Igreja
Evangélica Presbiteriana
Domingo, 18
de dezembro de 2011
Pr. Plínio Fernandes
Dn 2:17-23
Então,
Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus
companheiros, 18 para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre
este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o
resto dos sábios da Babilônia. 19 Então, foi revelado o mistério a
Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu. 20 Disse
Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é
a sabedoria e o poder; 21 é ele quem muda o tempo e as estações,
remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos
inteligentes. 22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que
está em trevas, e com ele mora a luz. 23 A ti, ó Deus de meus pais,
eu te rendo graças e te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me
fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei.
Dn 6:10
Daniel, pois, quando soube que a escritura estava
assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas
abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava,
e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.
Dn 9:1-19
No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem
dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,2 no
primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de
anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as
assolações de Jerusalém, era de setenta anos. 3 Voltei o rosto ao
Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e
cinza. 4 Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor!
Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que
te amam e guardam os teus mandamentos; 5 temos pecado e cometido
iniquidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus
mandamentos e dos teus juízos; 6 e não demos ouvidos aos teus
servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes
e nossos pais, como também a todo o povo da terra. 7 A ti, ó Senhor,
pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha, como hoje se vê; aos homens
de Judá, os moradores de Jerusalém, todo o Israel, quer os de perto, quer os de
longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas
transgressões que cometeram contra ti. 8 Ó SENHOR, a nós pertence o
corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais,
porque temos pecado contra ti.
Ao Senhor,
nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra
ele 10 e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos
nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. 11
Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua
voz; por isso, a maldição e as imprecações que estão escritas na Lei de Moisés,
servo de Deus, se derramaram sobre nós, porque temos pecado contra ti. 12
Ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que
nos julgavam, e fez vir sobre nós grande mal, porquanto nunca, debaixo de todo
o céu, aconteceu o que se deu em Jerusalém. 13 Como está escrito na
Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o
favor do SENHOR, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos
aplicarmos à tua verdade. 14 Por isso, o SENHOR cuidou em trazer
sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em
todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz. 15 Na
verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão
poderosa, e a ti mesmo adquiriste renome, como hoje se vê, temos pecado e
procedido perversamente. 16 Ó Senhor, segundo todas as tuas
justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu
santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das
iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para
todos os que estão em redor de nós. 17 Agora, pois, ó Deus nosso,
ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado
faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor. 18 Inclina, ó Deus
meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a
cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas
perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te
retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo
são chamados pelo teu nome.
Dn 10:1-5
No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma
palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia
grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão.2
Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. 3 Manjar
desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi
com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras. 4
No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre,
5 levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos
ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz;
Dn 10:11-13
Ele
me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer;
levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo
esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. 12 Então, me disse: Não
temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender
e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por
causa das tuas palavras, é que eu vim. 13 Mas o príncipe do reino da
Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros
príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia.
Em nosso
estudo anterior, Daniel capítulo 9, nós nos concentramos nas palavras do anjo
Gabriel ao profeta, registradas no v. 23.
E
consideramos que nelas são mencionadas três bênçãos que Deus concede àqueles a
quem ele ama:
A 1ª bênção
que vimos foi esta: o Senhor dá ordens aos seus anjos, para que cuidem dos seus
amados.
A 2ª bênção,
é que, aos seus amados, Deus envia a sua Palavra.
E a 3ª
bênção, é que, dos seus amados, Deus atende às orações.
O anjo diz
que Deus fez as coisas por Daniel porque ele era um homem “muito amado”.
Ao mesmo
tempo vimos, espalhadas por toda a Bíblia, as mesmas bênçãos sendo prometidas e
concedidas a todos os crentes, pois todos os crentes em Jesus são amados de
Deus.
Porque Deus
amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho Jesus, para que todo aquele que
crer em Jesus não pereça, mas tenha a vida eterna, e vida em abundância.
Considerando
o fato de que Daniel era amado de Deus, e que tinha as suas orações atendidas,
dissemos que todas as suas súplicas eram dirigidas pelo Espírito Santo, pois em
tudo o que ele falava a Deus havia o transbordar de um coração profundamente
conhecedor das Escrituras Sagradas, inspiradas por Deus.
Daniel,
desde a sua juventude, dedicava grande parte de seu tempo à leitura e à
meditação das Escrituras, ou como ele as chama em 9:2, “tais Bibliois” (os livros, de onde vem a nossa palavra Bíblia).
E para ele a
Bíblia não era um livro de tempos antigos, como agora reunidos numa edição
moderna e luxuosa.
Seu coração
entendia e amava aqueles livros como sendo a Palavra viva, de Deus, que se
cumpria a cada dia, inclusive em sua vida. A Palavra de Deus que falava a cada
dia, a ele e a cada crente.
Então a sua
prática constante era esta: Daniel lia a Bíblia, meditava, e neste meditar o
Espírito de Deus lhe falava.
E Daniel
orava, isto é, falava com Deus. E neste ler, meditar e falar, neste buscar ao
Senhor e encontrar, ele crescia em conhecer ao Senhor, se fortalecia em sua fé,
em sua esperança e em seu amor.
Pois “o povo que conhece ao seu Deus se tornará
forte e ativo” (11:32).
Assim o que
vemos aqui é uma ilustração que exemplifica o ensino de Jesus em João 14:21.
Aquele
que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama
será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
Em nosso estudo de hoje, focalizando a nossa
atenção nas Palavras de Deus sobre a vida de oração de Daniel, e tendo já
considerado que ele era dirigido por um profundo conhecimento da Bíblia, eu
gostaria de fazer três considerações sobre o que acontece quando oramos.
1. Quando oramos há uma luta
espiritual
Em nosso
estudo anterior, vimos que, quando oramos, uma das coisas que acontece é que,
se necessário, Deus dá ordens aos seus anjos a nosso respeito, para que eles
trabalhem em nosso favor.
Agora, ao
mesmo tempo em que temos um amoroso Senhor no céu, que tem prazer em nos
atender, que se deleita em nos dar o que é bom, que tem a nosso respeito
pensamentos de paz, temos também um feroz inimigo que com todas as forças
guerreia contra nossas almas.
Este inimigo
é Satanás e seus anjos.
Então lemos
no cap. 10 que Daniel se pôs a orar e jejuar. Ele estava buscando uma Palavra
de Deus a respeito da igreja israelita.
Durante
vinte e um dias esteve orando, chorando de aflição pela vida espiritual de seu
povo. Manjar desejável não comeu (algumas pessoas têm chamado a esta prática, e
imitado o seu exemplo, de “jejum de Daniel”, pois Daniel não deixou de se
alimentar totalmente, mas se absteve daqueles tipos de alimento que tendem a
nos deixar preguiçosos).
Se absteve
de carne e vinho, se absteve de manjares desejáveis (BV – “As gostosas
sobremesas do palácio”; BLH: “Não comi comida gostosa”)
Não se
absteve totalmente de comida e bebida, mas apenas daquelas que propiciam uma
tendência a comer demais.
Assim lemos
na história da igreja que muitos homens notáveis o faziam sistematicamente, por
exemplo, J. Calvino e J. Wesley.
Daniel se
dedicou a orar, a jejuar, e a batalha começou.
Leiamos novamente
o cap. 10:13. O anjo do Senhor diz a Daniel:
Então,
me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o
coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas
palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. 13 Mas o
príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um
dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis
da Pérsia.
Isto aconteceu no terceiro ano de Ciro, rei da
Pérsia. O anjo de Deus diz que ele foi enviado desde o primeiro dia em
que Daniel começou a orar.
Mas quando o
Senhor enviou seu anjo, surgiu em cena um outro ser espiritual, um príncipe que
lutava contra o anjo de Deus. Era o príncipe que tinha, por assim dizer, o
domínio sobre as forças espirituais do mal na região da Pérsia.
Amados,
embora eu não entenda em profundidade estes assuntos, pois a própria Bíblia só
nos fala o suficiente para o bem de nossas almas, a fim de que saibamos contra
quem é a nossa luta, estes fatos aqui de Daniel 10 podem ser mais bem
entendidos se lermos também Efésios 6:11 e 12:
Revesti-vos
de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do
diabo;12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim
contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Quando
Daniel começou a orar e Deus enviou sua resposta, iniciou-se uma luta nas
regiões celestiais. Um dos dominadores deste mundo tenebroso, o príncipe do
reino da Pérsia, das forças espirituais malignas dali, entrou em luta contra as
forças espirituais do Senhor.
Mas o mesmo
tempo o mensageiro de Deus teve ajuda, porque Miguel, que na epístola de Judas
é chamado Arcanjo, isto é, um dos anjos principais, veio ajudá-lo, e ele pôde
vencê-lo e chegar a Daniel.
Irmãos, este
é um fato que não podemos ignorar, e não podemos esquecer. Fazer a obra de Deus
envolve conflito, envolve luta espiritual.
Satanás e
seus demônios lutam contra nós, lutam contra nossas famílias, lutam contra a
igreja, e contra as igrejas.
Lutam
querendo nos desencorajar, querendo nos desviar, lutam querendo nos desanimar.
Lutam com
mentiras, com falsas doutrinas, lutam tentando-nos a crer num evangelho do
diabo, que tem levado as pessoas a viver para Mamom, isto é, para as riquezas
materiais, e não para Jesus.
E porque
precisamos saber e não esquecer? Pelo menos por duas razões:
1ª – Para que não desanimemos diante da aparente
demora.
Veja, no cap. 9 de Daniel lemos ali ele recebeu a
resposta no mesmo dia, embora o seu pedido só viesse a cumprir dois ou três
anos depois.
No cap. 10, por causa da luta, a resposta demorou
vinte e um (21) dias.
Quando lemos Neemias caps. 1 e 2, vemos que ele
precisou continuar orando quatro (4) meses.
Zacarias, o pai de João Batista, Ana, a mãe de
Samuel, oraram anos antes de terem seus pedidos recebidos. Estes santos de Deus
oravam por um filho, e quando estes filhos, nasceram, João Batista e Samuel,
que grandes homens diante do Senhor.
Parece que, quanto maior a bênção, mais precisamos
continuar lutando.
Ora, quando nos lembramos de que há uma batalha
espiritual na oração, somos motivados a continuar orando.
Na parábola da viúva, em Lucas 18, Jesus nos ensina
que devemos continuar orando sem esmorecer, pois às vezes temos a impressão de
que nosso Pai celestial é demorado em atender. Mas o que ele quer que saibamos
é que o Pai, depressa, nos atende, então não desanimemos.
2ª – Para
que não desanimemos de fazer a obra.
Algum tempo
atrás eu estava pregando em certa igreja. Durante a semana eu havia estudado
muito, orado muito; assim como fazem todos os pastores, quando preparo as
mensagens peço a Deus que me dê sabedoria para estudar, entender, preparar,
transmitir. Peço que o Senhor edifique os irmãos por meio do nosso estudo.
Outros
irmãos, companheiros que Deus me deu para orar, oram por mim e pela igreja
muitas vezes.
Mas enquanto
eu pregava, um conflito espiritual muito grande estava se travando em minha mente.
Vinham
frases fortes em minha mente, como se alguém estivesse falando do meu lado. E
as frases diziam:
– Cadê aquela família? E aquela pessoa? Você
não vê tanta gente ausente? Você não vê que não adianta nada o que você está
fazendo? Larga a mão disto”.
Então eu
continuei a pregar com muito custo, dizendo no meu coração:
– “Senhor, estou fazendo a tua obra.”
Depois do
culto, conversando com certa irmã, ela disse que também havia enfrentado uma
luta enorme enquanto dirigia a igreja nos cânticos do Senhor (Satanás odeia que
elogiemos a Deus).
Que o nosso
trabalho é à toa, que não vai prosperar, é o que diz o diabo.
Mas sabem,
irmãos, ao mesmo tempo, eu me lembrei da Palavra da verdade: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que
o temem, e os livra”.
Então eu
pensei: “Se um demônio está aqui, já está
derrotado, porque Jesus é maior”.
Você se
lembra? Jesus nos ensina que Satanás é o pai da mentira. E que a Bíblia é a
verdade.
E o que nos
diz a Palavra da verdade?
Eu quero
citar dois textos:
1ª
Co 15:57, 58
Graças
a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. 58 Portanto, meus amados irmãos,
sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no
Senhor, o vosso trabalho não é vão.
Sl
126:5, 6
Os
que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. 6 Quem sai andando e
chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.
Então, quando você estiver orando, quando você estiver
fazendo a obra, e Satanás começar a lutar contra você, dizendo a você que Deus
não está ouvindo, lembre-se da Palavra de Deus, a Palavra da verdade, e não
acredite nas mentiras de Satanás.
Orar é uma luta espiritual.
2. Quando oramos, estamos
fazendo a obra de Deus
Vamos ler Jo 6:28, 29
Dirigiram-se,
pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus? 29
Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele
foi enviado.
Precisamos nos lembrar disto também, numa época em
que as pessoas pensam que fazer a obra de Deus implica ficar agitados de um
lado pro outro, promovendo eventos, realizações, obras vistosas que glorificam
mais ao homem do que a Deus.
A obra de Deus é Deus quem realiza, e a obra de
Deus é crer em Jesus.
Ora, mais do que qualquer outra coisa, orar é um
trabalho de fé, é um trabalho da alma.
2.1 – A nossa
oração é um meio de Deus realizar seus planos eternos.
O espírito
de Daniel entendia isto, pois veja como ele se comporta.
No cap. 9
ele diz que leu em Jeremias sobre os planos de Deus para Israel.
Em Jeremias
29 o Senhor diz que depois de setenta (70) anos na Babilônia, os israelitas
seriam levados de volta à terra santa, e a reconstrução nacional começaria.
Mas para que
isto acontecesse, eles iriam primeiro se colocar a buscar ao Senhor de todo o
coração.
Aliás, não é
somente Jeremias que nos ensina isto:
Vejamos
Ez 36:37, 38:
Assim
diz o SENHOR Deus: Ainda nisto permitirei que seja eu solicitado pela casa de
Israel: que lhe multiplique eu os homens como um rebanho. 38 Como um rebanho de santos, o
rebanho de Jerusalém nas suas festas fixas, assim as cidades desertas se
encherão de rebanhos de homens; e saberão que eu sou o SENHOR.
E
Is 62:6, 7:
Sobre
os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais
se calarão; vós, os que fareis lembrado o SENHOR, não descanseis, 7 nem deis a ele descanso até que
restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra.
Estes três profetas (Jeremias, Ezequiel e Isaías)
estão nos dizendo que Deus faz a sua obra mediante as nossas orações.
Deus tem um plano: reconstruir Jerusalém,
multiplicar seus homens como um rebanho.
Deus dá uma ordem aos seus vigias: orem, peçam,
não descansem, não deem descanso ao Senhor, enquanto ele não cumprir o seu
propósito.
2.2 – O Senhor faz a sua obra em nossa vida
particular, e na vida dos nossos irmãos, mediante nossas orações.
Dn 9:13
Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos
sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do SENHOR, nosso Deus,
para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos à tua verdade.
Note a segunda parte deste
versículo. Eu acho especialmente edificante a construção deste texto na versão
Atualizada (ARA).
Ela destaca a doutrina de que
somente podemos nos converter dos nossos maus caminhos se buscarmos o favor de
Deus.
Pois é Deus quem trabalha em
nossa alma as disposições espirituais que lhe agradam.
Ou como diz Paulo, Deus é
quem efetua em nós o querer e o realizar de sua vontade.
Se não buscarmos o favor de
Deus, não conseguimos nos converter das nossas iniquidades, não conseguimos nos
aplicar à sua verdade, mas nos tornamos servos da carne, escravos da
sensualidade, dominados pela vaidade dos bens materiais, sujeitos ao poder do pecado.
Por isto é que Jeremias orou:
Senhor, sara-me, e serei curado, salva-me, e serei salvo.
(Jr 17:14)
E Efraim disse:
Converte-me, e serei convertido. (Jr 31:18)
Mas além disto, Daniel olha
para o amor de Deus.
Dn 9:19:
Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e
age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o
teu povo são chamados pelo teu nome.
Bill Hybbels escreveu um
livro muito interessante, chamado: “Ocupado demais para deixar de orar”. Acho
que podemos parafrasear o nome ligeiramente alterando em nossas mentes para:
“Necessitado demais para deixar de orar”.
Nossa necessidade de Deus é
grande. Como o corpo precisa de água e alimento, nossa alma precisa de Deus, de
seu Espírito, do Espírito de seu Filho habitando em nosso coração, conduzindo a
nossa vida nesta Babilônia religiosa, moral e espiritual em que vivemos nos
dias de hoje.
Nossa necessidade de
santificação é grande, porque sem santificação, ninguém verá o Senhor. A nossa
salvação implica santificação.
Mas o que faz a obra em nossa
alma é isto: o Espírito de Deus nutrindo pela Palavra. Por isto precisamos
buscar em oração.
Irmão, você quer ver a obra
de Deus ser realizada na tua vida?
Você quer ver a obra de Deus
realizada na tua casa?
Você quer ver s obra de Deus
realizada na nossa igreja?
E Deus? Ele quer realizar a
obra? Será que Deus quer usar você?
Deus quer que você ore? Deus
quer que você ore muito? E Satanás? Ele quer que você ore?
E a quem você vai agradar? A
Deus ou ao diabo?
3. Oração é um meio de
crescermos em nosso conhecimento de Deus
Voltemos ao cap. 2, depois
que Deus responde à oração de Daniel e seus amigos. Vejamos a reação do
profeta:
Então, foi revelado o
mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu. 20
Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque
dele é a sabedoria e o poder; 21 é ele quem muda o tempo e as
estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e
entendimento aos inteligentes. 22 Ele revela o profundo e o
escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. 23 A
ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo, porque me deste
sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos
fizeste saber este caso do rei.
Voltemos ao cap. 9:4:
Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor!
Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que
te amam e guardam os teus mandamentos
9:14
Por isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o
fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras
que faz, pois não obedecemos à sua voz.
9:18
Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e
olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque
não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças,
mas em tuas muitas misericórdias.
Daniel nutria comunhão com
Deus, pela Palavra e pela oração. E tanto por uma como por outra ele aprendia
que:
Ao Senhor pertence a sabedoria
e o poder.
Ele domina sobre tudo e sobre
todos.
Ele conhece tudo e conhece
todos.
Ele é justo, misericordioso,
grande e temível.
Faz lembrar a oração de Jesus
em João 17, a maneira como ele se dirige ao seu Pai celestial.
Jo 17:11b
Pai
santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como
nós.
Jo 17:25
Pai
justo, o mundo não te conheceu.
Já reparou que na Bíblia, os homens que tinham
maior intimidade com Deus, o Pai de amor e misericórdia, nunca se dirigiram a
ele como “o cara lá de cima”? Nem como “deusinho querido”, nem como “Jesus
cristinho amado”?
Os irmãos sabem que digo isto em oposição a certas
pessoas que nos dias de hoje acham bonito esta suposta demonstração de afeto e
familiaridade com Deus.
Eu não pretendo com isto dizer que tais pessoas
sejam hipócritas, ou que “do alto do meu pedestal” eu seja melhor que elas.
Mas o que pretendo é dizer que isto é uma
linguagem muito inconveniente, para não dizer desrespeitosa.
Algum tempo atrás uma pessoa queria colocar certo
cântico na igreja, e muito corretamente veio pedir a minha aprovação como
pastor. Ele me disse:
– Eu
gostaria que o senhor lesse a letra e me dissesse se está bom.
Eu li, e perguntei àquele jovem:
– Porque
você me chamou de “senhor”? Eu sou o teu senhor?
E ele respondeu:
– Não; mas é
uma questão de respeito.
Então eu respondi:
– Está
certo. Mas veja, neste cântico, a pessoa que canta está se dirigindo a Jesus, o
nosso Deus, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, e chamando-o de “você”. Não
é uma linguagem conveniente para usarmos em relação a Deus, você não acha?.
E o jovem concordou.
Pois quem conhece a Deus sabe que ele é Pai (Abba - papai), grande e temível, digno
de confiança, digno de nossa alegria em sua presença, digno de nossa
reverência, digo de humildade de nossa parte.
Quando oramos, o nosso conhecimento de Deus se
torna maior.
Conclusão
Podemos concluir dizendo que a comunhão com Deus
através da meditação e da oração é uma necessidade vital.
Disto depende o vigor da nossa fé.
Disto depende o progresso da igreja, o avanço do
reino de Deus em nossa vida e no mundo.
Um crente que não ora é um crente derrotado pelo
diabo.
Uma igreja que não ora é uma igreja que rasteja.
Precisamos orar, e orar muito.
Disto depende a nossa sobrevivência espiritual.
Aplicação
Você quer fazer a obra de Deus?
Você quer ser um vencedor sobre o mundo, a carne e
o diabo? Ou você quer viver em pecado?
Você quer ver a igreja prosperar, ser abençoada?
Você está disposto a lutar pela sua alma? Você
está disposto a lutar pela vida espiritual de seus parentes, de seus irmãos na
fé?
Então faça como Daniel:
Separe tempo diariamente para estar com Deus,
lendo, meditando, e orando.
Como Daniel, faça isto sozinho.
Como Daniel, faça isto com os companheiros que
Deus lhe der.
Ore com a igreja.
Como aquele homem cego, que quando disseram para
ele parar de incomodar Jesus com suas súplicas, aí é que ele pediu mais ainda,
quando o diabo quiser calar sua boca, ore mais ainda.
Como Neemias, que respondeu a Sambalate e outros
falsos amigos, quando estes queriam impedi-lo de reconstruir os muros de
Jerusalém, responda que você está fazendo uma grande obra, e não pode parar.
Quando for necessário, além de orar jejue,
confesse pecados.
Ore pela igreja, ore por mim, ore por nossas
famílias.
Ore, ore, ore. Esta é uma obra para a qual o
Senhor nos tem chamado.
Quando eu era menino, havia um cântico que me
abençoava muito. Ele dizia:
Uma voz me disse lá do céu,
cante,cante,cante para mim,
ore,ore,ore uma vez mais,
segue,segue,segue após mim;
venha ser fiel até a morte
que estarei contigo até o fim;
logo estarás ali no céu onde tem uma coroa preparada para ti.
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