Igreja Evangélica
Presbiteriana
Domingo, 03
de junho de 2012
Pr. Plínio
Fernandes
Meus amados irmãos,vamos ler Mateus
5:33-37
33 Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás
falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos.
34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o
trono de Deus; 35 nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem
por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; 36 nem jures pela tua
cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. 37 Seja,
porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.
Você já experimentou
comer um pedaço de maçã, ou um pedaço de carne, com o dente quebrado? Já
experimentou ficar em pé e andar logo após um acidente no qual quebrou o pé?
Não consegue, não somente por causa da grande dor, mas também porque um pé
quebrado tira o equilíbrio, a sustentação e a firmeza do corpo inteiro.
Bem; no livro de
Provérbios, o Espírito Santo nos diz que a mesma coisa acontece quando
confiamos numa pessoa desleal:
Pv 25:19
“Como dente quebrado e
pé sem firmeza, assim é a confiança no desleal, no tempo da angústia”.
A lealdade, a constância
de palavra, a firmeza nos compromissos assumidos, é uma das qualidades de
caráter de Deus. Se Deus não fosse fiel, nós simplesmente não poderíamos
confiar nele, não poderíamos ter fé, e o nosso relacionamento de amor com ele
se tornaria impossível. Da mesma forma a fidelidade deve ser um dos traços do
nosso caráter, se somos filhos de Deus.
Como os irmãos se lembram,
neste trecho do Sermão do Monte nosso Senhor está nos ensinando que a justiça
do crente não pode ser como a justiça dos antigos escribas e fariseus. Porque
o contentamento deles não estava em conhecer e fazer a vontade de Deus revelada
nas Escrituras. Eles se contentavam apenas em seguir as muitas regras
estabelecidas em seus comentários e práticas tradicionais a respeito das
Escrituras crendo que, com isto estavam guardando a lei do Senhor.
Mas o fato é
que, ao colocar as suas tradições em pé de igualdade com a Palavra de Deus
revelada através das Escrituras, com isto estavam rebaixando a autoridade da
Bíblia, e ao mesmo tempo elevando a autoridade das tradições humanas. Na
aparência eram pessoas piedosas, tementes a Deus; mas na essência, no coração,
eram desobedientes e rebeldes. Tanto que Deus estava ali, na frente deles,
encarnado na pessoa de Jesus Cristo, e eles não o reconheceram.
Então Jesus
ensinou aos discípulos que não podia ser assim. Enfatizou que se a nossa
justiça não for maior, mas profunda, se ela não for uma justiça segundo a
vontade de Deus, de coração, e não de aparência, se ela não exceder à justiça
dos escribas e fariseus, jamais entraremos no reino dos céus.[1]
Claro que
Jesus não estava dizendo que podemos chegar ao reino dos céus com a nossa
justiça e santidade próprias. Pois do contrário ele não ensinaria que
diariamente devemos orar buscando o perdão dos nossos pecados.[2]
Mas estava dizendo que a verdadeira piedade, fruto da fé, fruto do
arrependimento, provoca mudanças no caráter humano, e o santifica. Transforma o
coração, a mente, e faz da religião uma coisa do coração, e não das aparências,
com o propósito de ostentação.
Então, a
partir do v. 21, Jesus passou a nos dar algumas ilustrações do que desejava incutir
em nossa mente e em nossas almas, sempre contrapondo alguma interpretação
errada que os escribas e fariseus davam ao Antigo Testamento, com aquilo que
era a real intenção de Deus ao nos dar sua lei.
O primeiro
exemplo,[3]
foi em relação ao mandamento “não matarás”. Jesus disse que quando Deus deu
este mandamento, o seu propósito não era apenas no sentido de que não fossemos
assassinos, mas que não nutríssemos, em nosso coração, ódio em relação a
qualquer pessoa. Que não usássemos
palavras destrutivas, depreciativas, que fazem mal. Que tenhamos paz com o
nosso semelhante: em outras palavras, não basta guardar o mandamento “não
matarás” apenas exteriormente, mas no coração, pois quando odiamos alguém no
coração, já estamos nutrindo um caráter assassino.
O segundo
exemplo dado por Jesus[4]
foi em relação ao mandamento “não adulterarás”. Mais uma vez, Jesus diz que a
intenção do mandamento é o nosso coração. É no coração que Deus deseja pureza,
e não apenas exteriormente. Em seguida[5]
ele diz que a pureza se manifestará em fidelidade aos votos feitos no
matrimônio.
E agora, mais
um exemplo da justiça que excede à dos escribas e fariseus: a fidelidade no
falar. Vamos descrever o ensinamento de Jesus neste ponto fazendo três
divisões:
1.
O que os escribas e fariseus ensinavam
O que os
escribas e fariseus ensinavam é mencionado por Jesus no v. 33
“Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás
falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos”.
Nós não temos aqui algum
texto específico, ou um apanhando geral de vários ensinos do Antigo Testamento.
Na verdade nós temos aqui é uma sutileza de palavras, que nós, brasileiros
chamaríamos de “jeitinho”, ou de uma “pegadinha teológica”. Foi como se os
escribas e fariseus tivessem desejado jogar uma “pegadinha” em Deus.
Em que consistia esta
tentativa de “pegadinha”? Nas palavras “para com o Senhor”. Nós sabemos que o
Antigo Testamento várias vezes (para não dizer muitas) ensina e ordena que os
votos que fazemos a Deus, ou invocando a presença de Deus, devem ser cumpridos.
Por exemplo, no terceiro mandamento, o Senhor ordena:
“Não tomarás o nome do
Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar
o seu nome em vão”.[6]
Também Lv 19:12
“Nem jurareis falso pelo
meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR”.
E Dt 23:21
“Quando fizeres algum
voto ao SENHOR, teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o SENHOR, teu Deus,
certamente, o requererá de ti, e em ti haverá pecado”.
Então os escribas e
fariseus argumentavam o seguinte: “o nome de Deus é santo e temível, e não pode
ser tomado em vão. Se você fizer algum juramento ao Senhor teu Deus, cumpra”. Mas
com isto eles estavam ao mesmo tempo querendo dizer que, se você fizesse um
juramento, mas não tivesse jurado “por Deus”, ou não tivesse jurado “para
Deus”, ou não invocasse a Deus como testemunha, não tinha a obrigação de
cumprir o teu juramento, ou de falar a verdade.
Então eles faziam uma
série de distorções, através das quais uma pessoa podia jurar, mas depois não
cumprir o juramento. Por exemplo, se uma pessoa jurasse pelo céu, ou por sua
cabeça, ou “pela alma de minha avó”, como às vezes ouvimos dizer, ela não
estava jurando por Deus. Jesus menciona este tipo de distorções também em outro
lugar:
Mt 23:16-22
16 Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo
santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica
obrigado pelo que jurou! 17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o
ouro ou o santuário que santifica o ouro?18 E dizeis: Quem jurar
pelo altar, isso é nada; quem, porém, jurar pela oferta que está sobre o altar
fica obrigado pelo que jurou. 19 Cegos! Pois qual é maior: a oferta
ou o altar que santifica a oferta?20 Portanto, quem jurar pelo altar
jura por ele e por tudo o que sobre ele está.21 Quem jurar pelo
santuário jura por ele e por aquele que nele habita;22 e quem jurar
pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado.
As palavras de Jesus
para descrever a espiritualidade dos fariseus dizem tudo: guias insensatos e
cegos. Isto nos conduz o segundo ponto...
2.
Porque Jesus reprova o ensinamento dos escribas e fariseus
Porque,
mesmo que não invoquemos o nome de Deus, tudo o que fazemos, tudo o que
dizemos, é na presença dele. Além disto, todas as coisas pertencem a ele, e ele
domina soberano sobre tudo. Voltemos ao capítulo 5.
5:34-36
34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu,
por ser o trono de Deus; 35 nem pela terra, por ser estrado de seus
pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; 36 nem jures
pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
Veja o que Jesus está
dizendo: se você, ao fazer um juramento, não usar o nome de Deus, desejando com
isto não usar o nome dele em vão, está perdendo seu tempo. Porque tudo pertence
a Deus. O céu é o trono de Deus. Jerusalém é a cidade do grande rei, isto é,
pertence a Deus. Nem sobre a sua cabeça você tem domínio. Pode tingir à
vontade, pode “fazer chapinha”, pode fazer permanente, mas o cabelo branco vai continuar
branco, o cabelo crespo vai enrolar de novo, o cabelo liso volta a ser liso.
Você pode disfarçar, mas não pode mudar a natureza do seu cabelo. Então, o
simples fato de não usar o nome de Deus não afasta a presença de Deus.
Mas será então que Jesus,
ao dizer, “não jureis”, está proibindo o “uso de fórmulas de juramento”, como
os juramentos cívicos, ou diante de tribunais, ou outras coisas exigidas pela
lei? Entendemos que não é isto, porque na própria Bíblia, Deus usa fórmulas de
juramento para fortalecer a nossa fé em sua Palavra.
“Jurei por mim mesmo, diz o Senhor...” [7]
O Apóstolo Paulo também,
em várias ocasiões invoca a Deus como testemunha de que o que está dizendo é
verdade. [8] Esta
linguagem às vezes é necessária por causa da fraqueza humana, que necessita se
certificar de que alguém fala a verdade. Então se houver necessidade diante de
uma autoridade não está errado o uso de fórmulas de juramento.
Mas o ponto que Jesus quer ensinar vamos destacar agora...
3.
O que Jesus requer de nós
Não temos
necessidade de ficar fazendo juramentos, pois devemos cumprir aquilo que
dizemos.
v. 37
“Seja, porém, a tua
palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno”.
Isto é, se a nossa
palavra “sim” não quer dizer “sim”, e a nossa palavra “não”, não quer dizer “não”,
isto não vem de Deus, mas do maligno. Vem de Satanás, o pai da mentira, em cuja
palavra você nunca pode confiar.
Aliás, meus irmãos, quero
fazer um parêntese, e aludir a um grande perigo: existem muitas pessoas, nos
dias de hoje, que formulam suas doutrinas, não com base naquilo que é revelado
nas Escrituras, mas com base nas supostas revelações dadas pelos demônios
através de pessoas possuídas por eles. Então o diabo fica dizendo quais são as
estruturas de governo do mal, os espíritos que dominam sobre cada lugar, as
suas estratégias, como é que ele pode ser derrotado.
O que precisamos saber o
nosso Deus já nos revelou em sua Palavra. Que perigo, quando uma pessoa, em vez
de procurar o que a Bíblia diz (pois mesmo os que procuram sempre não conhecem
tudo), fica entrevistando o diabo para saber como derrotá-lo. Você acha que o
diabo vai lhe ensinar como servir a Deus?
Voltando ao nosso tema, Tiago, o irmão de Jesus, repete o ensino do Senhor
em sua carta, e enfatiza a suprema importância de que as nossas palavras sejam
fiéis:
Tg 5:12
“Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela
terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim sim, e o vosso não
não, para não cairdes em juízo”.
Agora, note a importância suprema que Tiago dá a este comportamento firme,
fiel: “acima de tudo”, isto é, considerem isto uma coisa de valor inestimável,
algo que não pode ser desprezado, que não pode ser desvalorizado. Que a vossa
palavra seja firme, para não cairdes em juízo.
No Salmo 15 o Espírito Santo nos diz isto mais uma vez:
Sl 15: 1-4
1 Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo
monte? 2 O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de
coração, fala a verdade; 3 o que não difama com sua língua, não faz
mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; 4 o que, a
seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR;
o que jura com dano próprio e não se retrata.
O homem que tem comunhão com Deus é aquele que diz cujo “sim” é “sim”, e “não”
é “não”. É o que jura com dano próprio, mas não se retrata, isto é, não volta
atrás em sua palavra. E por que motivo? Porque Deus é assim e nos faz assim:
2ª Co 1:18-20
18 Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não é sim e não. 19
Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi, por nosso intermédio, anunciado
entre vós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas sempre
nele houve o sim. 20 Porque quantas são as promessas de Deus, tantas
têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por
nosso intermédio.
Amados, nós temos continuado a ser pecadores, mesmo depois que cremos em
Cristo e o recebemos como Senhor e Salvador de nossas almas, mesmo depois que o
Espírito Santo veio habitar em nossos corações, e mesmo odiando o fato de
cometermos pecados. Mas ainda assim, cremos na purificação dos nossos muitos
pecados, mediante o sangue de Jesus. Cremos que, quando Jesus voltar, não
seremos afastados de sua presença, envergonhados, mas que seremos recebidos em
seus braços de amor, estaremos para sempre com ele.
E porque podemos confiar que estamos salvos? Porque Deus é fiel e justo.
Ele nos perdoa os pecados, e nos purifica de toda a injustiça. E não somente
podemos confiar no perdão, mas em todas as outras promessas, pois Deus é fiel.
Se Deus é assim fiel, se podemos confiar em sua Palavra, se temos a
esperança de ser completamente puros, assim como Jesus é puro, então a
fidelidade no falar deve ser uma das características que estamos desenvolvendo
em nossa vida, no processo da santificação.
Conclusão
Temos assim três motivos para que a nossa palavra sim seja sim, e a nossa
palavra não seja não.
1ª – Deus é assim
2ª – Satanás, o maligno, o pai da mentira não é fiel. Não somos filhos do
maligno, mas de Deus
3ª – Nós somos filhos de Deus, e como tais, devemos ser seus imitadores
Aplicação
Não preciso dizer que atualmente esta é uma característica negligenciada
por muitos que se entendem como filhos de Deus. O que vemos, com tristeza, é
que muitos membros de igreja não são fiéis em seus relacionamentos familiares,
não são fiéis em seus votos assumidos com a igreja perante Deus, e com Deus
perante a igreja. Tantos pais são omissos em relação aos votos proferidos no
momento em que apresentam seus filhos ao batismo! Tantos crentes assumem
compromissos e responsabilidades perante a igreja, mas são omissos no cumprimento
de suas próprias palavras! Para não dizer da infidelidade nas relações
trabalhistas, nas amizades.
Querido, se de alguma maneira você tem sido infiel, preciso dizer que isto
não é semelhança com Jesus. Não glorifica ao Pai, entristece o Espírito Santo. Se
você percebe que tem desonrado ao Senhor com infidelidade, arrependa-se, mude
sua maneira de pensar, de falar, de se comportar. Sejamos fiéis, pois isto é
honroso, agradável a Deus, faz bem ao mundo e às nossas almas.
muito edificante gostei.
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirmuito,muito bom! Me ajudou bastante!! Estou começando a ler os evangelhos agora e seu estudo me ajudou demais.Parabens! Deus abençoe!
ResponderExcluirPaz do Deus Jesus amém irmão ou Pastor bem que a palavra o verbo venha cada vez mais se agigantar neste templo do senhor amém e muito Jesus Cristo para VC e sua família muito bom está meditação sim na minha inguinorancia o espírito santo me ajudou neste ensino vou para eu ser aperfeiçoado pela palavra bem a paz Boa noite
ResponderExcluirQue palavra mais edificante para nossas almas, parabéns por Deus usar você através desses versículos . Aprendi muito com essas palavra Obrigado!
ResponderExcluirObrigado pela mensagem me ajudou muito Deus abençoe mais e mais sua vida
ResponderExcluirObrigadooooo......
ResponderExcluirÉ extremamente edificante muitos presisavam deste entendimento, amém.
ResponderExcluirEsclarecedora obrigado pastor !
ResponderExcluirGrandioso
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