IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 1 de novembro de 2015
Pr. Plínio Fernandes
11 Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que
sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, 12
mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo
que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas
obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação. 13 Sujeitai-vos a toda
instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, 14 quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos
malfeitores como para louvor dos que praticam o bem. 15 Porque assim é a
vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos
insensatos; 16 como livres que sois, não
usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos
de Deus. 17 Tratai todos com honra, amai os
irmãos, temei a Deus, honrai o rei. 18 Servos, sede submissos, com todo
o temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao
perverso; 19 porque isto é grato, que
alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência
para com Deus. 20 Pois que glória há, se, pecando
e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto,
quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência,
isto é grato a Deus. 21 Porquanto para isto mesmo fostes
chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo
para seguirdes os seus passos, 22 o qual não cometeu pecado,
nem dolo algum se achou em sua boca; 23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado,
não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, 24 carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados,
para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas,
fostes sarados. 25 Porque estáveis desgarrados como
ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma.
Quando Jesus esteve aqui no
mundo, sua vida foi a mais bonita que a humanidade jamais pode ver em outra
pessoa.
Em Jesus nós vemos como Deus é justo,
como Deus é santo, puro, misericordioso, bondoso, amoroso.
Em Jesus nos também vemos a
justiça de Deus sendo satisfeita na cruz, quando ele se entregou para sofrer o
castigo dos nossos pecados.
Ele carregou em seu próprio
corpo as nossas iniquidades, e assim tornou-se o nosso bom Pastor, que dá a
vida pelas ovelhas; sarou nossas almas a fim de que, mortos para os pecados,
agora vivamos para a justiça.
Jesus revelou como Deus é, a
ponto de dizer: – “Quem me vê a mim, vê o
Pai” [1].
Em Jesus nós podemos contemplar
a plenitude daquelas doces palavras de Isaías sobre o Deus a quem servimos, quando
ele diz que o Senhor é o “Deus que
trabalha para os que nele esperam” [2].
Mas ao mesmo tempo em que ele
revelou sua identidade divina, ele também manifestou como é a vida de um filho
de Deus.
Em comunhão com o Pai celestial
através da oração, em obediência à sua Palavra, na plenitude e poder do
Espírito Santo, ele ensinou, através de suas palavras e do seu modo de vida,
como deve ser a nossa vida também.
Por isso lemos aqui que Jesus
deixou o exemplo para que nós sigamos os seus passos.
É muito grande o amor que Deus
tem por nós – ele nos escolheu e nos fez povo seu.
E também é muito grande a
confiança que o Senhor demonstra em nós, a ponto de nos confiar a honra do seu
santo nome diante do mundo.
Anteriormente já consideramos
que, no v. 9, o Espírito Santo nos diz que nós somos raça eleita, sacerdócio real,
e que temos a maravilhosa missão de proclamar diante do mundo as virtudes, as
excelências morais do nosso Deus a fim de que o mundo veja, através de nós, como
ele é maravilhoso.
E de agora em diante, a partir
do v. 11, ele passa a nos ensinar como devemos viver, de modo que as virtudes
de Deus sejam manifestas por nosso intermédio.
No v. 12 ele diz: “mantendo exemplar o vosso procedimento no
meio dos gentios”...
No v. 21: “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os
seus passos”...
E no contexto ele cita as várias
áreas de nossa vida em que o exemplo de Cristo deve ser seguido: diante da
sociedade em geral (vs. 13-17), diante das pessoas para quem trabalhamos (vs.
18-25); depois, no cap. 3, no contexto familiar.
Em cada ocasião, ele diz que se
nos comportamos conforme aqui é ensinado, o nome do Senhor será honrado, o
nosso Deus se agradará, e nossas vidas serão abençoadas.
Eu desejo meditar com vocês
sobre como devemos proceder, a fim de que por nosso intermédio as virtudes do
nosso Deus sejam refletidas no mundo.
1. Devemos nos lembrar de que, ainda que estejamos neste mundo, não somos
deste mundo
O v. 11 nos lembra que somos peregrinos e forasteiros.
Quer dizer que somos de fora, que
aqui não é o nosso destino; que o nosso tempo aqui é passageiro.
Jesus, mais do que qualquer
outra pessoa, nos ensinou isto de modo muito claro.
Vamos ler Jo
17:14-16
Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são
do mundo, como também eu não sou. 15 Não peço que os tires do mundo,
e sim que os guardes do mal. 16 Eles não são do mundo, como
também eu não sou.
Cada palavra que Jesus falou,
cada decisão que tomou, cada gesto e atitude, todas as coisas que ele fazia, manifestavam esta firme consciência – a de que ele não era deste mundo; e também a de que o
nosso destino, o destino dos crentes, está indissoluvelmente ligado ao dele.
Agora, aquilo que anuncia aqui
de forma negativa, dizendo que não pertencemos a este mundo, ele o afirma de
modo positivo, por exemplo, em Jo 14:1-3.
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. 2
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito.
Pois vou preparar-vos lugar. 3 E, quando eu for e vos preparar
lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou,
estejais vós também.
O nosso destino é a habitação
de Deus, a “casa do Pai”, na qual Jesus foi preparar-nos lugar. Somos cidadãos
do céu.
Quando nós temos em mente que
a nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos o Senhor Jesus, então, com a
nossa vida, anunciamos as virtudes de Deus
Porque manifestamos a nossa fé
em Deus, como um Deus Salvador, um Deus de Palavra.
Vamos ao “capítulo dos heróis
da fé”, na Palavra de Deus.
Hb 11:13-16
Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém,
de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre
a terra. 14 Porque os que falam desse modo
manifestam estar procurando uma pátria. 15 E, se, na verdade, se lembrassem
daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. 16 Mas, agora, aspiram a
uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles,
de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.
Ele está descrevendo de modo
muito bonito a vida que tiveram nossos antepassados na fé, homens dos quais o
mundo não era digno [3], e
que diante das provações, dos escárnios, das perseguições e das tentações não
cederam, mas que, esquecendo-se das coisas do passado, ficaram com os olhos
firmes na eternidade, aspirando pela pátria celestial.
Quando alguém vive assim está
anunciando, com a sua vida, a fé na promessa de Cristo, a certeza de que ele é
Deus, a certeza da vida eterna que ele veio nos dar da parte de Deus nosso Pai.
Além disto, quando cremos que
não somos deste mundo, somos motivados a pensar, e a viver como cidadão do céu
Cl 3:1-4
Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas
lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. 2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; 3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em
Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa
vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.
Algum tempo atrás, um
conhecido do meu genro estava falando com ele. Este homem não é crente, mas tem
um irmão que é pastor, e desde a juventude se dedicou ao trabalho missionário.
Então ele disse para o meu
genro: – “Eu admiro o meu irmão. Não
consigo ter a fé que ele tem, mas desde moço ele foi capaz de dedicar a vida
inteira a pregar; não foi atrás de dinheiro, não foi atrás de se fazer na vida,
porque ele acredita na eternidade”...
Eu me entristeço por aquele
homem que “não consegue ter fé”, mas ao mesmo tempo, ele compreendeu muito bem
qual é a implicação da confiança em Deus: você é capaz de dedicar totalmente
sua vida a ele, considerando-se apenas um forasteiro aqui, e vivendo como que
vai morar no céu.
E isto torna conhecida a
Palavra de Deus diante do mundo.
Além disto, anunciamos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a
sua luz quando...
2. Abstemos-nos das paixões carnais que fazem guerra contra nossas
almas
Aqui neste último texto, em
Colossenses, o apóstolo Paulo descreve estas consequências de se buscar as
coisas do céu: é que vamos nos abster de tudo o que é terreno, baixo e
rasteiro.
Cl 3:5-9
5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza,
paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; 6 por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. 7 Ora, nessas mesmas coisas
andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. 8 Agora, porém,
despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência,
linguagem obscena do vosso falar. 9 Não mintais uns aos outros, uma
vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos.
Estas coisas aqui
relacionadas, e outras semelhantes, são resumidas pelo apóstolo Pedro quando
ele diz: – “Abstenham-se das paixões
carnais; elas combatem contra suas almas, elas destroem seu relacionamento com
Deus e a vida espiritual”.
A palavra “paixão” tem o
sentido básico de “andar em volta”, e significa “desejo intenso”. É quando a
satisfação de certo desejo se torna central em nossos pensamentos, em nossa
vida.
Nem sempre este desejo intenso
é uma coisa ruim.
Por exemplo, Jesus disse aos
seus discípulos que havia desejado intensamente comer com eles a páscoa, na
noite em que instituiu a santa ceia[4]. A
palavra é a mesma usada aqui por Pedro.
Paulo também disse que
desejava intensamente rever os irmãos de Tessalônica, pois estava preocupado
com eles[5].
Mas o desejo intenso torna-se paixão
carnal quando nossa vida está tomada de desejos mundanos.
Os desejos mundanos são
verdadeiros demônios, verdadeiros inimigos de nossas almas.
Sabe um modo muito prático de
sabermos quais são nossas paixões? É atentando para o como empregamos o nosso
tempo, preenchendo os espaços do nosso coração.
A maneira como preenchemos
nossos pensamentos.
Amado irmão, que tipo de
música você houve, com a qual você se alegra, se diverte? Com o que você ocupa
sua imaginação?
Que livros, que programas de
TV, você prefere? Quer tipo de diversões?
E no seu dia a dia, qual é a
sua busca? Quais são os seus sonhos, os seus desejos? O que você almeja
conseguir na vida? Ou quem?
Se, ao pensar nestas coisas,
você percebe que existem paixões carnais te manipulando, você precisa
abandoná-las; do contrário elas irão te destruir.
E além disto, elas não
refletem a glória de Deus. Elas não honram o nome de Deus na tua vida.
E isto nos conduz ao terceiro ponto: anunciamos as virtudes de
Deus...
3. Vivendo uma vida bonita – no mundo, no
trabalho, no lar
v. 12 – mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios,
para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores,
observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação
Há duas expressões muito
graciosas aqui neste versículo, que são a mesma palavra no texto grego: “exemplar”,
e “boas obras”; podem ser traduzidas como “bom, bonito, excelente, louvável”, e
outras expressões semelhantes.
– Que os gentios observem a vida de vocês, vejam como é bonita, e
glorifiquem a Deus no dia em que ele vier.
Pedro cita vários modelos de uma
vida assim:
Nos vs. 13-17, a vida de
cidadãos exemplares, que cumprem os seus deveres, que respeitam a lei, que
tratam às pessoas com honra, quem temem a Deus, que vivem em paz, como servos
de Deus.
Depois, dos vs. 18-25, trata do
nosso comportamento diante daqueles para quem trabalhamos: devemos ter em mente
que, mesmo quando trabalhamos para gente má, em última instância, estamos
servindo a Deus.
E se sofremos por causa de uma
boa consciência diante de Deus, isto é agradável a ele.
No cap. 3:1-8, ele diz o que é
uma vida bonita no lar.
E podemos dizer resumindo: uma
vida bonita é aquela que segue o exemplo de Jesus, mesmo em meio ao sofrimento.
vs. 21-23
21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu
em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, 22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; 23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado,
não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente...
Se você estiver passando por
situações de sofrimento, injustas, por causa de sua boa consciência diante de
Deus, saiba de uma coisa: “Faz parte do plano de Deus pra você”.
Siga o exemplo de Jesus, e assim,
sua vida será bonita, será um ornamento da doutrina evangélica, será um meio
através do qual o nome de Deus será glorificado, e você será abençoado no dia
em que Deus vier.
Conclusão e aplicação
Veja quanta graça nós temos
recebido do Pai. Ele nos ama a ponto de fazer de nós seus representantes diante
do mundo, a fim de que o mundo possa ver em nós o caráter do Senhor.
Isto não é para nós somente um
dever; também é uma grande honra.
Então eu desejo exortá-lo:
Lembre-se de que você não é
deste mundo. Você é um cidadão do céu. Viva como quem vai morar no céu. Viva
com esta certeza. Não seja apegado ao que é mundano, passageiro. Não ponha nas
coisas do mundo a sua confiança. Não sejam as coisas do mundo o seu amor e a
sua esperança. Que a sua mente e coração estejam no céu, em Jesus.
Abstenha-se de tudo o que é
desejo carnal, rasteiro, mundano: que a obsessão que os incrédulos deste tempo
presente nutrem por beleza, sexo, dinheiro e prazeres esteja longe do teu
coração, longe dos seus pensamentos.
Que a sua vida seja pura,
casta, virtuosa.
Seja um exemplo para as
pessoas do mundo.
Sejam exemplo de cidadãos
trabalhadores, honestos, cumpridores da lei.
Jovens, sejam bom exemplo na
dedicação aos estudos, no respeito aos professores, no amor aos pais.
Maridos e esposas, pais e
filhos, sejam exemplo diante do mundo; exemplo de famílias que seguem a Cristo.
Você são sacerdócio real,
nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que o mundo possa ver,
através de vocês, como Deus é santo, como Deus é bom, e o que ele faz na vida
daqueles que tem Jesus no coração.
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