IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 31 de agosto de 2014
Amados
irmãos, vamos ler Gálatas 1:1-5
Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por
intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o
ressuscitou dentre os mortos, 2
e todos os irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia, 3 graça a vós outros e paz, da
parte de Deus, nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo, 4 o qual se entregou a si mesmo
pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a
vontade de nosso Deus e Pai, 5
a quem seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Nos dias de hoje, a cruz se tornou para muitos um
símbolo religioso; para outros, objeto de ornamento, muitas vezes até de
ostentação.
Existem cruzes estilizadas, cruzes de madeira, de metais
preciosos e até cravejadas de pedras preciosas.
Mas nos dias antigos a cruz não era vista como algo
digno de apreciação: ao contrário, era uma coisa vergonhosa e amedrontadora.
Vergonhosa por que era um castigo infligido aos que
haviam cometido algum crime hediondo, como por exemplo o assassinato, ou a
traição ao imperador.
Amedrontadora porque era um castigo de tortura
física e mental até à morte:
O homem condenado à cruz, depois de açoitado,
deveria carregar a travessa na qual seria pregado, ou amarrado, pelas ruas da
cidade até o lugar de execução, ao mesmo tempo em que um arauto, com uma placa
na mão, que descrevia o crime do acusado, proclamava o que ele havia feito.
Ali chegando, seria despido, crucificado e
abandonado; ninguém poderia ajudá-lo, a não ser com uma mistura de vinho e fel
que o entorpeceria um pouco, e alguns dias depois morreria de fome, de dor, de sede
e insolação.
Jesus morreu numa cruz!
Eu fico tentando imaginar a cena:
De um e do outro lado, estão crucificados mais dois
homens, dois criminosos.
No meio, Jesus: uma coroa de espinhos ferindo sua
cabeça; muito sangue jorrando.
Sangue também das muitas chicotadas que ele recebeu
nas costas.
Sangue e dor: nos cravos nas mãos e nos pés.
O homem crucificado ficava pouco acima do solo, apenas
um pouco mais alto que as demais pessoas.
Muitos estavam zombando.
E Maria, e João, e outras pessoas que o amavam
olhando tudo, sofrendo muito, mas sem poder fazer nada.
O chefe dos soldados que crucificou Jesus olha para
ele, mas não consegue ver nele crime algum pelo qual ele devesse ser condenado
à morte: ninguém na Terra poderia acusar Jesus em verdade.
Nem no céu, pois nem aos olhos santos de Deus, o
Pai, Jesus havia cometido algum crime ou algum pecado.
Nem Maria ou qualquer outra pessoa alguma vez ouviu
um palavrão, uma palavra chula, uma blasfêmia sair dos lábios de Jesus.
Jesus nunca agrediu alguém, nunca enganou alguém,
nunca foi falso.
E foi crucificado.
Eu quero convidar vocês para, com os olhos de nosso coração, olharmos
nesta hora para a cruz de Jesus Cristo.
Ali não vemos um pecador, um criminoso.
Se não vemos um pecador, o que vemos então nesta
cruz?
1. Nós
vemos o amor de Jesus por nós
Na cruz nós vemos o “Senhor Jesus Cristo... que se entregou a si mesmo pelos nossos
pecados” – vs. 3,4.
A mesma
verdade, de que Jesus deu sua vida por nós é afirmada também em muitos outros
lugares, como por exemplo Rm 5:8, onde está escrito que “...Deus prova o seu próprio amor para conosco
pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”
No cap. 2:20, ao falar de nossa união espiritual com
o Senhor Jesus, Paulo escreve:
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive
em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus,
que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
O Filho de Deus
me amou e a si mesmo se entregou por mim.
Jesus morreu na
cruz por mim! Jesus morreu na cruz porque me amou!
Aliás, tudo o
que Jesus fez, ao deixar a sua glória nos mais altos céus, ao se fazer homem,
ao andar entre nós, tudo o que ele fez foi por amor.
Todas as
palavras que ele disse foram em amor e por amor: todos os seus ensinamentos, as
suas histórias, os seus mandamentos.
Todas as coisas
que ele fez foram por amor.
Certa vez ele
encontrou um homem que havia entregado sua vida totalmente ao diabo: este homem
estava tão possesso que uma legião de demônios como que morava dentro dele.
Jesus amou
aquele homem e o libertou de todos aqueles espíritos maus.[1]
Noutra ocasião,
Jesus encontrou um homem que havia trinta e oito anos estava paralítico, em
conseqüência de algum grande pecado que ele cometera. Jesus o curou e perdoou
seus pecados.[2]
Noutro momento
ele ressuscitou o filho de uma viúva.[3]
Ele também
impediu que uma adúltera fossa apedrejada.[4]
Ele lavou os
pés dos discípulos.[5]
E quantas coisas
mais poderíamos dizer! Mas se fossemos mencionar todas as coisas que Jesus fez
por amor, teríamos que contar tudo quanto dizem os evangelhos, pois tudo o que
Jesus fez e falou foi por amor.
Em João 15:13
ele diz, com palavras muito claras, que foi por amor que ele se entregou na
cruz.
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em
favor dos seus amigos.
E Jesus deseja
que nunca duvidemos, nem nos esqueçamos deste grande amor que ele tem por nós
Lc 22:19-20.
E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto
é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. 20 Semelhantemente, depois de
cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue
derramado em favor de vós.
Você já
assistiu aquele filme, “O pai da noiva”?
Há uma cena em
que o personagem principal está parado com seu carro num semáforo, quando uma
mulher para ao lado e tenta flertar com ele.
Então ele
alegre e orgulhosamente mostra a aliança que tem no dedo, como que dizendo: “Olhe, eu sou casado, eu já tenho alguém que me
ama e a quem eu amo”.
Da mesma forma,
ao instituir a santa ceia, o Senhor nos convida a olhar para o pão, a olhar
para o cálice, e nos lembrar que temos uma aliança com ele.
“Isto, este pão”, diz o Senhor, “é o meu corpo que é dado por vós. Comei dele
todos em memória de mim”.
“Este é o cálice da Nova Aliança
no meu sangue”,
diz o Senhor Jesus. “Bebei dele
todos em memória de mim”.
Ao comer este
pão, ao beber este cálice, lembre-se de que você é amado. Que eu amei tanto
você que me entreguei na cruz por você.
Sim: na cruz, o
que eu posso ver com os olhos da alma, é o grande amor que Jesus tem por mim.
2.
Na cruz de Jesus nós vemos também a crueldade do mundo
Diz o Espírito Santo que Cristo a si mesmo se
entregou por nós... “para nos desarraigar
deste mundo perverso...”.
Noutra versão: “para
nos livrar do presente século mau”.
Eu quero por hora enfatizar que o presente século é
mau.
O Espírito nos diz que este mundo é perverso.
Nós podemos perceber que o mundo, no sentido em que
a Palavra de Deus está falando aqui, é mau, primeiramente porque é um mundo
dominado por Satanás, o inimigo de Deus e dos homens.
1ª Jo 5:19.
Sabemos que somos de Deus e que o mundo
inteiro jaz no Maligno.
O mundo inteiro, diz a Palavra, está dominado pelo
Maligno, isto é, por Satanás.
2.1. O mundo inteiro, em contraste com
aqueles que servem a Deus, está seguindo os mandamentos de Satanás, fazendo a
vontade dele.
É um mundo onde prevalece o mau, o pecado.
E não é isto o que podemos observar quase que a cada
instante?
O que vemos é um sistema governado pela injustiça.
Pelo desafeto, pelo ódio, pela inveja e cobiça.
Um mundo governado pela vaidade, pela presunção e
pelo orgulho.
Um mundo governado pela desonestidade, pela imoralidade.
Pelas falsas religiões, pelos falsos deuses.
Um mundo governado por idéias, por filosofias e
práticas inimigas de Deus.
2.2. Além disto, sabemos que este sistema
governado por Satanás é mau porque escraviza os seres humanos às idéias e
práticas pecaminosas.
Você já viu uma pessoa que é viciada em drogas
alucinógenas, ou em nicotina, ou em álcool, que, tomando consciência dos males
que estas coisas trazem, deseja abandoná-las, mas não consegue?
É uma relação ambígua com estas coisas.
Ao mesmo tempo em que este alguém odeia o cigarro,
ama o cigarro.
Ao mesmo tempo em que alguém deseja se afastar o
cigarro, quer continuar a fumar.
É uma coisa escravizadora.
Mas como disse Jesus, neste sentido todos os homens
são escravos do pecado.
Os homens sabem que o pecado é mau, mas amam o
pecado.
Por exemplo:
Às vezes nós escutamos uma frase mais ou menos
assim: “Aquela pessoa faz do jeito que o
diabo gosta”.
Às vezes nos deparamos com algum livro, ou algum
filme no qual a ação do diabo entre os homens está em evidência.
E como é que aqueles artistas do cinema, aquelas
pessoas que em sua maioria são conhecidas pela vida depravada que levam,
retratam as obras do diabo? Crimes, imoralidade, promiscuidade, feitiçarias,
drogas!
Com isto quero dizer que os homens sabem o que é do
diabo. Sabem o que é mau. Mas mesmo assim amam aquilo que é mau e o praticam,
pois são escravos do mundo e do pecado.
Assim é que acontece toda a destruição dos homens e
das sociedades; o Maligno ama a destruição: a destruição da família, a destruição
do governo, do bem estar, a destruição da integridade, a destruição da vida,
promove esta destruição entre os homens, e eles obedecem ao Maligno.
2.3. Mas em terceiro lugar nós vemos a
maldade do mundo pelo fato de que o mundo governado pelo Maligno estava, na
cruz, tentando destruir o Senhor Jesus.
Eu gostaria de ler duas referências nos evangelhos e
associá-las:
Jo 16:11
O príncipe deste mundo já está julgado.
Lc 22:53
Tenho estado todos os dias convosco no
templo e não estendestes as mãos contra mim, mas esta é a vossa hora e o poder
das trevas.
Ao associar estas duas referências desejo enfatizar
isto: quando o Senhor Jesus foi preso para ser levado à cruz, aquela era a hora
das trevas, a hora em que Satanás, o príncipe deste mundo maligno pensava ter
recebido o poder e a autoridade para destruir nosso Senhor.
Na cruz de Jesus, o santo de Deus, este mundo
maligno, cheio de pecado estava expressando todo o seu ódio contra Deus; ele
estava manifestando todo o seu desprazer com a santidade de Deus; ele estava se
agradando, descarregando em Jesus todo o seu desejo de destruição.
Na cruz de Jesus nós vemos o pecado do mundo.
3. Na cruz de Jesus nós vemos também a
maravilhosa justiça de Deus.
Diz a Palavra:
Cristo se entregou a si mesmo pelos nossos
pecados, para nos desarraigar, ou nos livrar deste mundo mau, segundo a vontade de Deus.
Era a vontade de Deus, o Pai, que Jesus, o Filho, se
entregasse na cruz em nosso lugar.
Como está escrito, “o salário do pecado é a morte”[6],
e uma vez que somos pecadores, estávamos condenados à morte eterna.
Assim, era a vontade de Deus porque, ao morrer na
cruz, Jesus destruiria o poder que a morte tinha sobre nossa alma.
Uma das afirmações mais claras da Palavra de Deus
sobre o que aconteceu na cruz nos é dada em 2ª Co 5:21:
Aquele que não conheceu pecado (isto é, Jesus), ele (Deus) o fez pecado
(quer dizer, um homem cheio de pecado) por nós; para que, nele (Jesus), fôssemos
feitos justiça de Deus.
Ele levou sobre si os nossos pecados, as nossas
transgressões.
Além disto, Jesus ao se entregar na cruz, por nós,
por amor, e segundo a vontade de Deus, estava quebrando o poder que o mundo e o
Maligno tinham sobre nós.
Ele morreu para nos livrar deste mundo mau...
Com já disse antes, Satanás estava, na cruz,
tentando destruir a Jesus. Mas ele estava apenas tentando.
Na realidade, a cruz não foi a destruição de Jesus,
mas a derrota de Satanás, porque nos diz a Palavra que, tendo Jesus morrido na
cruz, ele sofreu o castigo que era nosso.
Mas a morte não foi o final, pois como está escrito,
Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos.
Assim, ele não somente morreu a nossa morte, mas
ressuscitou para nos dar vida, uma vida na qual morremos para o pecado e agora
vivemos para Deus, livres do poder do diabo.
Gl 2:20
Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive
em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus,
que me amou e a si mesmo se entregou por mim
Gl 5:24
E os que
são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências
Gl 6:14
Mas
longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.
Assim sendo, nesta vontade de Deus, duas coisas
maravilhosas foram feitas:
A justiça de Deus foi satisfeita, porque Jesus
sofreu a penalidade em nosso lugar.
Mas também ali Satanás foi derrotado e a liberdade
nos foi dada.
Conclusão e aplicação
Sim, amados, na cruz de Jesus nós não vemos a morte
de um criminoso:
Nós vemos é o grande amor que Jesus tem por nós.
Nós vemos a derrota de Satanás.
Nós vemos a doce e maravilhosa justiça de Deus.
Na cruz de Jesus nós somos aceitos em amor eterno.
Na cruz de Jesus nós somos livres do poder do mundo,
da carne e do diabo.
Na cruz de Jesus nós somos feitos justos e
justificados aos olhos do Pai.
Olhe para a cruz, com os olhos do seu coração.
Veja o quanto você é amado.
De todo o seu coração, creia no amor de Jesus por
você.
Entenda que se Jesus sofreu o castigo que era seu,
então Deus, o Pai, não tem nada contra você: cada pecado seu foi perdoado.
Assim, quando você perceber que comete pecados,
simplesmente venha ao Pai, em alegre confiança, e diga: “Pai, eu pequei. Mas quero me refugiar em teu amor, em tua graça,
recuso-me a aceitar as acusações de Satanás, pois Jesus morreu por mim. Quero
simplesmente crer em teu perdão”.
Olhe para a cruz, e veja que ali, quando Satanás foi
derrotado, foi quebrado o poder que este mundo cruel, governado por Satanás,
tinha sobre você.
Na cruz você foi livre deste mundo mau, porque na
cruz foi crucificado com Cristo o seu velho homem, de tal modo que agora você
já não vive mais para o pecado, mas para Deus.
Sabe aqueles pecados, aquelas tentações que
atormentam você?
Entenda que na cruz você foi libertado do poder que
elas tinham sobre você.
Na cruz você encontra liberdade: liberdade do mal,
liberdade para viver e servir a Deus.
Quando sentir-se tentado, diga para si mesmo: “Jesus já me libertou. Já não sou escravo do
mal. Já não sou escravo de meu temperamento, de meus pecados, do mundo, de
minhas tentações”. Lute a luta da vitória.
Olhe para a cruz e saiba que Deus está satisfeito.
Sua justiça já foi feita.
O sacrifício já foi consumado, e creia: você já não
precisa fazer mais sacrifícios para ser salvo ou para agradar a Deus.
O único sacrifício que Deus quer é o de sua amorosa
auto-entrega a ele; o seu louvor, a sua gratidão.
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