Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

terça-feira, 12 de março de 2013

Homens que conhecem a Deus têm intimidade com ele - Dn 2:19-49

Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 25 de setembro de 2011
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler Daniel 2:19-49
21 Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu.  20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder;21 é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. 22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. 23 A ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei.
24 Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação. 25 Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação.  26 Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação?  27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; 28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas:
29 Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser.  30 E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente.  31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.  32 A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze; 33 as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro.  34 Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. 35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra.  36 Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei.  37 Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória;  38 a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro.  39 Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.  40 O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará.  41 Quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.  42 Como os artelhos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil.  43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.  44 Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,45 como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação. 
46 Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes. 47 Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério. 48 Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia. 49 A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei. 
Certamente que mais de uma vez, você já teve uma experiência parecida com esta do rei Nabucodonosor: de sonhar, acordar logo em seguida impressionado com o que sonhou, mas na verdade não conseguir saber do que se tratava. Pode ser até que nos primeiros momentos acordado você tivesse alguma ideia, mas depois as coisas se desfizeram em sua mente.
Naquela noite o rei da Babilônia se sentiu muito preocupado, atormentado mesmo, pois segundo os sábios daqueles dias, quando um homem sonhava e depois não conseguia se lembrar, era um sinal de que o seu deus pessoal estava zangado com ele.[1]
Então Nabucodonosor tinha a certeza de que não fora um sonho comum: era um sinal; e um mau sinal. Por isto não conseguiu mais dormir. E fez que fossem chamados os seus sábios, os seus astrólogos, os seus encantadores e os seus feiticeiros particulares, a fim de que lhe revelassem o que sonhara, e também lhe dessem a interpretação de seu significado. Os conselheiros não conseguiram dar ao rei uma resposta satisfatória, pelo que Nabucodonosor se enfureceu, e ordenou que fossem todos executados.
Mas entre eles não estavam presentes quatro jovens muito especiais, recém-incluídos no seu grupo de conselheiros. Daniel (também chamado Beltessasar) , Hananias (também chamado Sadraque), Misael (cujo nome babilônico era Mesaque) e Azarias[2] (também chamado Abede-Nego[3]). Eles eram especiais porque, ao contrário do mundo em que viviam, não acreditavam em astrologia, nem feitiçaria, não praticavam encantamentos, nem adoravam os deuses babilônicos. Eles adoravam somente a Javé, o Deus revelado na Bíblia, que eles sabiam ser o único Deus verdadeiro, o criador e sustentador de todas as coisas nos céus e na terra.
E ainda que estes quatro jovens não estivessem presentes, Nabucodonosor deu ordens para que todos os seus conselheiros religiosos fossem mortos. Então Arioque, o chefe da guarda do rei foi buscá-los, a fim de que fossem executados com os demais.
Quando Arioque chegou, tendo tomado conhecimento do que estava acontecendo, Daniel solicitou uma audiência com o rei, e lhe pediu um tempo, para que orasse, e prometeu que traria uma revelação de Deus sobre aquele mistério.
Nabucodonosor concedeu um prazo a Daniel. Ele e seus amigos buscaram a Deus em oração, e também numa visão noturna, o Senhor lhe revelou o que o rei precisava saber. Por esta proeza, a vida de Daniel, de seus amigos, e também dos outros sábios da Babilônia foi salva. Nabucodonosor se sentiu aliviado, o Deus do céu foi engrandecido, e os seus servos foram reconhecidos.
O povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo (Dn 11:32). Se esforçará e fará proezas.
Em nosso estudo do cap. 1, meditamos sobre a proeza da santificação – Daniel decidiu em seu coração, firmemente, que não se contaminaria com as finas iguarias do rei. Depois, no cap. 2, já temos estudado a segunda proeza: o uso de seus dons espirituais. E no estudo de hoje, vamos particularizar esta segunda proeza, falando sobre a interpretação do sonho de Nabucodonosor. Ela nos mostra que homens que conhecem a Deus têm intimidade com ele.
1º - O que Nabucodonosor sonhou está registrado nos vs. 29-35
Daniel contou que naquela noite o rei havia se deitado e ficado a pensar no futuro, nas coisas que aconteceriam depois. Para Nabucodonosor, o futuro era um mistério. Mas há um Deus no céu, disse Daniel, para quem nada é misterioso, “e ele lhe deu este sonho para que o rei saiba o que acontecerá”.
A visão começava com os dias do rei, mas se estendia até os últimos dias. Esta expressão, “últimos dias”, volta aparecer no cap. 10, v. 14, e ali, assim como nos profetas do Antigo Testamento em geral, é usada como equivalente a dias distantes. No v. 45 Daniel usa a palavra “futuramente”.
Agora, o Novo Testamento é mais específico ao falar do período que “os últimos dias” compreendem. Segundo o Novo Testamento, os últimos dias começaram com a primeira vinda do Senhor Jesus, quando ele veio trazer o reino de Deus através de sua morte pelos nossos pecados, e se estendem até a segunda vinda, quando ele virá para o julgamento de todos os homens, a renovação do universo, e o fim da história tal como a conhecemos. Na verdade, depois disto tudo é que as coisas vão realmente começar, e não haverá limites para todas as maravilhas divinas na eternidade, que vamos conhecer e viver.
Mas voltemos ao sonho do rei. Em seu sonho, Nabucodonosor viu uma imensa estátua. Ela estava em pé, diante do rei. Sua aparência era admirável. O seu esplendor era extraordinário. Pelo fato de que sua cabeça representava Nabucodonosor, os artistas sempre a retratam como sendo a estátua de um rei.
A cabeça desta estátua era de ouro finíssimo. O peito e os braços eram feitos de prata. O ventre e os quadris, de bronze. As pernas eram de ferro, e os pés, em parte de ferro e em parte de argila. Enquanto Nabucodonosor olhava, de um monte foi cortada uma pedra, ou antes, foi tirada, sem mãos, uma rocha que caiu nos pés da estátua. E quando ela bateu nos pés, todas as partes da estátua se esmiuçaram, se transformaram em pó, leve e fino como palha seca jogada ao vento. O vento levou tudo, e não se viu mais nada daquela estátua, pois foi totalmente desfeita. Mas a rocha que feriu a estátua começou a crescer, e se tornou uma imensa montanha, muito maior que a estátua, e o seu tamanho cobriu a terra inteira.
Isto foi o que Nabucodonosor viu em seu sonho e não conseguia mais se lembrar. Porque Deus, que deu este sonho ao rei, fez com que ele se esquecesse depois? Me parece irmãos, que é por que Nabucodonosor não sabia quem era o Deus verdadeiro, e o Senhor queria que ele o conhecesse. O Senhor queria que ele soubesse a verdade. Se ele se lembrasse do sonho, contaria aos seus feiticeiros, e estes dariam uma interpretação qualquer. Então todo este acontecimento cheio de mistérios era para que o rei soubesse que o Deus de Daniel é o Senhor de tudo.
O Senhor ocultou o sonho a Nabucodonosor, e o revelou a Daniel. Não somente o sonho, mas também a sua interpretação.
2º - A interpretação do sonho está registrada nos vs. 36-45
Daniel começa dizendo que a cabeça de ouro representava Nabucodonosor. Isto porque Nabucodonosor era um homem que havia recebido de Deus um poder extraordinário. Havia se tornado “rei de reis”. Seu domínio se estendia sobre várias nações: toda a região que naquele tempo compreendia, além da própria Babilônia, a Síria, a Assíria, a Palestina, a Arábia, a Península do Sinai e o Egito. Ele tinha em suas mãos uma autoridade imensa.
Mas Nabucodonosor não seria rei eternamente. Depois que ele passasse, surgiria outro reino. Nabucodonosor reinou 43 anos, e depois o reino passou às mãos de seu filho Nabonido, e depois a Belsazar, filho de Nabonido, que foi co-regente de seu pai. Depois disso, disse Daniel, surgirá outro reino. Este reino, que seria inferior ao de Nabucodonosor, na estátua era representado pelo peito e braços de prata.
Com efeito, em 539 A. C., o império medo-persa conquistou o império babilônico. E ainda que, em extensão territorial o império medo-persa fosse bem maior, era mais fraco na imposição de seu domínio. O cap. 5 nos conta do dia em que Dario, o medo, passou a reinar sobre a Babilônia. O período do reino medo-persa foi de quase 200 anos.
O ventre e os quadris de bronze, disse Daniel, representavam o terceiro reino, que viria depois do peito e dos braços de prata. Assim, depois dos medo-persas, através de Alexandre, o Grande, veio o período da supremacia grega. A partir de 331 A. C., em apenas 12 anos, Alexandre, o Grande, saiu da Grécia e se tornou o conquistador de um território imenso, do sul da Europa, até a índia, do norte da África e por todo o Oriente Médio.
O período grego durou cerca de 270 anos. Entre 60 e 70 A. C. chegou a vez do império Romano, representado pelas pernas de ferro. Mas Daniel disse que os pés eram em parte de ferro, e em parte de argila. Isto porque os reis deste império procurariam se fortalecer através de alianças de casamento que não dariam certo. Assim como o ferro e o barro não se misturam.
Nos dias destes reis, disse Daniel, surgiria um reino completamente diferente de todos os outros. No sonho de Nabucodonosor, este reino era representado por uma rocha que foi tirada de um monte, mas não por instrumentalidade humana. Esta rocha simbolizava um reino que surgiria de modo diferente dos reinos antecessores. Ele seria suscitado pelo Deus do céu, e destruiria todos os reinos humanos. Este novo reino começaria a crescer, de modo que encheria toda a face da terra, e não teria fim.
Mais tarde, no cap. 6, o rei Dario presta louvor ao Deus de Daniel. Vejamos como ele o faz:
Dn 6:26
“Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim”.
Dario viu o poder de Deus, creu, e queria que todos em seu reino tivessem a mesma atitude. Ainda que ele estivesse enganado a respeito da maneira como as pessoas devem temer a Deus, pois não é por decreto, mas sim pelo conhecimento de Deus, ele estava certo quanto ao reino de Deus. É um reino que não será destruído. O seu domínio não terá fim.
Será que é difícil entender de que reino Daniel está falando? Mas, para que não haja dúvidas desejo ler apenas uma passagem com os irmãos:
Lc 2:1
“Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se”.
Este capítulo está narrando o nascimento de Jesus Cristo. Foi nos dias do quarto reino, o império romano. O que aconteceu com o Império Romano? A partir daí, tendo brilhado por algum tempo, também ele começou a declinar, até que acabou no século V.
Sim: existem alguns, anticristãos, que entendem isto de modo negativo, dizendo que a religião cristã é obscurantista, anti-intelectual, anti-humanidade, e que onde quer que o cristianismo triunfe a humanidade decai.
Mas os que conhecem os frutos do evangelho tem uma visão diferente. Silenciosamente, sem estratégias humanas, sem poderio militar, sem que a maior parte do mundo percebesse, o rei dos reis nasceu. Algum tempo depois ele começou a pregar as boas novas do reino de Deus, a expulsar demônios, a curar enfermos, ressuscitar os mortos. E disse: se eu faço estas coisas pelo poder do Espírito de Deus, certamente o reino de Deus está entre vós. [4]
Desde então, através do evangelho, o reino de Deus só vem crescendo, alcançando mais e mais pessoas no mundo inteiro. E onde quer que as pessoas sejam alcançadas, e passam a viver de acordo com o reino de Deus, a sociedade, como um todo, se torna melhor. O evangelho, através dos séculos, tem libertado centenas de povos da idolatria, do canibalismo, das guerras tribais. Tem libertado milhares de vidas dos poderes demoníacos, promovido a construção de escolas, hospitais, a justiça social.
E este reino nunca se acabará. Chegará o dia em que ele se manifestará no mundo inteiro, quando Jesus voltar. Então será o dia da colheita: os justos e os injustos serão separados uns dos outros. E os justos ouvirão as palavras de Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai, e entrai para a posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34).
Conclusão
v. 45b
O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação. 
Tal como Daniel disse, assim aconteceu, e assim tem acontecido. Ouvindo estas coisas, o rei se prostrou diante de Daniel, e o engrandeceu, e reconheceu a grandeza do seu Deus.
Aplicação
Vamos tirar algumas aplicações práticas para nós
1ª - Aqueles que conhecem a Deus têm intimidade com ele.
Não estou dizendo que todos devamos ter dons espirituais extraordinários, como Daniel, mas que não precisamos ficar perdidos em meio a toda a confusão reinante neste mundo. Temos um Deus que nos orienta, que nos revela o que há de ser.
Tantas pessoas vivem com medo do que há de ser no futuro, simplesmente porque não conhecem ao Deus da Bíblia. Mas ele não está longe; pois nele nos movemos e existimos. Todo aquele que invocar o nome do Senhor o conhecerá e será salvo. Todo aquele que o conhece tem intimidade com ele, e sabe que seu o futuro está em boas mãos. Você crê no Deus que se revela na Bíblia? Crê em Jesus Cristo? Então pode ter intimidade com ele, através da oração, da meditação em sua Palavra.
2ª - Podemos ter a forte convicção de que a Bíblia é Palavra de Deus.
A maneira como os eventos históricos se sucederam a partir daí é tão fiel ao texto bíblico, que muitos estudiosos acreditam que Daniel jamais poderia ter falado estas coisas. Por conseguinte, dizem, este livro deve ter sido escrito muito tempo depois dos acontecimentos.
Mas isto significaria que o livro de Daniel deveria ter sido escrito pelo menos no século V D. C. Acontece que, entre outras evidências, existem manuscritos de Daniel datados décadas antes do nascimento de Jesus. O manuscrito mais antigo conhecido data da primeira metade do primeiro século A.C. O livro de Daniel era uma parte aceita das Escrituras naquele tempo e era tão bem conhecido aos judeus, que já se haviam feito muitas cópias dele.[5]
Mas nós temos uma explicação melhor: é que não somente o livro, mas todo os eventos ali registrados foram inspirados por Deus.
3º -  Podemos confiar no que a Bíblia diz: seus preceitos, seus mandamentos, suas doutrinas, suas promessas. Pois se é de Deus é infalível. É confiável. É verdadeiro. É inerrante.
E mais, devemos também temer e tremer diante do Deus de Daniel e das palavras deste livro. Pois assim como ele diz que o reino de Deus cobrirá toda a face da terra, diz que os injustos não herdarão este reino.
E devemos nos preparar para o fim dos dias. Cuidar de nossa vida espiritual. As palavras deste livro nos dizem que a história das nações, das pessoas, da humanidade, tudo está nas mãos de Deus, mesmo quando parece que Deus não está presente.
Daniel predisse a ascensão e queda do império medo-persa, do império grego e do império romano. Predisse a queda o império babilônico. Predisse a vinda do reino de Deus. Como veremos mais tarde, predisse também a vinda de Jesus. E porque ele foi capaz de dizer antes? Pois Deus, em cujas mãos está o governo da história, o revelou a Daniel.
Se tudo aconteceu até agora como foi predito, podemos confiar que todas as outras predições da Bíblia se cumprirão. Jesus voltará, e dará o seu reino aos crentes. Nada pode evitar o crescimento deste reino.
4º. Isto deve nos dar imenso encorajamento.
Eu acho que a melhor maneira que tenho para encerrar nossa mesnagem de hoje é citando Stuart Olyott, em seu ótimo livro sobre este profeta:
O reino tem prevalecido e sempre prevalecerá contra toda oposição. Os cristãos podem ser queimados vivos (como Nero o fez), jogados às feras em anfiteatros ou exilados às ilhas. Podem ser encerrados em covas, horrivelmente torturados ou publicamente executados. Porém, nada do que é feito contra eles impede o crescimento de seu número. O sangue dos mártires é a semente da igreja. O reino cresce ... Finalmente, será semelhante a uma montanha que enche toda a terra. Isto não significa, naturalmente, que todos serão salvos, mas que, por fim, haverá pessoas de todas as nações e línguas na proclamação do louvor celestial ao Senhor Jesus Cristo: “Digno é o cordeiro, que foi morto ...” (Ap 5.12). O reino de Cristo é eterno. O dia se aproxima quando ele destruirá todas as outras autoridades, governos e poderes (1 Co 15.24). Seu governo, então, será o único a permanecer. O universo inteiro reconhecerá seu senhorio, enquanto seus súditos voluntários ficarão emocionados, ao ouvirem: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). Sem dúvida, o povo do Senhor será sempre um remanescente, uma pequena minoria em relação a toda a população do mundo. Porém, o ensino deste capítulo nos assegura que o remanescente existirá sempre e estará continuamente aumentando, até que se estenda aos confins da terra. Não precisamos temer quanto ao futuro da causa de Cristo. A arca de Deus vai muito bem; não precisamos estender nossas mãos para mantê-la firme. a futuro do reino de Cristo está tão seguro quanto as promessas de Daniel 2.Este reino não falhará; em breve será o único a existir. Portanto, vale a pena consagrar tudo que temos e somos à ampliação do reino de Cristo. Todas as nossas posses, talentos e energia devem ser devotadas ao grande trabalho de ganhar outros para Jesus. Não podemos parar. Enquanto semeamos, nem toda a semente germina; nem a maior parte. Mas uma parte dela sempre germina; e os que vão sendo salvos começam a viver uma outra vida, sob o senhorio de Cristo.[6]




[1] Cf. Joyce G. Baldwin, Daniel, Introdução e Comentário (S. Paulo, Vida Nova, 1983), pg. 93.
[2] Daniel significa “Deus é o meu juiz”, Misael significa “quem é semelhante a Deus?”, Hananias, “Jeová é gracioso”, e Azarias, “Jeová auxilia”. Cf. Stuart Olyott, Ouse ser Firme – O Livro de Daniel: História e Profecias (São José dos Campos, Ed. FIEL, 1996), pg. 16.
[3] Beltessazar, aquele que “guarda os segredos de Bel” (um deus babilônico), Mesaque é uma referência a Vênus, Sadraque, uma referência ao deus Marduque; e “Abede-Nego”, servo do (deus) Nego. Ibid.
[4] Mt 12:28
[5] http://www.fortalezaredes.com.br/documents/biblia/Antigo/Intrdani.htm
[6] Olyott, págs. 35, 36.

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