Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 31 de julho de 2016

A igreja com a porta fechada - Ap 3:14-22

IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 31 de julho de 2016
Pr. Plínio Fernandes
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!  16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; 17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.  18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.  19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.  20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.  21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.  22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
  Em nossa mensagem anterior, meditamos sobre a carta que o Senhor Jesus enviou à humilde e valorosa igreja de Filadélfia .
  Aquela amada igreja que, embora pequena e cercada pelas tribulações de uma cidade hostil ao evangelho, permaneceu fiel à Palavra de Deus, e dava um forte testemunho de sua fé.
  A esta igreja o Senhor Jesus, que abre as portas do reino dos céus, anunciou:
  – Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém fechará...
  Isto é, ninguém poderia impedir o testemunho daquela igreja diante do mundo.
  Mas a sudoeste de Filadélfia, estava a cidade de Laodicéia. Uma cidade muito próspera, porque era um dos centros comerciais da região. Também era conhecida pelo seu ouro, além de ser produtora de uma lã negra, muito apreciada, e também por seu colírio. Estas coisas faziam deles uma cidade rica e abastada.
  E nesta cidade próspera, os cristãos também eram gente próspera, mas não espiritualmente.
  No v. 17, o Jesus descreve a maneira como eles se sentiam, mas não era o mesmo sentimento do   Senhor.
  Eles se sentiam ricos e abastados, que não precisavam de mais nada. Mas Jesus não os via assim. Ao contrário, os via como uma igreja pobre, infeliz, espiritualmente cega.
  Ao contrário de sua pequena irmã em Filadélfia, a igreja de Laodicéia não estava guardando a Palavra de Jesus; não estava dando um bom testemunho, confessando o nome de Jesus diante do mundo.
  A esta igreja Jesus não diz: – “Eis que ponho diante de ti uma porta aberta”.
  Ele diz: – “Eis que estou à porta e bato...”
  Jesus estava se sentindo do lado de fora daquela igreja, do lado de fora do coração daquelas pessoas.
  Imagine uma igreja reunida, cantando:
  Deus está aqui, tão certo como o ar que seu respiro...
  E Jesus dizendo: – “Eis que estou à porta e bato...”
  Imagine os crentes orando: – “Senhor, estamos reunidos em teu nome, e tu estás nosso meio...”
  E Jesus do lado de fora, batendo à porta. Por isto Jesus diz que eram cegos e necessitados.
  Se a igreja de Filadélfia era a igreja com a porta aberta por Jesus, Laodicéia era a igreja com a porta fechada para Jesus.
  1. Vejamos mais detidamente o problema da igreja de Laodicéia
  Leiamos novamente o v. 15
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!  
  Não és frio nem quente.
  Em Éfeso, o amor dos crentes havia esfriado.
  Em Filadélfia, a igreja era cheia de amor.
  Em Laodicéia, eles não eram frios, nem quentes.
  Eram um grupo de crentes cujo coração estava dividido.
  Como é um crente de coração dividido?
  Um pouco, quer servir a Deus, um pouco, quer servir ao mundo.
  Um pouco, quer santificação. Um pouco, quer andar nos prazeres da carne.
  Um pouco, crê na Palavra de Deus. Um pouco, vive na incredulidade e desobediência.
  E assim está dividido.
  Vai à igreja, mas procura alegria em diversões mundanas e sensuais.
  Louva a Deus, mas com os mesmos lábios fala palavrões, conversas chulas e indecentes.
  Canta hinos, mas com a mesma boca reclama da vida, reclama do trabalho, da família, fala mal dos irmãos.
  Pede a Deus que lhe mostre o seu querer, mas ao mesmo tempo desobedece à Palavra de Deus.
  Pois toma o nome do Senhor em vão.
  Levanta ídolos em seu coração.
  Profana o dia do Senhor.
  Rouba o Senhor.
  É desonesto nos negócios.
  Não perdoa os que o ofendem.
  Dá mau testemunho por sua vida descaridosa.
  Quer que a igreja cresça, mas não se dedica, não quer negar-se a si mesmo pelo reino de Deus. Não quer tomar a sua cruz.
  E muitas coisas semelhantes.
  E o pior de tudo: é como um cego que não quer ver. Acha que está tudo bem.
  Não sabe que é miserável, cego, e nu. Está acomodado.
  E meu irmão, com uma pessoa acomodada há pouca coisa que se possa fazer.
 Mas Jesus não desiste de ninguém. E também sabe que sua Palavra é poderosa para levantar até mesmo os que estão mortos.
  Por isto ele envia sua Palavra a estes crentes mornos, a fim de que saiam daquela cegueira espiritual.
  2. Então vejamos agora a Palavra de Jesus a esta igreja
  2.1. Primeiro, ele descreve sua insatisfação
vs. 15b, 16 – Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.
 Antigamente, muitas pessoas usavam água morna como vomitório, quando sentiam alguma indisposição digestiva.
  Pois água morna “deixa enjoado", provoca vômito.
  Jesus diz que aqueles crentes mornos, por seus corações divididos, por seu comodismo, por sua falta de fé e amor, por seu mundanismo, estavam-no deixando com nojo, a ponto de querer vomitá-los.
  Faz lembrar as palavras do Senhor através dos profetas, Isaías, por exemplo, nas quais ele se queixa de cultos solenes a Deus associados a vidas cheias de pecado. Então o Senhor diz:
 – Não quero mais os cultos de vocês. Eu quero vida reta. Eu quero justiça, misericórdia e humildade. Não suporto mais a vida que vocês estão levando. .[1]
  Assim estava o Senhor Jesus em relação a Laodicéia.
  2.2. Em seguida, ele aconselha
v. 18 – Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
  Embora a palavra "aconselho-te", usada em nossas traduções, seja boa, neste contexto aqui ela tem mais o sentido de exortação, advertência. Porque o tom inteiro é de repreensão, conforme o Senhor diz depois, no v. 19.
  Cada uma destas frases deste conselho de Jesus, é no sentido de que os crentes mornos se desviassem daquelas coisas mundanas que os afastavam do fervor espiritual.
  – Compre ouro de mim. Ajunte tesouros no céu. Não tenha sua riqueza no dinheiro que perece, que o ladrão pode roubar, que a ferrugem pode corroer. Tenha seus tesouros na eternidade.
  – Compre vestiduras brancas, porque você está nu, e é vergonhoso. Não se impressione com a lã negra, cara, apreciada, usada com ostentação e vaidade, orgulho desta cidade, mas que não tem valor algum para os que vão entrar na festa do céu.
  – Lave suas vestiduras no sangue precioso do cordeiro. Purifique-se de seus pecados.
 – Você também precisa de colírio para estes olhos cegos. Mas não o colírio prescrito pelo oftalmologista. Você precisa de colírio para os olhos da alma, que dão visão, entendimento espiritual, que só eu tenho. Só eu posso abrir os teus olhos para que você veja as maravilhas da minha lei.
  2.3. A motivação
  Porque Jesus diz que está a ponto de “vomitar estes crentes”?
  Porque ele os chama de miseráveis, cegos, nus?
  Porque ele diz que o estado espiritual deles é vergonhoso?
v. 19 - Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.  
  Quando Jesus dirigiu-se à igreja de Filadélfia, destacou que era uma igreja amada por ele.
  Mas neste sentido, a igreja de Laodicéia era igual, pois, embora infiel, era também amada pelo Senhor.
  Um pai repreende ao filho a quem ama.
  Assim, as palavras do Senhor são fortes, porque forte é o seu amor.
  Forte era a necessidade de arrependimento daquela igreja.
  E forte era também a esperança no coração do Senhor, no sentido de que eles ouvissem sua Palavra poderosa, e se arrependessem.
  Conclusão e aplicação
v. 20 - Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.  
 Amados, geralmente tomamos estas palavras do Senhor para nos dirigirmos aos que ainda não creem, procurando persuadi-los a abrirem seus corações para Jesus.
  E é uma aplicação correta, pois a Palavra de Deus é dirigida a todos os homens.
 Mas no contexto em que foram ditas pela primeira vez, estavam sendo dirigidas a uma igreja. E Jesus estava do lado de fora de suas vidas, embora eles estivessem simplesmente seguindo seus atos costumeiros de culto.
  Pois eram pessoas acomodadas, espiritualmente mornas, satisfeitas com seu baixo nível espiritual.
  Mas Jesus, que ama esta igreja, estava profundamente insatisfeito, e chama ao arrependimento.
  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.


[1] Is 1:1-20

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