Domingo, 12 de março de 2012
Pr. Plínio
Fernandes
Queridos
irmãos, vamos ler Mateus 1:18-25
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando
Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se
grávida pelo Espírito Santo. 19 Mas José, seu esposo, sendo justo e
não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. 20 Enquanto
ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor,
dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que
nela foi gerado é do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho e
lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo
Senhor por intermédio do profeta: 23 Eis que a virgem conceberá e
dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer:
Deus conosco). 24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o
anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não a conheceu,
enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.
José, o pai legal de
Jesus, ainda que fosse um dos descendentes diretos do grande rei Davi, e talvez
tivesse o direito natural de habitar num palácio, era apenas um humilde
carpinteiro que residia na humilde cidade de Nazaré, na Galiléia, a humilde
região norte de Israel.
E como a maioria dos
homens, ele amava uma mulher e queria casar-se com ela. Ela se chamava Maria, e
também era da descendência de Davi. Eles estavam noivos. Eu imagino que
formavam um casal muito bonito. Pois ambos eram pessoas profundamente piedosas;
amavam ao Senhor, viviam honestamente, seguiam os seus mandamentos.
Mas um dia uma coisa
extraordinária aconteceu; algo que nunca antes, nem depois, se repetiu em toda
a história da humanidade. A jovem Maria estava sozinha, e um mensageiro de
Deus, o anjo Gabriel, lhe apareceu.
Naturalmente que ela
ficou muito espantada. Mas o anjo lhe disse: “Maria, não tenha medo. Eu vim porque você tem sido alcançada pela
graça de Deus. Vim lhe dizer que você ficará grávida, e dará à luz a um filho a
quem chamará ‘Jesus’. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e Deus
lhe dará o trono do rei Davi, seu pai; um reino que não terá fim...”
E a jovem perguntou ao
anjo: “Mas como será isto? Eu nunca tive
relações com homem algum...”. E Gabriel respondeu explicando que, assim
como Deus a escolhera, Deus também realizaria um milagre: o poder do Espírito
Santo viria sobre ela, e por este poder seria gerado dentro dela um novo ser
humano, mas sem a participação de um homem.
Embora seja algo para
além de nossa imaginação, para nós, os que cremos, assim como Maria, no Deus
que é revelado na Bíblia, não é difícil acreditar que as coisas aconteceram
assim. Porque se você acredita que em seis dias, do nada, apenas pelo poder de
sua Palavra e de seu Espírito, Deus criou o universo inteiro[1],
então sabe que nada é impossível para ele. Para Deus, “a coisa mais simples” é
fecundar, pelo mesmo poder de sua Palavra e de seu Espírito, um óvulo no
interior de uma mulher.
E foi isto o que o anjo
disse a Maria que aconteceria: ela ficaria grávida pelo poder do Espírito
Santo. Uma prova do poder de Deus, Maria poderia ver em sua prima Izabel, que
já era idosa, e estéril, mas que em sua velhice havia ficado grávida também, e
já estava no sexto mês. Então Maria se submeteu à vontade de Deus. Em seguida,
ela foi para a região montanhosa de Efraim, para visitar sua prima Izabel; e
ali ficou cerca de três meses, e então voltou para Nazaré.[2]
Eu tenho a impressão de
que foi nestes dias, depois da visita a Izabel, que José ficou sabendo da
gravidez de Maria. O que será que ele sentiu? Como será que ele soube? Será
quem foi ela quem contou para ele? Será que ela disse como aconteceu? Se foi ela, parece que José teve uma dificuldade
para acreditar, pois foi necessário que um anjo viesse a ele também.
Ou será que ele soube
através de outras pessoas? De qualquer forma José, pelo que podia entender,
havia sido traído. Por um lado, ele amava Maria, por outro, como poderia se
casar com uma mulher que, segundo ele estava entendendo, não o amava? Então
começou a pensar em deixá-la secretamente. Será que, com isto, ele entendesse
que as pessoas não poriam a culpa em Maria, mas nele, pois pensariam que ele havia
tido relações com a noiva e depois não quisera dar continuidade ao casamento. O
propósito claro de José é que ele não queria difamar a Maria.
Eu tenho muita admiração
por estes dois filhos de Deus! Mas,
enquanto José pensava nestas coisas, um anjo do Senhor lhe foi enviado. E da mesma forma que fizera à moça, transmitiu
ao homem palavras de paz:
“José, filho de Davi, não tenha medo de se casar com
Maria; porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um
filho e você lhe porá o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos
pecados deles”.
Mateus acrescenta que
todas estas coisas eram o cumprimento de uma antiga profecia que dizia: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”.
Assim como Maria, José
obedeceu à Palavra de Deus através do anjo. Eles se casaram, e não tiveram
relações enquanto ela não deu à luz ao seu primogênito, Jesus. Depois disto, os
Evangelhos nos dizem que Jesus teve irmãs e irmãos [3].
Eu quero destacar a Palavra
de Deus, dada por Isaías e endossada por Mateus, no versículo 23:
A virgem conceberá e
dará a luz a um filho, e este filho será chamado Emanuel, que quer dizer, Deus
conosco”.
Estas palavras nos foram
dadas pelo Espírito Santo para que conheçamos a Jesus, e conhecendo tenhamos
vida.
1. Mateus nos diz que Jesus é Deus
Ele será chamado
Emanuel, que quer dizer, “Deus conosco”.
1.1 – Jesus é divino
Eu não pretendo neste
momento fazer um estudo completo a respeito da divindade de Jesus Cristo. Já
temos estudado este assunto em outras ocasiões. E Deus permitindo, também o
faremos em muitas outras. Por ora eu desejo enfatizar as implicações dessa
divindade.
Mas algumas pessoas têm
real dificuldade com esta doutrina, pois não vemos, nos Evangelhos de Mateus,
Marcos e Lucas, a afirmação explicita de que Jesus é Deus. Esta afirmação é
feita de modo mais claro no Evangelho de João.
Então argumentam: “Os três primeiros Evangelhos não nos dizem
que Jesus é Deus. Falam apenas que Jesus era Filho de Deus e como tal, um
representante de Deus; e neste sentido, na pessoa de Jesus, Deus estava entre
nós. Na realidade, quando Mateus está dizendo que Jesus é Deus conosco, não
está falando que ele é divino; apenas que na pessoa de Jesus, o Senhor Deus
estava visitando o mundo em sua misericórdia, tal como já fizera antes, através
de reis e profetas piedosos”.
É verdade que estes três
primeiros Evangelhos, que comumente chamamos Sinóticos, não nos dizem que Jesus
é Deus de forma explícita. Mas de forma implícita sim. Pretendo ser o mais
breve possível:
Mt 4:8-11
8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe
todos os reinos do mundo e a glória deles. 9 e lhe disse: Tudo isto
te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então, Jesus lhe ordenou:
Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a
ele darás culto. 11 Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram
anjos e o serviram.
O diabo estava tentando nosso Senhor, para que o adorasse. De acordo com a
resposta de Jesus a Satanás no v. 10, somente Deus deve ser adorado. Se
fizermos isto a qualquer outro ser que não seja Deus, é pecado.
Por isto é que no livro de Atos, Paulo e Barnabé não se deixam adorar:
At 14:14-15
14 Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes,
saltaram para o meio da multidão, clamando: 15 Senhores, por que
fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos,
e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus
vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles...
E também é por isto que no Apocalipse de João um anjo de Deus se recusa a
ser adorado:
Ap 19:9-10
9 Então, me falou o anjo:
Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.
E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. 10 Prostrei-me ante os seus pés
para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos
teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho
de Jesus é o espírito da profecia.
Ap 22:8-9
8 Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando
as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para
adorá-lo. 9 Então, ele me
disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e
dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”.
Eu acho “estranhamente engraçado” o comportamento de João. Ele, que
conhecia a Jesus. Que escreveu o Evangelho. Que no começo do Apocalipse recebe
uma revelação extraordinária da glória de Jesus. Agora, por duas vezes, ele se
prostra aos pés de um anjo, para adorá-lo. Isto nos revela muito sobre a
natureza humana. Como somos capazes de adorar a quem não devemos, ou ao que não
devemos, quando ficamos maravilhados diante de algo ou alguém.
Mas “graças a Deus” que João fez isto. Graças a Deus porque ele foi humilde
o suficiente para registrar as duas vezes no livro. E graças a Deus pela
resposta do anjo, que é bem diferente do desejo de Satanás: “Não faça isto, eu sou testemunha de Jesus,
conservo teu e de todos os teus irmãos. Adora a Deus”. Agora voltemos ao
Evangelho de Mateus
Mt 8:1-3
1 Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. 2 E eis que um leproso, tendo-se
aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. 3
E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E
imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.
Acho que não preciso comentar que a atitude de Jesus diante deste leproso
que o adorou foi diferente da atitude de Paulo e Barnabé, e diferente do anjo
no Apocalipse. Jesus aceitou a adoração daquele homem. Por isto também faz
sentido o comportamento dos Magos no capítulo 2, quando encontram o menino
Jesus.
Mt 2:11
Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o
adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro,
incenso e mirra.
Existem várias outras evidências da divindade de Jesus neste Evangelho, que
destacaremos em ocasião oportuna.
1.2 – Mas pensemos nas implicações de divindade de Cristo
1.2.1 – Se Jesus é Deus, significa que ele está em toda a parte, quer
dizer, ele é onipresente.
Vejamos, por exemplo, Mt 28:20
E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Estou deliberadamente deixando de lado o v. 18, onde Jesus nos diz que tem
toda a autoridade no céu e na terra; e também o v. 19, onde ele coloca o seu
nome em pé de igualdade com o nome do Pai e do Espírito Santo. Quero destacar
apenas esta promessa: “Eis que estou
convosco todos os dias...”. Além de afirmar a sua existência perpétua, diz
que, onde quer que os crentes estejam, ele está junto. Para estar em bilhões de
lugares ao mesmo tempo, precisa ser onipresente.
1.2.2 – Se Jesus é Deus, significa que ele sabe todas as coisas, isto é,
ele é onisciente
Mt 9:1-4
1 Entrando Jesus num barco, passou para o outro lado e foi para a sua
própria cidade. 2 E eis que
lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao
paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados. 3
Mas alguns escribas diziam consigo: Este blasfema. 4 Jesus, porém,
conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que cogitais o mal no vosso coração?
Jesus, além de estar em todos os lugares, tem a capacidade de saber todas
as coisas. Até o que vai no mais profundo do nosso ser. Conhece nossas mentes e
os nossos corações. Conhece as nossas motivações. Conhece os nossos desejos, as
nossas necessidades. Os nossos pecados. E de cada ser humano.
1.2.3 – Se Jesus é Deus, significa que ele é todo poderoso
Mt 8:23-27
23 Então, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24 E eis que sobreveio no mar uma
grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto,
Jesus dormia. 25 Mas os
discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! 26
Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E,
levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. 27
E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe
obedecem?
Vejam quanta paz Jesus tinha no coração. Estava dormindo. Quem é este? Foi assim, na tempestade,
que os discípulos aprenderam que Jesus é aquele que caminha no meio da tormenta
[4],
que cavalga sobre as nuvens [5],
cuja voz é poderosa, que preside as tempestades [6].
2. Mateus nos diz que Deus se fez homem
Deus, que está entre
nós, foi concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre de uma mulher. Na
linguagem de João, Deus se fez carne. Carne e ossos.
Eu não sei descrever, eu
nem mesmo entendo a grandeza desta maravilha. Olhe para o capítulo 2 aqui de
Mateus. E nele, você vê o Deus todo poderoso, onisciente, onipresente, na forma
de um bebezinho recém-nascido. Precisando ser amamentado. Ter as fraudas
trocadas. Receber banho, perfume, usar roupas.
Prossiga nos Evangelhos.
Você o vê crescendo. Indo às sinagogas e ao templo. Ele gosta da vida: suas
parábolas falam de homens trabalhando, de festas, de danças. Ele gosta de
crianças, é benigno com as mulheres, trata a todos com compaixão. Ele presta
atenção nas flores, nas estações do ano. Se convidado, ele vai a festas de
casamento, e cuida para que a festa não se acabe antes da hora.
Mas, mais uma vez,
preciso ser breve; então quero destacar, umas poucas implicações da humanidade
de Cristo:
2.1 – Se Deus se fez
homem, isto significou ser tentado, como todos os homens
Mt 4:1-3
1 A seguir, foi Jesus levado
pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 E, depois de jejuar quarenta
dias e quarenta noites, teve fome. 3
Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que
estas pedras se transformem em pães”.
Nós temos aqui o registro das tentações de Jesus, antes de iniciar seu
ministério, antes mesmo de ele começar a chamar seus discípulos. Ele estava no
deserto, jejuando e orando. Fez isto por quarenta dias. Então teve fome, e o
diabo se aproximou para tentá-lo.
Embora esta tenha sido uma crise muito importante, pela qual ele precisava
passar como nosso Salvador, não foi a última. Pelo que conheço, a última tentação
de Cristo foi no Getsêmani, onde ele estava se sentido muito amedrontado com o
fato de que no dia seguinte passaria por todo aquele sofrimento na cruz.
Mt 26:36-42
36 Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado
Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali
orar; 37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu,
começou a entristecer-se e a angustiar-se. 38 Então, lhes disse: A
minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. 39
Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu
Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e
sim como tu queres. 40 E, voltando para os discípulos, achou-os
dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? 41
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca. 42 Tornando a retirar-se, orou de novo,
dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o
beba, faça-se a tua vontade.
Note no v. 37, os sentimentos de Jesus: começou a entristecer-se e
angustiar-se. No 38: “A minha alma está
profundamente triste, a ponto de morrer”. Note o pedido ao Pai: “Pai, se possível, passa de mim este cálice,
mas faça-se a tua vontade, e não a minha”. De outro modo: “Pai, se tiver outro jeito, sem que seja
necessário eu ir para a cruz... mas seja feita a tua vontade”.
Agora, se esta foi a última tentação de Cristo, sabemos que naquele intervalo
de três anos entre o início e o fim de seu ministério, Jesus sofreu outras
tentações.
Lc 22:28
Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações
Não sabemos dizer quais exatamente foram as ocasiões, mas o escritor aos
Hebreus nos diz que ele foi tentado e todas as coisas, à nossa semelhança.
2.2 – Se Deus se fez
homem, isto significou sofrer, como todos os homens
Já vimos que ele se
entristeceu, se angustiou. Os textos paralelos a Mateus são igualmente fortes
Mc 14:33
E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de
pavor e de angústia.
Lc 22:44
E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor
se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra
Deus entre nós. Deus feito homem. O Deus-Homem sendo tentado. O Deus homem
sofrendo tristeza. O Deus-Homem angustiado. Apavorado. Amedrontado. A ponto de
seu suor se tornar como em gotas de sangue.
2.3 – Isto porque se
Deus se fez homem, isto também significou assumir limitações, como todos os
homens.
Jesus precisava comer,
se não, ficava com fome. Precisava descansar, precisava dormir. Na cruz,
queixou-se de que estava com sede, assim como pedira água à mulher samaritana.
Seu corpo humano podia morrer.
Se Deus se fez homem,
isto significou identificar-se totalmente conosco. Assim ele foi tentado como
nós. Sofreu como nós. Tornou-se carne e ossos como nós. E morreu.
E sabe o que é ainda
mais maravilhoso? É que depois de ter passado por tudo o que passou, de ter
alcançado a nossa salvação, depois que ressuscitou, subiu ao céu e foi
restaurado à glória que tinha antes, Jesus continuou e continuará para sempre
um ser humano, com carne e ossos. Eu tenho a impressão de que mesmo que nunca
houvesse pecado, o plano de Deus era se fazer homem e habitar entre nós.
Mas houve pecado e
consequências. Agora, Deus necessitava se encarnar em semelhança de homem
pecador? O todo poderoso precisava passar medo? Não. O criador de todos os
alimentos carecia passar fome? Não. O doador da vida, e vida em abundancia, a
fonte de toda a bem-aventurança e felicidade, tinha que sofrer? Não. O criador
dos anjos precisava ser tentado por um deles? É claro que não. Então porque ele
fez isto?
Porque “Deus é amor” [7].
E “Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna” [8].
Isto nos conduz ao último ponto...
3. Mateus nos diz que Deus, que se fez homem, é o nosso
Salvador
“Ele salvará o seu povo dos pecados deles”.
E nisto nós vemos dois
fatos:
Primeiro: que o propósito de Jesus era nos salvar dos nossos pecados.
Com isto eu quero dizer que os milagres que Jesus realizou não eram a sua
grande razão de estar no mundo. Os milagres eram fruto de sua compaixão diante
das misérias humanas, mas acima de tudo foram realizados para que as pessoas
pudessem entender melhor que ele era o Filho de Deus. Depois foram registrados
nas Escrituras para que nós crêssemos também. Veja o testemunho de João:
Jo 20:30-31
30 Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos
outros sinais que não estão escritos neste livro. 31 Estes, porém, foram registrados
para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome.
João nos diz que estes milagres que foram registrados aqui nos levam a crer
em Jesus, e crendo tenhamos vida. O grande propósito de Jesus em vir ao mundo
foi este: nos dar salvação. Com ele nos diz em Lucas, “... o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.[9]
O segundo fato é este: é que para os nossos pecados, o único escape é a salvação. Não existe outra
maneira. Para tratar com o pecado, não adianta eu me empenhar em “melhorar de
comportamento”, pois a minha natureza humana é incapaz de salva-se a si mesma. Pois, o que é salvação? É tirar de uma
situação de destruição. É tirar de uma situação de morte. Jesus veio para nos salvar dos nossos pecados
Rm 6:23
Porque o salário do
pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Jesus Cristo,
nosso Senhor.
3.1 – Jesus nos salva da
condenação dos nossos pecados
Rm 8:1
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
É uma salvação contínua, pois continuamos sendo pecadores:
Rm 8:33-34
33 Quem intentará acusação
contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está
à direita de Deus e também intercede por nós”.
3.2 – Jesus nos salva do
domínio do pecado
Rm 8:2
Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do
pecado e da morte.
Porque quando não conhecemos a Cristo, a única lei que podemos ver em nós
mesmos é a lei do pecado que conduz à morte. O pecado tem domínio sobre nossos
pensamentos. Só nos dedicamos a cultivar as coisas da natureza humana inclinada
por si só ao pecado. Mas quando nos vemos livres da lei do pecado, livres da condenação
que ela nos trazia, então nos vemos livres para Deus, para fazer sua vontade. E
ainda que muitas vezes tenhamos que chorar e sofrer em nossa luta contra o
pecado, somos ensinados pela graça de Deus de modo que vamos amadurecendo e
aprendendo a ter vitória; vitória que nos é dada pelo poder do Espírito de
Jesus Cristo habitando em nós.
3.3 – Jesus nos salvará
do “mundo de pecado”
Rm 8:23
E não somente ela (a criação) , mas também nós, que temos as primícias do
Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a
redenção do nosso corpo.
Paulo fala da redenção do nosso corpo. Acontecerá no dia em que Jesus
voltar. O dia que aguardamos com ansiedade. Pois daí em diante, nunca mais
seremos tentados. E nunca mais pecaremos, eternamente. Nossa salvação estará
completa.
Conclusão
Não é à toa que este livro é chamado “Evangelho”. É um livro que nos trás
boas notícias. Pois nos fala de Deus, o nosso criador, o nosso provedor, que
nos trouxe à existência e que nos sustenta. Pois fala que o nosso criador nos
amou, e veio viver entre nós, como um de nós.
Assim ele amou a vida como nós amamos, mas com a diferença de que nunca se
deixou dominar pelas circunstâncias, boas ou más. Nunca amou as coisas do mundo
de tal maneira que elas o afastassem do Pai celestial. Amou as pessoas como nós
amamos, mas com diferença de que seu amor é inesgotável. Assim como nós, ele
também sofreu. Fisicamente, emocionalmente, psicologicamente, espiritualmente. E
assim como nós, foi tentado em todas as áreas de sua vida. Em suas emoções, em
seus pensamentos, em suas necessidades físicas e materiais. Foi tentado em sua
confiança no Pai. Mas não cedeu às tentações, pois seu amor pelo Pai era
perfeito.
Por fim, Jesus se identificou conosco de tal maneira que assumiu sobre si o
castigo dos nossos pecados, e em nosso lugar morreu na cruz, para que nós
tenhamos a vida eterna, a salvação de nossas almas.
Aplicação
Você crê nesta boa notícia?
Se você crê, eis aqui alguns frutos desta crença:
1. Não deixe de receber a Jesus como seu Deus, como Senhor de tua vida.
Pois se Jesus veio prá salvar, se ele morreu na cruz para isto, é porque
você é pecador e precisa salvação. Jesus não daria sua vida, não derramaria seu
sangue precioso, à toa. É por causa de nossa necessidade. Então não recuse a
Jesus, se não, você continuará perdido em seus pecados. Se ainda não o fez,
aceite a Jesus, entregue sua vida a ele hoje mesmo. Não tenha medo, e não tenha
vergonha de seguir a Jesus.
2. Você deve adorar a Jesus. Como os magos, como o leproso, como muitos
outros relatados na Bíblia.
Adore a Jesus como seu Deus, e somente a ele.
Não adore a anjos, não adore a santos, não adore a homem algum, pois “ao Senhor adorarás, e só a ele servirás”.
3. Conte com a companhia de Jesus em todo o tempo
Pois ontem, hoje ele é o mesmo, e o será para sempre. Nunca te deixará.
Nunca te desamparará.[10]
Ele está com você, conhece você, por dentro e por fora. Conhece suas lutas,
seus limites, suas tentações, seus pecados, suas necessidades. Conhece e
compreende, porque “sentiu na pele” tudo o que você passa. Então ele é um
misericordioso sumo-sacerdote, compassivo, que intercede por você, que te ajuda
nas horas difíceis [11].
Creia no seu perdão. Creia na sua consolação. Pois “quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os
justifica. Quem os condenará? É Cristo
Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e
também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo?” [12].
Creia no amor de Jesus. Saiba que o perfeito amor lança
fora todo o medo. Então viva sem medo, pois aquele que é amor perfeito está com
você [13].
4. Fale de Cristo
Primeiro, porque a boca fala do que está cheio o coração. Mas também,
porque as pessoas que não conhecem a Cristo precisam conhecer. Ele, e somente
ele, é quem pode salvar a todo pecador. E
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como alguém invocará
aquele em quem não crer? E como crerá se não houver quem fale? [14].
Então fale de Jesus, pois quando você sair por estas portas (do templo), você
estará saindo para o campo missionário.
Uma exposição doutrinaria espetacular sobre Cristo e sua Salvação, e sobre o homem e seu pecado.
ResponderExcluirQue bênção de estudo!🤗fiquei maravilhada, que possa vim aqui eprender mais.Obrigado, q o nosso Deus abençoe cada dia mais com esses conhecimentos.
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