Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 27 de setembro de 2015

A razão da nossa fé - 1ª Pe 1:9-12

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 27 de setembro de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, 11 investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam.  12 A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.
Nós, os crentes em Jesus, fazemos afirmações claras e ousadas a respeito do Deus a quem adoramos, e a respeito de nós mesmos.
Dizemos que Deus, o Criador de todo o universo, é um ser espiritual, único e eterno que subiste em três pessoas, a quem invocamos como Deus Pai, Deus Filho (referindo-se a Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo.
Dizemos que Deus, o Filho, por amor a nós veio do céu a este mundo, quando assumiu a forma e a natureza humana e nasceu do ventre de uma virgem chamada Maria.
Dizemos que este Jesus a quem adoramos morreu na cruz pelos nossos pecados, depois disto ressuscitou, subiu ao céu, e de lá, no tempo determinado pelo Pai, voltará para nos buscar.
Dizemos que somos amados de Deus, escolhidos desde a eternidade, perdoados, salvos, e que vamos morar no céu.
Esta é a nossa fé e esperança. Este é o Deus a quem amamos.
Mas porque acreditamos assim? Será que a nossa fé, crente em coisas tão grandiosas, tem razão de ser? Porque amamos a Jesus e o adoramos?
Muitas pessoas pensam que nossa fé é coisa de gente ingênua, para não dizer ignorante, e até irracional.
No entanto, quando nos detemos para pensar, somos levados a responder que, longe de ser irracional, a nossa esperança em Jesus está muito bem fundamentada.
Nos dois estudos anteriores nós vimos como, nos vs. 3-9, o apóstolo Pedro louva o nome do Senhor por todo o seu amor ao nos dar Jesus, para a nossa salvação.
Agora, nos vs. 10-12 ele diz que esta salvação não foi realizada assim, “de repente”, conforme a oportunidade se apresentou, não aconteceu conforme o acaso das circunstâncias históricas imprevisíveis, mas de acordo com um plano pré-estabelecido por Deus, e que fora anunciado havia muito tempo, antes de Jesus nascer; de tal modo que agora, o que havia acontecido, já havia sido previsto nas Escrituras proféticas.
O que Pedro faz então é estabelecer uma continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento, dizendo que o Novo Testamento é o cumprimento do Antigo, e o Antigo, a previsão do Novo, e tudo isto realizado pelo Espírito de Cristo.
Uma coisa tão linda, grandiosa, que demonstra a sabedoria e o poder de Deus, que até os anjos desejam ver acontecendo, na medida em que ela se realiza [1].
A nossa esperança, portanto, está fundamentada em Cristo.
E é sobre Jesus Cristo, o nosso Salvador, a razão da nossa fé e amor, que eu desejo meditar com vocês neste estudo de hoje.
1. Cristo planejou a nossa salvação desde a Antiguidade
      No v. 10 de nosso texto, Pedro diz que a graça de Deus para a salvação das nossas almas já havia sido anunciada pelos profetas. Há três observações que desejo fazer aqui:
Primeira: quando Pedro se refere aos profetas, de quem ele está falando? De certo modo, a resposta é óbvia, mas para maior clareza, vamos ler também 2ª Pe 1:20, 21
Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; 21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Pedro, ao falar sobre os profetas, tem em mente os autores das Escrituras; aqui, especificamente, o nosso Antigo Testamento. Homens que falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Segunda: ainda que, tudo quanto eles profetizaram, não tenha sido resultado de sua própria sabedoria, mas o fizeram movidos pelo Espírito Santo, isto não quer dizer que os profetas se tornaram agentes passivos, como robôs, ou médiuns, mas empregaram todas as suas forças intelectuais, na verdade, todos os seus esforços para perguntar, investigar, compreender, as coisas que o Espírito de Cristo, que estava neles, revelava a respeito dele mesmo e da nossa salvação. E compreenderam que falavam a respeito do futuro.
Terceira: é que, uma vez que estavam sendo conduzidos pelo Espírito de Cristo, falavam de coisas que não podiam prever naturalmente, mas que lhes foram reveladas muito antes de acontecer.
Irmãos, a Bíblia sagrada é um livro extraordinário, por muitas razões.
Ela é uma coletânea de livros, escritos por cerca de quarenta autores, ao longo de mil e quinhentos anos, em países a Europa, da Ásia e da África, em circunstâncias históricas e culturais das mais variadas.
Alguns livros são históricos, outros “de sabedoria”, outros são predominantemente poéticos, outros proféticos e até apocalípticos.
Mas existe uma unidade orgânica entre eles, como que formando um só corpo, e eles tem um tema central: todos, de uma forma ou de outra, apontam para Jesus.
É maravilhoso constatar que, mesmo vivendo muito tempo antes de Jesus vir ao mundo, os escritores do Antigo Testamento falaram que isto aconteceria.
Escreveram a respeito dos sofrimentos pelos quais ele passaria, isto é, a sua luta contra o mal, a sua morte na cruz, e sobre as glórias que se seguiriam a estes sofrimentos, quer dizer, a sua ressurreição, a sua volta para o céu e a nossa eterna salvação.
Por exemplo, vamos ler 1ª Pe 2:22-25.
O qual (Cristo) não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; 23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, 24 carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.  25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma
Aqui o apóstolo está citando o profeta Isaías, cap. 53:5-9. Então vamos ler Isaías.
Is 53:7-12 - Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.  8 Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido.  9 Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.  10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.  11 Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.  12 Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.
Se você olhar para o contexto, verá que desde o cap. 52:13 até o cap. 53:12, o profeta está falando sobre “o sofrimento do Servo do Senhor”. Este Servo, embora justo, seria maltratado, humilhado, desprezado e rejeitado pelos homens. E isto porque Deus o faria sofrer e morrer de modo que em seus sofrimentos estaria levando sobre si o castigo que era nosso, o castigo que nos traz a paz e cura as feridas de nossas almas.
Mas este servo, que morreria e seria sepultado como um pecador qualquer, não permaneceria morto, porque veria o resultado do penoso trabalho de sua alma e ficaria satisfeito. Intercederia por nós e seria atendido.
Irmãos, quem mais, em toda a história da humanidade, poderia ser este Servo sofredor, a não ser Jesus Cristo?
E como Isaías poderia falar dos sofrimentos de Cristo e das glórias que se seguiriam, uns setecentos e cinquenta anos antes de acontecer? É que o Espírito Santo de Cristo estava nele.
Mas não apenas aqui ele fala de Jesus Cristo, pois em todo o seu livro há muitas outras profecias; e não somente Isaías, mas quase que em cada página das Escrituras, desde Moisés até Malaquias.
Veja o testemunho do próprio Senhor Jesus Cristo, falando aos discípulos depois de sua ressureição.
Lc 24:27

     E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.

Lc 24:44-47
A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.  45 Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; 46 e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia 47 e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.
Todas estas coisas nos levam a algumas conclusões:
1. As profecias demonstram que as Escrituras foram inspiradas pelo Espírito Santo.
2. Também demonstram que a nossa salvação através da morte e ressurreição de Jesus foi algo planejada por Deus muito tempo antes de acontecer.
Na verdade, desde antes do início da criação. No cap. 1:19, 20 está escrito que o sangue de Cristo derramado na cruz já estava nos planos de Deus antes da fundação do mundo.
3. Elas também nos mostram que o Filho de Deus já existia e se manifestava bem antes de ele se fazer um ser humano e habitar entre nós.
 2. Jesus cumpriu aquilo que ele mesmo prometera desde a Antiguidade
Nos textos de Lucas que lemos há pouco, vimos que, conforme Jesus argumentou ao consolar os seus tristes discípulos, tudo o que aconteceu com ele já estava previsto pelas Escrituras.
Agora eu desejo acrescentar que, em todas estas coisas, Jesus não foi uma figura passiva, apenas permitindo que tudo assim acontecesse.
Não! Ele seguiu um curso deliberado de ação, que culminaria com crucificação em Jerusalém, sua morte e ressurreição.
Os quatro evangelhos dão testemunho disto. Mas vamos ler apenas algumas palavras do Senhor em Lucas.
Lc 9:22
Dizendo (Jesus): É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite.
Lc 9:44
Fixai nos vossos ouvidos as seguintes palavras: o Filho do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens.
Lc 9:51
E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém
São muito claros o propósito e direção tomados por Jesus, no sentido de fazer cumprir as Escrituras em sua vida.
Ele tinha a firme convicção de que estava no mundo enviando pelo Pai, em cumprimento de tudo o que os profetas disseram a seu respeito, e viveu e morreu de acordo com esta convicção.
Ele deliberadamente permitiu-se prender, ser julgado, condenado e morto. Voluntariamente entregou-se à morte, na certeza de que o seu Pai celestial não o abandonaria, mas o traria de volta à vida.
Ouçamos suas últimas palavras na cruz:
Lc 23:46

        Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.

E agora leiamos o relato de sua ressurreição.
Lc 24:1-8
Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado.  2 E encontraram a pedra removida do sepulcro; 3 mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus.  4 Aconteceu que, perplexas a esse respeito, apareceram-lhes dois varões com vestes resplandecentes.  5 Estando elas possuídas de temor, baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por que buscais entre os mortos ao que vive?  6 Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galileia, 7 quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia.  8 Então, se lembraram das suas palavras.
Através dos séculos, os que leem os evangelhos ficam extasiados diante da beleza do plano de Deus para a nossa salvação em Jesus: o plano anunciado pelos profetas e seguido fielmente pelo Senhor, na plena certeza de que tudo se cumpriria.
E ficam maravilhados com o seu cumprimento. Pensemos nestas coisas:
1. Suponhamos por um momento que Jesus realmente acreditasse ser o Filho de Deus que morreria e ao terceiro dia ressuscitaria, e de acordo com esta convicção ele se entregasse à cruz. Mas que, depois de morto, não ressuscitasse.
Então chegaríamos à conclusão de que ele era apenas um pobre fanático religioso, um homem com sérios problemas mentais.
2. Ou suponhamos que ele dissesse que daria sua vida por nós, mas não acreditasse realmente nisto. Suponhamos que ele quisesse apenas conseguir fama, popularidade, seguidores, mas que realmente não tivesse a intenção de fazer o que dizia.
Então ele seria um mentiroso pior do que o diabo, e na hora de sua prisão iria procurar um meio de escapar.
3. Mas Jesus não somente dizia, não somente acreditava; ele de fato morreu e ressuscitou.
E com isto ele provou ser realmente o Filho de Deus, o nosso Salvador.
Foi algo tão maravilhoso que até os seus discípulos custaram a acreditar.
De modo, meus irmãos, que a nossa esperança está alicerçada sobre um firme fundamento: Jesus cumpriu em sua vida e morte tudo o que as Escrituras proféticas predisseram.
 3. O Espírito de Cristo se manifestou a nós através da pregação de sua Palavra
No v. 12, Pedro nos diz que os que anunciam a Palavra do Evangelho, fazem-no pelo Espírito Santo enviado do céu. Espírito que no v. 11 ele chama de Espírito de Cristo.
Com isto ele dá a entender que o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é a expressão exata do Ser de Cristo, assim como Cristo é a expressão exata do Pai.
A mesma verdade nos é apresentada noutros lugares da Bíblia.
Por exemplo, em Romanos 8:9.
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.  
O Espírito Santo que conduziu os profetas antigos, do Cristo que cumpriu o que os profetas predisseram, agora também se manifesta na pregação do Evangelho.
Antes de subir ao céu, o Senhor Jesus já havia prometido também:
Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas... até os confins da terra [2].
E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século [3].
Se ele assim prometeu, é evidente que sua presença não se restringiu àquela primeira geração de pregadores; o mesmo Espírito que conduziu a “inspiração da Palavra profética” continua agora falando através da mesma Palavra, na pregação.
Um passo adiante: este mesmo Espírito é também quem ilumina o entendimento dos que ouvem, para que entendam a Palavra profética.
Eu desejo agora me valer do apóstolo Paulo. Por favor, abra sua Bíblia em 1ª Coríntios 2:14:
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Em nossa natureza carnal, obscurecida pelo pecado, jamais conseguiríamos crer nas Escrituras.
Como vimos anteriormente, a nossa esperança em Cristo está alicerçada sobre o sólido fundamento da Palavra e da pessoa de Cristo e sua obra.
Portanto, crer em Jesus deveria se apenas uma questão de raciocínio. Na verdade, esta semana eu ouvi um conhecido filósofo católico dizendo que, diante das evidências, deixar de crer em Cristo “é burrice” [4].  
Ainda assim, existem pessoas inteligentíssimas, e pessoas cultas, que simplesmente não conseguem crer.
Porque isto acontece? A Bíblia diz que a dificuldade não é apenas intelectual. Em última análise, o problema é espiritual.
Por causa do pecado, o entendimento humano se tornou obscurecido, o coração se tornou orgulhoso e endurecido. A dificuldade está exposta aqui neste versículo: para o homem natural, isto é, como ele é agora em sua natureza, as coisas de Deus parecem loucura. Ele não consegue entender, por exemplo, qual é a relação que existe entre a morte de Cristo, na cruz, há dois mil anos, com a purificação dos nossos pecados agora. Enfim, ele não aceita as coisas do Espírito de Deus.
Até que algo grandioso acontece: em sua misericórdia, o Senhor se manifesta e vem ao encontro dos seus amados. O mesmo Deus que no princípio disse: – “Haja luz”, e houve luz, ele mesmo faz resplandecer a sua luz no coração do que está em trevas, através do Evangelho [5]. O mesmo Espírito que no princípio pairava sobra as águas de um mundo caótico, agora vem trazendo nova vida ao pecador.
E assim se cumpre a Palavra aqui do v. 12:
Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.
Neste momento, vale lembrar a feliz exposição deste ensino, conforme a nossa Confissão de Fé:
As muitas excelências incomparáveis e completa perfeição (da Escritura Sagrada), são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações [6].
Assim, meus irmãos, este é o terceiro fundamento de nossa fé: o Espírito de Cristo se manifestando a nós, na Palavra de Deus, e através da Palavra de Deus, trazendo luz ao nosso coração e entendimento.

Conclusão

Em nossa conclusão, eu desejo ler com vocês o que Pedro nos diz no cap. 3, vs. 15 e 16 de sua 1ª carta.
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, 16 fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo.
Se Deus nos conceder, voltaremos a este texto no futuro. Por ora vamos enfatizar: aqui ele nos orienta no sentido de que, tendo a Jesus como nosso Senhor, com uma atitude de mansidão e temor, com boa consciência, devemos estar preparados para responder sobre a razão de nossa esperança em Jesus, quando formos questionados pelos “de fora”. Devemos responder, explicando em que fatos a nossa fé está alicerçada.
E aqui, no texto de hoje, vimos que a nossa fé está edificada sobre um fundamento sólido: é Jesus Cristo.
Pois o Espírito de Cristo preparou o caminho da nossa fé, quando através dos profetas do Antigo Testamento, anunciou as coisas que iriam acontecer.
Depois, o Senhor Jesus Cristo veio ao mundo, e cumpriu tudo quanto outrora havia sido profetizado.
E agora, através da Palavra pregada ele se revelou aos nossos corações.
A razão da nossa fé é Jesus.

Aplicação

Vamos pensar nalgumas aplicações para nossa vida.
1ª - Admire a sabedoria do plano de Deus, concebido desde a eternidade, para a nossa salvação.
Plano anunciado e levado adiante. Plano do qual fazemos parte, e no qual fomos alcançados pela graça eterna.
Como diz a Escritura, “oh, profundidade da riqueza, como da sabedoria, como do conhecimento de Deus...” [7]
Louve a Deus por causa disto. De glória a ele. Seja dele. Confie a ele sua vida eterna.
2ª - Creia nas Escrituras.
Admire, leia, conheça, medite nas Escrituras. Elas são a Palavra do Espírito Santo falando a nós. Se alguém disser para você que “a ciência já têm demonstrado que a Bíblia não diz a verdade”, não se deixe abalar, não se sinta diminuído (também não se enfureça, não responda com ira), mas procure saber o porquê de alguém falar assim; medite, peça iluminação a Deus, peça sabedoria. Pois o Espírito do Senhor habita na vida do crente em Jesus, e lhe guia.
3ª - Creia no poder do Espírito Santo agindo em sua vida, e fale de Jesus com amor, fé e esperança.
Não se envergonhe de ser crente - sua fé é sinal da graça de Deus em sua vida. Então seja uma testemunha de Jesus em sua maneira de viver e de falar, na esperança de ser um instrumento para que outros venham a crer também.
4ª - E se você não crê ainda?
Depois de todas as coisas que temos dito, você não crê, é sinal de que você ainda precisa ser iluminado pelo Espírito. Então busque a Deus, com humildade, com vontade, pois ele é misericordioso para todo aquele que o buscar com sinceridade de coração.




[1] Veja também Ef 3:10
[2] At 1:8
[3] Mt 28:20
[4] Olavo de Carvalho, em https://www.youtube.com/watch?v=bR7gNLOcYdY, acessado em 25/09/2015 às 8:45H.
        [5] Gn 1:3; 2ª Co 4:6
        [6] Extraído de Confissão de Fé de Westminster, I:VI
        [7] Rm 11:33

Um comentário:

  1. Quero agradecer a pela vida, de quem planejou esse estudo, pois serviu de muita valia para as nossas vidas, estudo respaudado pela palavra de Deus!

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