Acautelai-vos
dos falsos profetas
Igreja Evangélica
Presbiteriana
Domingo, 2 de
setembro de 2012
Pr. Plínio
Fernandes
Meus irmãos,
vamos ler Mateus 7:13-17
13 Entrai pela porta estreita
(larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são
muitos os que entram por ela), 14 porque estreita é a porta, e
apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com
ela. 15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam
disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros
ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos,
porém a árvore má produz frutos maus. 18 Não pode a árvore boa
produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda
árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20
Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me:
Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu
nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que
praticais a iniquidade.24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas
palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua
casa sobre a rocha 25 e caiu a chuva, transbordaram os rios,
sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque
fora edificada sobre a rocha. 26 E todo aquele que ouve estas minhas
palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a
sua casa sobre a areia; 27 e caiu a chuva, transbordaram os rios,
sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo
grande a sua ruína.
Hoje nós vamos
tratar de um tema sobre o qual falamos pouquíssimas vezes, mas que é de uma
importância muito grande.
Nós pouco
falamos sobre isto, pois, para falar com sinceridade, é um tema desagradável: desagradável
porque nós, que cremos na salvação pela graça de Deus, e não com base em nossas
obras, sabemos que quando julgamos alguém estamos correndo o risco de cometer o
pecado da falta de amor e de condenação de outras pessoas, o pecado contra o
qual Jesus nos adverte nos primeiros versículos de Mateus 7.
Além disto,
temos o receio de dizer que não é de Deus algo que aparenta ser, e cair no
mesmo pecado em que caíam os fariseus, ao atribuir a Satanás os milagres que
Jesus realizava.Nenhum de nós quer atribuir ao d iabo aquilo que é de Deus.
Por outro
lado, temos a necessidade espiritual de exercitar discernimento, com temor e
tremor, pois no texto que lemos somos instruídos desta maneira. Jesus nos diz
que se nós não prestarmos atenção às suas palavras, se não edificarmos nossa
vida espiritual sobre aquilo que ele está nos ensinando, seremos como aquele
homem tolo, que edifica a sua casa sobre a areia, e quando vêm os ventos e a
chuva, e as águas dos rios transbordam, esta casa vem a arruinar-se. Então nós
não podemos deixar de atender às palavras de Jesus, sob pena de arruinarmos a
nossa própria fé.
No v. 15 Jesus
dá a cada crente este mandamento: “Acautelai-vos
dos falsos profetas...”
Então temos
este dever diante de Deus, que nos é dado pelo Espírito Santo falando na
Bíblia.
* * *
Vamos supor
que você tenha um vizinho a quem conheça desde que vocês eram crianças. Na
adolescência, este vizinho sofre uma queda e fica aleijado, sofrendo muito com
isto. Mas um dia ele vem te fazer um pedido, e diz mais ou menos assim:
– Olha, eu ouvi falar que tem um pregador de
fora da cidade que vai fazer uma grande conferência para a cura dos enfermos.
Eu quero ir, mas preciso que alguém me leve. Você pode me levar?
E você vai com
ele, para ajudar o seu vizinho. Quando chega ao lugar da conferência, o
pregador abre a Bíblia e lê aquele texto que diz que “pelas pisaduras de Jesus
nós fomos sarados”, e passa a explicar então que na morte de Jesus na cruz ele
levou sobre si as nossas enfermidades.
E depois de
pregar, ele olha para o seu vizinho aleijado e diz: “Em nome de Jesus eu te
ordeno. Levanta-te e anda.” E então,
imediatamente, você vê o seu amigo levantar-se, caminhar normalmente, e até
pular de alegria.
Não é uma
coisa extraordinária? Você diria que este pregador é um homem de Deus? Ou você
diria que não?
Mas vamos
dizer que ele continue depois da pregação, e comece a explicar que o ministério
dele precisa recursos para se desenvolver, e faça um grande apelo econômico. Antes
de os obreiros “passarem a sacolinha” ele continua a explicar como funcionam os
“kits” de CDs com as mensagens dele, os DVDs, o óleo ungido, o pedaço de rocha
que veio do monte do Calvário, e explica que mediante uma pequena oferta você
pode levar ela prá casa, ou pode lavar água da purificação, ou o livro que ele
escreveu, que explica como você pode prosperar, e coisas parecidas.
Você compraria
alguma destas coisas? Ou não? Você ofertaria para este ministério? Ou não? Você
acha que procurar avaliar, discernir se este é um profeta, ou apóstolo
verdadeiro ou não, é uma coisa necessária, ou você acha que isto seria cair no
pecado condenado por Jesus no v. 1 deste capítulo?
Nós somos
crentes que, historicamente, temos sido chamados “Reformados”, ou
“Protestantes”. Conforme entendemos, a
Reforma foi uma das maiores manifestações da graça de Jesus e do poder do
Espírito agindo através da Palavra de Deus, em transformar vidas, não só de
maneira individual, mas até das nações e o curso da História.
Pois a Reforma
aconteceu como fruto da busca de alguns homens sedentos de Deus, que se puseram
a estudar a Bíblia, e nela descobriram o quanto a igreja, de modo geral, havia
se desviado dos caminhos do Senhor, e então começaram a reformar, primeiramente
a si próprios, e depois aos ensinamentos da Igreja.
Então, antes
da Reforma, existiam dois grandes problemas, que eles se esforçaram por
corrigir: de um lado, em grande medida, um afastamento do ensino bíblico.
E do outro,
uma grande quantidade de falsos ensinos, como a salvação mediante os méritos da
igreja, dos santos, ou da própria pessoa. Havia uma lista enorme de coisas que
as pessoas podiam fazer para a salvação de suas próprias almas, ou de seus
entes queridos. Havia a pregação do perdão dos pecados mediante o dar dinheiro
para a igreja (indulgências), havia uma coleção enorme de objetos milagrosos,
apresentados como possuidores de poderes espirituais (relíquias sagradas), e
muitas outras coisas.
Então os
reformadores colocaram em prática os ensinamentos de Jesus no texto que temos
lido.
Primeiramente,
eles eram homens preocupados com a salvação de suas próprias almas, e trataram
de buscar a Deus, cuidaram de sua vida espiritual, alcançando a certeza da
própria salvação por meio do arrependimento e da fé em Jesus. Buscaram entender
a vontade de Deus, os planos de Deus para todas as coisas reveladas nas
Escrituras, na plena certeza de que a Bíblia é a Palavra de Deus.
E como
consequência disto, também começaram a cuidar da igreja, afastando os falsos
ensinamentos e buscando ensinar com pureza o verdadeiro evangelho de Jesus.
“A porta é estreita,o caminho que conduz
para a vida é apertado”, disse Jesus, e são poucos os que passam. Por outro
lado, o caminho para a perdição é largo, espaçoso, e muitos passam por ele. E em
seguida acrescentou: “acautelai-vos dos
falsos profetas”.
Como se
dissesse, se vocês querem passar pela porta que conduz à vida, se querem andar
pelo caminho que conduz à salvação, tomem cuidado com os falsos profetas. Eles
não conduzem a esta porta e a este caminho.
Alguns anos
atrás conheci uma jovem que quase morreu por haver tomado remédio falsificado. Existem
pessoas que falsificam remédios, visando lucro financeiro.
Existem
pessoas que falsificam religião. Não estamos nos referindo àqueles que, fora do
chamado mundo cristão se apresentam como profetas (islamismo, budismo, etc.).
Para nós que somos crentes a falsidade de suas doutrinas é óbvia. Estamos
falando sobre aqueles que, dizendo-se cristãos, falam falsamente em nome de
Jesus. Este é o significado das palavras de Jesus no v. 15 - “Acautelai-vos dos
falsos profetas” (NVI – tenham cuidado com os falsos profetas); tenham
cuidado com essas pessoas que se apresentam diante de vocês como sendo gente de
Deus, com mensagens trazidas como se fossem de Deus, mas que não são de Deus.
A advertência
de nosso Senhor, por si só, já é motivo suficiente para prestarmos atenção a
este assunto. Então nos dedicaremos a ele agora.
Desejo
considerar com os irmãos as seguintes questões: Segundo a Bíblia, o que é um
falso profeta? Quais são suas características? Porque são perigosos?
Estas três
questões são tão interligadas que falar sobre uma é responder a outra, mas
apenas para fins didáticos vamos mantê-las.
1. O que são “falsos profetas”?
A resposta é
óbvia, não é irmãos? De acordo com a Bíblia, profeta é um homem que tem uma mensagem de Deus. Falso é tudo aquilo que se apresenta
como verdade, mas não é. Então falso profeta é aquele que se apresenta como
sendo um homem de Deus, mas não é.
Tanto o Antigo
como o Novo Testamento nos alertam quanto à existência de pessoas que se dizem
enviadas de Deus, mas não o são.
Por exemplo:
Jr 23:21 – “Não mandei esses profetas;
todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizaram”.
No cap. 29:21 dois deles são mencionados pelo nome: Acabe e Zedequias
21 Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, acerca de Acabe, filho
de Colaías, e de Zedequias, filho de Maaséias, que vos profetizam falsamente em
meu nome: Eis que os entregarei nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e
ele os ferirá diante dos vossos olhos.
No cap. 28 há também a história do falso profeta Hananias. Nós
podemos perceber um contraste interessante entre muitos profetas de Deus e os
falsos profetas. Aos homens enviados por Deus, muitas vezes faltava coragem
para iniciar seu ministério, devido à seriedade do que isto significava (por
exemplo, Moisés, Jeremias, Ezequiel, Isaías; Pedro, João; como Paulo disse,
eram homens possuídos de temor e tremor).
Os falsos
profetas não têm o senso de seriedade que estes homens de Deus tiveram. Deus
não os chamou; não os enviou, mas eles são ousados ao usar o nome de Deus. Por
isto, nos adverte Jesus, tomem cuidado, existem pessoas que falam em nome de
Deus, mas que não são.
1.1 - Uma pessoa
que se diz profeta, pode mostrar certa medida de ortodoxia (doutrina correta),
pode fazer uma correta profissão de fé, e ainda assim ser um falso profeta.
v. 22 – Muitos, naquele dia, hão de dizer-me:
Senhor, Senhor...
Bem, de acordo
com Paulo, em 1ª Co 12:3, uma pessoa só pode dizer que Jesus é o Senhor se isto
lhe for concedido pelo Espírito Santo. Então muitas pessoas acham que se estão
ouvindo estas palavras da boca de alguém, significa que este alguém é um homem
de Deus.
No entanto, a
Bíblia nos diz que a confissão dos lábios só é real se vem acompanhada de um
comportamento condizente com que os lábios dizem. Se os lábios estão falando
falsamente tudo o que a pessoa diz é apenas um grande engano. Por isto, em Lc
6:46 Jesus pergunta: Porque me chamais
Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos mando?
1.2 - Uma pessoa
que se diz profeta pode demonstrar entusiasmo, fervor espiritual, e mesmo assim
não ser uma pessoa de Deus
Novamente as
palavras do v. 22 – Senhor! Senhor! Uma
pessoa pode ser naturalmente emotiva; pode ser do tipo que chora com
facilidade, que se entusiasma com facilidade, que desperta as emoções dos
outros.
1.3 - Uma pessoa
pode realizar coisas extraordinárias, em nome de Deus, e ainda assim não ser de
Deus.
- Senhor! Senhor! Em teu nome nós
profetizamos. Em teu nome nós expulsamos demônios! Em teu nome nós fizemos
muitos milagres.
Este foi, por
exemplo, o caso de Judas, enviado juntamente com os demais apóstolos a pregar o
Evangelho nas cidades deles.[1]
Em contraste
com isto, leiamos Jo 10:41 e 42
41 E iam muitos ter com ele e
diziam: Realmente, João não fez nenhum sinal, porém tudo quanto disse a
respeito deste era verdade. 42
E muitos ali creram nele.
O fato de uma
pessoa realizar milagres em nome de Jesus, não significa que ela seja um
profeta verdadeiro. Por outro lado, uma pessoa pode não realizar milagre algum,
e ser um verdadeiro profeta, como foi o caso de João Batista.
Então veja, é
como o remédio falso: a embalagem parece verdadeira, a cápsula, ou o vidro
parecem verdadeiros, a cor parece verdadeira. Mas se você tomar um remédio
falso, você pode morrer. Da mesma forma, se você acreditar nos falsos profetas,
a sua fé pode ser enfraquecida e destruída. Você corre o risco de não acreditar
mais no verdadeiro evangelho.
Isto nos leva
então à segunda questão: como distinguir o falso do verdadeiro profeta? Que
orientações a Bíblia nos dá quanto a isto?
2. Quais são as características do falso profeta?
2.1 - Ele é muito
parecido com o verdadeiro, mas não tem o conteúdo do verdadeiro
v. 15 - Acautelai-vos dos falsos
profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são
lobos roubadores.
Ele é um lobo
disfarçado com pele de ovelha. Aparentemente ele é crente. Aparentemente ele
ama ao Senhor. Aparentemente ele é um homem de grande fé, consagrado, ousado,
capaz de grandes realizações. Aparentemente ele é fiel à Palavra de Deus:
aparentemente suas mensagens levam as pessoas a amarem a Jesus, confiarem na
graça de Jesus, se dedicarem a Jesus, aparentemente ele leva multidões a Jesus.
Quando eu digo
“aparentemente”, estou dizendo que na realidade não é nada disto. Deixe-me
explicar: vs. 13,14.
13 Entrai pela porta estreita
(larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são
muitos os que entram por ela), 14 porque estreita é a porta, e
apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com
ela.
O problema do
falso profeta não é somente as coisas que ele fala. É também as coisas que ele
não fala: o falso profeta não fala do caminho estreito. Ao contrário, a ênfase
é que o caminho é tão espaçoso que tem lugar prá todo mundo. O falso profeta
pode falar da graça de Deus, do perdão dos pecados, do poder do Espírito Santo
para uma vida vitoriosa, pode chamar todos a Jesus, dizendo: “Jesus aceita você do jeito que você é.”
O falso profeta pode dizer: “Venha! Jesus
é Deus, é Senhor! Ele promete suprir todas as suas necessidades! Ele liberta!
Ele quebra maldições!”
Mas o falso
profeta não vai dizer que “sem
santificação ninguém verá o Senhor!”
Jr 6:13 e14
13 porque desde o menor deles
até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam
de falsidade.14 Curam superficialmente a ferida do meu povo,
dizendo: Paz, paz; quando não há paz.
E em Isaías 57:21,
o Senhor diz que não há paz para aqueles que vivem na perversidade! – Para
os perversos, diz, o meu Deus, não há paz.
Agora, vejamos
o que Jesus disse quando ordenou que o evangelho fosse pregado no mundo inteiro.
Lc 24:46-47
46 E lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar
dentre os mortos no terceiro dia 47
e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas
as nações, começando de Jerusalém.
O que Jesus ordenou foi que pregassem arrependimento. Isto o falso profeta
não faz.
Exemplos.:
At 14:22
(Paulo e Barnabé
iam de cidade em cidade...) fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé;
e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de
Deus.
O falso
profeta diz: “Deus não quer que você sofra!”
Fp 4:11-13
11 Digo isto, não por causa da
pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. 12 Tanto sei estar humilhado como
também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência,
tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; 13 tudo posso naquele que me
fortalece.
O falso
profeta: “Você é filho do Rei! Não pode
ser pobre”.
Mas a mesma
Bíblia que nos ensina que se prosperamos materialmente, isto é dom de Deus,
também diz que muitas vezes, a fim de nos conduzir por um caminho melhor, Deus
nos concede também tribulações financeiras.
Por isto Paulo
muitas vezes viveu em pobreza. E também muitos servos de Deus descritos na
Bíblia.
2ª Tm 4:20
Erasto ficou em Corinto.
Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto.
O falso
profeta: “Os filhos de Deus não podem ficar doentes”!
Fp 2:5-8
5 Tende em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como
usurpação o ser igual a Deus; 7
antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
O falso
profeta: “Reivindique seus direitos! Exija”!
Jr 10:23
Eu sei, ó SENHOR, que não cabe ao homem determinar o seu
caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos.
Tg 4:13-15
13
Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá
passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros.14 Vós não
sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina
que aparece por instante e logo se dissipa.15 Em vez disso, devíeis
dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.
Temos o direito de
determinar o que vamos fazer, ou o que vai acontecer? Não temos.
Mas este
pensamento pagão, mágico, é ensinado por muitos como se fosse a mais profunda
doutrina bíblica, reservada para os mais crentes, mais espirituais.
Mc 1:14 e 15
14 Depois de João ter sido
preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, 15 dizendo: O tempo está cumprido,
e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.
O falso
profeta: “Deus nos salva pela graça, independente das obras! Pode continuar
vivendo como antes”.
2ª Co 13:5
Examinai-vos a vós mesmos se
realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus
Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.
“Não fique
olhando muito para si mesmo, não seja negativo; olhe só para Jesus”. Não mostra
que para entrar no céu, você tem que tomar o caminho da cruz. Não diz que você
tem que negar-se a si mesmo. Não diz que você tem que abandonar o pecado. Não
diz prá você obedecer os mandamentos de Deus, e fazer a vontade de Deus, ao
contrário, só diz prá você confiar que Deus vai fazer a tua vontade. E que tudo
o que você precisa fazer é mostrar a tua fé, entregando dinheiro.
Meus irmãos,
há muitas pessoas que se apresentam com mensagens lindas: mensagens de fé,
amor, confiança, consolação, vitória, liberdade, mas que sutilmente escondem o
caminho apertado, estreito.
Porque fazem
assim?
2.2 - Por causa
do conteúdo espiritual que estas próprias pessoas têm
No v. 15,
Jesus diz que estas pessoas são
lobos roubadores, isto é, gente interessada em seus próprios lucros. No v. 23,
que são praticantes da iniquidade: transgressores da lei de Deus.
Leiamos 2ª Pe
2:1-3
1 Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá
entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias
destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou,
trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
2 E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa
deles, será infamado o caminho da verdade;
3 também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com
palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua
destruição não dorme.
São pessoas
que, disfarçadamente promovem heresias destruidoras; que promovem práticas
libertinas, isto é, uma vida sem restrições. Movidos de avareza, fazem comércio
com a fé das pessoas.
Pedro fala de
duas consequências: Muitos os seguirão. O evangelho será difamado
Sabe por que
pregar só mensagens de vitória, paz e conforto? Porque atrai gente. Faz cair na
simpatia das pessoas. Dá lucro. Dá poder. Mas há uma última razão que desejo
mencionar, e que é a mais perigosa, por isto vamos ao último ponto
3. Porque os falsos profetas são perigosos
3.1 - São
perigosos para si mesmos
vs. 22, 23
22 Muitos, naquele dia, hão de
dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e
em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de
mim, os que praticais a iniquidade.
Eles pensam
que os poderes extraordinários, a pregação, o entusiasmo, são indicações de que
Deus está do lado deles. Pensam que estão salvos
3.2 - São um
perigo para os outros
No v. 15,
Jesus diz que são lobos roubadores. Como o ladrão que vem para roubar, matar e
destruir
2ª Pe 2:18,19
nos dá um ensinamento seriíssimo :
18 porquanto, proferindo
palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas
libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, 19
prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois
aquele que é vencido fica escravo do vencedor.
(20 Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações
do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam
enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o
primeiro. 21 Pois melhor lhes
fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo,
volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. 22 Com eles aconteceu o que diz
certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada
voltou a revolver-se no lamaçal).
Conclusão e aplicação
Acautelai-vos!
Tomem cuidado! No mundo há muitos! Este país tem muitos!
1. Primeiramente,
uma aplicação geral: mais uma vez nós vemos a veracidade da Bíblia como Palavra
de Deus.
Pois tal como
disseram Jesus e os apóstolos, assim nós vemos acontecer. E se é da maneira
como a Bíblia predisse, então nós devemos crer nela. E também obedecê-la. Ela
não diria para tomarmos cuidado se isto não fosse uma questão de vida ou morte
para nossas almas. Se uma pessoa ficar iludida com as mentiras, a sua fé no
verdadeiro evangelho pode ser destruída, e ela se afastar dos caminhos de Deus.
Então não é uma coisa sem importância, que tanto faz se você seguir o que eles
dizem ou não: é uma questão de conhecimento da Palavra de Deus, de fé e de
obediência.
2. Em segundo
lugar , uma palavra a meu respeito, e de todos os que pregam
1ª Tm 4:16
Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti
mesmo como aos teus ouvintes.
At 20:28-31
28 Atendei por vós e por todo o
rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes
a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. 29 Eu sei que, depois da minha
partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. 30 E que, dentre vós mesmos, se
levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás
deles. 31 Portanto, vigiai,
lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com
lágrimas, a cada um.
Nós
pregadores, precisamos constantemente examinar a nós mesmos, se estamos sendo
fiéis como bons despenseiros de Deus. Precisamos nos humilhar, nos converter
dos nossos maus caminhos constantemente, para não acontecer, como disse Paulo,
que tendo pregado a outros, venhamos a ser desqualificados[2].
Também
precisamos estar atentos ao que é falso, e alertar os irmãos quanto a estas
coisas, pois um dia iremos dar contas a Deus não somente pelo que ensinamos,
mas também se tivermos percebido ensinamentos errados e não tivermos vigiado
sobre os irmãos.
3. Uma palavra a
todos os ouvintes da pregação
Nós, os ouvintes
precisamos ter cuidado de duas maneiras:
Precisamos
examinar a nós mesmos sempre, a fim de verificar se realmente estamos na fé. Pedro
nos faz uma advertência muito séria, quando diz que se uma pessoa toma
conhecimento da verdade e volta aos velhos pecados, seu último estado se tornou
pior do que o primeiro. Então precisamos nos examinar, nos julgar, a fim de ver
se estamos andando no caminho estreito, de fé em Deus, de amor ao próximo, de
esperança em Jesus, de santidade, que leva à salvação eterna, ou se estamos
andando no caminho largo que leva à perdição.
Como disse
certo homem de Deus, para o cristão, “o
mundo não é um parque de diversões, é um campo de batalha”.[3]
Se edificarmos nossa vida sobre palavras que não são de Deus, se confiarmos em
mentiras, estaremos edificando nossa vida sobre a areia.
4. Quarto, uma
palavra sobre os que não pregam o evangelho tal como a Bíblia ensina.
Estão em
grande perigo. Não penso, irmãos, que sejamos melhores. Penso que muitos deles,
quem sabe a maioria, começaram bem, com boas intenções.
Mas a natureza
humana é terrível, o nosso coração é desesperadamente enganador, e Satanás é
cheio de artimanhas. Então, à medida que os acontecimentos do ministério vão se
desenrolando, em algum momento eles se desviam.
Há três coisas
que precisamos fazer quanto a isto:
4.1 – Com temor
e tremor, vigiar a nós mesmos: aquele que pensa estar em pé cuide para que não
caia.
4.2 – Vigiar.
Acautelarmo-nos, não nos deixarmos envolver por doutrinas estranhas, que
parecem o evangelho mas não são.
Não nos
deixarmos envolver por emocionalismos, mas manter a sobriedade. Os crentes
percebem quando há alguma coisa errada. E
também não sustentar este tipo de ministério, comprando esses “kits” mágicos,
ou dando ofertas. O lugar de usarmos os recursos que Deus nos dá, em primeiro
lugar, é a nossa própria igreja.
4.3 – Orar pelos
pregadores, tanto os que estão pregando o evangelho corretamente, como os que
não estão.
Pois o nosso
coração é tão enganoso, que mesmo as nossas melhores obras são contaminadas
pelo pecado que ainda reside em nós. Mesmo quando, no sentido positivo,
biblicamente correto, julgamos os falsos profetas, corremos o risco de
abandonar o primeiro grande mandamento, e nos tornarmos “fariseus”.
Ap 2:2-5
2 Conheço as tuas obras, tanto
o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e
que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os
achaste mentirosos; 3 e tens perseverança, e suportaste provas por
causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. 4 Tenho, porém,
contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. 5 Lembra-te, pois, de
onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não,
venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.
A igreja em Éfeso, sem dúvida, era uma igreja doutrinariamente firme. Primeiramente
ela foi evangelizada e ensinada pelo apóstolo Paulo e seus companheiros. Tempos
depois ele voltou ali e ensinou aos presbíteros o cuidado que eles deveriam ter
contra falsos mestres. E depois deixou ali Timóteo, um de seus discípulos mais
confiáveis. E agora, nos tempos em que o Apocalipse foi escrito, a igreja de
Éfeso estava no circulo de influência direta do apóstolo João.
Doutrinariamente, então, esta igreja era conhecedora da verdade. Mas como
bem sabemos, temos a tendência natural ao desequilíbrio espiritual, e esta
igreja pecava por sua falta de amor. A firmeza doutrinária é indispensável à
saúde espiritual, para que não sejamos como meninos inconstantes, mas o amor
também.Precisamos lutar para que em tempos em que a iniquidade se multiplica, o
nosso amor não esfrie. E penso eu, uma das melhores maneiras de cultivar o amor
genuíno é orando em favor dos que estão no erro.
Amém, glória a Deus por esta palavra cheia da graça e do amor de Deus
ResponderExcluirPara nos exortar e nos dá força para permanecer firmes e não se desviar para o caminho largo.
Deus os abençoe sempre no nome de Jesus Cristo o único e verdadeiro caminho
E em Isaías 57:21, o Senhor diz que não há paz para aqueles que vivem na perversidade! – Para os perversos, diz, o meu Deus, não há paz.
ResponderExcluirAgora, vejamos o que Jesus disse quando ordenou que o evangelho fosse pregado no mundo inteiro.
Lc 24:46-47
46 E lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia 47 e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.
O que Jesus ordenou foi que pregassem arrependimento. Isto o falso profeta não faz.
Que Deus te abençoe e te guarde.
ResponderExcluirParabens, excelente estudo
ResponderExcluirEstudo edificante.
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