Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 12 de fevereiro de 2012
Pr. Plínio Fernandes
Meus queridos irmãos, vamos ler Jeremias 15:16
“Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e
alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos
Exércitos”.
Em nossa meditação anterior, iniciamos o nosso estudo
a respeito da prática que denominamos “adoração em secreto”. Eu disse aos irmãos que tirei esta expressão, “em secreto”, da
Confissão de Fé de Westminster, que nós adotamos, onde ela fala sobre as várias
instâncias em que devemos cultuar a Deus.[1] Quando usamos a frase “adoração em secreto”, estamos nos referindo,
não a uma prática sigilosa, oculta, mas a um culto particular, individual, só
entre nós e o Senhor.
Nós dissemos,
então, que existem duas grandes razões pelas quais adorar a Deus em secreto é
importante: primeiro, porque é uma
forma de honrar a Deus, reconhecendo quem ele é, e as coisas maravilhosas que
ele faz. É uma maneira de expressar a nossa fé, o nosso amor e a nossa
esperança em Deus. Em segundo lugar,
é uma maneira de nós alimentarmos nossas próprias almas, fortalecendo, como diz
o Salmo 25, a nossa intimidade com o Senhor, renovando-nos e alegrando-nos em
nossa comunhão com a pessoa mais justa, amorosa e perfeita que existe.
E falamos
também das três principais práticas devocionais que podemos exercitar em nosso
culto particular: a oração, os cânticos e a meditação na Palavra de Deus. Eu
gostaria de me estender um pouco mais sobre estas práticas, começando com
aquela que á a mais essencial, e sobre a qual estão alicerçadas as outras: a meditação
na Palavra.
Existem muitas
maneiras de nos aproximarmos da Bíblia: podemos estudá-la como literatura, como
livro histórico, como livro doutrinário. Podemos estudá-la sistematicamente
(tomando um assunto, como a doutrina da salvação, a doutrina de Deus, a
doutrina do casamento, e muitas outras – um bom exemplo de estudo sistemático é
a nossa Confissão de Fé). Também podemos estudá-la homileticamente (pelo menos
os pregadores), como fonte de pesquisa para nossos sermões e estudos. Mas o
grande propósito da Bíblia é que, por meio dela, conheçamos a Deus e tenhamos
comunhão com ele. Então, acima de tudo, devemos meditar nas Escrituras, para
buscar a Deus.
Todos os
métodos de estudo das Escrituras têm seu valor como auxílios da compreensão
delas, mas hoje eu gostaria de falar sobre o método devocional.
Para que
tiremos melhor proveito das Escrituras, duas coisas são importantes: primeira, que nos aproximemos das
Escrituras com entendimento do que elas são, e das intenções do seu autor. Segunda, que meditemos no que elas nos
dizem.
1. Entendendo que a Bíblia é a Palavra de
Deus, através da qual o Espírito Santo fala conosco, e quais as intenções que
ele tem ao nos dar esta Palavra
Quem é o autor da Bíblia, e qual é o seu propósito. Este é um assunto vasto e belo, mas por causa do tempo de que dispomos,
precisamos ser breves. Vejamos algumas passagens:
2ª Pe 1:19-21 – “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética,
e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso,
até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração, 20 sabendo, primeiramente, isto:
que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; 21 porque nunca jamais qualquer
profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da
parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”.
No contexto destes
versículos o apóstolo Pedro estava se recordando de uma passagem dos evangelhos,
conhecida como “O monte da transfiguração”. Ela nos conta que estavam Pedro,
Tiago e João, sobre um monte, com Jesus. E apareceram os profetas Moisés e
Elias, conversando com nosso Senhor a respeito do reino de Deus. Enquanto
conversavam, o rosto do Senhor se transfigurou diante deles; suas vestes se
tornaram resplandecentes. E eles ouviram uma voz do céu, que dizia: “Este é o meu filho eleito. A ele ouvi”.[2]
Então, enquanto pensa
nestas coisas, Pedro diz que o que aconteceu ali no monte era mais uma
confirmação da palavra profética, no sentido de que os profetas do Antigo
Testamento falaram sobre a vinda de Jesus, o Filho de Deus. Mas eles não falaram de
sua própria mente, e sim, movidos pelo Espírito Santo.
Há outro lugar em que, da
mesma forma falando respeito de Jesus e a salvação que ele nos trouxe do céu,
Pedro também recorda este mover do Espírito:
1ª Pe 1:10, 11 – “Foi a respeito desta salvação que os
profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós
outros destinada, 11
investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas,
indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão
testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os
seguiriam”.
Preste atenção como
Pedro, ora menciona o “Espírito Santo”, ora menciona o “Espírito de Cristo”,
como expressões intercambiáveis, equivalentes; pois as Escrituras, ainda que
façam distinções entre as três pessoas, isto é, o Pai, o Filho e o Espírito
Santo, não faz distinção quanto ao ser Deus, pois ele é um único Deus, mas um
ser tri-uno. Por isto é também que o apóstolo Paulo diz que o Espírito de
Cristo é o Espírito de Deus.[3]
Pedro ensina que quando
você lê as Escrituras, está lendo mensagens que foram dadas pelo Espírito
Santo, que falam de Deus, de Jesus Cristo, da graça de Deus que foi destinada a
nós, que revelam o caminho da salvação de nossas almas.
Agora, vejamos brevemente
alguns propósitos do Espírito Santo:
1.1 – Ele quer que
conheçamos a Jesus
Lc 24:27 – “E, começando por Moisés, discorrendo por
todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as
Escrituras”.
Lc 24:44, 45 – “A seguir, Jesus lhes disse: São estas as
palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo
o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. 45 Então, lhes abriu o
entendimento para compreenderem as Escrituras”.
Preste atenção porque
este é um princípio muito importante para que entendamos a Bíblia: toda ela,
desde o Antigo Testamento, nos fala de Jesus, e que por ele nós conhecemos a
Deus.
Às vezes, os profetas do
Antigo Testamento nos revelam Jesus de forma direta, como o servo de Deus, o
Filho do Homem, o Cristo enviado do céu para sofrer por nós, morrendo pelos
nossos pecados. Às vezes Jesus se revela pessoalmente, face a face, como o Anjo do Senhor.
E às vezes os
profetas nos falam de forma indireta, ao descrever o grande Javé. Os apóstolos nos ensinam que, quem
se manifestava[4], quem falava às mentes dos
profetas[5], quem
pregou através de Noé nos dias que antecederam o dilúvio[6], o
Deus dos Salmos, é Jesus.
Compare o Salmo 23 com
João 10: “Jesus é o meu pastor e nada me
faltará”. Quando você lê sobre a bondade de Deus, sua justiça, sua
misericórdia, tudo isto é sobre Jesus. Para você conhecer o Deus da Bíblia você precisa conhecer
Jesus. Pois como ele disse, “quem me vê a
mim, vê o Pai”.
1.2 – O Espírito Santo quer
nos ensinar o caminho da salvação
Pedro nos diz que
devemos prestar atenção na Palavra Profética porque ela é como uma candeia que
brilha num lugar tenebroso, até que a estrela da manhã resplandeça em nosso
coração.
E falando de um modo
menos poético, e igualmente claro, Paulo nos ensina que é por meio das
Escrituras que somos salvos.
2ª Tm 3:15 – “E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que
podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus”.
E em seguida, ele diz
que a Bíblia é para ser aplicada em qualquer área de nossa vida.
1.3 – Ele quer nos
ensinar a viver neste mundo, de acordo com a vontade de Deus
2ª Tm 3:16, 17 – “Toda a Escritura é inspirada por Deus e
útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça, 17 a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
Tudo quanto precisamos
conhecer para a salvação de nossa alma, está revelado nas Escrituras. Tudo
quanto precisamos conhecer para viver de acordo com a vontade de Deus, está nas
Escrituras.
1.4 – Ele quer alimentar
a nossa vida espiritual
Em certa ocasião Jesus
exclamou: “Eu vim para que tenham vida, e
a tenham em abundância”.[7] Alegria
de coração, satisfação interior, amor, paz, encorajamento, contentamento, e
coisas semelhantes a estas, são o desejo de Deus para nós. São coisas assim que
o Espírito Santo nos transmite por meio das Escrituras:
Rm 15:4 – “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para
o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das
Escrituras, tenhamos esperança”.
Quando lemos as
Escrituras, o Espírito Santo quer nos instruir, quer nos consolar, quer nos dar
paciência, quer nos dar esperança.
Vejamos também o Salmo
19
Sl 19:7-11 - 7 A lei do SENHOR é perfeita e
restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. 8
Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é
puro e ilumina os olhos. 9 O temor do SENHOR é límpido e permanece
para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. 10
São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais
doces do que o mel e o destilar dos favos. 11 Além disso, por eles
se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa.
Veja as
intenções do nosso Pai celestial aos nos dar sua lei, seus mandamentos, ao nos
contar as histórias que testemunham seu caráter, seu poder e suas obras: Ele
quer renovar nosso ser interior, restaurar nossas forças. Ele que nos dar entendimento, a fim de que
conheçamos o caminho da vontade de Deus, pelo qual devemos andar, e no qual
temos paz, e firmeza de propósitos, a fim de que não sejamos, como diz Paulo,
meninos inconstantes. Ele quer alegrar nosso coração, abençoar nossas almas,
fortalecer nossa certeza, direcionar nossos pensamentos.
1.5 – Ele quer
nos dar fé
Rm 10:17 – “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”.
Veja, a fé é um dom essencial em todo o nosso relacionamento com Deus. Sem
fé é impossível agradar a Deus.[8]
Devemos exercer nossos dons e ministérios segundo a medida da fé que Deus
concedeu a cada um de nós.[9]
O Senhor atende às nossas orações de acordo com a medida da nossa fé.[10]
E também obedecemos à doutrinas e aos mandamentos do Senhor por causa da
nossa fé que atua pelo amor.[11]
Sendo assim, todas as coisas são pela graça de Deus, mediante fé. E a fé é
um dom de Deus; não é uma atitude mental ou emocional que produzimos em nós
mesmos.[12]
Mas de que maneira o Pai celestial nos concede fé? Através da Palavra de
Cristo. Se você deseja ter fé, se você deseja ver sua fé
crescer, nada melhor do que alimentar sua alma com a Palavra de Deus.
Quanto mais você ler, estudar, conhecer, meditar nas Escrituras, tanto mais
a sua fé será robusta, mais obediente a Deus, mais alegria você terá.
2. Como devemos meditar nas
Escrituras
Pois veja que a própria Bíblia nos diz que devemos “meditar”, e não apenas
“ler”
Sl 1:1-3 - 1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos
ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na
sua lei medita de dia e de noite. 3 Ele é como árvore plantada junto
a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não
murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.
Segundo este texto, há duas atitudes em relação às Escrituras, que o Senhor
deseja ver em nós: a primeira é que tenhamos prazer nas Escrituras. E não é
difícil ter prazer na Bíblia, quando entendemos o que ela é, de acordo com o
que já temos visto hoje. São as palavras dirigidas a nós por um Deus amoroso,
que deseja fazer a sua obra em nossa vida, que deseja nos dar tudo de bom.
São Palavras que nos dão fé, esperança, alegria. Que nos trazem Jesus.
Então podemos olhar para as Escrituras com prazer.
A segunda, é que façamos dela nossa
fonte de meditação. Agora, o que significa meditar? Significa pensar a
respeito, refletir, considerar. Isto envolve calma, tranquilidade. É o oposto
de agitação, pressa, impaciência.
Eu gostaria
então, de mencionar algumas práticas que nos ajudam a meditar:
2.1 – Escolha um
texto, separe um lugar e um tempo para isto
Há um sentido
em que devemos meditar em toda a Escritura, o tempo todo, “de dia e de noite”.
Mas só podemos
meditar assim se primeiro tivermos investido um tempo com textos menores, colocando
as Escrituras em nossa mente. Por exemplo, nestes últimos dois meses, eu tenho
usado os Salmos como texto básico para minhas devocionais diárias. Um salmo a
cada dia. Penso que os Salmos têm muito a nos ensinar sobre oração, pois eles
mesmos são orações inspiradas pelo Espírito Santo.
Então precisamos
separar tempo para isto. Não há um tempo determinado na Bíblia. Cada um de nós
deve fazer isto de acordo com as nossas possibilidades e responsabilidades. Se
você pode fazer isto por uma hora, muito bom. Se por meia hora, faça de acordo
com a sua possibilidade.
“Mas pastor,
eu levanto muito cedo, durmo muito tarde, porque eu tenho muito que fazer”.
Talvez o único lugar onde você possa meditar um pouco seja durante a viagem de
ônibus, para o trabalho. Se for assim, aproveite. Mas entenda o quanto você
precisa disto.
2.2 – Leia com
espírito de oração
Acalme-se e
espere um pouco, na presença de Deus, antes de começar a leitura, “pois os que esperam no Senhor renovam as
suas forças...”. Você deseja alimentar-se bem, e comer depressa, sem
mastigar, sem digerir, só faz mal para a saúde. Então acalme-se.
Você pode
começar com um cântico, com oração, ou pode orar enquanto lê. Às vezes, antes
de começar a ler, estou me sentindo sem forças para orar. Às vezes, por causa
de alguma preocupação, alguma tristeza, às vezes, cansaço físico.Então começo a
ler. Leio uma vez, mais uma vez, e mais uma. Leio devagar, prestando atenção. À
medida em que leio, as Palavras de Deus começam a renovar minha mente, meus
sentimentos, e aí começo a orar.
Há uma coisa
muito importante a fazer nesta hora de oração. É pedir a Deus: “Senhor, o que o
Senhor quer me ensinar através desta passagem? O que tu queres me dizer?”.
E então você
verá isto: assim como Jesus, na estrada de Emaús, abriu o entendimento dos
discípulos para que compreendessem as Escrituras, ele o fará com você. Quanto
mais você praticar no seu dia a dia, mais crescerá na sua compreensão das
Escrituras.
2.3 – Use o seu
entendimento cristão. Ele é um dom maravilhoso de Deus para você.
1ª Co 2:12-16 – 12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o
que por Deus nos foi dado gratuitamente. 13 Disto também falamos,
não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito,
conferindo coisas espirituais com espirituais. 14 Ora, o homem
natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 15 Porém
o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por
ninguém. 16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa
instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.
Você não precisa escolher um texto longo. Não precisa meditar num capítulo
inteiro. Pode ser um versículo ou dois, ou até uma frase, de acordo com o
momento, mas desde que traga em si um pensamento completo.
Então, uma vez que você tem, morando em seu coração, o mesmo Espírito que
inspirou as Escrituras, leia confiante e alegremente, sabendo que está diante
da Palavra da verdade; verdade que liberta, que santifica, e na qual você pode
crer. Leia confiando que ele iluminará seu entendimento.
2.3.1 – Observe o que está lendo:
O que estou vendo aqui? Um mandamento? Uma orientação? Promessas? O que
este texto está me dizendo? Há alguma coisa que ele me ensina sobre Deus? Há
alguma coisa que ele me ensina sobre mim mesmo?
Eu gosto de sublinhar, ou colorir certas passagens, para realçar o ensino
básico que me chama a atenção num dado momento. Por exemplo, em minhas
meditações nos salmos, uso cores diferentes de lápis, para assuntos diferentes:
o caráter de Deus (azul claro), as obras de Deus (azul médio), o que Deus
espera de mim (verde claro), e assim por diante.
2.3.2 – Interprete
Medite no significado das palavras – o que elas querem dizer? (se você não
souber o significado de alguma palavra, recorra ao dicionário, pergunte a outra
pessoa...). Faça uma paráfrase, isto é, reescreva o texto com
suas próprias palavras.
A esta altura, acho bom encorajá-lo
a evitar usar paráfrases da Bíblia como fonte de meditação. Dê preferência a
uma boa tradução, como a de Almeida, edição Revista e Atualizada (ARA), ou a
Nova Versão Internacional (NVI).Ainda que úteis em certas ocasiões, muitas
vezes as paráfrases se deviam do significado original dos textos. Então use
boas traduções.
2.3.3 – Aplique à sua vida
Pergunte-se como você pode colocar em prática aquilo que o Senhor está te
ensinando: Alguma promessa pela qual orar? Algum pecado a confessar? Algum
mandamento a cumprir? Alguma bênção pela qual agradecer?
Uma prática de grande valia é anotar suas meditações numa folha de caderno,
ou numa agenda. Isto ajuda a tornar os pensamentos mais claros, e também a
recordar em outras ocasiões, aquilo que o Senhor está lhe falando hoje.
2.4 – Persevere
Meditar na Palavra de Deus é uma prática prazerosa, edificante,
gratificante, mas nem sempre fácil. Na verdade, muitas
vezes requer bastante esforço. Entendemos que esta é uma maneira que Deus
propôs a fim de que exercitemos nossas mentes, nossos corações, nossas
faculdades espirituais.[13] Então a prática nos leva ao
desenvolvimento de nossas capacidades interiores.
Mas também é necessário dizer que muitas vezes falhamos. “O espírito, na verdade está pronto, mas a
carne é fraca”.[14]
Se isto acontecer, não é para que nos desanimemos, mas para que nos
desenvolvamos.
Cabe aqui um princípio que governava a atitude do apóstolo Paulo:
Fp 3:13-14 – “Irmãos, quanto a mim,
não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me
das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim
estão, 14 prossigo para o
alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Conclusão e aplicação
Uma prática essencial de nossa “adoração em secreto” é a meditação bíblica. A Bíblia é a Palavra de Deus,
inspirada pelo Espírito Santo, para que conheçamos a Jesus, tenhamos fé,
sejamos salvos, andemos na presença de Deus, glorificando-o e alegrando-nos
nele. Louvado seja Deus, pois
em seu amor ele nos deu a sua Palavra. Façamos bom proveito deste dom excelente, honrando,
valorizando e meditando nas Escrituras.
[1] C.F.W. XXI:VI
[2] Lc 9:28-36
[3] Por exemplo, Rm 8:9
[4] Ex.: Is 6 comp. Jo
12:37-41
[5] 1ª Pe 1:10, 11
[6] 1ª Pe 3:18-20
[7] Jo 10:10
[8] Hb 11:6
[9] Rm 12:3-8
[10] Mc 11:24
[11] Rm 6:17; Hb 11; Gl 5:6
[12] Ef 2:8, 9
[13] Veja Spurgeon, C. H., Como ler a Bíblia (Fiel, São José dos
Campos, s.d.), págs. 7 e 8
[14] Mt 26:41
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