IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 24 de agosto de 2014
Amados irmãos, vamos ler Apocalipse 1:1-8
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as
coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu
anjo, notificou ao seu servo João, 2 o qual
atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que
viu. 3
Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e
guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. 4 João, às sete igrejas que
se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era
e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono 5 e da parte de Jesus Cristo, a Fiel
Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que
nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, 6 e nos constituiu reino, sacerdotes
para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos.
Amém! 7
Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E
todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! 8 Eu sou o Alfa e Ômega,
diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
Ainda que para muitas pessoas, que não conhecem a
Jesus, o Apocalipse seja mais parecido com um livro de terror, para nós é um
dos mais bonitos da Bíblia
Este livro foi escrito entre os anos 95 e 99 D.C.;
dias em que o Imperador Domiciano estava movendo perseguição contra os cristãos
em várias partes do Império Romano.
De todos os apóstolos, o único que ainda vivia era
João, e ele estava preso numa ilha grega chamada Patmos. Preso por amor do
evangelho; e ali teve uma visão do Senhor.
Apocalipse é o registro desta visão, e foi escrito
para encorajar a igreja de Jesus.
Foi escrito para confortar a igreja, mostrando que
por trás de todos os acontecimentos da história, por trás dos reis e reinos
deste mundo, quem está entronizado e reinando sobre o universo inteiro é o
Senhor Jesus.
O Senhor Jesus, no tempo determinado há de voltar,
para arrebatar sua igreja e julgar o mundo, e assim os seus escolhidos estarão
para sempre com ele.
Deste modo Apocalipse nos encoraja a permanecer na
fé, a buscar santidade, e resistirmos diante das tentações, das tribulações
desta vida, e a confiar que o futuro é bom.
Neste texto que lemos, que faz parte da introdução
desta profecia, o Apóstolo João, ao saudar as igrejas, diz da parte de quem ele
está escrevendo: de Deus Pai, dos sete Espíritos que se encontram diante do
trono de Deus (sete no Apocalipse é um número que simboliza perfeição, uma
referência à perfeição do Espírito Santo[1]),
e da parte de Jesus Cristo. Este é o Deus revelado no Apocalipse.
Eu gostaria de destacar uma frase deste versículo 5,
no qual ele está descrevendo Jesus:
Jesus, que é testemunha fiel da parte de Deus e da
igreja; aquele que tem a proeminência de entre os mortos; o Soberano sobre
todos os reis da Terra. Que, com seu sangue nos libertou dos nossos pecados. Que
fez de nós reino de Deus e sacerdotes diante de seu Deus e Pai, nosso Deus e
nosso Pai. Que virá com as nuvens...
Mas eu gostaria de destacar esta frase: “Aquele que nos ama...”.
Naturalmente que o Pai e o Espírito nos amam também,
tanto quanto Jesus, mas é que João, neste momento, está apontando para o fato
de que Jesus, pelo seu sangue, por sua morte na cruz, nos libertou dos nossos
pecados, e fez de nós, de nossos corações, de nossas vidas, de nossas almas,
reino de Deus, e nos constituiu sacerdotes, ministros diante do trono de Deus. Desta
maneira Jesus, o nosso mediador diante de Deus, evidenciou o amor da Santíssima
Trindade por nós.
Por isto o Apocalipse não é para nós um livro de
terror: é um livro de amor. É um livro da parte daquele que nos ama.
Eu gostaria de fazer algumas observações a respeito
do amor de Jesus por nós.
1. É um amor perfeito
Em grande medida, nós sabemos o que é amor, por
experiência própria. Como agentes morais que somos, criados à imagem e
semelhança de Deus, fomos criados com capacidade de amar e de recebermos amor.
O amor existe em vários níveis e em diferentes graus.
Existe o amor que se manifesta de forma romântica, entre o homem e a mulher. Existe
o amor que se manifesta na forma de amizade. Existe o amor platônico, que é
apenas contemplativo. Existe o amor que se manifesta na forma de afeição
natural.
Cada uma destas formas de amor pode ser muito
intensa. Davi chegou a dizer, a respeito da amizade que havia entre ele e
Jônatas, que o amor dele era excepcional, maior do que o amor de muitas
mulheres, quer dizer, era uma amizade tão grande que se sobressaía a tudo o
mais.
Mas ainda que tenhamos grande capacidade de amar e
de ser amados, somos pecadores, falíveis, imperfeitos, e por isto mesmo quando
nos melhores momentos, existe imperfeição em nosso amor. Qual é o pai, o filho,
o marido ou a esposa que não sabem disto?
Qual de nós por vezes não se sente culpado, pois
sabemos que não amamos com sabedoria? Às vezes nosso amor se transforma em
condescendência diante dos pecados, em tolerância exagerada. Às vezes nosso
amor se transforma e indignação exagerada. Pois até dentro de nossa própria
casa percebemos que muitas vezes falhamos com as pessoas a quem mais amamos. E
às vezes, em nossa imperfeição nós conseguimos afastar de nós as pessoas a quem
nós mais amamos.
Mas Jesus não é assim: Jesus é perfeito, e cada
aspecto de seu caráter corresponde a esta perfeição que ele é. Assim o amor de
Jesus é perfeito. Um amor que nos atrai para perto dele.
Lembra-se das palavras do amor de Deus registradas
em Jeremias?
Jr 31:3
De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei;
por isso, com benignidade te atraí.
É palavra do
Senhor ao seu povo Israel. O amor de Jesus nos atrai para ele. Sim, mesmo
quando estamos em momentos difíceis em nossa vida, nos sentimos atraídos para
perto dele.
Lembra-se também do
que Paulo escreveu na Carta aos Romanos?
Nem tribulações, nem angústias, ou fome, ou nudez, nem anjos, nem
principados, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem coisas do presente,
nem do que está para vir, nada pode nos separar do amor de Deus que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor. Nada pode nos separar do seu perdão. Nada pode nos
tirar sua salvação. (Rm 8:31-39)
Isto também nos faz entender que ...
2. É um amor incondicional
Quer dizer que o Senhor não nos ama apenas se nós
fizermos alguma coisa para merecer o seu amor.
É claro que o Senhor tem prazer em que sejamos que
façamos o bem – ele ama o que é bom e assim se deleita em nós quando somos e
agimos de acordo com seu querer.
E também é claro que se o amamos o nosso desejo e busca
diário é no sentido de obedecermos a sua santa e bondosa lei, embora falhemos
tanto.
Mas o eterno amor que ele tem por nós, o amor que o
levou a dar sua vida por nós não depende de nós. É um amor que nasce, que tem
sua fonte nele, e não em nós, mas no fato de que Deus, sendo amor, simplesmente
não deixa de ser como ele é; nele nunca há mudança de caráter.
Este amor pode ser observado nas palavras que o
Senhor dirigiu tantas vezes à sua igreja no Antigo Testamento.
Por exemplo:
Dt 7:6-8
Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te
escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há
sobre a terra. 7 Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu
porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos
os povos, 8 mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o
juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos
resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito.
Isto é maravilhoso: o menor de todos os povos, o
mais fraco, o “menos brilhante”, o desprezado das grandes nações. Mas amado do
Senhor.
Os 3:1
Disse-me o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e
adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros
deuses e amem bolos de passas.
A esposa infiel de Oséias, diz o Senhor, era uma
ilustração viva da infidelidade de seu povo, que em vez de adorá-lo, de buscá-lo,
adorava a outros deuses. Ainda assim, o Senhor continuava a amá-los.
Por isto também
entendemos, embora esteja além do entendimento, que este amor não falha
nunca...
3. É um amor infalível
Em Romanos, lemos que nenhuma coisa do presente, e nenhuma
coisa do porvir, poderá nos separar deste amor (8:38).
Em Jeremias lemos o Senhor dizendo: “Com amor eterno eu te amei...” (31:3).
Agora leiamos também 1ª Co 13:8
“O amor jamais acaba...”
Isto porque o amor de Deus é como Deus: eterno.
Eu fico impressionado cada vez que leio as palavras
de Jesus ao Pai, quando ele orava em nosso favor:
Jo 17:22, 23
Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um,
como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam
aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os
amaste, como também amaste a mim...
O amor do Pai
para com seu Filho Jesus é um amor eterno, infalível.
Quando Jesus foi
batizado, e também em outra ocasião, no “monte da transfiguração”, o Pai falou
do céu a respeito do nosso redentor: “Este
é o meu filho amado, em quem eu tenho prazer”...
E agora Jesus ora
no sentido de que seja claro aos olhos de todos, o fato de que o Pai nos ama
assim como ama a ele. Isto é glorioso.
Aplicação
Meu querido, você crê nesta doutrina bíblica? Crê no
amor que Deus tem por você? Amor que levou Jesus a morrer na cruz, e com o seu
sangue fazer de você uma pessoa livre do poder do mundo, do pecado e de Satanás?
Você compreende que com o seu sangue Jesus comprou
você para Deus, para te fazer reino de Deus, povo de Deus, sacerdote diante do
trono de Deus, para servi-lo em toda a sua maneira de viver?
Então viva esta maravilhosa realidade: como estas pessoas
amadas de Jesus, descritas em Apocalipse.
Livres do pecado. Reino de Deus. Sacerdotes do
Senhor. Plenas do amor do Senhor.
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