3ª IPC de São Paulo
Domingo, 21 de novembro de 2004
Pr. Plínio Fernandes
6 Aos estrangeiros que se
chegam ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste
modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e
abraçam a minha aliança, 7 também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na
minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos
no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os
povos. 8 Assim diz o SENHOR Deus, que congrega os dispersos de
Israel: Ainda congregarei outros aos que já se acham reunidos.
Isaías está se dirigindo ao povo israelita que se
encontrava no cativeiro babilônico; portanto, longe de sua pátria e longe do
templo, o lugar que eles mais amavam na terra, pois ali adoravam o Senhor.
Então Deus, através do profeta, encoraja os
israelitas, a sua igreja no Antigo Testamento, prometendo-lhes que em breve
chegaria o dia da salvação; a salvação não apenas do cativeiro babilônico, mas
num sentido muito maior do que este povo pudesse imaginar: a salvação não
somente para os judeus, mas também para os demais povos, que na Bíblia são
chamados gentios.
O povo de Deus seria trazido para o santo monte do
Senhor, onde ficava o templo, entraria novamente na casa de oração, ofereceria
novamente ao Senhor os seus sacrifícios, suas orações seriam ouvidas, eles se
alegrariam novamente diante de Deus.
Mas isto não era algo somente para os israelitas: o
Senhor menciona especificamente estas duas classes de pessoas que eram
consideradas indignas de participar das assembléias santas, e diz que elas
também entrariam ali: os eunucos (homens que na Antigüidade eram emasculados,
geralmente para servirem nos haréns), e os gentios.
A minha casa,
diz o Senhor, será chamada casa de oração
para todos os povos.
Destaquemos por ora o v. 6.
Estrangeiros, não israelitas, que se chegam ao Senhor,
para servirem e amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos do Senhor.
Que guardam o Sábado, isto é, o dia do Senhor (que
hoje chamamos Domingo).
Que abraçam a minha aliança – aliança do Senhor
mediante a fé em Jesus Cristo
Você percebe a quem Deus está se dirigindo? Ele está
se dirigindo à sua igreja, à igreja composta não apenas de israelitas da Antiga
Aliança, mas à igreja composta de pessoas de todas as nações; está falando
comigo e com você, está falando a todos nós que o amamos e o servimos.
Agora veja as promessas que ele estava naquele
momento histórico fazendo a toda a sua igreja – vs. 7,8.
7 também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na
minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos
no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os
povos. 8 Assim diz o SENHOR Deus, que congrega os dispersos de
Israel: Ainda congregarei outros aos que já se acham reunidos
É evidente aqui que, por “casa de oração”, o Senhor
não está se referindo unicamente àquele templo em Jerusalém, pois não caberia
ali o ajuntamento dos crentes de todos os povos, embora aquele templo, não
pedido por Deus, mas oferecido a ele de todo o coração e aceito, fosse um lugar
muito especial.
É evidente que ele está falando do ajuntamento da
igreja em todos os lugares do mundo, conforme vemos tão claramente demonstrado
nas páginas do Novo Testamento.
Da igreja do Senhor participam todos: judeus,
eunucos, gentios, pois em Cristo, como ensina o apóstolo Paulo, não há judeu
nem gentio, homem ou mulher, negro ou branco, pois Cristo é tudo em todos.
Eu gostaria de meditar com vocês sobre estas
promessas que o Senhor nos faz neste texto de Sua Santa Palavra. Três promessas
que dizem respeito a nós como igreja do Senhor. Podemos colocar de outro modo:
três propósitos de Deus para nós como igreja.
1. Eu os alegrarei na minha casa de oração
– v. 7
Um primeiro propósito de Deus para nós como igreja é
o de que em sua presença tenhamos alegria.
Não estamos falando de uma alegria leviana,
resultado de divertimento, de coisas engraçadas, de entretenimento ou
brincadeiras.
Mas estamos falando de uma alegria profunda, espiritual,
uma alegria da alma que é resultado do desfrutar da presença de Deus.
Pois como nos ensinaram nossos antepassados, à luz
do ensino bíblico, nós fomos criados por Deus para glorificá-lo, à medida que
nos alegramos em sua presença.
Assim, veja as palavras do Salmo 43:3, 4.
“Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me
levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos. 4 Então, irei ao
altar de Deus, de Deus, que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te
louvarei, ó Deus, Deus meu.”
Ele tem consciência de que só vai ao santo monte, só
entra no tabernáculo graças à luz e a verdade de Deus, isto é, graças à Palavra
de Deus que é lâmpada para os nossos pés e luz para nosso caminho, e que é
também, como ensina Jesus, a verdade que nos santifica.
Ele tem consciência de que entra na casa de Deus
para se alegrar em Deus – Deus é a nossa grande alegria, a fonte de tudo quanto
nos alegra.
Como resultado desta alegria, então ele louva ao
Senhor. Ao som da harpa. Mais tarde, no Salmo 150, chega-se à conclusão de que
louvar ao Senhor só com a harpa é pouco, por isto está escrito:
Louvai ao som
da trombeta
Louvai-o com
saltério e harpas
Louvai-o com
adufes e danças
Louvai-o com
instrumentos de cordas e com flautas
Louvai-o com
címbalos sonoros
Louvai-o com
címbalos retumbantes
Tudo quanto ele nos concede como igreja é para nossa
alegria, mas só podemos ter alegria nestas coisas todas se nossa satisfação
estiver em Deus.
Eu quero mencionar rapidamente algumas fontes da
alegria de Deus que nos são dadas:
1.1 – O dia consagrado ao Senhor – Ne 8:9, 10.
“Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e
escriba, e os levitas que ensinavam todo o povo lhe disseram: Este dia é
consagrado ao SENHOR, vosso Deus, pelo que não pranteeis, nem choreis. Porque
todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. 10 Disse-lhes mais:
ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e enviai porções aos que não têm
nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto,
não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força.”
Os líderes de Israel estava se referindo
especificamente àquele momento histórico, mas é claro que isto é um princípio
estabelecido: dia consagrado ao Senhor é dia de alegria, por causa de tudo
quanto nos é dado por Deus neste dia.
1.2
- A Palavra de Deus nos é dada para a nossa alegria – Sl 19:7-9 (v.8)
“A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o
testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. 8 Os
preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é
puro e ilumina os olhos. 9 O temor do SENHOR é límpido e permanece
para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.”
Ela nos é dada para que conheçamos a vontade de Deus.
Ela nos é dada para que conheçamos também que somos
pecadores e necessitados de Deus.
Ela nos é dada para que saibamos que Deus nos ama, e
em seu amor nos tem dado seu Filho para a nossa salvação.
Ela nos é dada para que para que saibamos os dons
espirituais e materiais que ele nos tem concedido por sua graça
Ela nos é dada para restaurar nossa alma, para nos
iluminar, para nos dar sabedoria, para nos alegrar.
1.3
- O perdão dos pecados nos é dado para a nossa alegria – Sl 32:3-5; 11.
“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus
ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. 4 Porque a tua mão
pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. 5
Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse:
confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do
meu pecado.”
“Alegrai-vos no SENHOR e
regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração.”
Não existe nada tão forte neste mundo para nos
encher o coração de pesar e tristeza do que esta coisa chamada pecado. Tira a
nossa paz de consciência. Tira a nossa tranqüilidade. Enche-nos de ansiedade e
culpa. Mas, se o poder do pecado é grande, o poder da graça de Deus é maior.
Então arrependidos nos achegamos a ele, confessamos,
e ele em seu amor nos perdoa, para a nossa alegria.
1.4
– As orações atendidas – Jo 16:24
“Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e
recebereis, para que a vossa alegria seja completa.”
Povo de Deus reunido, em harmonia.
Peçam em meu nome, eu atenderei para que vocês sejam
cheios de alegria até à borda.
1.5
– A comunhão uns com os outros – Fp 4:1
“Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha
alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.”
A comunhão é fruto da Palavra de Deus habitando em
nossos corações
Da purificação de nossas almas.
Do aconselhamento, do encorajamento mútuo.
Do ardente amor em nossos corações, promovido pelo
amor de Deus.
Das orações atendidas.
Da alegria que gera alegria
2. Na minha casa de oração, eu aceitarei
seus sacrifícios – v.7
Nós já não oferecemos ao Senhor cultos com
sacrifícios semelhantes àqueles do Antigo Testamento, pois o que eles
simbolizavam, a morte de Jesus pelos nossos pecados, já se cumpriu de uma vez
por todas quando Jesus se ofereceu a Deus num sacrifício perfeito e único. De
uma vez por todas está consumado.
Mas há pelo menos dois tipos de sacrifício
mencionados na Palavra de Deus que podemos oferecer e que Deus aceita.
2.1 – Rm 12:1,2
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que
apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é
o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Deus aceita nossa vida. Você se aproxima da casa do
Senhor consciente de tudo quanto ele tem feito por você.
Ele tem dado sua Palavra.
Ele tem dado seu perdão.
Ele ouve suas orações.
Ele tem dado sua família, seus irmãos.
Você é um escolhido de Deus.
Então você diz para ele:
“Senhor, tu me
amas, e eu te amo. Tu entregaste tua vida por mim, e eu entrego minha vida ao
Senhor. Eis aqui meu corpo: é teu; minhas mãos, meus pés, meus lábios, meus
olhos, minha vida. Minha mente, meus planos, meus desejos, meus sentimentos,
meu futuro”.
E o Senhor lhe diz: “Eu aceito, meu filho amado. E vou fazer você conhecer minha vontade,
boa, agradável, perfeita. Você não vai de decepcionar comigo. Eu aceitei sua
consagração. Eu aceitei sua vida, e nada vai separar você do meu amor”.
E no meio de tudo acontece em sua vida, você sabe
que está seguro nas mãos de Deus
2.2 – Hb 13:15
“Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre,
sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.”
Sacrifício de louvor. É todo o louvor que seja
resultado de nossa consagração a Deus.
Ele pode assumir a forma de um hino, de um cântico,
de oração.
3. Na minha casa de oração, eu os
congregarei – vs. 6-8
Aos estrangeiros... Eu os levarei ao meu santo monte...
Diz o Senhor que congrega os dispersos de Israel:
ainda congregarei outros aos que já se acham reunidos.
Veja novamente o v. 1 – A salvação vem de Deus. O
evangelho é plano de Deus, é iniciativa dele, é ação dele, do começo ao fim, é
executado, desenvolvido, levado adiante, completado por obra dele.
Ele é quem alcança as pessoas. E é ele quem as
congrega num só corpo, judeus e gentios.
Nós temos isto demonstrado de forma tão clara no
registro de Atos dos Apóstolos.
Em At 2:40-47, lemos que Pedro prega a Palavra de
Deus, chamando-os ao arrependimento.
Então, os que
lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de
quase três mil pessoas.
E perseveravam
na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
Em cada alma
havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos
apóstolos.
Todos os que
creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
Vendiam as suas
propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém
tinha necessidade.
Diariamente
perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas
refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.
Enquanto isso,
acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
Quem acrescentou
aqueles quase três mil?
Quem os
congregou, e lhes encheu o coração de alegria, e lhes ensinava por meio dos
apóstolos?
Que acrescentou
ainda mais pessoas àqueles três mil?
O Senhor – Jo
10:16
“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me
convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um
pastor.”
Conclusão
Aos judeus, aos gentios, a todas as pessoas.
Que me buscam, que colocam minha aliança em meu
coração, que colocam em seu coração amar o meu nome, guardar o meu dia e desta
forma se tornam meus servos, assim diz o Senhor.
Na minha casa de oração, eu os alegrarei.
Na minha casa de oração, eu aceitarei seus
sacrifícios: suas vidas, seus louvores.
Na minha casa de oração, eu os congregarei
Aplicação
Você, que é membro desta igreja, desta casa de oração.
Quem congregou você aqui? Foi o Senhor:
Isto é motivo para você subir aqui com alegria.
Isto é motivo para você se alegrar em ouvir a
Palavra de Deus.
Isto é motivo para você se alegrar em cantar.
Isto é motivo para você se alegrar em orar.
Isto é motivo para você se alegrar em seus irmãos.
Isto é motivo para você se alegrar em se oferecer a
Deus, se consagrar a ele.
Isto é motivo para você se sentir bem neste lugar,
amar esta igreja, e ansiar por estar neste lugar, e não se afastar nunca.
Isto é motivo para você, como Pedro, exortar outros
a se congregarem também, pois Deus assim deseja. E também é motivo para você
orar pelos que estão afastados, dispersos, na certeza de que Deus os
congregará. E também é motivo para você orar pela salvação de muitos.
Você, que ainda não é membro da igreja, mas que ama
o Senhor, que o teme:
Eu quero exortá-lo, em nome do Senhor, a se salvar,
a se separar do mundo e seus pecados, a vir fazer parte do povo da aliança.
Como disse Pedro: Salvai-vos desta geração perversa,
sede batizados em nome de Jesus para a remissão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo. Amém.
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