IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 11 de maio de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Amados
irmãos, vamos ler 1ª Pedro 3:1-7[1]
Mulheres, sede vós,
igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não
obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de
sua esposa, 2 ao observar o vosso honesto
comportamento cheio de temor. 3 Não seja o adorno da esposa o que
é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; 4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de
um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. 5 Pois foi assim também
que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em
Deus, estando submissas a seu próprio marido, 6 como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós
vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma. 7 Maridos, vós,
igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração
para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque
sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam
as vossas orações.
À luz da Bíblia nós sabemos que Deus é o criador da família. E como seu
amoroso criador, ele tem muito a nos dizer sobre ela.
Por exemplo, neste texto do apóstolo Pedro, onde ele nos ensina sobre o
relacionamento entre mulher e marido: um relacionamento permeado pelo amor, por
um profundo cuidado com a vida espiritual um do outro, e que busca honrar a
Deus, valorizando aquilo que é de valor aos olhos de Deus.
Eu acho especialmente digno de nota o apreço que os autores inspirados
da Bíblia demonstram para com as mulheres.
Eu sei que certos conceitos bíblicos, por exemplo, o conceito de “submissão”,
não são bem recebidas por muitos, mas penso que isto se dá principalmente por
não entenderem plenamente o que a Bíblia quer dizer.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, na Bíblia a palavra
“submissão” não está sempre relacionada com algo negativo, opressor, mas sim
com um conceito de missão, propósito a ser alcançado.
E “isto não é coisa pra qualquer um”; ao contrário, é para aqueles que,
revestidos da graça de Deus, foram capacitados a uma vida santificada.
Assim que, neste texto, depois de, no capítulo anterior, ensinar submissão
dos cidadãos às autoridades e dos servos aos seus senhores, a submissão é
ordenada à mulher como uma pessoa profundamente espiritual, santa, que pode ser
usada como um instrumento de Deus para a salvação eterna do marido.
Além disto, a submissão é ordenada por ser uma qualidade espiritual, de
uma mulher que tem consciência de que a beleza feminina não é apenas uma coisa
exterior, para agradar aos olhos dos homens, mas acima de tudo uma beleza
interior, para agradar não somente o marido, mas o “seu marido espiritual”,
pois o marido dela, neste sentido, é o seu Criador e Redentor.
De modo que Pedro demonstra seu apreço pelas mulheres descrevendo o
valor e poder que elas têm no reino de Deus.
E não somente isto. Veja: nos vs. 1 a 6 de nosso texto, ele se dedica
longamente a falar (primeiro) às mulheres – e ensina, encoraja, valoriza,
ilustra o que quer dizer; depois, de forma muito objetiva, mas muito profunda
diz que os maridos devem cuidar de suas mulheres com toda a consideração, dando
honra, respeitando, tratando com dignidade, como a parte do casal de
constituição mais delicada, e um vaso de honra nas mãos do Senhor.
O homem deve ter consciência da dimensão espiritual de seu
relacionamento com a esposa, por isto o relacionamento com ela, mesmo o
relacionamento íntimo conjugal, é marcado pela presença de Deus e comunhão
espiritual.
Desta forma nós vemos que, assim como Adão, que quando viu Eva pela
primeira vez ficou admirado e satisfeito, e exclamou com alegria: “Até que em fim alguém semelhante a mim,
para estar comigo”, Pedro também diz que cada homem deve admirar a beleza
que há em sua mulher, e amá-la por causa disto.
E é claro, todas as mulheres cristãs desejam ser
casadas com homens assim.
Mas, o que é “beleza feminina”?
É claro que em muitos casos ao usar esta frase,
falamos da aparência exterior de uma mulher.
Mas já notaram que às vezes uma pessoa muito bonita
exteriormente, à medida em que a conhecemos, vai se tornando “feia aos nossos
olhos”, porque aquilo que ela é “por dentro” não condiz com sua beleza externa?
E já notaram que uma pessoa pode não ser
exteriormente bonita, mas à medida em que a conhecemos, ela se torna “linda aos
nossos olhos”, por aquilo que ela é por dentro?
Eu gostaria de falar sobre este assunto, tomando
como base o v. 3, onde na tradução que uso principalmente (ARA), está escrito: “Não seja o adorno das esposas o que é
exterior”.
A palavra traduzida adorno (enfeite – ARC FIEL), é “cosmos”,
de onde vem a nossa palavra “cosmético”. A pergunta é: “o que deixa as mulheres
realmente bonitas e graciosas”?
Por isto a NVI traduz: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos
trançados, joias de ouro e roupas finas...”.
A BV diz: “Não
se preocupem com a beleza exterior...”.
A BLH: “Não
procurem ficar bonitas usando enfeites...”.
E a A21: “O
que vos torna belas não seja o enfeite exterior...”.
Todas elas traduzem fielmente o pensamento de
Pedro, no sentido daquilo que faz de uma mulher o ser verdadeiramente bonita.
E porque este é um tema importante?
Por que ser bonita é um desejo de toda mulher. É um
anseio natural e benéfico: ninguém em são juízo desejaria ser feio, não é
mesmo?
E podemos acrescentar que também os homens desejam
esposas bonitas. Qual seria o ser humano normal que tem prazer na feiura?
Pois bem: ao falar a respeito da beleza feminina,
Pedro nos traz o ensino de que existem dois tipos de beleza – a beleza externa
(esta não é a mais valiosa, a verdadeira beleza), e a beleza interna.
Estes conceitos ensinados pelo Apóstolo são
importantes para as mulheres casadas, e as que pretendem se casar no Senhor.
E também são importantes para os homens casados,
pois a beleza interior é o que eles precisam procurar em suas esposas, se
querem um casamento permanente.
E naturalmente para os rapazes sábios.
Neste estudo iremos considerar a beleza feminina.
1. Não é a beleza exterior – v. 3
NVI: “A beleza de vocês não deve estar nos
enfeites exteriores, como cabelos trançados, joias de ouro e roupas finas...”.
– Não se
preocupem com isto, não se desgastem com isto...
É claro que Pedro não está dizendo que a mulher não
deve se cuidar fisicamente, pois se assim fosse, também não deveria pentear-se,
vestir-se, banhar-se, etc.
Irmãos e irmãs, não é pecado usar enfeites, nem
perfumes e coisas semelhantes. Mas é pecado pensar que estas são as coisas
realmente importantes.
Por isto ele está dizendo é que esta não deve ser a
preocupação, esta não é a beleza de que elas devem ocupar-se.
Eu quero mencionar algumas razões para isto
1.1
– A beleza exterior é apenas isto: exterior. E por isto é enganosa
Pv 31:30
Enganosa é a graça, e vã, a
formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada.
NVI – “A beleza é enganosa, e a
formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será elogiada”.
A aparência exterior não revela o que a pessoa
realmente é
1º Sm 16:16, 7
Sucedeu que, entrando eles,
viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido. 7 Porém o SENHOR disse a
Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o
rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém
o SENHOR, o coração.
O profeta Samuel estava na casa de Jessé, um
morador de Belém, pois o Espírito de Deus o havia guiado até ali, onde ele
deveria ungir um novo rei para Israel; um homem que Deus já havia escolhido
para reinar sobre o seu povo.
Então entrou no recinto um dos filhos de Jessé,
chamado Eliabe.
O texto não diz explicitamente, mas alguma coisa na
aparência de Eliabe fez com que Samuel pensasse ser ele o homem qualificado
para ser o rei de Israel.
Um homem alto e bonito, de boa presença,
provavelmente.
Mas o Senhor disse que não era isto o que Samuel
deveria procurar, pois o importante é aquilo que um homem é “por dentro”.
Vocês sabem que eu aprecio a história narrada em
“O retrato de Dorian Gray”, livro de Oscar Wilde (o filme do qual gosto é a
versão de 1945).
Um dia Dorian Gray fez um trato com o diabo e
deu-lhe sua alma em toca de beleza e juventude permanentes.
Dorian Gray era muito admirado, teve muitas
amantes, e viveu longamente, de modo muito egocêntrico e egoísta. E no sótão de
sua casa havia um retrato seu, pintado na juventude.
Mas “chegou o dia da cobrança”. E neste dia, quando
foi descoberto o quadro que estava no sótão, foi visto como Dorian Gary
realmente era, pois toda a feiura de sua alma estava pintada ali.
Acho que esta história ilustra bem o fato de que a
beleza externa não é a mesma coisa que a beleza interior.
Muitas vezes uma pessoa tão bonita do lado de fora,
bem vestida, bem maquiada, “corpo sarado”, por dentro é apenas uma alma feia,
“do jeito que o diabo gosta”.
Muitas vezes a beleza externa, que é uma bênção,
acaba se tornando uma maldição, um verdadeiro instrumento de perdição, pois a
pessoa bonita exteriormente, age à semelhança daquele “querubim ungido”, que
era “cheio de formosura”,[2]
e se deixou levar pela vaidade, pelo orgulho, e se tornou Satanás; e então sua
alma fica feia, não transmite graça e bênção de Deus.
Outras vezes ela se torna um verdadeiro instrumento
de Satanás, à semelhança de Dalila na vida de Sansão, ou de Bate Seba na vida
de Davi.
Por outro lado, mesmo que uma pessoa não seja muito
bonita exteriormente, se ela tiver no coração aquele contentamento que vem de
Deus, ela se torna bonita aos olhos dos outros.
Pv 15:13a
O coração alegre aformoseia o
rosto...
1.2 – A beleza exterior não é duradoura – cedo ela
desaparece
1ª Jo 2:15-17
Não ameis o mundo nem as
coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17 Ora, o mundo passa,
bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus
permanece eternamente.
Não precisamos ser exaustivos ao comentar este
texto: queremos enfatizar que o mundo passa. E passa rapidamente.
Às vezes eu vejo na TV alguma notícia sobre atores
de filmes antigos, e que em sua juventude eram admirados por sua beleza.
E muitos deles, passados alguns anos, estão bem
diferentes; aquela antiga aparência bonita se tornou praticamente
irreconhecível.
Aquele que se concentra em amar as coisas deste
mundo está se concentrando em algo que não dura.
1.3
– A beleza exterior não tem valor diante de Deus
Nos textos que já lemos de Samuel e Provérbios,
Deus mesmo acrescenta que ele não atenta para a aparência, a beleza externa:
ele considera o que a pessoa pensa, os seus propósitos, ele sonda seu coração.
Voltemos então a 1ª Pedro 3:4: a beleza interior é
que tem grande valor diante de Deus.
Ela tem valor diante de um homem que olha com os
olhos de Deus – a mulher que teme ao
Senhor, essa será louvada.
Se a beleza exterior é enganosa, se ela é
passageira, se ela não tem valor aos olhos de Deus, então o homem sábio segundo
Deus também irá considerar este tipo de beleza do mesmo modo.
Então, se uma mulher quer ser amada por um homem
verdadeiramente sábio, o que ela precisa é cultivar a beleza segundo Deus.
2. O que torna uma mulher verdadeiramente
bonita é a beleza interior
v. 4
Seja, porém, o homem interior
do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que
é de grande valor diante de Deus.
A beleza interior é aquela que uma pessoa tem em
seu caráter. É aquilo que uma pessoa (homem ou mulher) é em sua alma.
Ao contrário da beleza exterior, que se corrompe,
que passa, a beleza interior se torna, com o passar do tempo, cada vez maior.
Essa é a beleza que tem valor aos olhos de Deus,
que não leva uma pessoa a ensoberbecer-se, pois quanto mais bonita por dentro,
mais humilde.
Não leva outros a tropeçarem, pois tem um
comportamento decente, honesto.
Esta beleza interior traz algumas características
inerentes a ela:
2.1
– Uma característica da mulher realmente bonita é o cultivo de valores
espirituais
Um espírito
manso e tranquilo.
Este espírito, ao contrário da beleza exterior, não
se corrompe.
Mansidão e tranquilidade são características de
alguém que sabe que sua vida é dirigida por Deus, que nele confia, que sabe que
Deus está no controle de todas as coisas.
O que é mansidão? É humildade. É a capacidade de
dizer não para si mesma, em favor da vontade de Deus ou de outra pessoa. É a
capacidade de abrir mão de si mesma.
O que é tranquilidade? É a capacidade de não se
deixar abalar por circunstâncias ou palavras difíceis.
Mansidão é o oposto de imposição de sua própria
vontade. É se deixar dirigir.
Tranquilidade é o oposto de discussão, histeria,
grosseria, palavras rudes e amargas.
Tranquilidade é confiança que tudo está nas mãos de
Deus.
Tranquilidade é alegria interior.
Existem mulheres que quando contrariadas ficam
bravas, nervosas.
A mulher mansa e tranquila é aquela que sabe
esperar em Deus.
v. 5
Pois foi assim também que a si
mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando
submissas a seu próprio marido.
2.2
– Uma vez que é mansa e tranquila, esta mulher bonita também a não teme
perturbação alguma
v. 6
Como fazia Sara, que obedeceu
a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o
bem e não temendo perturbação alguma.
Em nossos dias já não temos o costume das mulheres
dirigirem-se aos maridos como “senhor”. Mas o principio de respeito para com a
liderança do marido permanece.
Ora, Pedro ilustra isto com o exemplo de Sara.
Nós sabemos que Sara não era uma mulher perfeita:
por vezes ela demonstrou fraqueza em sua fé; por vezes foi injusta com sua serva
Agar; de modo que não vamos aprovar todo o seu comportamento.
E é claro, isto também é um consolo ao coração de
todos nós, que reconhecemos e nos entristecemos com nossas próprias fraquezas.
Mas apesar de suas fraquezas, Sara simplesmente
esperava em Deus, respeitava o marido, e seu coração tinha paz.
Pois à mulher que espera em Deus, ele a defende, e
lhe atende as orações.
1.3
– Por isto também esta mulher interiormente bonita é descrita como uma mulher
submissa
vs. 5, 6
Pois foi assim também que a si
mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando
submissas a seu próprio marido, 6 como fazia Sara, que obedeceu
a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o
bem e não temendo perturbação alguma.
v. 1
Mulheres, sede vós,
igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não
obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de
sua esposa,
Por favor, tomemos cuidado: eu gostaria de fazer
duas observações para que não entendamos de modo errado o que Pedro está
ensinando.
Primeira:
ele não está dizendo com isto que uma mulher pode se casar com um homem que não
obedece à Palavra de Deus.
Ele está dizendo que se uma mulher estiver casada
com um homem assim, ela poderá ser um instrumento de Deus ganhá-lo.
A situação é esta: um casal de pessoas que não
conhece a Deus. Então a esposa se converte, mas o marido não. Neste contexto, a
mulher não deve ficar pregando para ele, mas deve viver de modo honesto, isto
é, digno de Deus, um comportamento cheio de temor. O marido estará observando
isto, e o testemunho desta mulher será muito mais forte que qualquer pregação
do evangelho que ela lhe fizer.
Por outro lado, se uma jovem pensar assim: “Eu sei que a Bíblia diz que não devo me
casar com uma pessoa não cristã, mas eu pretendo ganhar o meu namorado para o
evangelho”, o que ela está revelando com isto é justamente é a falta deste
temor mencionado por Pedro.
A segunda observação que desejo fazer:
Pedro está dizendo que se a mulher crente tem um
marido que não obedece à Palavra de Deus, ela deve se comportar de modo santo
com o propósito de ganhar seu marido para esta obediência. Mas não está dizendo
que inevitavelmente seu marido será ganho. Ele está dizendo apenas que este
deve ser o alvo da esposa.
Para que entendamos melhor, eu gostaria de
adicionar o que Paulo escreveu em 1ª aos Coríntios 7:15, 16
15 mas se o descrente quiser
apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão, nem o
irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz. 16 Pois, como sabes,
ó mulher, se salvarás teu marido? E como sabes, ó marido, se salvarás tua
mulher?
Veja: ainda que o crente seja uma pessoa que
obedeça à Palavra, busque a paz e cultive o amor, pode ser que nem assim o seu
cônjuge seja alcançado.
Pode ser até que o cônjuge incrédulo deseje se
separar. E se isto acontecer o crente pode se separar, mesmo porque uma vida de
casada com um incrédulo que deseja separar-se não é uma vida de paz e alegria.
Acho necessário dizer isto, meus irmãos, pois
muitas vezes é o que acontece, apesar de todos os esforços que algumas filhas
de Deus fazem para manter seu casamento, mas que, por causa da dureza de
coração do cônjuge incrédulo, não conseguem; e ficam sentindo culpadas, como se
a razão desta dureza fosse a sua própria falta de fé ou alguma outra
imperfeição.
Se você é fiel a Deus, nutrindo um espírito de amor
e obediência à Palavra, e ainda assim o seu cônjuge permanece na dureza de seu
coração, a culpa não é sua.
Mas voltemos à questão da submissão: se uma mulher
tem um marido que não obedece à Palavra, ela deve ser-lhe submissa. Se ela tem
um marido que obedece à Palavra, deve ser-lhe submissa. Se ela tem um marido
que ocasionalmente não obedece à Palavra, deve ser-lhe submissa.
O que é submissão? É a capacidade de submeter-se à
liderança do marido.
Este é um princípio que remonta à criação de nossos
primeiros pais, no Jardim do Éden.
Deus criou a mulher para que ela fosse uma
auxiliadora do homem. Isto implica em liderança por parte do marido e submissão
por parte da mulher.
Não quer dizer, naturalmente, que a mulher deve ser
uma pessoa sem opinião, sem vontade, sem caráter, sem capacidade de tomar
decisões, mas quer dizer que em tudo quanto fazem como casal o marido tem a
liderança.
E nisto há uma grande dificuldade:
O Espírito Santo nos ensina que os maridos não
devem tratar suas esposas com amargura ou aspereza [3].
Creio que ele diz porque a grande tendência masculina é incorrer neste pecado.
Agora preciso dizer o mesmo no que se refere à
contrapartida feminina.
De todos os deveres da mulher em relação ao marido
mencionado nas Escrituras, o dever de submeter-se à liderança dele é o mais
enfatizado.
E por quê? Porque a insubmissão é uma das maldições
resultantes da queda – Gn 3:16
“O seu desejo será contra o teu marido..., e
ele te dominará”.
A tendência feminina natural é ser contra os
desejos do marido.
E a tendência do marido é se tornar áspero, rude,
amargurado por causa disto.
Mas agora em Cristo os maridos são exortados: “Maridos, amai vossas mulheres, e não as
trateis com amargura...”.
Assim também as mulheres, restauradas da queda no
pecado, por meio de Jesus Cristo, são exortadas a serem submissas a seus
maridos, não por que eles dominam, mas porque esta é uma ordenança da criação,
e porque em Cristo elas podem ser aquela mulher que Deus planejou desde o
princípio.
Pedro cita como exemplo Sara, a esposa de Abraão,
que lhe chamava senhor.
Mesmo quando Abraão lhe orientava a fazer algo que
não era muito sábio, Sara se submetia a ele deixando tudo nas mãos de Deus.
Isto nos leva ao que é mais essencial, e que leva a
mulher, tanto a cultivar valores espirituais como a ser submissa ao seu marido.
2.4
– Ela é interiormente bonita porque teme ao Senhor
v. 2
Ao observar o vosso honesto
comportamento cheio de temor.
Esse temor aqui, se compararmos com Pv 31,
percebemos claramente que é o temor, o respeito para com Deus, que a leva a um
viver honesto, integro – a mulher que
teme ao Senhor, esta será louvada.
É o colocar a Palavra de Deus como sua fonte
suprema de orientação, de decisões, que leva a mulher a entender que os valores
espirituais, de caráter, precisam ser cultivados.
É o colocar a Palavra de Deus como suprema fonte de
orientação que a leva a se submeter confiante e fielmente à liderança do marido.
Isto a conduz a ser uma boa dona de casa, a cuidar
bem dos filhos, a servir ao esposo, alegrar-se nestas coisas.
Tt 2:3-5
3 Quanto às mulheres idosas,
semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não
escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, 4 a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus
filhos, 5 a serem sensatas, honestas,
boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus
não seja difamada.
A figura da mulher moderna é o oposto disto: muitos
julgam que a mulher bonita é aquela que está sempre “na academia esculpindo o
corpo”, no salão adornando os cabelos, usando roupas que a deixem atraente,
isto é, cultivando a sensualidade.
Eu sinto “dó” de um homem que tem uma esposa assim.
E “dó” de esposas cujos maridos queiram que elas sejam assim.
O que adorna a Palavra de Deus é o ser uma boa
esposa; o que faz um homem feliz é ter uma boa esposa.
Conclusão
Embora as mulheres exteriormente bonitas sejam tão
exaltadas em nosso tempo, o que os homens desejam não é realmente isto.
Estou pensando num homem que conheci alguns anos
atrás.
Antes de se converter a Jesus ele havia traído sua
esposa, e seu casamento quase foi desfeito. Sua esposa queria separar-se, e se
não fosse a conversão de ambos o casamento de fato teria se acabado.
Mas o que levou ele a mudar de ideia e desejar a
continuar seu casamento, e buscar o perdão da esposa, foi o fato de que estava
conversando com um amigo, e confessou:
- Sabe, eu
chego no escritório para trabalhar, e lá está aquela jovem, bonita, bem
arrumada, cheirosa, prestativa. Eu chego em casa lá está aquela mulher de roupa
mal arrumada, sem maquiagem, tão diferente do tempo em que a gente namorava...
Eu fico atraído pela menina do escritório.
O amigo disse:
- Mas sabe
porque sua esposa não é como aquela do escritório? Por amor a você. Porque
agora ela tem uma casa prá cuidar, filhos prá cuidar, por amor a você. Ela já
não tem tempo para cuidar em primeiro lugar de si mesma.
Então – este homem me disse um tempo mais tarde –, ele
se arrependeu, e a esposa se tornou para ele a mulher mais bonita do mundo, e
continuava a ser, muitos anos depois.
Aplicação
Para
as esposas:
Irmãs, por natureza, as mulheres são bonitas aos
olhos dos homens. Exteriormente bonitas. E é claro que devem cuidar de sua
aparência exterior, não somente por causa dos maridos, mas também por causa de
si mesmas. Mas acima de tudo, aos olhos
do Senhor.
Mas o cuidado com a aparência exterior não é o mais
essencial, nem deve ser o mais dispendioso, tanto em tempo, como em dinheiro.
Quanto tempo você passa na presença de Deus,
adornando-se para o seu marido?
Quanta dedicação você demonstra no cuidar da casa,
dos filhos, no “fazer uma comida gostosa”, ou alguma outra coisa só prá
agradar?
E quanto tempo você passa cuidando do corpo?
Quanto dinheiro você usa nas coisas de Deus? Quanto
dinheiro você usa preocupada com a aparência?
Uma mulher pode muito bem se vestir com modéstia, e
ao mesmo tempo ser linda exteriormente. Aliás, o Espírito Santo ensina que a
vestimenta cristã deve ser com modéstia e bom senso.[4]
Não se engane: não pense que dá bom testemunho uma
crente que se veste e se adorna como “uma verdadeira perua”.
Não pense que a atração que um homem sente por uma
mulher vaidosa e frívola seja algo duradouro.
O mais essencial é o ser interior, que torna uma
pessoa verdadeiramente bonita: mansidão, tranquilidade, coisas que vem da fé,
da confiança em Deus.
Ora é claro que este é um princípio válido não só
para as mulheres, casadas ou não, mas para todos nós: beleza interior.
Para os homens: a beleza interior das esposas é o
que devemos amar em primeiro lugar.
Claro que aprovamos nossas esposas cuidando dos
seus corpos, e as ajudamos nisto.
Mas o que mais nos deve atrair não é o que é
exterior. É a vida espiritual, a qual nós devemos ajudar em amor, como Cristo o
faz com sua igreja.
Sejamos gratos para com nossas esposas, e gratos
por nossas esposas.
Os jovens, que não procurem moças excessivamente
preocupadas com o que é aparente, mas moças santas, que buscam em primeiro
lugar o reino de Deus.
As moças, se querem casar-se com jovens que as amem
assim, com este amor descrito na Bíblia, busquem a verdadeira beleza, a de uma
vida santa aos olhos de Deus; e busquem moços que tenham a mesma maneira de
pensar.
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