Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 24 de março de 2013
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler Mateus
11:20-30:
20 Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele
operara numerosos milagres, pelo fato de não se terem arrependido: 21
Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se
tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam
arrependido com pano de saco e cinza. 22 E, contudo, vos digo: no
Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras. 23
Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno;
porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram,
teria ela permanecido até ao dia de hoje. 24 Digo-vos, porém, que
menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para
contigo. 25 Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos
e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque assim foi do
teu agrado. 27 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o
Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o
Filho o quiser revelar. 28 Vinde a mim, todos os que estais cansados
e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso
para a vossa alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é
leve.
A palavra “então”,
no v. 20, relaciona as coisas que Jesus diz daqui em diante com as que vinha
dizendo nos versículos anteriores, especialmente 16 a 19. Neles o Senhor fizera
uma contundente censura ao caráter daquela geração a quem pregava.
E de acordo
com aquele que discerne os corações, eram pessoas, em sua maioria, volúveis e
interesseiras; tinham um coração indisposto para com Deus. Pois houve um homem
enviado por Deus cujo nome era João. Ele vivia de modo simples, sério, austero,
não bebia vinho, jejuava sempre, e trazia no coração e nos lábios um fogo do
Espírito, pelo qual chamava a nação ao arrependimento. Nos primeiros tempos,
muita gente se agregou a João. Mas agora, preso por causa de sua pregação,
estava sendo chamado “endemoniado” (v.18).
Então veio
Jesus, o Filho de Deus: alegre, comendo e bebendo. E por isto mesmo o chamavam
de glutão e bebedor de vinho, amigo dos pecadores (v. 19). Eram gente mimada, manhosa,
cheia de vontades, que imponha condições para servir a Deus, infantil, que
reclamava de tudo. Gente de coração duro.
Então, por
causa dessa dureza de corações, o Senhor passou a clamar contra aquelas pessoas
que tinham visto tanto da graça de Deus, mas que haviam se fechado para
recebê-la. Corazim e Betsaida, assim como Cafarnaum, foram cidades altamente
privilegiadas, pois tiveram a presença pessoal do Salvador andando por suas
ruas, curando enfermos, ressuscitando mortos, ensinando em suas casas e sinagogas.
Jesus morou em Cafarnaum boa parte desse tempo.
Estas
coisas maravilhosas, disse o Senhor, deveriam ter feito com que aquelas pessoas
caíssem em si por causa de seus pecados, mudassem de vida e se convertessem a
Deus. Há uma verdade aqui: as obras da graça de Deus, as bênçãos que ele
realiza em nossa vida devem tocar o nosso coração; devem compungir-nos, fazer-nos
quebrantados e humildes, como aconteceu com muitos no dia do pentecoste, quando
ouviram Pedro anunciar a morte e a ressurreição de Jesus, e diante desta
maravilha, ficaram contritos e convictos, vindo a converter-se.[1]
Mas não;
Cafarnaum, Corazim e Betsaida resistiram à graça de Deus. E por isto seriam
lançadas no inferno. Seriam julgadas por Deus com mais rigor do que Tiro,
Sidom, Sodoma, cidades gentias notórias por seus pecados. Pois estas cidades
gentias, ainda que julgadas por causa das suas inúmeras iniquidades, nunca
haviam recebido a mensagem que chamava ao arrependimento, como estas cidades de
Israel. E aqui mais uma verdade: a quem muito é dado, muito é exigido. Aquele
que não fez a vontade de seu senhor porque não foi orientado nela, será
castigado (não nos iludamos); mas aquele que foi orientado, e não fez, será
castigado com rigor maior.[2]
Então o
Senhor clama; e penso que neste clamor do Senhor há um misto de indignação e
tristeza.
- Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!... Ai de ti por
causa dos teus pecados!... Ai de ti por causa da dureza do teu coração! Ai de
ti por causa do teu destino!...
Mas depois,
a partir do v. 25, o Senhor passa a falar sobre aqueles a quem tem reservado um
destino melhor. Aqueles que, em vez do tormento infernal, encontram a salvação,
o descanso para suas almas. Aqueles que têm conhecido a Deus. A quem o Pai tem
se revelado. Vamos falar sobre eles.
Primeiro consideremos...
1. A quem o Pai é revelado
1.1 – O Evangelho
diz que somente conhece o Pai aquele a quem Jesus o revela
v. 27
Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece
o Filho, senão o Pai; e ninguém
conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Que
afirmação ousada, extraordinária, e verdadeira: todas as coisas, nos céus e na
terra, estão nas mãos do Senhor Jesus. E ninguém pode conhecer a Deus se não
for por meio de Jesus Cristo.
Isto,
queridos, de imediato nos confronta com uma doutrina cristã “radical”: à parte
do Senhor Jesus Cristo ninguém pode realmente conhecer a Deus. Digo radical no
sentido de que ela é inflexível, não se dobra diante da tendência humana de
suavizar as questões religiosas, inclinando-se para uma mescla de crenças.
Em certa
fase da minha adolescência, sentindo uma grande necessidade de conhecer a Deus,
comecei a ler os livros sagrados de várias religiões: comecei com o Bhagavad
Gita, dos hindus, depois os Vedas; li quase quarenta livros budistas,
rosa-cruzes, maçônicos, “Testemunhas de Jeová”, o Evangelho segundo o Espiritismo
de Kardec, o Universo em Desencanto do Racionalismo Cristão e muitos outros. Ao
mesmo tempo, por ser filho de uma mulher evangélica, eu tinha uma Bíblia, ainda
que raramente a lesse. Mas um dia eu li uma publicação que explicava as crenças
hinduístas, na qual se dizia que todos estes deuses das muitas religiões nada
mais são do que encarnações do único Deus; Cristo, Krishna, Buda, Zoroastro,
todos eles são manifestações de Deus, e qualquer que seja a religião ela conduz
a Deus.
Bem, por ser de ascendência evangélica, no domingo
seguinte eu comecei a frequentar a igreja presbiteriana, a fim de conhecer este
Deus que se manifesta em todas as religiões, e assim comecei a ler a Bíblia. Mas
qual não foi a minha surpresa ao descobrir que a Bíblia é radical. E que Jesus
é radical. Na medida em que ouvia as pregações, lia a Bíblia, meditava no que
ela ensina, comecei a ficar realmente convencido de que Jesus é a encarnação de
Deus. Mas certa ocasião me deparei com algo que ele disse, e que me fez
entender o que é ser cristão.
Está em
João 10:7-9:
7 Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em
verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.8 Todos quantos vieram
antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido.9
Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e
achará pastagem.
Conforme Jesus
ensina aqui, ele não é uma porta para
Deus: ele é a porta; ele não se
apresenta como um caminho: ele é o caminho. E diz que todos os que vieram
antes dele não eram realmente pastores de nossas almas, mas ladrões e
salteadores. Também diz que as suas ovelhas ouvem a sua voz; que não dão ouvidos
a outros. Isto é, se eu creio em Jesus Cristo, tal como ele se apresenta na
Bíblia, não posso ao mesmo tempo acreditar em outros deuses. Se eu acredito
também em outros deuses, então não creio realmente em Jesus Cristo. Ainda: se
eu fizer uma ginástica mental, ou melhor, se eu cometer um “estupro
intelectual” e disser que eu creio em Jesus Cristo, mas não creio no que a
Bíblia diz sobre Jesus, então simplesmente não estou sendo racional, porque a
Bíblia é a fonte primária de informação sobre Jesus.
Eu sei que
aqui há um circulo fechado de pensamento. A Bíblia diz que Jesus é Deus. E
Jesus, neste mesmo capítulo de João, no v. 35, diz que a Bíblia é a Palavra de
Deus. Mas o ponto é que a Bíblia não nos dá a liberdade, se nela crermos, de
sermos ecléticos, colhendo um pouquinho de cada religião, de cada filosofia e
formando a nossa própria. Mesmo que venham “espíritos de luz” apresentando um
outro Cristo, se não aquele que a Bíblia apresenta, não haveria então segurança
alguma, de nada, em relação à fé em Jesus.[3]
Então eu
entendi o quanto o Cristianismo é radical. Primeiramente eu fiquei furioso com
estas coisas. Mas depois, refletindo melhor, e reconhecendo que há evidências
fortes em favor do que Jesus ensina, reconhecendo a minha miséria espiritual, eu
não tive alternativa a não ser me dobrar diante de Jesus, reconhecê-lo como
Deus, buscar perdão para meus pecados e pedir que ele me transformasse.
O Cristianismo
apresenta Jesus como o único caminho.
Pois o Cristianismo nada mais é do que seguir a Jesus como Deus, como o Senhor
do céu e da Terra, como o Criador, o Preservador de todas as coisas, o condutor
dos destinos humanos, o Salvador.
Eu sei que
dizer estas coisas não parece ser razoável, pois estou afirmando que bilhões de
pessoas neste mundo não conhecem a Deus, embora sejam religiosas e boas. Mas
seguir a Jesus significa crer desta maneira. Significa crer que mesmo as nossas
melhores obras estão contaminadas pelos nossos pecados, e desta forma se tornam
imundas diante de um Deus que é santo. Significa crer que somente podemos ser
purificados dos nossos pecados mediante aquilo que Jesus afirma ter vindo fazer
em nosso favor, isto é, morrer na cruz, sendo castigado em nosso lugar.
Significa crer que somente mediante a regeneração que o Espírito de Cristo
opera naquele que crê é que nossas almas são transformadas para uma vida que
realmente agrade a Deus.
Ninguém conhece
a Deus a não ser em Jesus. Mas temos em seguida mais uma afirmação de Jesus que
é igualmente chocante àqueles que têm dificuldade com a fé cristã
1.2 – Só
podem conhecer o Pai aqueles a quem o Filho o quiser revelar.
Deus, embora esteja tão perto da cada ser humano, pois
nele nos movemos e existimos, em si mesmo está oculto de nós, a menos que nos
seja revelado por Jesus; ou ainda, a menos que ele graciosamente tire a venda
que está em nossos olhos. Mas se, por causa da dureza do nosso coração,
escolher não se revelar, ele pode fazê-lo, e com toda a justiça.
Vejam o v.
21
Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro
e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que
elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza.
Nós
entendemos que aqui Jesus está descrevendo a dureza do coração de sua geração. E
afirma que nem os tiros e sidônios eram tão duros assim. Mas ao mesmo tempo,
ele diz que se os milagres realizados por ele em Israel houvessem sido feitos
naquelas cidades gentias, há muito que elas teriam se arrependido.
Se é assim,
porque Deus não realizou estas obras ali? Pois veja: quando Deus quer, ele o
faz.[4]
Nos dias do profeta Elias, dias de grande fome em Israel, o Senhor o enviou a
Sarepta de Sidom, a uma viúva gentia. Esta viúva foi milagrosamente sustentada
por Deus e usada para sustentar o profeta.[5]
O milagre que ele realizou para a viúva não poderia ter sido feito igualmente
para todos os sidônios? Mas o Senhor não o fez. O Senhor não se revelou a eles.
Só pode conhecer o
Pai aqueles a quem Filho quiser revelar. E o Filho
nada mais faz do que agir em profunda consonância com a vontade do Pai.
vs. 25 e 26
25 Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos
e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque assim foi do
teu agrado.
Porque
entre o Pai e o Filho há uma harmonia inquebrantável, uma comunhão eterna, um
propósito indissolúvel. Como Jesus disse noutra ocasião, ele “e o Pai são um”.[6]
São firmes no mesmo propósito, nos mesmos planos. Assim, o Filho só revela o
Pai aqueles a quem o Pai deseja. Vejam como o Senhor Jesus é radical – ele
reivindica autoridade espiritual absoluta sobre nossas almas.
1.3 – E o
Pai deseja ser revelado a pequeninos, como temos lido nos vs. 25 e 26
O Senhor
não se revela aos que se entendem como sábios e instruídos. Não se revela aos
que são tão sábios que não conseguem crer, como dizem eles, nas “infantis
histórias de milagres que a Bíblia conta”, sobre Deus criar o mundo apenas pelo
poder de sua Palavra, criar o homem do pó da terra, fazer um machado flutuar,[7]
multiplicar o azeite de uma viúva,[8]
e tantas outras.
- “Ah! Eu sou um homem culto!”
- “Como poderia um homem inteligente acreditar na
história de um ´deus´ que se faz homem e vem morar entre os homens?”
- “Como poderia um homem inteligente acreditar que ´deus´
nasceu de uma virgem?”
- “Como poderia um homem sábio acreditar que um homem
andou em cima d´água, ressuscitou mortos, multiplicou pães?”
- “Como acreditar que ele morreu por nossos pecados?
Aliás, como acreditar que precisamos salvação dos pecados?”
- “E como acreditar que ´um deus de amor´ escolha aqueles
a quem irá se revelar?”
E o “sábio
e instruído” vai seguindo muitos outros raciocínios de um homem sábio segundo o
mundo; arrogante, orgulhoso, mas para com Deus, alheio, cego, obscurecido em
seu entendimento, por causa da vaidade e dureza do seu coração.[9]
A menos que Deus, em sua graça, “o faça cair do cavalo”, como fez com o
apóstolo Paulo, para que humilhado, quebrantado e necessitado ele se converta.[10]
Deus
revela-se a pequeninos. Isto nos conduz ao segundo ponto...
2. Como alguém é levado ao conhecimento do Pai
Leiamos
novamente os vs. 28-30
28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei.29 Tomai sobre vós o meu jugo e
aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso
para a vossa alma.30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Se alguém há de ser levado ao Pai por Jesus, primeiro há de vir a Jesus. Os
que são levados ao Pai são justamente aqueles que reconhecem não poder fazer
nada, a não ser receber da graça de Deus que é dada em Cristo. Graça, porque eles
de si mesmos não têm nada. Não são grandes, mas pequeninos. Não são ricos, mas vazios
e pobres. São aflitos, cansados. Cansados de si mesmos, cansados de legalismos
religiosos, cansados do mundo e de suas desilusões, cansados da opressão
espiritual, do fardo de seus pecados. Não têm nada; necessitam de tudo.
E então a estes, Jesus convida: venham aflitos; venham necessitados;
venham, sobrecarregados. E eles vêm. E isto se realiza assim:
2.1
– Eles vêm a Jesus com humildade de coração
Eles são pequeninos diante do Senhor. Acho que um
dos melhores comentários sobre estas palavras de Jesus foi feito pelo apóstolo
Paulo, e apelando para a nossa própria experiência.
Vamos ler 1ª Co 1:26-31
26 Irmãos, reparai, pois, na vossa
vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos
poderosos, nem muitos de nobre nascimento; 27 pelo contrário, Deus
escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as
coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; 28 e Deus
escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são,
para reduzir a nada as que são; 29 a fim de que ninguém se vanglorie
na presença de Deus. 30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual
se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e
redenção,31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se
no Senhor.
Claro, meus irmãos, que com estas coisas, não estamos fazendo um elogio à
ignorância, exaltando à insensatez, incentivando a loucura. Também não é um
elogio à pobreza. E também não estamos dizendo que os de nobre nascimento não
podem ser salvos.
Mas estamos dizendo que o homem presumido em si mesmo, sábio aos seus
próprios olhos, orgulhoso de seu conhecimento, orgulhoso de seu “sangue azul”,
de sua nobre posição neste mundo, nada sabe. Ele pode ser um grande cientista,
um filósofo renomado, pode ser um homem de alta posição social, mas também precisa
e pode ser totalmente dependente de Jesus, “esvaziar-se de seu próprio ego”. Ele
precisa reconhecer que toda a sabedoria humana, sem Jesus, é apenas tolice
pomposa. Deus escolhe as coisas loucas, as fracas deste mundo. As que nada são.
As que entendem nada poder, a não ser depender da graça divina.
2.2
– Eles também tomam sobre si o “jugo de Jesus”
O jugo é uma peça de madeira e couro colocada sobre os animais quando se
vai arar a terra. Quando um animal é colocado sob o jugo, fica em completa
submissão ao homem que então o conduzirá pelo campo. Os judeus usavam a
expressão “colocar sob o jugo” para descrever “submissão”. Significa tomar
sobre si os mandamentos de Jesus, seguir sua direção, confiar na sua Palavra.
- “Deixe de ser o dono de sua
própria vida, submeta-se a mim, à minha vontade.”
- “E você verá que o meu jugo não é
pesado.”
- “Ao contrário, é fácil de ser
carregado, é fácil de ser suportado.”
Aliás, quando pensamos no que significa levar o
fardo que Jesus nos dá, nós temos prazer neste fardo. Pois o grande mandamento
que Jesus nos dá é que amemos.
Gl 6:2
“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a
lei de Cristo”.
Eu gosto
muito de certa história, sobre um pequeno menino que estava carregando outro
nas costas, porque este tinha um pé aleijado. Então alguém perguntou ao menino:
- “Esta não é uma carga muito pesada para
você?”
Ao que ele
respondeu:
- “Mas não é uma carga. É o meu irmãozinho”.
Assim é que
o Senhor não impõe sobre nós um fardo pesado.
O fardo do
amor é o fardo delicioso daquele que tem conhecido o amor de Deus.
2.3 – Eles encontram
descanso para suas almas
Eles amam,
e desejam aprender a humildade e mansidão de coração que há em Jesus. Ouvirão seus ensinamentos. Aprenderão de suas ações. Aprenderão
a olhar para a ternura com a qual o Senhor trata os pecadores, principalmente
os piores pecadores. A pureza, a retidão de coração com a qual ele se
relacionava com todos. Aprenderão a ternura de Jesus. O seu doce espírito de
serviço. O seu desprendimento de si mesmo. E então conhecerão que o Pai é
assim. Que o Senhor Deus, o reto juiz, que resiste aos soberbos, concede graça
aos que o buscam com humildade. Conhecerão o amor de Deus, que excede todo o
entendimento. E livres da condenação dos pecados, livres das cargas de
religiões opressoras, livres da escravidão a Satanás, encontrarão descanso para
suas almas.
Conclusão
Assim, meus irmãos, o Senhor inicia suas Palavras
neste texto com uma declaração de doloroso lamento, mas proclamação de juízo.
Uma proclamação forte, e verdadeira:
- Ai daqueles que, tendo ouvido da
graça de Deus, não se arrependem de seus pecados...
- Ai daqueles que têm um coração
endurecido...
- Ai daqueles que se recusam a ouvir
a Deus... Serão levados até o céu? Não! Serão precipitados no inferno...
Mas
o mesmo Senhor termina com um amoroso convite à salvação:
- Vinde a mim, vós, que sois
pequeninos, humildes.
- Pois o Pai se agrada em se revelar
aos pequeninos.
- Vinde a mim, os que estais
cansados e sobrecarregados.
- Aprendei de mim; que sou manso e
humilde de coração.
- Porque o meu fardo é leve, e o meu
jugo é suave.
- Então achareis descanso para
vossas almas.
Aplicações
1. Sendo assim, primeiramente, olhe para Jesus.
Olhe para a bondade de Deus.
Você quer ser lançado no inferno? É certo que não! Você quer conhecer ao
Pai? Quer ir para o céu? Então não precisa temer, pois Jesus veio salvar a todos
aqueles que o buscarem.
Olhe para a bondade de Deus manifesta no fato de que ele criou você, que
ele te sustenta, que ele te deseja; manifesta no fato de que Deus amou o mundo
de tal maneira que enviou seu Filho Jesus, a fim de que todo aquele que crer em
Jesus não pereça, mas tenha a vida eterna. Olhe para a graça de Deus revelada
nas palavras de Jesus, convidando os cansados, os sobrecarregados, a que venham
a ele.
Permita que a visão desta bondade fale ao seu coração. Que esta bondade te
faça humilde, quebrantado. Que esta bondade o convença de seus pecados. Que
esta bondade te leve a confiar em Deus; no Pai, no Filho, no seu Espírito
Santo.
Creia em Deus, aprenda de Jesus. Cada dia de sua vida, leve a ele os teus
fardos, os teus cuidados, os teus pecados, as tuas necessidades. Assim você
terá descanso para sua alma. Assim você se alegra nele, se deleita nele e o
ama.
2.
Em segundo lugar, olhe para o mundo descrente.
Ai do mundo descrente, meu irmão. Ai daqueles que rejeitam ao Senhor. Serão
elevados até o céu? Não serão.
Então lamente pelos descrentes. Chore, como Jesus chorou diante de
Jerusalém.[11] Chore pelos que não se
curvam.
Ore, porque eles não sabem o que fazem. Estão cegos por causa de sua
própria vaidade e dureza de coração.
E não se canse de testemunhar. Não se canse de amar. Não se canse de falar
aos que não têm Jesus. Pois há almas
cansadas que ouvirão, que se quebrantarão, e crerão. Existem almas cansadas que
serão levadas ao Pai, e serão salvas.
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