3ª IPC de São Paulo
Domingo, 16 de setembro de 2007
Pr. Plínio Fernandes
Eu peço que vocês abram suas Bíblias no Salmo 73.
Este Salmo é atribuído a um dos três dirigentes do
grande coro de cantores e músicos que havia sido instituído pelo rei Davi.
O coro em Jerusalém era um ministério muito bem
estruturado, composto de duzentos e oitenta e oito pessoas, dirigido por três
homens competentes, que se submetiam às ordens do rei: Jedutum, Hemã e Asafe.
Os detalhes do ministério deles estão registrados em
1º Crônicas 25.
Eles deveriam cantar e tocar para a glória de Deus.
E deveriam profetizar, isto é, ministrar a Palavra
de Deus por intermédio da música.
Asafe era um homem de Deus. Além deste ministério de
música, profético, ele era também compositor: outros doze salmos das Escrituras
são atribuídos a ele – o Salmo 50 e os Salmos 74 a 83.
Então, em certa altura de sua vida, ali está ele,
exercendo seu ministério.
Ele dirige a parte do coro que era de sua
responsabilidade, o primeiro grupo.
Ele treina os cantores e os instrumentistas.
Ele ministra a Palavra do Senhor.
Mas no coração, Asafe estava passando por uma crise
espiritual muito grande.
Asafe estava passando por conflitos enormes, a ponto
de quase “se desviar da fé”.
Veja o v. 2 – “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os
pés, pouco faltou para que se desviassem os meus passos”.
E ele emprega grande parte deste Salmo descrevendo
os seus conflitos interiores:
Primeiro ele descreve o problema da inveja – vs.
3-13.
Pois eu
invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos. 4 Para eles não há
preocupações, o seu corpo é sadio e nédio. 5 Não partilham das canseiras dos
mortais, nem são afligidos como os outros homens. 6 Daí, a soberba que os
cinge como um colar, e a violência que os envolve como manto. 7 Os olhos saltam-lhes da
gordura; do coração brotam-lhes fantasias. 8 Motejam e falam maliciosamente;
da opressão falam com altivez. 9 Contra os céus desandam a boca, e
a sua língua percorre a terra. 10 Por isso, o seu povo se volta
para eles e os tem por fonte de que bebe a largos sorvos. 11 E diz: Como sabe Deus?
Acaso, há conhecimento no Altíssimo? 12 Eis que são estes os ímpios; e,
sempre tranqüilos, aumentam suas riquezas. 13 Com efeito, inutilmente
conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência.
Que tristeza, meus irmãos: um crente com inveja de
gente ímpia, que não conhece a Deus. Inveja de gente arrogante.
Veja a descrição que ele dá dessas pessoas; ele viu
estas pessoas prosperando, e sentiu que sua religião era vã.
Depois, ele também descreve o problema da amargura – vs. 21 e 22.
Quando o
coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, 22 eu estava embrutecido
e ignorante; era como um irracional à tua presença.
Então veja: externamente ele estava vivendo de modo
impecável.
No v. 13 ele diz que havia lavado as mãos não inocência.
Não fez alguma coisa da qual pudesse ser acusado, ou da qual pudesse se
envergonhar.
No v. 15 ele diz que nenhum dos filhos de Deus o
ouviu dizer alguma palavra de seus lábios que pudesse ser um tropeço para a fé
deles. Ele não contou pra ninguém o que estava acontecendo.
Mas por dentro a sua alma estava corroendo. Ele
estava quase saindo da igreja.
E ele vai detalhando a maneira como, ainda que os
seus pés não se desviaram, o seu coração
se desviou do Senhor.
Até que um dia, pela graça de Deus, ele caiu em si.
Ele recobrou o seu entendimento espiritual, e sua
vida interior foi renovada, de modo que ele foi salvo de seus pecados do
coração.
Que dia foi esse?
v. 17 – “Até que entrei no santuário de Deus, e
atinei com o fim deles...”
– Quando
entrei no santuário de Deus, compreendi o fim daquelas pessoas que não temem o
Senhor...
– O meu
coração estava com inveja, o meu coração estava amargurado, a minha mente
estava embotada, eu estava achando que não vale a pena andar nos caminhos de
Deus, até o momento em que eu entrei no santuário.
– Quando eu
entrei na presença de Deus, então eu entendi as coisas do ponto de vista de
Deus; os meus olhos foram abertos.
Irmãos, o testemunho deste salmo nos ensina que uma
pessoa de Deus pode, ao mesmo tempo em que está fazendo tudo, exteriormente
correto, estar com o coração tomado pelo pecado.
Um homem de Deus pode estar envolvido no ministério,
trabalhando na obra do Senhor, mas estar com o coração em pecado: inveja,
amargura, ou qualquer outro pecado que as outras pessoas nem desconfiam porque
ele não conta pra ninguém, porque ele não tem coragem de admitir para ninguém.
Mas ele mesmo está, espiritualmente falando,
caminhando como um cego à beira de um abismo, ou melhor, como um sonâmbulo à
beira de um abismo, que precisa ser despertado.
E o que fará com que ele desperte? Entrar na
presença de Deus
Estar na presença de Deus é o meio pelo qual podemos
superar os pecados do coração.
1. Isto, porque a presença de Deus em nossa
vida nos dá discernimento espiritual
A presença de Deus trás luz sobre as trevas da nossa
alma.
Veja o contraste estabelecido entre o antes e o
depois de entrar no santuário de Deus
v. 16 – Em só refletir para compreender
isto, achei mui pesada tarefa para mim
– Eu parei
para pensar no que acontece
– Eis aqui homens
ímpios:
– Eles não
temem ao Senhor
– Eles são
arrogantes
– Eles têm a
boca suja, sempre estão falando blasfêmias
– Eles são
violentos, eles agridem as outras pessoas
– Eles vivem
fazendo gracinhas, falando coisas maliciosas
– Não fazem
caso de Deus
– E a vida deles
é ótima!
– Eles têm
dinheiro
– Eles têm
saúde
– Eles não
vivem cansados de trabalhar
– Vão sempre
aumentando os seus bens materiais
– E são
admirados pelas outras pessoas
– Mas veja o
que acontece comigo
v. 14 – Cada
manhã é uma aflição, cada novo dia é um castigo: problemas de saúde, contas
para pagar e uma porção de outras coisas
– Não dá para
entender uma coisa destas!
– Ser crente é
uma coisa inútil!
Irmãos, qual era o problema deste homem?
É que ele não estava enxergando as coisas do ponto
de vista de Deus.
1.1
– Primeiro, ele não estava pensando à luz da eternidade
Ele não estava considerando que de repente, não leva
muito tempo, cada ser humano é chamado para tratar com Deus e ser julgado pela
maneira como viveu neste mundo.
Mas depois ele entendeu: de uma hora para outra isto
acontece.
Lembra-se da parábola contada por Jesus, sobre o
rico avarento? – “Louco, esta noite pedirão
a tua alma!...” [1]; e
também da história do rico e de Lázaro? [2]
O avarento só pensava em aumentar suas riquezas. Uma
noite morreu de repente, e foi levado diante de Deus para ser julgado. Jesus o
descreve como louco, pois não estava preparado.
O mesmo aconteceu com o rico da história de Lázaro.
Sim: quando uma pessoa pecadora é levada diante do
trono de Deus, o chão desaparece debaixo dela.
Seja através de julgamentos deste tempo, seja na
eternidade, mais cedo ou mais tarde.
As pessoas que não temem a Deus são abandonadas por
Deus mesmo, em lugares escorregadios, e acarretam destruição para suas vidas.
E não existe nada pior do que ser desprezado por
Deus, mas é exatamente isto que acontece com as pessoas que não temem ao Senhor.
Veja o v. 20
Como ao
sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem
deles.
Por outro lado, aquele que anda com Deus vai ser
recebido na glória do céu.
v. 24 – “Tu me guias com o teu conselho, e
depois me recebes na glória”
1.2
– O segundo erro de Asafe é que ele estava pensando que ser amado por Deus
implica que devamos ter bênçãos materiais.
Nada mais longe da verdade.
É verdade que quando temos bens materiais devemos
reconhecer que nos são dados pelas mãos de Deus, que nos dá saúde, trabalho e
tudo o mais, ou também por herança paterna [3].
Mas por outro lado, nem sempre, aliás, a maioria do
povo de Deus não é rica, e muitas vezes é bem pobre[4]:
os órfãos e as viúvas amparados por Deus; os discípulos que se tornaram
apóstolos, Paulo, e até o próprio Salvador, que sendo rico se fez pobre por
amor a nós.
E também este fato: muitas pessoas que não temem a
Deus são imensamente prósperas.
Em outras palavras: no começo desta história, Asafe
estava pensando do ponto de vista humano, carnal, terreno, diabólico[5].
Mas depois ele começou a entender as coisas do ponto
de vista de Deus. Ele recobrou a lucidez espiritual.
Porque ele entrou na presença de Deus.
Veja o comentário do Salmo 89, sobre o estar na
presença de Deus.
Sl 89:15 – Bem-aventurado o povo que conhece os
vivas de júbilo, que anda, ó SENHOR, na luz da tua presença.
Andar na presença
de Deus é luz, é lucidez. É ter entendimento.
Deste modo, ao entrar no santuário de Deus, ele
compreendeu o resultado final de todas as coisas.
2. E viu também que a presença de Deus nos
dá segurança e orientação para o nosso dia a dia
vs. 21-24 – “Quando o coração se me amargou e as
entranhas se me comoveram, 22
eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença.
Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. 24 Tu me guias com o teu conselho
e depois me recebes na glória.”
– Agora que o meu embrutecimento passou
– Agora que eu
voltei à razão...
– Eu percebo a
tua mão me sustentado, me conduzindo, como um Pai conduz o filho
– Eu percebo a
tua mão me protegendo
– E o Senhor
me aconselha...
– Mostra o
caminho que devo seguir
– Mostra as
decisões que devo tomar
– Me guia em
meio às complexidades da vida, às perplexidades que ela oferece
– E à medida
que ando de acordo com os teus conselhos, percebo que tu estás me conduzindo à
glória celestial
Pois este é, afinal, o propósito de todo o nosso
caminhar com Deus neste mundo.
A glória celestial: e glória, não apenas no sentido
de escaparmos do inferno e irmos morar no céu.
Mas comunhão com Deus, semelhança com Jesus, servir
a Deus eternamente, nos alegrarmos em sua presença.
E assim o Senhor, com o seu ensino, com o seu
conselho nos guia em meio às lutas desta vida, ensinando o caminho da
santificação.
Veja qual o fim, isto é, qual o propósito de nossa
religião.
1ª Pe 1:6-9 – Nisso exultais, embora, no presente,
por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, 7 para que, uma vez confirmado o
valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado
por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; 8
a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo
agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, 9 obtendo o fim da vossa fé: a
salvação da vossa alma.
A salvação da alma, a glória do céu.
Assim, o Senhor nos guia com o seu conselho de tal
modo que vivemos à luz da eternidade.
No casamento, no relacionamento com o cônjuge, com
os filhos. No trabalho, nos estudos. Nas amizades, na igreja.
O Senhor nos aconselha. Vamos ver um exemplo de conselho
celestial
1ª Co 16:14 – Todos os vossos atos sejam feitos
com amor.
Ainda que o nosso
amor neste mundo seja tão imperfeito, só será perfeito na eternidade, vale a
pena fazer qualquer coisa motivado pelo amor, pois Deus é amor.
A presença de Deus também nos concede novas forças
vs. 25-26 – Quem mais
tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. 26 Ainda que a minha carne e o meu
coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para
sempre.
Talvez Asafe, ao
dizer: “Quem mais tenho eu no céu? Não há
outro em quem eu me compraza na terra”, estivesse se sentindo um tanto
solitário, humanamente falando.
E parece que de
fato era assim, uma vez que ele guardava as suas aflições para si mesmo, dentro
do coração.
Talvez, ao dizer:
“Ainda que a minha carne e o meu coração
desfalecem”, ele estivesse se referindo a problemas de saúde, quem sabe
problemas emocionais.
Mas estas coisas
já não são empecilhos para a sua vida espiritual, não atrapalham o seu
relacionamento com Deus.
Porque agora,
ainda que o seu corpo já esteja enfraquecido, ainda que o seu coração esmoreça,
Deus é a fortaleza de seu coração
Mais do que isto:
é a sua herança. É a sua riqueza, é a sua alegria, o seu prazer.
3. Por ultimo, a presença de Deus nos leva
a testemunhar da graça de Deus
Sl 73:28 – Quanto a
mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar
todos os seus feitos.
Agora que Asafe se arrependeu, agora que ele voltou
a ter comunhão com Deus, agora que sua fé foi restaurada, naturalmente lhe
brota no coração o desejo de proclamar as maravilhas da graça de Deus.
Volta-lhe o ânimo pra testemunhar das coisas que o
Senhor tem realizado na vida dele, e na vida do povo de Deus.
Há um paralelo a este pensamento no Salmo 51,
escrito pelo Rei Davi, também depois que ele se arrependeu de pecados que
estavam destruindo a sua alma: o assassinato e o adultério.
Sl 51:11-13 – Não me
repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. 12 Restitui-me a alegria da tua salvação
e sustenta-me com um espírito voluntário.
13 Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os
pecadores se converterão a ti.
– Depois que a minha vida espiritual for
restaurada, então eu vou falar aos outros os caminhos do Senhor, e da mesma
maneira como eu me converti, outras pessoas também se converterão através do
que eu falar.
Sabem, irmãos, o
testemunhar de Jesus, o contar a outros as suas maravilhas, o proclamar seus
caminhos, o dar testemunho de sua Palavra, é uma das maiores evidências de que
nossa vida está sendo dirigida pelo Espírito Santo.
Pois foi Jesus
quem disse: –“Mas recebereis poder ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At
1:8)
Ele não disse que
ao descer o Espírito os discípulos iriam cantar muito bem.
Também não disse
que ficariam emocionados nos ajuntamentos solenes.
Também não disse
que suas ofertas aumentariam e seriam dizimistas.
Tampouco falou
que seriam bons oradores.
Todas estas
coisas, e muitas outras, são muito boas e necessárias.
Mas a grande
evidência da plenitude do Espírito Santo é esta: o poder para testemunhar de
Jesus.
Quando uma pessoa experimenta as alegrias da
salvação, do perdão dos pecados, da libertação em Jesus, inevitavelmente irá
contar isto para outras pessoas.
Por isto este Salmo termina desta maneira: –“Agora que estou em comunhão contigo, eu
proclamo os teus feitos, eu conto aos outros as coisas que tens realizado em
minha vida.”
Conclusão
Na presença de Deus, nossa alma é iluminada, de modo
que podemos perceber os caminhos dele, que são diferentes, que são superiores,
que são mais eficazes, mais sábios que os caminhos humanos.
Veja como o Senhor nos salvou.
Ele se esvaziou de sua própria glória, de seus
próprios direitos, deixou todas as riquezas do céu, e se fez pobre por amor de
nós, fazendo-se homem e vivendo entre nós[6].
Depois, reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, foi obediente a Deus Pai até a ponto de morrer[7].
Morreu a morte de um injusto, na cruz, para em sua
morte levar sobre si o castigo dos nossos pecados[8].
Foi desprezado pelos homens, foi crucificado, mas
aquele que era vil aos olhos humanos, era precioso aos olhos de Deus[9].
A pedra fundamental que os homens rejeitaram, foi a
pedra fundamental que Deus aprovou e estabeleceu[10].
Na presença de Deus nossa alma é iluminada para
entendermos as coisas do ponto de vista de Deus.
Na presença de Deus nos temos segurança e orientação
para o nosso dia a dia.
Ao andarmos como Jesus somos instruídos no caminho
da santidade, da justiça, somos preparados para a vida eterna no céu.
Na presença de Deus recebemos o poder do alto para
sermos testemunhas de Jesus através de um viver santo e através do que falamos
a respeito do nosso Deus
Qual o caminho para vencermos os nossos pecados do
coração? Qual o caminho para um andar celestial na terra? A comunhão com Deus.
Imagine um submarino no fundo do oceano – ele
precisa resistir à pressão externa da água; para isto é construído com
materiais externos muito resistentes.
Agora, imagine um pequeno peixe no fundo do oceano –
ele tem pressão interna. Então ele se sente bem à vontade.
Assim também na vida espiritual; existem dois modos:
um, é criar uma casca, outro, é ter pressão interna.
Uma casca através dos atos exteriores: ministério,
regras, disposições circuntâncias, ou uma vida interna: o Espírito de Cristo agindo
em nós.
Aplicação
Como buscar a presença de Deus?
Há duas coisas básicas a fazer ao mesmo tempo
1
– Purificar o coração – v. 1
Deus é
bom para com Israel, para com os de coração limpo.
O homem deste Salmo começa dizendo que experimentam
a bondade de Deus os que têm o coração limpo.
Depois prossegue testemunhando que ele mesmo, por
sua vez, passou por um período terrível, com o coração cheio de pecado: invejas
e amarguras.
Ele fala a verdade consigo mesmo: admite os males
que há em seu coração.
Exponha seu coração na presença do Deus bendito, o
Deus que nos salva, não apenas da condenação dos nossos pecados, mas que também
nos salva dos nossos pecados.
Que nos liberta, que nos dá a alegria de um coração
renovado.
Talvez, como Asafe, haja pecados secretos no seu
coração.
Pecados que você não tem coragem de contar pra
ninguém. E que talvez você não deva mesmo contar pra ninguém.
Mas você não precisa esconder, e não pode mesmo
esconder do Deus de toda a graça, de todo o perdão, de toda a salvação.
Então conte tudo pra ele, não esconda nada.
Deixe a luz de seu perdão, sua graça, seu amor
inundar a sua alma.
2
– Entrar no santuário – v. 17
...até
que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles
Eu entendo que há um sentido espiritual em que
“entrar no santuário” significa entrar na presença de Deus, no trono de graça,
mediante o sangue de Jesus[11].
Mas entendo também que este entrar no santuário
celestial passa pelo “entrar no santuário da terra” – este era o sentido
primário da passagem.
Pois ainda que Deus esteja em toda a parte, desde a
Antiguidade seu Espírito ensinou o povo escolhido, no sentido de que dedicasse
certos lugares especialmente para que ali o nome do Senhor fosse invocado.
Ainda que Jesus tenha ensinado que não é o lugar,
primeiramente, mas o coração sincero e verdadeiro que o Pai procura[12],
ainda assim ele valoriza a casa de oração e não permite comércio ali, pois é
casa do Pai, lugar dedicado ao Senhor[13].
Assim, o entrar na casa de Deus, com o propósito de
buscar a Deus prepara o coração para entrar no santuário do céu. E também nos
conduz a buscar o Senhor em outros lugares.
Busque o Senhor. Ele te iluminará. E você termina
então dando este testemunho: – “Com
efeito, Deus é bom para com Israel...”
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