Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 11 de agosto de 2013
Pr. Plínio Fernandes
Meus queridos irmãos, vamos ler o Salmo 103
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim
bendiga ao seu santo nome. 2 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de
nem um só de seus benefícios.3 Ele é quem perdoa todas as tuas
iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades; 4 quem da cova
redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; 5 quem farta de bens a
tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia. 6 O SENHOR faz justiça e
julga a todos os oprimidos. 7 Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos
aos filhos de Israel. 8 O SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e
assaz benigno. 9 Não repreende perpetuamente, nem conserva para
sempre a sua ira. 10 Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos
retribui consoante as nossas iniqüidades. 11 Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é
grande a sua misericórdia para com os que o temem.12 Quanto dista o
Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.13
Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o
temem. 14 Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó.
15 Quanto ao
homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce;
16 pois,
soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá, daí em diante, o seu lugar.17
Mas a misericórdia do SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre os que o
temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos, 18 para com os que guardam
a sua aliança e para com os que se lembram dos seus preceitos e os cumprem.19
Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo.
20 Bendizei
ao SENHOR, todos os seus anjos, valorosos em poder, que executais as suas
ordens e lhe obedeceis à palavra. 21 Bendizei ao SENHOR, todos os seus exércitos, vós,
ministros seus, que fazeis a sua vontade. 22 Bendizei ao SENHOR, vós, todas as suas obras, em todos
os lugares do seu domínio. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR.
Meu pai faleceu há quarenta e cinco anos, mas eu me
lembro dele com saudades, e as recordações que trago na mente são muito
agradáveis.
Ele se chamava Sebastião; era um homem cheio de amor,
e manifestava este amor por minha mãe, por mim e meus irmãos.
Sempre estava me abraçando, brincando comigo,
contando estórias engraçadas, fazendo minha mãe rir - eu acho que o bom humor
era uma das suas principais características.
Às vezes, à noite, eu ficava com medo, e então eu me
deitava do lado dele. Ele colocava sua mão sobre minhas costas, eu me sentia
protegido e adormecia tranquilo.
Às vezes ele ficava bravo comigo; isto acontecia
quando eu desobedecia; e me lembro que em três ocasiões ele chegou a me bater.
Embora ele só tenha entregado sua vida a Jesus Cristo
quando estava bastante enfermo - e, sem saber, prestes a morrer - cada uma das
três vezes em que me bateu não o fez de qualquer modo.
Primeiro ele me explicou, com paciência e tristeza eu
precisava me disciplinar, para eu aprender a ser obediente, e depois de cada
uma destas vezes em que apanhei, ele continuou a me tratar com o mesmo carinho.
Eu tinha medo de desobedecer ao meu pai; não por
causa do eu ele pudesse fazer contra mim; mas é que eu gostava tanto dele que
tinha medo de desagradá-lo.
Eu penso que o Rei Davi, o homem que escreveu este
Salmo, deve ter tido um pai assim também.
Ele certamente sabia o que era ter um pai carinhoso.
E aqui, quando escreve a respeito do amor que Deus
tem pelos seus filhos, ele se refere a ele como um Pai amoroso, compassivo.
“Como um pai se
compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem”
Assim é o Senhor para aqueles que, na linguagem dos
vs. 18 e 19, temem a Deus, guardam a sua aliança.
É a maneira de a Bíblia descrever o que Deus deseja
em seu relacionamento conosco.
Ele quer ser temido, no sentido de ser respeitado em
amor, aquele temor que um filho que ama o pai tem, de desagradar a seu pai.
Com aqueles que o temem, ele faz uma aliança, um
pacto, através do qual os dois se colocam do mesmo lado. Eles se tornam pai e
filho.
Eu desejo destacar quatro manifestações da compaixão
de Deus para com seus filhos
1. Ele é um Pai que nos compreende
v. 14 - Ele
conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó
Ele conhece a nossa fraqueza.
Nós somos fracos no sentido mais pleno possível da
palavra:
Somos fracos fisicamente:
embora o nosso corpo seja, de muitos modos, forte, maravilhosamente
estruturado, adaptado ao mundo em que vivemos, é ao mesmo tempo, de muitos
modos, fraco, limitado. A cada instante estamos envelhecendo, a cada instante
estamos sujeitos e enfermidades, a acidentes, a cada instante estamos sujeitos
a morrer.
O v. 15 diz que os nossos os dias são como a relva; como a flor do campo,
que floresce bonita, mas que passa rapidamente.
Nós também somos frágeis emocionalmente: somos sujeitos a temores, dissabores, preocupações.
O v. 3 nos recorda que somos fracos espiritualmente: sujeitos a pecar, e
pecamos, por pensamentos, palavras e ações.
Então ele nos conhece; sabe como somos, e como um pai
que se compadece, que se enternece diante das fraquezas de seu filho, assim é
ele conosco.
Mas um pai não é alguém que apenas se compadece; o
pai sempre faz alguma coisa no sentido de vir e suprir a necessidade de seu
filho. Por isso também o Senhor...
2. Vem ao nosso encontro em nossas
fraquezas e necessidades físicas
Nos vs. 3 a 5, diz que ele sara nossas enfermidades,
que ele renova as nossas forças, que ele nos farta de bens.
O que ele está afirmando é que em nossas doenças, em
nossas necessidades de descanso, em nossas necessidades econômicas, em última
instância, quem vem ao nosso encontro pra cuidar de nós é Deus nosso Pai.
É claro que ele não está dizendo que não podemos ou
não devemos usar remédios e outros recursos da medicina; é claro também que ele
não está dizendo que não devamos fazer provisões para o futuro; mas o que ele
está dizendo é que por trás e acima, e debaixo de cada providência que tomamos,
podemos contar com o sustento e a misericórdia de Deus no sentido de que elas
deem bons resultados.
Pois se não for a provisão do Senhor, todos os nossos
parcos esforços no sentido de cuidar de nós mesmos serão em vão.
Mas, por outro lado, se o Senhor estiver cuidando de
você, cada necessidade será suprida em Cristo Jesus.
Eu quero desde agora fazer esta colocação:
Você é pó - você, de si mesmo é fraco, limitado. Talvez
esteja enfermo. Talvez precisando de renovação. Talvez necessitado
economicamente. Deus é Pai.
3. Ele vem ao nosso encontro em nossas
necessidades espirituais
Leiamos novamente os vs. 3a e 10-12
10 Não nos trata segundo
os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniqüidades. 11 Pois quanto o céu se
alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o
temem.12 Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as
nossas transgressões.
Ele não nos trata de acordo com aquilo que nós
merecemos, isto é, se ele fosse nos abençoar de acordo com os nossos atos de
bondade, então não receberíamos nada de suas mãos, pois constantemente fazemos
o que é mal aos santos olhos de Deus
Só há uma condição para que experimentemos o perdão
de Deus
1ª Jo 1:9 – Se confessarmos os nossos pecados, ele é
fiel e justo, para nos perfdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.
Confessar significa “falar a mesma coisa, concordar
com”. Aqui significa concordar com Deus no fato de que pecamos. Mas além disto,
“concordar com Deus” que, no sangue de Jesus, todos os nossos pecados foram
expiados. E também concordar que não devemos viver na prática do pecado.
Se você precisa perdão, confesse. Chame o pecado pelo
nome, e o Senhor o perdoará.
4. Ele nos disciplina em amor
v. 9 - Não repreende
perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira.
Há duas afirmações aqui a respeito da atitude do
Senhor diante de nossos atos de desobediência: ele se ira conosco e nos
repreende.
A ira de Deus contra nós é uma realidade. Assim como
a ira de um pai contra seu filho quando ele teimosamente prossegue em seu andar
por caminhos errados
Ter um pai que se ira conosco quando fazemos o que é
errado é uma bênção enorme. Porque se ele nos disciplina aprendemos o caminho
da justiça, da honestidade, da retidão, da sinceridade, da humildade.
Um pai que simplesmente deixa o filho fazer o que
quiser, que faz toda a vontade do filho, está estragando o filho, fazendo dele
um mau caráter, um indisciplinado que acredita que todos à sua volta vivem para
fazer sua vontade.
Eu me lembro das três vezes em que apanhei de meu pai.
A primeira foi quando eu estava “ensabonetando” uma bolsa que ele tinha. Eu
tinha uns quatro ou cinco anos de idade. Peguei um sabonete e comecei a
esfregá-lo numa bolsa de couro do meu pai. Estava achando interessante a bolsa
ficar toda “ensabonetada”.
Ele me disse: “Filho,
não faz isto. Está estragando o sabonete e sujando a minha bolsa”. Não sei
porque, irmãos, eu continuei, como se o meu pai não tivesse falado nada. Então
ele tornou a falar, duas ou três vezes; mas eu continuei.
Então ele advertiu: “Filho, se você não parar agora, eu sou obrigado a te bater”. Mas
não é que eu continuei? Aí ele se levantou da cadeira em que estava e veio em
minha direção. E estendendo as mãos em atitude de defesa, com olhar de súplica,
eu disse: “Parei, pai. Parei”. Mas já
era tarde. E meu pai cumpriu a palavra. Me deu várias cintadas no bumbum. Eu
chorei muito.E depois de chorar até não aguentar mais, então veio o carinho. E
o perdão.
A segunda e a terceira vez foram muito tempo depois.
As razões, eu tenho até vergonha de contar.
Mas posso dizer que, nas três vezes, apanhei debaixo da proteção do seu
amor.
Mas sabem, irmãos, outra coisa que eu me lembro é a
alegria que os meus pais tinham, pois os filhos deles tinham a boa fama de
serem filhos obedientes.
Se formos teimosos, obstinados em desobedecer a Deus,
a sua amorosa ira o leva a nos disciplinar, para que aprendamos o caminho da
obediência, obediência que sempre resulta em nosso próprio bem.
Assim como um pai cheio de compaixão, também o Pai
celeste – não conserva para sempre a sua ira, não nos castiga para sempre;
apenas na medida certa para nos conduzir ao arrependimento, à mudança de
comportamento.
5. Mas há uma outra característica deste
pai celestial que precisa ser mencionada, e nesta ele é completamente diferente
de meu pai terrenal
Eu disse no começo que meu pai era um homem
maravilhoso; e embora como todo ser humano, ele tivesse suas falhas, de fato,
ele era um homem maravilhoso, que me entendia, protegia, sustentava, educava.
Mas, você percebe? Todos estes verbos estão no
passado: meu pai “era”. Ele faleceu. Não é mais. Porque, como todos os seres
humanos, ele estava sujeito à morte, e morreu. Então ele já não pode mais estar
comigo. Eu senti muito a sua falta por muitos anos; por cerca de dez anos.
Mas no final de 1978, alguém me falou de Jesus Cristo,
de seu amor por mim, e entendendo o Evangelho, eu recebi a Jesus como meu
salvador. E então aconteceu comigo a promessa que está registrada em Jo 1:11,12
– Deus se tornou meu Pai.
E há uma diferença entre o meu pai, Sr. Sebastião, e
o Senhor Jeová que desejo destacar agora: é que meu Pai Jeová não me deixará
nunca.
vs. 15-17 - Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a
flor do campo, assim ele floresce; 16 pois, soprando nela o vento, desaparece; e não
conhecerá, daí em diante, o seu lugar.17 Mas a misericórdia do
SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça,
sobre os filhos dos filhos
O que se está ensinado de modo bastante sucinto é
isto: a vida humana, embora breve neste mundo, é eterna no outro mundo – e no
outro mundo, este amor de Deus sempre será experimentado.
Já não precisaremos ser curados, perdoados. Já não precisaremos
ser renovados. Mas desfrutaremos eternamente do amor do Pai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário