Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 08 de janeiro de 2012
Pr. Plínio Fernandes
Meus amados, vamos ler Daniel capítulo
9:1-3, e em seguida, 20-27
1
No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi
constituído rei sobre o reino dos caldeus, 2 no primeiro ano do seu reinado,
eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o SENHOR
ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de
setenta anos. 3 Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e
súplicas, com jejum, pano de saco e cinza...
20
Falava eu ainda, e orava, e confessava o meu pecado e o pecado do meu povo de
Israel, e lançava a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo
monte santo do meu Deus. 21 Falava eu, digo, falava ainda na oração, quando o
homem Gabriel, que eu tinha observado na minha visão ao princípio, veio
rapidamente, voando, e me tocou à hora do sacrifício da tarde. 22 Ele queria
instruir-me, falou comigo e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o
sentido. 23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to
declarar, porque és mui amado; considera, pois, a coisa e entende a visão. 24
Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade,
para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade,
para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o
Santo dos Santos.
25
Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém,
até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e
as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 Depois das
sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um
príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num
dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. 27 Ele fará
firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o
assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.
Esta é a terceira vez que nos
detemos aqui no cap. 9. Pretendo
que seja a última nesta breve série de estudos, mas, se o Senhor nos conceder,
não será a última em nossa caminhada, pois há muitas facetas maravilhosas de
tudo quanto nos é ensinado aqui, e que precisamos estudar, para o bem de nossas
almas.
Neste capítulo, estamos com Daniel
no ano 539 A.C. O império
babilônico caiu, e agora é Ciro, ou Dario, rei dos medos e dos persas, quem
governa a Babilônia. Ao ler as
escrituras do profeta Jeremias, Daniel percebe que a promessa do Senhor é que
em breve os israelitas seriam libertados do cativeiro, e conduzidos de volta à
sua terra. Então ele se põe a orar
mais uma vez.
Nos vs. 1-19, nós temos, nesta
oração de Daniel, um dos mais profundos ensinos da Bíblia sobre como orar com
sabedoria e fé.
Oração a JAVÉ, o Deus da Aliança –
a Aliança de Deus com Israel, pela qual os israelitas pertenciam totalmente a
JAVÉ, e pela qual deveriam ser, por sua intimidade com Deus, por seu modo de
vida, uma luz para os povos, bênção para as nações, anunciando os feitos de
Deus e a sua salvação até os confins da terra.
Daniel fala sobre as estipulações
desta Aliança, suas promessas de bênçãos decorrentes da obediência, e suas
ameaças de maldição, caso fossem desobedientes ao Senhor. Descreve a
desobediência de Israel, a sua infidelidade e o consequente castigo de Deus através
do cativeiro na Babilônia.E também a justiça de Deus, não somente no castigar,
mas também no perdoar, no exercer misericórdia, e no restaurar o seu povo
escolhido, isto é, aqueles que buscassem ao Senhor.
Todas estas coisas estavam
presentes na alma de Daniel, em sua mente, em seu coração, coisas que ele, em
cumprimento das palavras de Jeremias e Isaías, como que “lembra a Deus, e o
desperta”[i],
para que perdoe Israel, e restaure a cidade santa.
Daniel lê as Escrituras, confia
nelas, e ora insistentemente:
Senhor, tu és justo, e nós somos pecadores.
Tua Palavra é a verdade, e por causa da tua justiça é que nós estamos
aqui no cativeiro.
Pois na lei de Moisés o Senhor disse que se nós guardássemos a tua
aliança e cumpríssemos os teus mandamentos o Senhor nos abençoaria em nossa
terra, mas se fossemos rebeldes, viria sobre nós maldição.
E Senhor, nós desobedecemos: não guardamos os teus estatutos, não
quisemos ouvir os teus profetas, não te buscamos, e por isto todo este mal que
veio sobre nós.
Então, Senhor, a ti pertence a justiça, e a nós, pertence o corar de
vergonha.
Mas Senhor, tu também disseste que o castigo e a maldição não seriam
para sempre.
Tu disseste que depois que se cumprissem os setenta (70) anos para a
Babilônia o Senhor nos levaria de volta.
Quando nos convertêssemos, quando te buscássemos de todo o coração.
Então estou te buscando, Senhor, confessando os meus pecados, e os
pecados do meu povo, de nossos reis, de nossos príncipes e de nossos pais.
Ó Senhor, assim como pela tua justiça, tu nos castigasse, agora também,
por tua justiça (e não a nossa, pois somos pecadores), mas por tua justiça, por
amor do teu nome, perdoa, restaura, porque somos o teu povo, o povo da tua
aliança (vs. 1-19)
Hoje nós vamos nos concentrar na
resposta de Deus.
Pois, a partir do v. 20, Daniel
nos conta que, enquanto orava, veio a ele, voando, “o homem Gabriel”.
Gabriel que se nos tornou mais
conhecido através da história do nascimento de Jesus, quando ele foi enviado a
Maria, para anunciar o Salvador. Gabriel
diz a Daniel que sua oração fora ouvida. E que Deus estava respondendo também
por que Daniel era muito amado.
Não é maravilhoso, irmãos, que
apesar dos nossos pecados, das nossas infidelidades diante de um Deus justo,
ainda sejamos amados por ele? Mas
então Gabriel traz a resposta de Deus. E nesta resposta estão contidos pelo
menos três propósitos de Deus.
Para nós aqui, pela ordem
cronológica dos acontecimentos:
Deus diz que iria sair o decreto para a reconstrução de Jerusalém –
isto está no v. 25. A ordem sobre a qual o anjo fala foi dada cerca de um ano
depois, em 538 A.C.
Vale a pena lermos Ed 1:1 e 2,
sobre o cumprimento desta Palavra de Deus:
aqui nós lemos que Deus despertou o espírito de Ciro, o rei da Pérsia.
Conforme já dissemos em estudos anteriores, entendemos, a partir de dados
arqueológicos, que Ciro e Dario são dois nomes diferentes dados ao mesmo rei.
Não era incomum, na Antiguidade,
que uma pessoa fosse conhecida por mais de um nome, como vemos em várias
instâncias na própria Bíblia: Israel
e Jacó, Salomão e Jedidias, Mateus e Levi, e muitos outros...
Ed 1:1,2
1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se
cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias, despertou o SENHOR o
espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino,
como também por escrito, dizendo: 2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O
SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe
edificar uma casa em Jerusalém de Judá.
Então esta foi uma das coisas que Gabriel disse a
Daniel: que Jerusalém seria reconstruída. E a reconstrução começaria aqui, a
partir do templo.
Em segundo
lugar, Gabriel falou a Daniel sobre a expiação, isto é, o perdão dos pecados. Voltemos a Daniel 9:
Dn 9:24-26
24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e
sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos
pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a
visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. 25 Sabe e
entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até
ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as
circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 Depois
das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de
um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será
num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.
Eu confesso que quando chegam estes números fico todo
embaralhado: “uma”, porque, de minha natureza, detesto fazer contas. “Outra”,
porque muitos homens, melhores do que eu, têm se debruçado sobre estes números,
procurando entendê-los, se são literais ou simbólicos, se devem ser tomados
matematicamente, ou como representativos de períodos, e são várias as opiniões
sobre isto. Só este fato nos diz o quanto
é difícil saber ao certo.
Mas algumas coisas são menos difíceis de entender:
No v. 24, onde, em nossas versões, lemos “setenta
semanas”, o texto original diz literalmente “setenta setes”, isto é, “setenta
vezes (x) sete”. As palavras do texto não eram difíceis para um judeu que
conhecia a Bíblia. Então precisamos prestar
bastante atenção porque, para entender o que significam, devemos ter em mente
uma cosmovisão bíblica.
Em Levítico 25:8-24 somos ensinados sobre o ano do
jubileu. Na lei de Moisés, Deus havia estipulado que a cada sete anos, entre os
judeus, deveria haver um ano sabático para a terra. A terra seria cultivada
seis anos, mas o sétimo ano era sábado, isto é, ano em que a terra deveria
descansar, para renovar as suas forças.
Além disto, os judeus deveriam contar “sete setes”, quer
dizer, quarenta e nove anos; e depois de cada “sete setes”, haveria o ano no
jubileu, um ano de descanso para toda a sociedade: as dívidas seriam perdoadas,
os escravos seriam libertados, os bens e terras voltariam aos seus antigos
donos, tudo para que houvesse igualdade e justiça na terra.[ii]
Assim sendo, nós entendemos que setenta semanas, ou “setentas
setes”, são setenta vezes (x) sete anos. Setenta anos, desde o cativeiro,
estavam determinados para o início da reconstrução de Jerusalém, o que se
cumpriria em breve.
Mas Daniel deveria olhar além, para um plano mais
amplo de Deus, que se realizaria em “setenta setes”. Estes setenta “setes”, por sua vez, seriam divididos em “sete
setes” mais (+) “sessenta e dois setes”, isto é, “sessenta e nove setes, e um
sete final”.
Nestes setes, dois grandes acontecimentos: um deles é que a transgressão cessaria, seria dado um fim
aos pecados, a iniquidade seria expiada, seria trazida a justiça eterna, a
visão se cumpriria e o santo dos santos (mais especificamente, “um santíssimo”,
tratando-se de uma pessoa, e não um lugar) seria ungido.
Ungido é uma palavra importantíssima. Ela é a
tradução da palavra hebraica Messias, que em grego é Cristo. No v. 24 diz que
um santíssimo seria ungido. E no v. 25, que este Ungido seria um Príncipe, isto
é, alguém de descendência real.
E o outro grande acontecimento é que depois os
sessenta e dois setes o Ungido seria morto, e já não estaria. Então, no último
sete, quando o Ungido já não mais estivesse, o povo de um príncipe que viria,
destruiria a cidade e o santuário.
Mas veja, quando a cidade e o santuário fossem
destruídos, já não seria mais necessário haver santuário, pois a iniquidade já
fora expiada para sempre. Então, já não mais sacrifícios pelos pecados. De
modo, meus irmãos, que seja qual for a dificuldade que tenhamos para entender
estes setes, fica claro que dentro destes “setenta setes” estas coisas
importantíssimas aconteceriam:
Jerusalém seria reedificada, os pecados seriam
expiados, o Ungido viria e seria morto, e então o santuário poderia ser
destruído de uma vez, sem mais necessidade de novos sacrifícios.
Com eu disse anteriormente, para entender o que isto
significa nós precisamos ter uma cosmovisão bíblica, isto é, precisamos
entender esta profecia a partir dos profetas de Israel, de sua história, e
também do Novo Testamento.
Pois assim entendemos que este Ungido, o Messias, o
Cristo que foi morto, seria Jesus, que por sua morte fez a expiação dos
pecados, trouxe a justiça eterna e selou a visão, isto é, cumpriu a profecia.
Além disto, entendemos que a queda de Jerusalém e a
destruição do santuário pelos romanos, o povo de um príncipe que ainda viria,
fazia parte do plano de Deus no sentido de centralizar a obra da redenção, não
mais num lugar, num santuário, nem mais em sacrifícios cruentos, mas numa
pessoa, Jesus, que pode e deve ser adorado em qualquer lugar do mundo, pois
como o Senhor Jesus mesmo declarou, estava chegando a hora em que os adoradores
de Deus não se preocupariam mais em ter que ir ao templo em Jerusalém, pois
Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade.
Você vê quantas coisas maravilhosas temos aqui?
Como até agora o que eu falei foi a introdução, é
necessário ser breve. Vamos fazer algumas observações sobre a resposta de Deus
a Daniel.
1. Na resposta de Deus, vemos que ele é poderoso para
fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu
poder que opera em nós
Daniel estava orando, e não estava pedindo pouca
coisa.
Ele pedia nada menos que o seu povo, que estava
subjugado no exílio, pudesse voltar para sua terra, reconstruir sua cidade e
seu templo.Estava pedindo que seus pecados fossem perdoados.
Isto significava que corações de reis conquistadores
deveriam ser mudados. E também deveria haver mudanças entre os israelitas: um
grande despertamento espiritual deveria ocorrer entre eles, para que buscassem
a Deus, para que se dispusessem também a voltar e começar uma grande reconstrução.
E Deus respondeu “sim” a Daniel. Mas também respondeu
muito além do que Daniel estava pedindo; na realidade, muito além do que Daniel
estava desejando, ou sonhando. Pois enviaria um perdão que
não seria só para Israel, e também não seria um perdão parcial. Enviaria um Messias, que não seria só para o grupo étnico
dos judeus, mas um Cristo que faria expiação pelos pecados do mundo inteiro. Porque esta é uma característica do ser e do agir de
Deus.
Ef 3:20, 21
20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais
do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, 21
a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para
todo o sempre. Amém!
Então o anjo diz a Daniel: “O decreto real vai sair, a cidade vai ser reconstruída, mas olhe prá
frente, olhe mais além, olhe para coisas maiores e melhores”.
Mais uma vez: o que é que Deus está querendo nos
incitar a fazer, com estas palavras? O que ele está nos dizendo?
O Espírito de Deus está nos ensinando:
“Meus filhos,
orem. Meu filho, ore. Eu sou poderoso. Eu tenho coisas grandes, boas, além do
que vocês possam imaginar, para conceder a vocês. Eu tenho em minhas mãos o
coração dos reis. Eu mudo o coração de cada um conforme o meu querer. Eu movo a
história. E cumpro a minha Palavra de um modo muito maior que você possam pensar.
Então orem. Peçam. Como Daniel. E você terão resposta.”
2. Na resposta de Deus, vemos que em seu Ungido, o
Senhor Jesus, Deus nos deu uma salvação muito maior do que o ser humano poderia
conceber
Veja as frases usadas para descrever a obra o
Messias, no v. 24: cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a
iniquidade, trazer justiça eterna, cumprir a profecia.
São frases que trazem em si a ideia de algo que foi
levado ao término, completado. São frases que descrevem o
que o Novo Testamento nos ensina sobre a morte de Cristo em nosso favor.
A doutrina da morte de Cristo, no Novo Testamento,
nos mostra que por esta morte, ao retirar de sobre nós a maldição dos nossos
pecados, abriu o caminho entre nós e o trono de Deus, de tal maneira que em
Cristo nós recebemos da parte do Pai, toda a sorte de bênção espiritual.
Haveria muito que explorar, mas vejamos apenas duas
ou três referências:
Hb 10:10-17
10Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a
oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.11 Ora, todo
sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer
muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados;
12 Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos
pecados, assentou-se à destra de Deus, 13 aguardando, daí em diante,
até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. 14
Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo
santificados. 15 E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo;
porquanto, após ter dito: 16 Esta é a aliança que farei com eles,
depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre
a sua mente as inscreverei, 17 acrescenta: Também de nenhum modo me
lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.
Você reparou a maneira como ele descreve a eficácia
da morte de Jesus pelos nossos pecados?
É um sacrifício de valor infinito, por isto não
precisa estar mais se repetindo, como os sacrifícios do Antigo Testamento. É um sacrifício tão eficaz, que, aos olhos de Deus, nos
purifica de nossos pecados, de uma vez para sempre, que nos aperfeiçoa de uma
vez para sempre. É um sacrifício que de tal
modo nos santifica para Deus, que somos capacitados, no coração e na mente, a
andar nos caminhos do Senhor. E mesmo que prevaleçam as
nossas transgressões, ele nos perdoa, pois o sacrifico de Jesus é eficaz.
1ª Jo 2:1, 2
1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não
pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
Justo; 2 e ele é a propiciação
pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do
mundo inteiro.
Esta palavra, “propiciação”, é o mesmo que
“expiação”, e significa “satisfazer a justiça”. Jesus satisfez a justiça de
Deus, pois se a desobediência às leis da Aliança traziam a maldição, Jesus, ao
morrer na cruz levou sobre si a maldição que era nossa.
Gl 3:13, 14
13
Cristo nos resgatou da
maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está
escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), 14 para que a bênção de Abraão
chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o
Espírito prometido.
Irmãos, as implicações
disto são indescritivelmente maravilhosas.
Todo o argumento do
apóstolo Paulo neste contexto é no sentido de que nós nunca poderíamos ser
salvos através de uma obediência perfeita, pois somos pecadores. Somos gente
que de uma forma ou de outra sempre transgride a lei de Deus.
E veja: como nos diz
Tiago, o Deus que ordenou “não adulterarás”, também ordenou “não matarás”[iii].
Se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. E Jesus, e João[iv]
também nos ensinam que se não matamos alguém literalmente, mas nutrimos em
nosso coração desejos de vingança, então em nosso coração já somos assassinos. Pois a lei de Deus, disse
Paulo, não é uma coisa carnal, externa, apenas; mas é acima de tudo, uma coisa
espiritual, do coração e da alma[v].
Ora, quando nós olhamos para
dentro de nós mesmos, à luz da Palavra de Deus, somos convencidos de que somos
pecadores. E como pecadores, merecedores da maldição.
Mas que maravilha! Jesus
se fez maldição em nosso lugar, pois foi levado à morte, no madeiro da cruz,
para expiar os nossos pecados.
Existem algumas pessoas,
nos dias de hoje, que se dizem cristãs, mas vivem achando que estão debaixo de
maldição, e que tem que fazer campanhas para quebra de maldições e coisas
parecidas. Mas quando entendem que Jesus já se fez maldição em nosso lugar, de
uma vez por todas, num sacrifício perfeito, abandonam as supertições e passam a
ter paz no coração.
Como eu já disse, temos
que ser breves. Não há como estudarmos todas as implicações da salvação em
nossa vida, agora.
Mas eu quero apenas citar
mais um texto:
1ª Co 2:9-16
9 mas, como está escrito: Nem
olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que
Deus tem preparado para aqueles que o amam.10 Mas Deus no-lo revelou
pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as
profundezas de Deus. 11 Porque qual dos homens sabe as coisas do
homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de
Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. 12 Ora, nós não
temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que
conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. 13 Disto
também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas
pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. 14
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
15 Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é
julgado por ninguém.16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o
possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.
As coisas referentes à
nossa salvação não inimagináveis, estão além do que nós poderíamos desejar, ou
buscar, ou planejar.
As riquezas das quais a
Bíblia fala são muito maiores do que todas as riquezas deste mundo, e nós
podemos aprender sobre elas. Porque
Deus, por causa de Jesus, enviou seu Espírito ao nosso coração. E este Espírito
nos dá a capacidade de aprender as coisas espirituais.
Então faça o seguinte:
como Daniel, passe tempo com Deus. Será que é muito eu ficar repetindo isto a
cada domingo, a cada reunião nossa? Como eu gostaria que isto penetrasse
profundamente no coração, na alma, na vida diária de vocês.
Busquem a Deus, resistam a
Satanás. Meditem nas Escrituras, alimentem suas almas com as Escrituras. Ela é
uma mina inesgotável das riquezas de Cristo para as nossas vidas. Riquezas que
custaram caro para Deus, pois custaram o sangue de Jesus.
3. A resposta de Deus nos
ensina que, agora que a expiação foi feita, e somos eternamente justos aos
olhos de Deus, já não existe mais um santuário para sacrifícios; já não existe
um único lugar da terra para se buscar a Deus
Que bom! Eu não preciso
pagar um cruzeiro caro a Jerusalém para sentir a presença de Deus, pois já não
é no monte Sião, nem no templo, que há muito foi destruído, nem no santo sepulcro
(que são pelo menos dois, fora os outros quatro que não cristãos apontam).
Também não preciso que
alguém vá lá orar por mim, ou trazer óleo santo prá mim. Não preciso ir nem pagar prá
que alguém faça isto por mim.
Agora os adoradores de
Deus estão espalhados pelo mundo, adorando em qualquer lugar do mundo, pois por
meio de Jesus não precisamos templos, sacrifícios cruentos e coisas semelhantes[vi].
Mas qualquer lugar do
mundo onde os crentes ser reúnem é templo do Espírito Santo[vii]. Nos
primeiros dias da igreja, os crentes se reuniam em suas casas. Com o passar do
tempo, por questões práticas, também começaram e construir edifícios
religiosos.
Na medida do possível, é
bom que tenhamos templos (estamos orando por isto), mas acima de tudo, em
qualquer lugar podemos servir a Deus.
E mesmo o crente,
individualmente, se por razões circunstanciais se veja privado da companhia de
seus irmãos, é templo do Espírito Santo[viii].
Onde ele estiver, pode ter comunhão com seu Deus; como Daniel sabia de sua
própria experiência.
Conclusão
Jerusalém foi
reconstruída.O Cristo, o Príncipe, Príncipe da Paz, que traria paz com Deus,
que expiaria os pecados, que traria justiça eterna, foi enviado, e foi morto. E
trouxe paz e justiça eternas.O santuário foi destruído.
Esta resposta do anjo era
o consolo de que Daniel precisava.
Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos. Em
Cristo ele nos deu salvação completa, eterna, derramou sobre nós toda a sorte
de bênção espiritual. Em
qualquer lugar do mundo, os alcançados pela graça de Jesus têm pleno acesso a
Deus.
Aplicação
Será que diante de tudo o
que Deus fez para nos salvar, será que diante de tudo o que a Bíblia diz, dá
prá você perceber o quanto Deus te ama? O quanto ele te quer? O quanto ele tem
prazer em te abençoar? Não
dá prá perceber que ele é o nosso pastor, o nosso Deus, o nosso guia? E se Deus nos quer tanto
assim, não é simplesmente apropriado que o amor de Cristo nos constranja, e
respondamos “sim” a este amor?
Então, constrangido por
este amor, confie em Deus, creia em Jesus. E ame-o, e busque-o, e viva com ele
e para ele.
Parabéns
ResponderExcluirPoderoso esse estudo
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