IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 27 de setembro de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Foi a respeito desta salvação que os profetas
indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros
destinada, 11 investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as
circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava,
ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre
as glórias que os seguiriam. 12
A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam
as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo
enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam
perscrutar.
Nós, os crentes em Jesus, fazemos afirmações claras e ousadas a respeito
do Deus a quem adoramos, e a respeito de nós mesmos.
Dizemos que Deus, o Criador de todo o universo, é um ser espiritual, único
e eterno que subiste em três pessoas, a quem invocamos como Deus Pai, Deus
Filho (referindo-se a Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo.
Dizemos que Deus, o Filho, por amor a nós veio do céu a este mundo, quando
assumiu a forma e a natureza humana e nasceu do ventre de uma virgem chamada
Maria.
Dizemos que este Jesus a quem adoramos morreu na cruz pelos nossos
pecados, depois disto ressuscitou, subiu ao céu, e de lá, no tempo determinado
pelo Pai, voltará para nos buscar.
Dizemos que somos amados de Deus, escolhidos desde a eternidade,
perdoados, salvos, e que vamos morar no céu.
Esta é a nossa fé e esperança. Este é o Deus a quem amamos.
Mas porque acreditamos assim? Será que a nossa fé, crente em coisas tão
grandiosas, tem razão de ser? Porque amamos a Jesus e o adoramos?
Muitas pessoas pensam que nossa fé é coisa de gente ingênua, para não
dizer ignorante, e até irracional.
No entanto, quando nos detemos para pensar, somos levados a responder
que, longe de ser irracional, a nossa esperança em Jesus está muito bem
fundamentada.
Nos dois estudos anteriores nós vimos como, nos vs. 3-9, o apóstolo
Pedro louva o nome do Senhor por todo o seu amor ao nos dar Jesus, para a nossa
salvação.
Agora, nos vs. 10-12 ele diz que esta salvação não foi realizada assim, “de
repente”, conforme a oportunidade se apresentou, não aconteceu conforme o acaso
das circunstâncias históricas imprevisíveis, mas de acordo com um plano
pré-estabelecido por Deus, e que fora anunciado havia muito tempo, antes de
Jesus nascer; de tal modo que agora, o que havia acontecido, já havia sido previsto
nas Escrituras proféticas.
O que Pedro faz então é estabelecer uma continuidade entre o Antigo e o
Novo Testamento, dizendo que o Novo Testamento é o cumprimento do Antigo, e o
Antigo, a previsão do Novo, e tudo isto realizado pelo Espírito de Cristo.
Uma coisa tão linda, grandiosa, que demonstra a sabedoria e o poder de
Deus, que até os anjos desejam ver acontecendo, na medida em que ela se realiza
[1].
A nossa esperança, portanto, está fundamentada em Cristo.
E é sobre Jesus Cristo, o nosso Salvador, a razão da nossa fé e amor,
que eu desejo meditar com vocês neste estudo de hoje.
1. Cristo planejou a nossa
salvação desde a Antiguidade
No
v. 10 de nosso texto, Pedro diz que a graça de Deus para a salvação das nossas
almas já havia sido anunciada pelos profetas. Há três observações que desejo
fazer aqui:
Primeira: quando Pedro se
refere aos profetas, de quem ele está falando? De certo modo, a resposta é
óbvia, mas para maior clareza, vamos ler também 2ª Pe 1:20, 21
Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia
da Escritura provém de particular elucidação; 21 porque nunca jamais
qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo.
Pedro, ao falar sobre os profetas, tem em mente os autores das
Escrituras; aqui, especificamente, o nosso Antigo Testamento. Homens que
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Segunda: ainda que, tudo
quanto eles profetizaram, não tenha sido resultado de sua própria sabedoria,
mas o fizeram movidos pelo Espírito Santo, isto não quer dizer que os profetas
se tornaram agentes passivos, como robôs, ou médiuns, mas empregaram todas as
suas forças intelectuais, na verdade, todos os seus esforços para perguntar,
investigar, compreender, as coisas que o Espírito de Cristo, que estava neles,
revelava a respeito dele mesmo e da nossa salvação. E compreenderam que falavam
a respeito do futuro.
Terceira: é que, uma vez que
estavam sendo conduzidos pelo Espírito de Cristo, falavam de coisas que não
podiam prever naturalmente, mas que lhes foram reveladas muito antes de
acontecer.
Irmãos, a Bíblia sagrada é um livro extraordinário, por muitas razões.
Ela é uma coletânea de livros, escritos por cerca de quarenta autores,
ao longo de mil e quinhentos anos, em países a Europa, da Ásia e da África, em
circunstâncias históricas e culturais das mais variadas.
Alguns livros são históricos, outros “de sabedoria”, outros são
predominantemente poéticos, outros proféticos e até apocalípticos.
Mas existe uma unidade orgânica entre eles, como que formando um só
corpo, e eles tem um tema central: todos, de uma forma ou de outra, apontam
para Jesus.
É maravilhoso constatar que, mesmo vivendo muito tempo antes de Jesus
vir ao mundo, os escritores do Antigo Testamento falaram que isto aconteceria.
Escreveram a respeito dos sofrimentos pelos quais ele passaria, isto é,
a sua luta contra o mal, a sua morte na cruz, e sobre as glórias que se
seguiriam a estes sofrimentos, quer dizer, a sua ressurreição, a sua volta para
o céu e a nossa eterna salvação.
Por exemplo, vamos ler 1ª Pe
2:22-25.
O qual (Cristo) não cometeu pecado, nem dolo algum
se achou em sua boca; 23 pois ele, quando ultrajado, não revidava
com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que
julga retamente, 24 carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro,
os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a
justiça; por suas chagas, fostes sarados. 25 Porque estáveis desgarrados como
ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma.
Aqui o apóstolo está citando o profeta Isaías, cap. 53:5-9. Então vamos ler Isaías.
Is 53:7-12 - Ele foi oprimido e humilhado, mas
não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda
perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. 8 Por juízo opressor foi
arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da
terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. 9 Designaram-lhe a sepultura com os
perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça,
nem dolo algum se achou em sua boca. 10
Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua
alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias;
e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. 11 Ele verá o fruto do penoso
trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu
conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre
si. 12 Por isso, eu lhe darei
muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto
derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou
sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.
Se você olhar para o contexto, verá que desde o cap. 52:13 até o cap.
53:12, o profeta está falando sobre “o sofrimento do Servo do Senhor”. Este
Servo, embora justo, seria maltratado, humilhado, desprezado e rejeitado pelos
homens. E isto porque Deus o faria sofrer e morrer de modo que em seus
sofrimentos estaria levando sobre si o castigo que era nosso, o castigo que nos
traz a paz e cura as feridas de nossas almas.
Mas este servo, que morreria e seria sepultado como um pecador qualquer,
não permaneceria morto, porque veria o resultado do penoso trabalho de sua alma
e ficaria satisfeito. Intercederia por nós e seria atendido.
Irmãos, quem mais, em toda a história da humanidade, poderia ser este
Servo sofredor, a não ser Jesus Cristo?
E como Isaías poderia falar dos sofrimentos de Cristo e das glórias que
se seguiriam, uns setecentos e cinquenta anos antes de acontecer? É que o
Espírito Santo de Cristo estava nele.
Mas
não apenas aqui ele fala de Jesus Cristo, pois em todo o seu livro há muitas
outras profecias; e não somente Isaías, mas quase que em cada página das
Escrituras, desde Moisés até Malaquias.
Veja o testemunho do próprio Senhor Jesus Cristo, falando aos discípulos
depois de sua ressureição.
Lc 24:27
E,
começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a
seu respeito constava em todas as Escrituras.
Lc 24:44-47
A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras
que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de
mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. 45 Então, lhes abriu o entendimento
para compreenderem as Escrituras; 46 e lhes disse: Assim está
escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no
terceiro dia 47 e que em seu nome se pregasse arrependimento para
remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.
Todas estas coisas nos levam a algumas conclusões:
1. As profecias demonstram que as Escrituras foram inspiradas pelo
Espírito Santo.
2. Também demonstram que a nossa salvação através da morte e
ressurreição de Jesus foi algo planejada por Deus muito tempo antes de
acontecer.
Na verdade, desde antes do início da criação. No cap. 1:19, 20 está
escrito que o sangue de Cristo derramado na cruz já estava nos planos de Deus
antes da fundação do mundo.
3. Elas também nos mostram que o Filho de Deus já existia e se
manifestava bem antes de ele se fazer um ser humano e habitar entre nós.
2. Jesus cumpriu aquilo que
ele mesmo prometera desde a Antiguidade
Nos textos de Lucas que lemos há pouco, vimos que, conforme Jesus
argumentou ao consolar os seus tristes discípulos, tudo o que aconteceu com ele
já estava previsto pelas Escrituras.
Agora eu desejo acrescentar que, em todas estas coisas, Jesus não foi
uma figura passiva, apenas permitindo que tudo assim acontecesse.
Não! Ele seguiu um curso deliberado de ação, que culminaria com
crucificação em Jerusalém, sua morte e ressurreição.
Os quatro evangelhos dão testemunho disto. Mas vamos ler apenas algumas palavras
do Senhor em Lucas.
Lc 9:22
Dizendo (Jesus): É necessário que o Filho do Homem
sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes
e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite.
Lc 9:44
Fixai nos vossos ouvidos as seguintes palavras: o Filho
do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens.
Lc 9:51
E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia
ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir
para Jerusalém
São muito claros o propósito e direção tomados por Jesus, no sentido de
fazer cumprir as Escrituras em sua vida.
Ele tinha a firme convicção de que estava no mundo enviando pelo Pai, em
cumprimento de tudo o que os profetas disseram a seu respeito, e viveu e morreu
de acordo com esta convicção.
Ele deliberadamente permitiu-se prender, ser julgado, condenado e morto.
Voluntariamente entregou-se à morte, na certeza de que o seu Pai celestial não
o abandonaria, mas o traria de volta à vida.
Ouçamos suas últimas palavras na cruz:
Lc 23:46
Então,
Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito
isto, expirou.
E agora leiamos o relato de sua ressurreição.
Lc 24:1-8
Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada,
foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado. 2 E encontraram a pedra removida do
sepulcro; 3 mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus. 4 Aconteceu que, perplexas a esse
respeito, apareceram-lhes dois varões com vestes resplandecentes. 5 Estando elas possuídas de temor,
baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por que buscais entre os
mortos ao que vive? 6 Ele não
está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galileia,
7 quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mãos
de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia. 8 Então, se lembraram das suas
palavras.
Através dos séculos, os que leem os evangelhos ficam extasiados diante da
beleza do plano de Deus para a nossa salvação em Jesus: o plano anunciado pelos
profetas e seguido fielmente pelo Senhor, na plena certeza de que tudo se
cumpriria.
E ficam maravilhados com o seu cumprimento. Pensemos nestas coisas:
1. Suponhamos por um momento que Jesus realmente acreditasse ser o Filho
de Deus que morreria e ao terceiro dia ressuscitaria, e de acordo com esta
convicção ele se entregasse à cruz. Mas que, depois de morto, não
ressuscitasse.
Então chegaríamos à conclusão de que ele era apenas um pobre fanático
religioso, um homem com sérios problemas mentais.
2. Ou suponhamos que ele dissesse que daria sua vida por nós, mas não
acreditasse realmente nisto. Suponhamos que ele quisesse apenas conseguir fama,
popularidade, seguidores, mas que realmente não tivesse a intenção de fazer o
que dizia.
Então ele seria um mentiroso pior do que o diabo, e na hora de sua
prisão iria procurar um meio de escapar.
3. Mas Jesus não somente dizia, não somente acreditava; ele de fato
morreu e ressuscitou.
E com isto ele provou ser realmente o Filho de Deus, o nosso Salvador.
Foi algo tão maravilhoso que até os seus discípulos custaram a
acreditar.
De modo, meus irmãos, que a nossa esperança está alicerçada sobre um
firme fundamento: Jesus cumpriu em sua vida e morte tudo o que as Escrituras
proféticas predisseram.
3. O Espírito de Cristo se
manifestou a nós através da pregação de sua Palavra
No v. 12, Pedro nos diz que os que anunciam a Palavra do Evangelho,
fazem-no pelo Espírito Santo enviado do céu. Espírito que no v. 11 ele chama de
Espírito de Cristo.
Com isto ele dá a entender que o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da
Santíssima Trindade, é a expressão exata do Ser de Cristo, assim como Cristo é
a expressão exata do Pai.
A mesma verdade nos é apresentada noutros lugares da Bíblia.
Por exemplo, em Romanos 8:9.
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,
se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito
de Cristo, esse tal não é dele.
O Espírito Santo que conduziu os profetas antigos, do Cristo que cumpriu
o que os profetas predisseram, agora também se manifesta na pregação do
Evangelho.
Antes de subir ao céu, o Senhor Jesus já havia prometido também:
Recebereis poder, ao descer sobre
vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas... até os confins da terra
[2].
E eis que estou convosco todos os
dias, até a consumação do século [3].
Se
ele assim prometeu, é evidente que sua presença não se restringiu àquela
primeira geração de pregadores; o mesmo Espírito que conduziu a “inspiração da
Palavra profética” continua agora falando através da mesma Palavra, na
pregação.
Um passo adiante: este mesmo Espírito é também quem ilumina o
entendimento dos que ouvem, para que entendam a Palavra profética.
Eu desejo agora me valer do apóstolo Paulo. Por favor, abra sua Bíblia
em 1ª Coríntios 2:14:
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito
de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente.
Em nossa natureza carnal, obscurecida pelo pecado, jamais conseguiríamos
crer nas Escrituras.
Como vimos anteriormente, a nossa esperança em Cristo está alicerçada
sobre o sólido fundamento da Palavra e da pessoa de Cristo e sua obra.
Portanto, crer em Jesus deveria se apenas uma questão de raciocínio. Na
verdade, esta semana eu ouvi um conhecido filósofo católico dizendo que, diante
das evidências, deixar de crer em Cristo “é burrice” [4].
Ainda assim, existem pessoas inteligentíssimas, e pessoas cultas, que
simplesmente não conseguem crer.
Porque isto acontece? A Bíblia diz que a dificuldade não é apenas
intelectual. Em última análise, o problema é espiritual.
Por causa do pecado, o entendimento humano se tornou obscurecido, o
coração se tornou orgulhoso e endurecido. A dificuldade está exposta aqui neste
versículo: para o homem natural, isto é, como ele é agora em sua natureza, as
coisas de Deus parecem loucura. Ele não consegue entender, por exemplo, qual é
a relação que existe entre a morte de Cristo, na cruz, há dois mil anos, com a
purificação dos nossos pecados agora. Enfim, ele não aceita as coisas do
Espírito de Deus.
Até que algo grandioso acontece: em sua misericórdia, o Senhor se
manifesta e vem ao encontro dos seus amados. O mesmo Deus que no princípio
disse: – “Haja luz”, e houve luz, ele
mesmo faz resplandecer a sua luz no coração do que está em trevas, através do
Evangelho [5]. O
mesmo Espírito que no princípio pairava sobra as águas de um mundo caótico,
agora vem trazendo nova vida ao pecador.
E assim se cumpre a Palavra aqui do v. 12:
Ora,
nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus,
para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.
Neste momento, vale lembrar a feliz exposição deste ensino, conforme a
nossa Confissão de Fé:
As muitas excelências
incomparáveis e completa perfeição (da Escritura Sagrada), são argumentos pelos
quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa
plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém
da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra
testifica em nossos corações [6].
Assim, meus irmãos, este é o terceiro fundamento de nossa fé: o Espírito
de Cristo se manifestando a nós, na Palavra de Deus, e através da Palavra de
Deus, trazendo luz ao nosso coração e entendimento.
Conclusão
Em nossa conclusão, eu desejo ler com vocês o que Pedro nos diz no cap.
3, vs. 15 e 16 de sua 1ª carta.
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso
coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir
razão da esperança que há em vós, 16 fazendo-o, todavia, com
mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra
vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em
Cristo.
Se Deus nos conceder, voltaremos a este texto no futuro. Por ora vamos
enfatizar: aqui ele nos orienta no sentido de que, tendo a Jesus como nosso
Senhor, com uma atitude de mansidão e temor, com boa consciência, devemos estar
preparados para responder sobre a razão de nossa esperança em Jesus, quando
formos questionados pelos “de fora”. Devemos responder, explicando em que fatos
a nossa fé está alicerçada.
E aqui, no texto de hoje, vimos que a nossa fé está edificada sobre um
fundamento sólido: é Jesus Cristo.
Pois o Espírito de Cristo preparou o caminho da nossa fé, quando através
dos profetas do Antigo Testamento, anunciou as coisas que iriam acontecer.
Depois, o Senhor Jesus Cristo veio ao mundo, e cumpriu tudo quanto
outrora havia sido profetizado.
E agora, através da Palavra pregada ele se revelou aos nossos corações.
A razão da nossa fé é Jesus.
Aplicação
Vamos pensar nalgumas aplicações para nossa vida.
1ª - Admire a sabedoria do plano de Deus, concebido desde a eternidade,
para a nossa salvação.
Plano anunciado e levado adiante. Plano do qual fazemos parte, e no qual
fomos alcançados pela graça eterna.
Como diz a Escritura, “oh,
profundidade da riqueza, como da sabedoria, como do conhecimento de Deus...” [7]
Louve a Deus por causa disto. De glória a ele. Seja dele. Confie a ele
sua vida eterna.
2ª - Creia nas Escrituras.
Admire, leia, conheça, medite nas Escrituras. Elas são a Palavra do
Espírito Santo falando a nós. Se alguém disser para você que “a ciência já têm
demonstrado que a Bíblia não diz a verdade”, não se deixe abalar, não se sinta
diminuído (também não se enfureça, não responda com ira), mas procure saber o porquê
de alguém falar assim; medite, peça iluminação a Deus, peça sabedoria. Pois o Espírito
do Senhor habita na vida do crente em Jesus, e lhe guia.
3ª - Creia no poder do Espírito Santo agindo em sua vida, e fale de
Jesus com amor, fé e esperança.
Não se envergonhe de ser crente - sua fé é sinal da graça de Deus em sua
vida. Então seja uma testemunha de Jesus em sua maneira de viver e de falar, na
esperança de ser um instrumento para que outros venham a crer também.
4ª - E se você não crê ainda?
Depois de todas as coisas que temos dito, você não crê, é sinal de que
você ainda precisa ser iluminado pelo Espírito. Então busque a Deus, com
humildade, com vontade, pois ele é misericordioso para todo aquele que o buscar
com sinceridade de coração.
[1] Veja
também Ef 3:10
[2] At
1:8
[3] Mt
28:20
[4] Olavo de
Carvalho, em https://www.youtube.com/watch?v=bR7gNLOcYdY, acessado em 25/09/2015 às 8:45H.
[5] Gn 1:3;
2ª Co 4:6
[6] Extraído
de Confissão de Fé de Westminster, I:VI
[7] Rm 11:33
Quero agradecer a pela vida, de quem planejou esse estudo, pois serviu de muita valia para as nossas vidas, estudo respaudado pela palavra de Deus!
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