Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 1 de novembro de 2015

Demonstrando as virtudes do nosso Deus - 1ª Pe 2:11-25

IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 1 de novembro de 2015
Pr. Plínio Fernandes
11 Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, 12 mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação. 13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, 14 quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem.  15 Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; 16 como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus.  17 Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.  18 Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso; 19 porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus.  20 Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus.  21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, 22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; 23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, 24 carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.  25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma. 
Quando Jesus esteve aqui no mundo, sua vida foi a mais bonita que a humanidade jamais pode ver em outra pessoa.
Em Jesus nós vemos como Deus é justo, como Deus é santo, puro, misericordioso, bondoso, amoroso.
Em Jesus nos também vemos a justiça de Deus sendo satisfeita na cruz, quando ele se entregou para sofrer o castigo dos nossos pecados.
Ele carregou em seu próprio corpo as nossas iniquidades, e assim tornou-se o nosso bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas; sarou nossas almas a fim de que, mortos para os pecados, agora vivamos para a justiça.
Jesus revelou como Deus é, a ponto de dizer: – “Quem me vê a mim, vê o Pai” [1].
Em Jesus nós podemos contemplar a plenitude daquelas doces palavras de Isaías sobre o Deus a quem servimos, quando ele diz que o Senhor é o “Deus que trabalha para os que nele esperam” [2].
Mas ao mesmo tempo em que ele revelou sua identidade divina, ele também manifestou como é a vida de um filho de Deus.
Em comunhão com o Pai celestial através da oração, em obediência à sua Palavra, na plenitude e poder do Espírito Santo, ele ensinou, através de suas palavras e do seu modo de vida, como deve ser a nossa vida também.
Por isso lemos aqui que Jesus deixou o exemplo para que nós sigamos os seus passos.
É muito grande o amor que Deus tem por nós – ele nos escolheu e nos fez povo seu.
E também é muito grande a confiança que o Senhor demonstra em nós, a ponto de nos confiar a honra do seu santo nome diante do mundo.
Anteriormente já consideramos que, no v. 9, o Espírito Santo nos diz que nós somos raça eleita, sacerdócio real, e que temos a maravilhosa missão de proclamar diante do mundo as virtudes, as excelências morais do nosso Deus a fim de que o mundo veja, através de nós, como ele é maravilhoso.
E de agora em diante, a partir do v. 11, ele passa a nos ensinar como devemos viver, de modo que as virtudes de Deus sejam manifestas por nosso intermédio.
No v. 12 ele diz: “mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios”...
No v. 21: “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos”...
E no contexto ele cita as várias áreas de nossa vida em que o exemplo de Cristo deve ser seguido: diante da sociedade em geral (vs. 13-17), diante das pessoas para quem trabalhamos (vs. 18-25); depois, no cap. 3, no contexto familiar.
Em cada ocasião, ele diz que se nos comportamos conforme aqui é ensinado, o nome do Senhor será honrado, o nosso Deus se agradará, e nossas vidas serão abençoadas.
Eu desejo meditar com vocês sobre como devemos proceder, a fim de que por nosso intermédio as virtudes do nosso Deus sejam refletidas no mundo.
1. Devemos nos lembrar de que, ainda que estejamos neste mundo, não somos deste mundo
O v. 11 nos lembra que somos peregrinos e forasteiros.
Quer dizer que somos de fora, que aqui não é o nosso destino; que o nosso tempo aqui é passageiro.
Jesus, mais do que qualquer outra pessoa, nos ensinou isto de modo muito claro.
Vamos ler Jo 17:14-16
Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.  15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. 16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.
Cada palavra que Jesus falou, cada decisão que tomou, cada gesto e atitude, todas as coisas que ele fazia, manifestavam esta firme consciência – a de que ele não era deste mundo; e também a de que o nosso destino, o destino dos crentes, está indissoluvelmente ligado ao dele.
Agora, aquilo que anuncia aqui de forma negativa, dizendo que não pertencemos a este mundo, ele o afirma de modo positivo, por exemplo, em Jo 14:1-3.
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.  3 E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.
O nosso destino é a habitação de Deus, a “casa do Pai”, na qual Jesus foi preparar-nos lugar. Somos cidadãos do céu.
Quando nós temos em mente que a nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos o Senhor Jesus, então, com a nossa vida, anunciamos as virtudes de Deus
Porque manifestamos a nossa fé em Deus, como um Deus Salvador, um Deus de Palavra.
Vamos ao “capítulo dos heróis da fé”, na Palavra de Deus.
Hb 11:13-16
Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.  14 Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.  15 E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.  16 Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.
Ele está descrevendo de modo muito bonito a vida que tiveram nossos antepassados na fé, homens dos quais o mundo não era digno [3], e que diante das provações, dos escárnios, das perseguições e das tentações não cederam, mas que, esquecendo-se das coisas do passado, ficaram com os olhos firmes na eternidade, aspirando pela pátria celestial.
Quando alguém vive assim está anunciando, com a sua vida, a fé na promessa de Cristo, a certeza de que ele é Deus, a certeza da vida eterna que ele veio nos dar da parte de Deus nosso Pai.
Além disto, quando cremos que não somos deste mundo, somos motivados a pensar, e a viver como cidadão do céu
Cl 3:1-4
Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. 2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; 3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.  4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.
Algum tempo atrás, um conhecido do meu genro estava falando com ele. Este homem não é crente, mas tem um irmão que é pastor, e desde a juventude se dedicou ao trabalho missionário.
Então ele disse para o meu genro: – “Eu admiro o meu irmão. Não consigo ter a fé que ele tem, mas desde moço ele foi capaz de dedicar a vida inteira a pregar; não foi atrás de dinheiro, não foi atrás de se fazer na vida, porque ele acredita na eternidade”...
Eu me entristeço por aquele homem que “não consegue ter fé”, mas ao mesmo tempo, ele compreendeu muito bem qual é a implicação da confiança em Deus: você é capaz de dedicar totalmente sua vida a ele, considerando-se apenas um forasteiro aqui, e vivendo como que vai morar no céu.
E isto torna conhecida a Palavra de Deus diante do mundo.
Além disto, anunciamos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua luz quando...
2. Abstemos-nos das paixões carnais que fazem guerra contra nossas almas
Aqui neste último texto, em Colossenses, o apóstolo Paulo descreve estas consequências de se buscar as coisas do céu: é que vamos nos abster de tudo o que é terreno, baixo e rasteiro.
Cl 3:5-9
5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; 6 por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.  7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas.  8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.  9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos.
Estas coisas aqui relacionadas, e outras semelhantes, são resumidas pelo apóstolo Pedro quando ele diz: – “Abstenham-se das paixões carnais; elas combatem contra suas almas, elas destroem seu relacionamento com Deus e a vida espiritual”.
A palavra “paixão” tem o sentido básico de “andar em volta”, e significa “desejo intenso”. É quando a satisfação de certo desejo se torna central em nossos pensamentos, em nossa vida.
Nem sempre este desejo intenso é uma coisa ruim.
Por exemplo, Jesus disse aos seus discípulos que havia desejado intensamente comer com eles a páscoa, na noite em que instituiu a santa ceia[4]. A palavra é a mesma usada aqui por Pedro.
Paulo também disse que desejava intensamente rever os irmãos de Tessalônica, pois estava preocupado com eles[5].
Mas o desejo intenso torna-se paixão carnal quando nossa vida está tomada de desejos mundanos.
Os desejos mundanos são verdadeiros demônios, verdadeiros inimigos de nossas almas.
Sabe um modo muito prático de sabermos quais são nossas paixões? É atentando para o como empregamos o nosso tempo, preenchendo os espaços do nosso coração.
A maneira como preenchemos nossos pensamentos.
Amado irmão, que tipo de música você houve, com a qual você se alegra, se diverte? Com o que você ocupa sua imaginação?
Que livros, que programas de TV, você prefere? Quer tipo de diversões?
E no seu dia a dia, qual é a sua busca? Quais são os seus sonhos, os seus desejos? O que você almeja conseguir na vida? Ou quem?
Se, ao pensar nestas coisas, você percebe que existem paixões carnais te manipulando, você precisa abandoná-las; do contrário elas irão te destruir.
E além disto, elas não refletem a glória de Deus. Elas não honram o nome de Deus na tua vida.
E isto nos conduz ao terceiro ponto: anunciamos as virtudes de Deus...
3. Vivendo uma vida bonita – no mundo, no trabalho, no lar
v. 12 – mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação
Há duas expressões muito graciosas aqui neste versículo, que são a mesma palavra no texto grego: “exemplar”, e “boas obras”; podem ser traduzidas como “bom, bonito, excelente, louvável”, e outras expressões semelhantes.
– Que os gentios observem a vida de vocês, vejam como é bonita, e glorifiquem a Deus no dia em que ele vier.
Pedro cita vários modelos de uma vida assim:
Nos vs. 13-17, a vida de cidadãos exemplares, que cumprem os seus deveres, que respeitam a lei, que tratam às pessoas com honra, quem temem a Deus, que vivem em paz, como servos de Deus.
Depois, dos vs. 18-25, trata do nosso comportamento diante daqueles para quem trabalhamos: devemos ter em mente que, mesmo quando trabalhamos para gente má, em última instância, estamos servindo a Deus.
E se sofremos por causa de uma boa consciência diante de Deus, isto é agradável a ele.
No cap. 3:1-8, ele diz o que é uma vida bonita no lar.
E podemos dizer resumindo: uma vida bonita é aquela que segue o exemplo de Jesus, mesmo em meio ao sofrimento.
vs. 21-23
21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, 22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; 23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente...
Se você estiver passando por situações de sofrimento, injustas, por causa de sua boa consciência diante de Deus, saiba de uma coisa: “Faz parte do plano de Deus pra você”.
Siga o exemplo de Jesus, e assim, sua vida será bonita, será um ornamento da doutrina evangélica, será um meio através do qual o nome de Deus será glorificado, e você será abençoado no dia em que Deus vier.
Conclusão e aplicação
Veja quanta graça nós temos recebido do Pai. Ele nos ama a ponto de fazer de nós seus representantes diante do mundo, a fim de que o mundo possa ver em nós o caráter do Senhor.
Isto não é para nós somente um dever; também é uma grande honra.
Então eu desejo exortá-lo:
Lembre-se de que você não é deste mundo. Você é um cidadão do céu. Viva como quem vai morar no céu. Viva com esta certeza. Não seja apegado ao que é mundano, passageiro. Não ponha nas coisas do mundo a sua confiança. Não sejam as coisas do mundo o seu amor e a sua esperança. Que a sua mente e coração estejam no céu, em Jesus.
Abstenha-se de tudo o que é desejo carnal, rasteiro, mundano: que a obsessão que os incrédulos deste tempo presente nutrem por beleza, sexo, dinheiro e prazeres esteja longe do teu coração, longe dos seus pensamentos.
Que a sua vida seja pura, casta, virtuosa.
Seja um exemplo para as pessoas do mundo.
Sejam exemplo de cidadãos trabalhadores, honestos, cumpridores da lei.
Jovens, sejam bom exemplo na dedicação aos estudos, no respeito aos professores, no amor aos pais.
Maridos e esposas, pais e filhos, sejam exemplo diante do mundo; exemplo de famílias que seguem a Cristo.
Você são sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que o mundo possa ver, através de vocês, como Deus é santo, como Deus é bom, e o que ele faz na vida daqueles que tem Jesus no coração.






[1] Jo 14:9
[2] Is 64:4
[3] v. 38
[4] Lc 22:15
[5] 1ª Ts 2:17

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