Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Eterna Aliança - Hb 13:20, 21


3ª IPC de Guarulhos
Domingo, 6 de setembro de 2018
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler Hebreus cap. 13:20, 21
“Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!”
O texto que acabamos de ler é uma oração do escritor sagrado em favor dos seus leitores.
Uma oração preciosa, que por vezes uso no final de nossos cultos, para invocar a bênção do Senhor sobre suas vidas.
Mas fundamentada sobre uma doutrina maravilhosa:  a revelação do plano eterno do Senhor para o seu povo escolhido.
Nela, somos lembrados que o nosso Deus é o Deus da paz.
Também lemos que este Deus da paz tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, o nosso grande pastor.
Que maravilha: Jesus, nosso grande pastor, está vivo.
Também que o nosso pastor está vivo por causa do sangue da eterna aliança.
E também que este Deus da paz, ele é quem nos aperfeiçoa em todo o bem, para que possamos viver de modo agradável a ele, para cumprirmos sua vontade, através de Jesus Cristo, nosso pastor.
Quando nos detemos a observar estas bênçãos aqui mencionadas, que são nossas por causa de Jesus, percebemos que todas estão centralizadas nesta causa: o sangue da eterna aliança
Pelo sangue da eterna aliança, o Deus da paz tornou a trazer Jesus de entre os mortos.
Pelo sangue da eterna aliança, Jesus se tornou o nosso pastor.
Pelo sangue da eterna aliança, o Deus da paz nos aperfeiçoa em todo o bem.
Todas estas coisas acontecem porque existe uma aliança eterna, isto é, existe um acordo, um pacto, feito na eternidade e que permanece para sempre.
Então, para nossa meditação, nós nos deteremos nesta frase que descreve a razão de todas as bênçãos que vêm sobre nós como ovelhas do nosso grande pastor: o sangue da eterna aliança.
1. A primeira consideração que desejo fazer é esta: existe um pacto que foi feito na eternidade, ou, usando palavras do apóstolo Paulo para se referir à nossa salvação, é uma aliança feita “antes dos tempos eternos”[1]
Nós sabemos que uma aliança é um pacto, um acordo estabelecido entre pelo menos duas pessoas, através do qual elas se comprometem a fazer certas coisas.
1.1. Agora, se este pacto foi estabelecido na eternidade, isto nos leva a pensar nas pessoas que o fizeram.
Não pode ser um pacto entre homens, porque houve um dia em que nós fomos criados; nós não somos eternos.
Da mesma forma, os anjos foram também criados, e assim não pode ser um pacto feito entre eles.
Também não pode ser um pacto entre Deus e nós, nem entre Deus e os anjos, nem entre os anjos e nós.
Um pacto eterno só pode ser feito entre pessoas eternas, e isto aponta clara e diretamente para quem são as pessoas envolvidas neste pacto: aquelas pessoas que na Bíblia são descritas como eternas.
Quem são estas pessoas? A primeira pessoa que desejo mencionar é Deus, o Pai.
Veja o que diz, por exemplo, 1ª Tm 1.17
“Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!”
Aqui o apóstolo nos diz que o Deus invisível, o Deus que homem algum pode ver, isto é, Deus Pai, é eterno.
Em segundo lugar, a Bíblia também nos diz que Deus, o Filho, é eterno:
Hb 13.8 - Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.
E em terceiro lugar, uma referência também sobre o Espírito Santo:
Hb 9.14: “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”
Se o pacto foi na eternidade, então só pode envolver estas pessoas eternas: as pessoas da Trindade Santa, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
1.2. Mas antes de considerarmos o que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo pactuaram, há uma segunda implicação que desejo considerar: se o pacto é eterno, isto aponta para a sua durabilidade.
O pacto eterno é pra sempre.
E se é para sempre, nada pode acontecer que possa abalar este pacto.
Veja: Jesus Cristo não muda. O seu pensamento não muda, o seu caráter não muda, a sua palavra não muda.
Deus, o Pai, não muda. O Espírito Santo não muda, não se altera. A Trindade Santa não muda de planos. O poder de Deus também não muda de maneira que não possa cumprir o que determinou
Nós, seres humanos, não podemos mudar o que Deus determinou, pois mesmo que o quiséssemos não temos poder, ou força para isto.
Os anjos, bons ou maus, não podem mudar os planos de Deus, pois mesmo que os maus queiram, não têm poder para resistir ou frustrar os propósitos do Senhor.
2. Vejamos agora do que trata o pacto feito entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo
Em nosso texto básico está escrito que, pelo sangue da eterna aliança, Deus trouxe Jesus de volta de entre os mortos. Isto significa que a ressurreição de Jesus estava determinada nesta aliança.
Se a ressurreição de Jesus fazia parte do pacto entre as pessoas da Santíssima Trindade, fica implícito também que este pacto envolvia a morte de Jesus.
Isto também nos é ensinado na afirmação de que é um pacto feito através do sangue de Jesus.
E se envolvia a morte de Jesus, envolvia também a encarnação de Jesus.
Isto é, o Filho eterno do Deus eterno precisava se tornar um ser humano, como um de nós. Do contrário, apenas como um ser espiritual, não haveria como ele morrer.
Outra maravilhosa verdade mencionada aqui em Hb 13:20 é que graças a esta eterna aliança, Jesus se tornou o grande pastor das ovelhas.
Ora, tudo isto nos faz recordar o ensino de Jesus, especialmente naquela gloriosa passagem do evangelho de João, na qual ele se apresenta como nosso grande pastor:
Quero citar alguns versículos
Jo 10.11– “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas..."
Jo 10:14,15 – Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.”
Jesus é o pastor.
E o pastor mostra claramente a razão de sua morte que é dar a sua vida pelas ovelhas.
Mostra também quem são as suas ovelhas: não são todas as pessoas, mas aquelas que o conhecem, que ouvem a sua voz, que nele crêem, que lhe obedecem, que o seguem.
Noutros vs. do seu ensino aqui Jesus enfatiza bastante esta verdade:
Jo 10:4, 5 – “Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.”
Agora Jo 10:26,27, onde ele descreve a incredulidade dos judeus que o confrontavam:
“Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.”
Pelas suas ovelhas é que o bom pastor dá a sua vida. Não deu sua vida pelos que não são ovelhas.
Jo 10.17,18
“Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.”
Jesus e o Pai pactuaram que o Filho daria a sua vida pelas ovelhas, mas que a reassumiria, isto é, que ele voltaria à vida, não ficaria morto. Ele recebeu do Pai a autoridade para morrer e depois ressuscitar.
Jesus, neste contexto, mostra também qual o seu plano, ao dar sua vida e ressuscitar em favor de suas ovelhas.
Por meio de sua vinda elas teriam direção – Jo 10:1-5
Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
Quanta maravilha nos é revelada nas palavras de Jesus.
Ele não entra pelos fundos. Ele entra pela porta, isto é, ele bate, fala ao coração das ovelhas.
As ovelhas ouvem, abrem a porta. Ouvem porque reconhecem a voz do pastor. Há daqueles que não ouvem, porque não são ovelhas.
Mas as ovelhas de Jesus, ao mesmo tempo que ouvem a voz dele, não reconhecem a voz dos estranhos, por isto não ficam desnorteadas, se devem seguir Jesus ou a algum outro. Elas sabem que Jesus é o pastor
Por meio de sua vida elas teriam vida.
Jo 10:27-30 – “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um.”
v. 30 - Eu e o Pai somos um: temos o mesmo propósito, o mesmo plano, o mesmo pensamento
O meu propósito: Para as minhas ovelhas, nós pactuamos dar-lhes a vida eterna, e jamais perecerão. O plano é eterno.
As minhas ovelhas estão em minhas mãos, e nas mãos de meu Pai, e de nossa mão ninguém as tira.
Ninguém: nem seres homens, nem anjos, nem principados, nem potestades.
Nada irá tirar minhas ovelhas de minhas mãos.
Um segundo propósito: reunir estas ovelhas num só rebanho.
Jo 10:16 – “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.”
Há uma outra passagem que desejo considerar rapidamente:
Jo 17.6 – “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.”
“Eram teus”, isto é, assim como todos os seres humanos pertencem a Deus, no sentido de que cada vida humana, mesmo dos que não crêem em Jesus, está nas mãos de Deus.
Destes homens, Deus escolheu aqueles aos quais ele daria ao seu Filho, isto é, os que receberiam a eterna salvação.
Agora, embora estejamos considerando todos estes aspectos do pacto feito entre o Pai e o Filho, não podemos de modo algum omitir a pessoa do Espírito Santo
Pois ele também está envolvido neste acordo:
Como diz Mt 1.18, Maria ficou grávida pela ação do Espírito
Aos 30 anos, quando Jesus iria iniciar seu ministério, o Espírito Santo se manifestou vindo sobre ele em forma corpórea, como se fosse uma pomba.[2]
Depois, o Espírito o conduziu ao deserto, quando estava sendo tentado e o fortaleceu.[3]
Jesus realizou milagres de cura, salvação, libertação, tudo pelo poder do Espírito.[4]
Tudo quanto Jesus fez para nossa redenção, desde sua encarnação, passando por seus ensinos, seus milagres, sua morte, sua ressurreição, tudo foi pelo poder do Espírito Santo.
E este mesmo Espírito é quem faz de uma pessoa uma pessoa uma ovelha de Jesus.
Jesus ensina que é o Espírito quem convence uma pessoa de que ela é pecadora, de que precisa se arrepender, por que o ser humano, por natureza própria, não crê em Jesus. Mas o Espírito Santo entra no coração, ilumina a mente, fala, convence ternamente de modo que os olhos da fé são abertos, os ouvidos surdos passam a ouvir, e o coração crê.
Depois este mesmo Espírito é a voz de Jesus a falar na Palavra, a falar à mente e ao coração, iluminando a Palavra escrita, para trazer crescimento, e tudo quanto faz de alguém uma ovelha de Jesus
Resumindo: do que trata a aliança eterna, feita entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo? Trata da nossa redenção. Ela diz respeito a nós.
De acordo com esta aliança, Deus, por assim dizer, na eternidade, olhando para a história da humanidade, viu toda a raça humana caída no pecado, perdida.
E decidiu que iria escolher aqueles aos quais salvaria, que seriam dados a Jesus, o Filho.
Então eles pactuaram: no devido tempo, Jesus viria ao mundo; tornar-se-ia um ser humano, viveria entre nós e daria sua vida na cruz por aqueles a quem Deus lhe daria.
O Espírito Santo conduziria Jesus em tudo quanto ele fizesse, e também falaria aos eleitos de Deus, para que  tivessem seus corações iluminados e transformados.
Isto nos conduz à nossa ultima consideração.
3. Os resultados desta aliança em nossa vida
Sim, pois como vimos, esta aliança diz respeito a nós, é uma aliança por nossa causa.
Jo 6:37– “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.”
Jesus é o teu pastor? Ou, de outro modo, e veja, isto é muito importante: você precisa examinar a tua alma, o teu coração. E você só pode saber se esta aliança eterna diz respeito a você se realmente a sua vida responder afirmativamente a esta realidade:
Jesus é o teu pastor? Você ouve a voz de Jesus? Você segue a Jesus? Você é uma ovelha de Jesus?
Você ouve sua voz, segue sua direção? Então você é ovelha dele.
Se não é, você precisa pedir para ele ser o teu pastor. Você precisa buscá-lo, de todo o teu ser, de toda a tua alma.
Mas a todos os que têm Jesus como seu pastor, todos os que são alcançados pela eterna aliança, há algumas consequências muito importantes, as quais quero mencionar, fazendo delas já implicações práticas para nossa vida.
3.1. O primeiro resultado que desejo destacar é: certeza quanto à vida eterna, segurança da nossa salvação.
A aliança que a Trindade Santa fez é no sentido de que, aqueles que ouvem a Jesus, que nele creem,  serão suas ovelhas eternamente.
Nada e ninguém nos separa dele.
Nossa salvação não é algo que podemos perder hoje ou amanhã, por que Deus Pai, Filho e Espírito Santo, eles é que determinaram nos salvar, o fazer de nós povo seu.
E assim o fizeram. Então temos a vida eterna.
3.2. O segundo resultado: “paz”.
Nosso Deus é Deus de paz. Nosso pastor é um pastor de paz. Ele é o príncipe da paz.
Em meio a todas as perturbações que nos cercam neste mundo atribulado, o sermos ovelhas de Jesus faz de nós gente que conhece a paz.
A paz com Deus.
A paz de Deus.
A paz na consciência.
A paz com os homens.
E daí podemos viver em paz uns com os outros.
Podemos viver reunidos num só rebanho, estou me referindo à comunhão que temos aqui, nesta igreja, como filhos de Deus, mas não somente isto: somos um só rebanho, um grande número de escolhidos de Deus, gente de todos os povos, de todas as culturas, de todas as “raças”, e idiomas, e denominações eclesiásticas, homens, mulheres, jovens, idosos, crianças, gente escolhida do Senhor desde a eternidade, e alcançada por ele nos tempos que ele mesmo determinou.
Tenha paz, viva em paz, transmita paz e promova a paz em Jesus, na sua casa, no seu trabalho, e onde você estiver, pois os pacificadores são chamados filhos de Deus.
3.3. Uma terceira implicação é crescimento espiritual experimental
Ele nos aperfeiçoa em todo o bem.
Ele opera em nós o que é agradável diante dele, para que cumpramos sua vontade.
Ele opera em nós todas as santas disposições de coração necessárias para que andemos em seus caminhos.
Veja, você pode não somente orar e receber pela fé o poder de Deus para uma vida de aperfeiçoamento na vontade de Deus, mas também viver de acordo com este poder.
Pelo poder de Deus agindo em você, você pode ser alegre e amorosamente santo. Pode ser uma pessoa amável, gentil e tratável. Pode ser uma pessoa desprendida de si mesma, altruísta, que vive para a glória de Deus e o bem dos homens.
Uma pessoa que adora a Deus em espírito e verdade, do jeito que o Pai procura, do jeito que deseja.



[1] 2ª Tm 1:9. Tt 1:2
[2] Mt 3:16
[3] Lc 4:1
[4] Lc 4:14, 18

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