Itapetininga, 14 de abril de 2013
Pr. Plínio Fernandes
Queridos,
eu quero ler com vocês Lucas 16:19-31
19 Ora, havia certo homem rico
que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava
esplendidamente.20 Havia também certo mendigo, chamado Lázaro,
coberto de chagas, que jazia à porta daquele;21 e desejava
alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham
lamber-lhe as úlceras.22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado
pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.23
No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e
Lázaro no seu seio.24 Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem
misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me
refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.25 Disse,
porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e
Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em
tormentos.26 E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós
e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem
os de lá passar para nós.27 Então, replicou: Pai, eu te imploro que
o mandes à minha casa paterna,28 porque tenho cinco irmãos; para que
lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.29
Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.30 Mas
ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles,
arrepender-se-ão.31 Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a
Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite
alguém dentre os mortos.
Nosso Senhor veio ao mundo para glorificar a Deus
através da salvação de pecadores, de homens perdidos. Tudo o que Jesus fez e
falou foi com este propósito em mente.
E aqui neste texto ele conta uma estória, através da
qual nos ensina o caminho da salvação. É uma estória sobre dois homens, cujas
vidas foram completamente diferentes, e cujas almas tiveram destinos
completamente diferentes também: o rico e Lázaro.
O rico desfrutava de tudo o que há de bom que este
mundo pode oferecer: morava numa ótima casa. Vestia-se da melhor maneira.
Alimentava-se bem. A cada dia deleitava-se em tudo quanto possuía. Em todas
estas coisas não há pecado algum.
Mas na porta de sua casa havia um mendigo, que era
completamente desprezado pelo homem rico; o homem rico não sentia a menor
piedade, não era movido pelo menor gesto de compaixão - não amava o seu
próximo, nem a Deus.
O mendigo, por sua vez, era completamente
desprezado, rejeitado.
Um dia, ambos morreram, e a situação deles foi
invertida: o rico foi levado para um lugar de tormentos, e Lázaro, o mendigo,
para um lugar de consolo.
Ali, naquele lugar de sofrimento, o homem rico não
conseguia nem um pouco de alívio, de refrigério, e sofria ainda mais sabendo
que seus cinco irmãos, que ainda estavam vivos, poderiam ir para onde ele
estava, mas embora desejasse, não havia nada que pudesse fazer para livrá-los.
O propósito de Jesus é nos ensinar o caminho da vida
eterna, da salvação. O que esta estória nos ensina?
1. Que a
morte física é inevitável
O homem não é eterno sobre a terra. Morrem ricos e
pobres. Homens e mulheres. De todas as raças. Pode ser por idade avançada, pode
ser por enfermidade, pode ser por um evento trágico..
Na maioria das vezes, a morte é súbita, repentina,
inesperada. Uma pessoa pode morrer aos 90, aos 45, aos 32, aos 16 anos. O pó
volta à terra, como era.
No entanto, a morte biológica não significa o fim da
existência consciente; ao contrário...
2. A morte biológica torna-se uma passagem,
o despertar para a eternidade
As almas humanas são imortais. O espírito continua a
existir, consciente, capaz de sentir alegria ou tristeza, felicidade ou
sofrimento. Após a morte, o homem colhe tudo o que semeou durante sua
existência neste mundo.
Você é uma alma imortal. E diante de cada alma
imortal, existem duas possibilidades dois destinos possíveis:
2.1-
O céu, o paraíso - o “seio de Abraão”
O mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o
seio de Abraão.
“Ficar recostado no seio” era uma posição de
intimidade e afeição entre amigos nos banquetes antigos. Os amigos íntimos
ficavam aconchegados, como João, o discípulo amado, diz que recostou-se sobre o
peito de Jesus, no dia da última Páscoa que eles estavam celebrando antes da
crucificação.[1]
A Bíblia testemunha de Abraão, homem cheio de fé,
amigo de Deus, pai espiritual de todos os que creem em Jesus Cristo - quando
ele morreu, sua alma foi para a presença de Deus. E quando Lázaro morreu, foi
levado para o mesmo lugar que Abarão - o paraíso. Ali os seus sofrimentos
cessaram, tornaram-se coisas do passado: a fome, as enfermidades, as
necessidades, o desprezo, a rejeição.
Antes, jogado entre os cães; agora, digno e honrado.
Ali estava consolado. O céu é o lugar de nossa plena realização como seres
humanos. É o lugar da presença de Deus. Como Paulo disse: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração
humano, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”.[2]
O céu é o lugar onde o homem, criado por Deus, para
glorificá-lo e gozá-lo para sempre, experimenta isto em toda a sua intensidade.
2.2
- Mas o paraíso não é a única possibilidade aberta diante do espírito dos
homens
Jesus nos conta que o homem rico também morreu e não
foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. Não foi para o céu, não encontrou
a paz eterna. Foi lançado num lugar de tormentos. Viu-se “subitamente aniquilado de terror”.[3]
Como tantos já disseram, “Se eu pudesse, anunciaria
esta novidade: ‘o inferno é uma invenção dos padres para manter o povo sujeito
a eles. O inferno não existe.’ Mas não posso, pois seria mentira”.
Mais do que qualquer pessoa, Jesus ensinou sobre a
realidade do inferno, aquele lugar horrível, de sofrimento, dor e frustração,
para o qual foi o homem rico.
2.2.1
- Jesus disse que é um lugar de fogo inextinguível
Mc 9:43
E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois
é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o
inferno, para o fogo inextinguível
É fogo que não se apaga; é pior que o fogo físico,
pois faz queimar a alma. É aquilo que pode causar maior dor e destruição. Exprime
a situação desoladora do homem banido da presença de Deus, condenado à
convivência com espíritos imundos, endurecido no ódio, no mal, no pecado.
2.2.2
- Onde o verme não morre
Mc 9:48
Onde não lhes morre o verme, nem o fogo se
apaga.
Como um verme que come cadáveres, e que jamais se
sacia. Corrói a paz, a alegria, o amor. É o verme da má consciência,
atormentada, que transforma o interior humano num poço de infelicidade.
2.2.3
- É um lugar de choro e ranger de dentes
Lc 13:28
Ali haverá choro e ranger de dentes, quando
virdes, no reino de Deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós,
lançados fora.
O homem chora quando é acometido por uma dor
violenta, física ou emocional, no corpo ou no coração. Range os dentes de
raiva, quando diante de algo que não pode mudar. No inferno não há esperança,
saída, refrigério.
2.2.4
- É um lugar de trevas
Mt 22:13
Então, ordenou
o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas;
ali haverá choro e ranger de dentes.
O que o homem deseja é luz, aconchego, abrigo contra
a noite escura; no inferno não há proteção. É morte. Morte consciente.
2.2.5
- A razão de ser do inferno
Mt 25:41
Então, o Rei dirá também aos que estiverem à
sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para
o diabo e seus anjos.
Foi preparado para o diabo e seus anjos. Deus não
tem prazer em lançar os homens no inferno, mas fará isto. Como pode fazer isto?
Como pode Jesus falar assim? Não é Deus amor? Não é Jesus a maior expressão do
amor de Deus? Como pode Jesus falar de maneira tão severa, a respeito de algo
tão aterrorizador?
Justamente porque Deus é amor. Não tem prazer em que
os homens se percam ali, e então nos diz a verdade, adverte do perigo,
repreende, ameaça, chama os homens à responsabilidade, antes que seja tarde.
3. Jesus então nos ensina o caminho do céu
3.1 - Não é por mensagens enviadas ou ensinadas por
espíritos dos que já morreram
O rico não pode voltar. E Deus não enviou ninguém
dentre os mortos. Consultar os mortos é uma prática que Deus proíbe. [4]
A Bíblia adverte que os que praticam estas coisas não verão o reino de Deus.[5]
Uma pessoa só pratica estas coisas se não acredita em Jesus Cristo.
3.2
- Não é algo que se consegue após a morte
Ali não há segunda chance. Há um grande abismo, intransponível.
Não há como diminuir o tormento. Não resolvem orações, intercessões do mundo
dos vivos - não existe purgatório, não existe reencarnação.
Hb 9:27
E, assim como aos homens está ordenado
morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo
3.3
- Qual o caminho?
v. 29
Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os
Profetas; ouçam-nos.
Aquele indicado pela lei e os profetas. Ouçam creiam
nas Sagradas Escrituras.
O que elas ensinam:
Lc 24:44-47
44 A seguir, Jesus lhes disse:
São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se
cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos
Salmos. 45 Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as
Escrituras; 46 e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia
de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia 47 e que
em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as
nações, começando de Jerusalém.
As Escrituras nos ensinam da morte de Cristo por
nossos pecados. Da sua ressurreição. A necessidade de arrependimento para o
perdão dos pecados.
Aplicação
Vejamos alguma implicações deste ensino de Jesus:
1. Se você pertence ao número daqueles que têm
ouvido as Escrituras, têm se arrependido, têm fé no Senhor Jesus Cristo, está
vivendo em amor a Deus e ao próximo
Este
ensino é uma palavra de encorajamento. Continue
a ouvir, a crer, a amar, a obedecer, a orar. Viva para Deus, para a sua glória
- Há uma recompensa aguardando no céu.
É
também uma palavra de consolação. Um
dia você será levado pelos anjos à presença de Deus. E ele dirá: “Bem está, servo bom e fiel, entra no gozo
do teu Senhor”.[6]
Uma
palavra de exortação à oração e à
evangelização de seus amigos e parentes que não crêem. Eles correm grande
perigo. Ficar quietos? Não falar nada? Dormir? Como poderíamos dormir se a casa
ao lado estivesse sendo destruída pelo fogo, e pessoas morrendo queimadas? Como
poderíamos permanecer ociosos, vendo nossos queridos caminhando para o inferno?
Devemos clamar a Deus e aos homens, incomodar, se for preciso.
2.
Mas se você é daqueles que não obedecem à Palavra de Deus, não creem em Jesus,
submetendo-se a ele, não vivem para Deus, mas ao contrário, busca seus próprios
interesses e desejos...
Este
ensino é uma palavra de advertência
quanto ao seu destino. Você está caminhando para um lugar de choro, frustração,
ódio, desespero e dor - o inferno.
É
também uma palavra de amor. Deus está
lhe oferecendo perdão, salvação. Deus não tem prazer na morte do pecador. Enviou
Jesus para salvar os que nele creem.
É
uma chamada ao arrependimento, à fé. Abandone
seus pecados, deixe os seus caminhos errados. Para que fazer tudo o que você
quer, ganhar o mundo inteiro, e perder a sua alma? Converta-se ao Senhor Jesus.
Ele o acolherá com amor e alegria.
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