Domingo, 31 de julho de 2016
Pr. Plínio Fernandes
Ao anjo da
igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 Conheço as tuas
obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! 16
Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da
minha boca; 17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes
que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres,
vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha
da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. 19
Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21
Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu
venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas.
Em nossa mensagem anterior, meditamos sobre a carta
que o Senhor Jesus enviou à humilde e valorosa igreja de Filadélfia .
Aquela amada igreja que, embora pequena e cercada
pelas tribulações de uma cidade hostil ao evangelho, permaneceu fiel à Palavra
de Deus, e dava um forte testemunho de sua fé.
A esta igreja o Senhor Jesus, que abre as portas do
reino dos céus, anunciou:
– Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém fechará...
Isto é, ninguém poderia impedir o testemunho
daquela igreja diante do mundo.
Mas a sudoeste de Filadélfia, estava a cidade de Laodicéia. Uma cidade muito próspera, porque era um dos centros
comerciais da região. Também era conhecida pelo seu ouro, além de ser produtora
de uma lã negra, muito apreciada, e também por seu colírio. Estas coisas faziam
deles uma cidade rica e abastada.
E nesta cidade próspera, os cristãos também eram gente próspera,
mas não espiritualmente.
No v. 17, o Jesus descreve a maneira como eles se sentiam,
mas não era o mesmo sentimento do Senhor.
Eles se sentiam ricos e abastados, que não precisavam de
mais nada. Mas Jesus não os via assim. Ao contrário, os via como uma igreja
pobre, infeliz, espiritualmente cega.
Ao contrário de sua pequena irmã em Filadélfia, a igreja de
Laodicéia não estava guardando a Palavra de Jesus; não estava dando um bom
testemunho, confessando o nome de Jesus diante do mundo.
A esta igreja Jesus não diz: – “Eis que ponho diante de ti uma porta aberta”.
Ele diz: – “Eis que
estou à porta e bato...”
Jesus estava se sentindo do lado de fora daquela igreja, do
lado de fora do coração daquelas pessoas.
Imagine uma igreja reunida, cantando:
Deus está aqui, tão
certo como o ar que seu respiro...
E Jesus dizendo: – “Eis
que estou à porta e bato...”
Imagine os crentes orando: – “Senhor, estamos reunidos em teu nome, e tu estás nosso meio...”
E Jesus do lado de fora, batendo à porta. Por isto Jesus diz
que eram cegos e necessitados.
Se a igreja de Filadélfia
era a igreja com a porta aberta por Jesus, Laodicéia era a igreja com a porta
fechada para Jesus.
1. Vejamos mais
detidamente o problema da igreja de Laodicéia
Leiamos novamente o v. 15
Conheço as tuas
obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!
Não és frio nem quente.
Em Éfeso, o amor dos crentes havia esfriado.
Em Filadélfia, a igreja era cheia de amor.
Em Laodicéia, eles não eram frios, nem quentes.
Eram um grupo de crentes cujo coração estava
dividido.
Como é um crente de coração dividido?
Um pouco, quer servir a Deus, um pouco, quer servir
ao mundo.
Um pouco, quer santificação. Um pouco, quer andar
nos prazeres da carne.
Um pouco, crê na Palavra de Deus. Um pouco, vive na
incredulidade e desobediência.
E assim está dividido.
Vai à igreja, mas procura alegria em diversões mundanas
e sensuais.
Louva a Deus, mas com os mesmos lábios fala palavrões,
conversas chulas e indecentes.
Canta hinos, mas com a mesma boca reclama da vida,
reclama do trabalho, da família, fala mal dos irmãos.
Pede a Deus que lhe mostre o seu querer, mas ao
mesmo tempo desobedece à Palavra de Deus.
Pois toma o nome do Senhor em vão.
Levanta ídolos em seu coração.
Profana o dia do Senhor.
Rouba o Senhor.
É desonesto nos negócios.
Não perdoa os que o ofendem.
Dá mau testemunho por sua vida descaridosa.
Quer que a igreja cresça, mas não se dedica, não quer
negar-se a si mesmo pelo reino de Deus. Não quer tomar a sua cruz.
E muitas coisas semelhantes.
E o pior de tudo: é como um cego que não quer ver.
Acha que está tudo bem.
Não sabe que é miserável, cego, e nu. Está
acomodado.
E meu irmão, com uma pessoa acomodada há pouca coisa
que se possa fazer.
Mas Jesus não desiste de ninguém. E também sabe que
sua Palavra é poderosa para levantar até mesmo os que estão mortos.
Por isto ele envia sua Palavra a estes crentes
mornos, a fim de que saiam daquela cegueira espiritual.
2. Então vejamos agora a Palavra de Jesus a esta igreja
2.1. Primeiro, ele descreve sua insatisfação
vs. 15b, 16 – Quem
dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno
e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.
Antigamente, muitas pessoas usavam água morna como
vomitório, quando sentiam alguma indisposição digestiva.
Pois água morna “deixa enjoado", provoca vômito.
Jesus diz que aqueles crentes mornos, por seus
corações divididos, por seu comodismo, por sua falta de fé e amor, por seu
mundanismo, estavam-no deixando com nojo, a ponto de querer vomitá-los.
Faz lembrar as palavras do Senhor através dos
profetas, Isaías, por exemplo, nas quais ele se queixa de cultos solenes a Deus
associados a vidas cheias de pecado. Então o Senhor diz:
– Não quero mais os cultos de vocês. Eu quero vida reta. Eu quero justiça,
misericórdia e humildade. Não suporto mais a vida que vocês estão levando. .[1]
Assim estava o Senhor Jesus em relação a Laodicéia.
2.2. Em seguida, ele
aconselha
v. 18 – Aconselho-te
que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras
brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua
nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
Embora a palavra "aconselho-te", usada em nossas traduções, seja boa, neste contexto aqui ela tem mais o sentido de exortação, advertência.
Porque o tom inteiro é de repreensão, conforme o Senhor diz depois, no v. 19.
Cada uma destas frases deste conselho de Jesus, é
no sentido de que os crentes mornos se desviassem daquelas coisas mundanas que
os afastavam do fervor espiritual.
– Compre ouro
de mim. Ajunte tesouros no céu. Não tenha sua riqueza no dinheiro que perece,
que o ladrão pode roubar, que a ferrugem pode corroer. Tenha seus tesouros na
eternidade.
– Compre vestiduras brancas, porque você está nu, e é vergonhoso. Não se
impressione com a lã negra, cara, apreciada, usada com ostentação e vaidade, orgulho
desta cidade, mas que não tem valor algum para os que vão entrar na festa do
céu.
– Lave suas vestiduras no sangue precioso do cordeiro. Purifique-se de seus
pecados.
– Você também
precisa de colírio para estes olhos cegos. Mas não o colírio prescrito pelo
oftalmologista. Você precisa de colírio para os olhos da alma, que dão visão,
entendimento espiritual, que só eu tenho. Só eu posso abrir os teus olhos para
que você veja as maravilhas da minha lei.
2.3. A motivação
Porque Jesus diz que está a ponto de “vomitar estes
crentes”?
Porque ele os chama de miseráveis, cegos, nus?
Porque ele diz que o estado espiritual deles é
vergonhoso?
v. 19 - Eu
repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.
Quando Jesus dirigiu-se à igreja de Filadélfia,
destacou que era uma igreja amada por ele.
Mas neste sentido, a igreja de Laodicéia era igual,
pois, embora infiel, era também amada pelo Senhor.
Um pai repreende ao filho a quem ama.
Assim, as palavras do Senhor são fortes, porque
forte é o seu amor.
Forte era a necessidade de arrependimento daquela
igreja.
E forte era também a esperança no coração do Senhor,
no sentido de que eles ouvissem sua Palavra poderosa, e se arrependessem.
Conclusão e aplicação
v. 20 - Eis que
estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em
sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
Amados, geralmente tomamos estas palavras do Senhor
para nos dirigirmos aos que ainda não creem, procurando persuadi-los a abrirem
seus corações para Jesus.
E é uma aplicação correta, pois a Palavra de Deus é
dirigida a todos os homens.
Mas no contexto em que foram ditas pela primeira
vez, estavam sendo dirigidas a uma igreja. E Jesus estava do lado de fora de
suas vidas, embora eles estivessem simplesmente seguindo seus atos costumeiros
de culto.
Pois eram pessoas acomodadas, espiritualmente
mornas, satisfeitas com seu baixo nível espiritual.
Mas Jesus, que ama esta igreja, estava
profundamente insatisfeito, e chama ao arrependimento.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas.
[1] Is
1:1-20
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