
confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; 33 mas aquele que
me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos
céus.
Nós temos consciência, irmãos,
que para muitas pessoas, uma fé que prega a vida eterna no céu é uma religião
escapista e alienadora. Que faz as pessoas fugirem dos problemas diários e
ficar distante das necessidades deste mundo sofrido, enclausurada no mundinho
da religião. E precisamos reconhecer que muitas vezes somos culpados de agir
assim.
Mas ao mesmo tempo, não podemos
negar que a fé bíblica, especialmente conforme Jesus nos ensina tão claramente,
é uma fé que nos faz confiar na vida eterna no céu, seja no céu após a morte,
seja nos “novos céus e nova terra” prometidos para a volta de Jesus, dos quais
nos falam Pedro, o Apocalipse, Isaías, enfim, a Bíblia como um todo.
E também que se nós entendermos
a promessa da vida futura tal com o Senhor nos ensina, muito longe de nos fazer
escapistas e alienados, a fé bíblica nos ensina a viver no presente à luz da
promessa quanto ao futuro. E isto envolve todas as áreas da nossa existência
presente: o trabalho, a família, a igreja, as amizades, o conhecimento, as
artes, tudo, e muito especialmente o nosso testemunho de Cristo diante dos
homens. O testemunho que envolve a nossa maneira de viver e de falar, pois
aquele que crê no Senhor também vive em amor e na busca de promover o reino de
Deus e a sua justiça. E Jesus promete que há uma recompensa para este testemunho:
“Aquele
que me confessar diante dos homens, aquele que não negar a fé em mim, aquele
que não se envergonhar de mim, mesmo quando for zombado, mesmo quando for
perseguido por causa do meu nome, eu também o confessarei diante de meu Pai que
está nos céus”.
Porque irmãos, todos nós, os
crentes, também compareceremos perante o tribunal de Deus, a fim de dar contas
de nós mesmos perante o Senhor[12].
Perante aquele eu é tão puro que os seus olhos não podem contemplar o mal[13].
Então não podemos nos achegar sozinhos, mesmo diante do Pai.
Mas se de coração cremos no
Senhor Jesus, se com nossa língua o confessamos, então não estamos sozinhos. Primeiro, temos a certeza de que agora
mesmo, Jesus nos confessa diante do Pai quando somos tentados, intercedendo por
nós, nos socorrendo em nossas fraquezas[14].
Segundo, temos a certeza de que Jesus
nos confessa diante do Pai quando caímos, intercedendo como nosso advogado[15].
E por último, temos a certeza de que ele será o nosso advogado também naquele
dia em que ele mesmo será o juiz de todos os homens, agindo em nome do Pai. Seremos
recebidos por ele mesmo, para a posse da vida eterna[16].
Então temos esta promessa fiel – Rm 8:16-18
16
O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17
Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros
com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.18
Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem
ser comparados com a glória a ser revelada em nós.
Não tenha medo de confessar a
Jesus, não tenha medo de testemunhar com sua vida, não tenha medo de falar de
Jesus, pois, se com ele você sofrer, naquele dia em que todas as coisas vierem
à luz, com ele você será honrado na presença do Pai.
Assim, o Senhor Jesus nos
ensina que, mesmo sendo crentes num mundo de descrença, não precisamos ter medo
de testemunhar nossa fé.
Porque, quando somos
maltratados por causa do nome de Jesus, estamos sendo identificados com ele, o
que é uma honra e um privilégio para nós.
Além disto, porque mesmo que os
homens ou Satanás nos aflijam, eles não têm poder sobre nossas vidas: Eles não
podem determinar o que dizemos ou deixamos de dizer. Eles podem matar nossos
corpos, mas não podem matar nossas almas. Se eles não nos valorizam, o Senhor
dos céus e da terra nos dá um valor eterno. Somos tão preciosos aos seus olhos
que ele enviou o seu Filho ao mundo, a fim de nos salvar na cruz.
E se confessarmos a Jesus
diante dos homens, manifestando assim a fé que temos no coração, ele também nos
confessará diante do Pai que está nos céus.
Eu quero fazer quatro aplicações
gerais para nossas vidas:
1. Para aqueles que têm ouvido
sobre Jesus, que têm sido motivados a crer, a se converter, mas que ainda não
se decidiram a obedecer ao Evangelho.
Eu sei que muitas vezes as
pressões da família, dos conhecidos, dos companheiros de trabalho ou de estudo
podem nos fazer recalcitrar.
“Se eu me converter a Jesus,
podem rir de mim... Se eu me converter a Jesus, meus familiares irão achar
ruim...”
Certa vez eu conheci uma
senhora que temia pelo emprego do marido, se ela e ele se convertessem. Mas eu
quero perguntar: Será que qualquer pessoa deste mundo é mais importante que
Jesus? Será que qualquer pessoa ou posição neste mundo vale a salvação eterna
da sua alma? Então supere o medo, supere a vergonha, ou, neste caso, supere o
orgulho, e converta-se ao Senhor. Ele é digno disto. E você precisa
desesperadamente ser salvo.
2. Para aqueles que têm sofrido
afrontas por amor a Jesus
Regozije-se no Senhor. Você
pertence a ele. A sua recompensa está guardada. Jesus virá, e trará consigo o seu
galardão. Seja fiel até à morte, e você receberá a coroa da vida[17].
Fale de Jesus. Fale por amor e com amor. Pregue o Evangelho. Busque a salvação
dos homens. Há muitos que ainda chegarão ao arrependimento antes que ele volte.
Eu estou pensando em certa ocasião, na minha adolescência, em que uma
professora no colégio estava contando a história de Adão e Eva, e eu estava
rindo dela, porque achava isto uma coisa tão boba! Ela me repreendeu por estar
zombando. Mas hoje eu sei que a história da qual ela falava é verdadeira. Com
isto quero dizer que as pessoas mudam de opinião, pela graça de Deus. Então não
desanime, pois de um modo ou de outro o testemunho do crente produz frutos
eternos.
3. Para aqueles que não têm
assumido sua fé em Jesus
Você leu no v. 33 que negar ao
Senhor Jesus é um pecado muito grande. Tanto que se você permanecer nele,
também será negado pelo Senhor diante do Pai. Mas este não é um pecado
imperdoável. Lembra-se do comportamento de Pedro, o apóstolo, na noite em que
Jesus foi preso? Por três vezes ele negou que conhecia o Senhor. Ele ficou com
medo, foi seguindo de longe, depois se misturou com as pessoas, e disse que não
era um seguidor de Jesus. Mas como Pedro se arrependeu disto! E chorou
amargamente[18]. E
foi perdoado, restaurado, e tornou-se um homem muito usado por Deus[19].
Então, se você tem pecado, dado mau testemunho, seja em palavras, seja em
comportamento, eu tenho uma boa notícia: Jesus te perdoa. Tão somente
arrependa-se. Tão somente confesse.
4. E por último, irmãos, não
nos esqueçamos de que no mundo inteiro há irmãos que sofrem por amor a Jesus.
E muitos deles, a ponto de
serem presos e mortos; não apenas com zombaria. Muitos perdem seus empregos e
ficam em situação dificílima. Oremos pela igreja perseguida. Procuremos saber a
respeito deles, e ajudar às missões que se dedicam especialmente a servir à igreja
sofredora.
Lembra-se de o que aconteceu
com Neemias, quando na cidadela de Susã, perguntou sobre como estava o povo de
Deus em Jerusalém? A resposta que ele teve foi de que as portas da cidade
estavam queimadas, os muros derribados, o povo do Senhor em grande miséria e
humilhação. Então Neemias não conseguia fazer outra coisa a não ser orar,
chorar, confessar pecados, jejuar ao Senhor em favor de sua igreja sofrida. Até
o momento em que o Senhor o enviou a Jerusalém[20].
Pergunte pela igreja sofredora. Certamente você será motivado a orar mais por
eles. E a evangelizar mais.
[1] Se você crê que o Deus que
se revelava a Moisés era o próprio Cristo, antes de sua encarnação não terá
dificuldade para entender isto.
[2] Fp 3:18, 19
[3] Ml 3:18
[4] 1ª Co 4:5
[5] At 18:9
[6] Orlando Boyer, Heróis da
Fé (Rio de Janeiro, CPAD, 31ª edição, 2005), pág. 13.
[7] Jo 21:19. Segundo Eusébio
de Cesaréia, em sua História Eclesiástica, II:XXV, Pedro e Paulo sofreram
martírio nos dias de Nero.
[8] http://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/perfil/colombia/,
acessado em 16 de fevereiro de 2013, às 11:20h.
[9] O denário era uma moeda
romana, de prata, que correspondia ao pagamento de um dia de trabalho.
[10] Lc 12:6
[11] Cf. Barclay, O Novo
Testamento Comentado, Mateus, pág. 419. Mas embora seja uma observação
interessante, o texto original que temos, e portanto, o que consideramos
inspirado, está em grego, e não aramaico, e anotamos a observação de Barclay
com bastante reserva.
[12] Rm 14:10
[13] Hc 1:13
[14] Hb 4:14-16
[15] 1ª Jo 2:1, 2
[16] Mt 25:34
[17] Ap 2:10
[18] Mt 26:34-75
[19] Jo 21:15-22
[20] Ne 1, 2
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