Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 24 de maio de 2015

Na eternidade - 2ª Co 5:1-10

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 24 de maio de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler 2ª aos Coríntios 5:1-10
“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. 2 E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial; 3 se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus. 4 Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. 5 Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito. 6 Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; 7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos. 8 Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor. 9 É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis. 10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.”
Uma cristã norte-americana, Evelyn Christenson, escreveu, entre outros, um livro muito edificante, chamado “Ganhando através da perda” [1].
Neste livro ela apresenta o ensino bíblico de que nós, filhos de Deus, em todas as coisas que acontecem conosco, estamos sendo abençoados pelo pai celestial, que é quem dirige cada evento de nossas vidas.
Então, até mesmo quando perdemos coisas neste mundo, na realidade estamos de alguma forma lucrando, estamos ganhando, pois Deus faz com todas as coisas cooperem para o bem daqueles que o amam.
Cada vez que perdemos algo ou alguém, é porque Deus está providenciando para nós um bem maior.
E de fato, este é o padrão que vemos se repetir constantemente na vida dos crentes descrita na Palavra de Deus: José perdeu tudo para ganhar muito mais; e Jó; e Davi; e Daniel; e Abraão; e Noé – enfim, nossa lista é praticamente interminável.
E Jesus acrescenta, em Lucas 18:29 e 30, que isto diz respeito a cada pessoa que o ama, quando afirma:
Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna.
Noutro lugar ele nos ensina que não adianta nada ganharmos o mundo inteiro, se perdermos a nossa alma.
Mas, que, se por amor a ele perdermos a nossa própria vida neste mundo, estaremos de fato ganhando a nossa vida na eternidade[2].
E aqui neste texto que lemos, o apóstolo Paulo vem nos lembrar deste que é o maior de todos os lucros que o homem pode ter: a eternidade.
Assim como Jesus, ele nos mostra que quando perdemos este mundo por amor a ele, ganhamos a eternidade.
Depois de discorrer de modo muito vívido, no capítulo anterior, a respeito da fragilidade, da brevidade e dos dissabores desta vida presente em contraste com a vida futura, neste capítulo ele prossegue nos encorajando a olhar para a eternidade, onde está o nosso destino.
Eu desejo meditar sobre as verdades da vida eterna conforme apresentadas nestas palavras do apóstolo Paulo.
1. Em primeiro lugar, o Espírito Santo nos ensina que na eternidade nós seremos revestidos de nossa habitação celestial
vs. 1 e 2
Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.  2 E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial...
Nestes dois versículos, Paulo usa duas expressões para se referir à nossa “morada neste mundo”: casa terrestre e tabernáculo.
Se compararmos com o contexto, especialmente v. 6, podemos perceber que é uma referência ao nosso corpo, habitação de nosso “eu”, do nosso espírito, do nosso homem interior.
Ele chama este nosso corpo de “tabernáculo”, isto é, uma “cabana”, uma casa feita de algum tecido, rústica mesmo.
Mas no v.1 ele diz que se esta nossa casa se desfizer, isto é, se este nosso corpo for destruído, no céu nós temos, não um mero tabernáculo, temos um edifício, uma casa mais ampla, melhor, mais confortável.
Esta casa que temos no presente é mortal, é sujeita a fraquezas, à decadência. A habitação celestial é imortal, incorruptível.
Em 1ª Co 15, ele escreve que, quando o Senhor Jesus voltar, estes nossos corpos mortais serão revestidos por aquele que é imortal, estes corpos carnais serão revestidos por aquele que é espiritual.
Embora seja algo difícil de descrever, difícil de imaginar, o que podemos dizer com certeza é que seremos incomparavelmente melhores do que somos agora.
João nos diz que seremos semelhantes ao Senhor Jesus, e creio que isto em grande parte também se refere, além de sermos semelhantes a ele em seu caráter santo, ao seu corpo ressurreto.
Mas não posso dizer nada além disto.
Vale a pena lermos 1ª Co 15:40-49
Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.  41 Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor.  42 Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória.  43 Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.  44 Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.  45 Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.  46 Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual.  47 O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.  48 Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais.  49 E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial.
Note o maravilhoso contraste: semeia-se na corrupção, ressuscita na incorrupção .
Semeia-se em desonra, ressuscita em glória.
Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.
E mais: você não terá este corpo espiritual, altamente capacitado, dotado de poder e santidade para ficar tocando “harpinha sentado numa nuvem”; não!
Em Mateus 25, Jesus nos ensina que quem for fiel no pouco, será colocado sobre o muito – a eternidade não é lugar de ócio, mas de trabalho, serviço pleno, desenvolvimento ainda maior das capacidades dadas por Deus e para a glória de Deus.
Se você tem prazer em servir ao Senhor agora, imagine o que será no mundo futuro.
2. Em segundo lugar, o Espírito Santo nos ensina que a eternidade é quando estaremos para sempre com o Senhor
vs. 6-8
Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; 7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos.  8 Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor.”
Não somente seremos semelhantes a ele, mas estaremos com ele.
Eu não sei explicar completamente este maravilhoso modo de ser, ou estado de alma, chamado amor; pois o amor com que amamos agora é tão imperfeito.
Mas sei que quando amamos alguém, o que mais desejamos é estar com este alguém.
E sei também que quando se é crente, a pessoa mais amada, a mais desejada, aquela de quem mais temos saudade, embora nunca o tenhamos visto, é o Senhor Jesus.
Isto porque ele é a pessoa mais linda, a mais espiritual, a mais santa, consagrada que existe.
Ele é perfeitamente honesto em tudo o que fala; ele é bom, justo, meigo.
Ele é melhor que tudo e todos.
Como está escrito no Salmo 73, a respeito do nosso Deus:
Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra [3].
Tantas vezes em nossa vida diária, não sentimos um “ataque de alegria” ao sentir a presença de Deus naquilo que estamos fazendo, não é?
Tantas vezes, em nossos momentos devocionais a sós, ou quando cantamos, adoramos, oramos juntos, o seu coração se enche de alegria, por você sentir a presença de Jesus, não é?
Pois bem, meu irmão, este sentimento da presença de Jesus não é nada, se comparado com o que será no céu.
Nós o veremos face a face. Nós o ouviremos não apenas em nosso coração. Ele estará diante dos nossos olhos. Sua voz deve ser o som mais lindo do universo.
3. Na eternidade, iremos receber a recompensa de nossas ações
vs. 9,10
É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis.  10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.
Paulo tinha como certo o fato de que, mesmo sendo crentes, salvos por meio da graça de Deus, cada um de nós deverá prestar contas a Deus por tudo quanto tiver feito por meio do corpo
Há dois aspectos deste “comparecer” diante do tribunal de Cristo que podemos observar na palavra de Deus:
3.1. As nossas ações não são o meio através dos quais obtemos a nossa salvação. Somos salvos pela graça, pela misericórdia, pela bondade de Deus
Mas ao mesmo tempo elas demonstram que realmente houve uma transformação espiritual, uma regeneração em nossa alma. E então, neste aspecto, as boas obras, as obras de obediência são uma evidência de que temos verdadeira fé.
Vamos ler Tg 2:19-23
Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem.  20 Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?  21 Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?  22 Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, 23 e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus.
3.2. As nossas obras demonstram a qualidade de nossa vida espiritual, de nosso amor para com Deus, e serão a base sobre qual seremos recompensados na eternidade
1ª Co 2:10-15
Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.  11 Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.  12 Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,  13 manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará.  14 Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; 15 se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.
Aqui, o Espírito Santo nos admoesta no sentido de trabalhemos de coração, com zelo e amor, pois estamos construindo para a eternidade.
Então Paulo via nisto um duplo incentivo:
Por um lado, o incentivo a temer a Deus e consequentemente evitar o mal, evitar a prática do pecado.
Por outro, um incentivo à pratica do bem.
Ele não queria chegar diante de Deus para ouvir que sua vida foi relaxada, que seu caráter era frívolo.
Conclusão e aplicação
Assim vimos que neste texto, queridos irmãos, o Espírito Santo nos ensina que na eternidade nós seremos revestidos de nossa habitação celestial: teremos um corpo imortal, sadio e vigoroso.
O Espírito Santo também nos ensina que a eternidade é quando estaremos para sempre com o Senhor: nós o veremos face a face, e desfrutaremos plenamente de sua presença.
Por último, somos ensinados que, na eternidade, iremos receber a recompensa de nossas ações.
1. Se você nasceu de novo, pela fé em Jesus, no poder do Espírito Santo, então você não somente crê, mas deseja a eternidade.
E isto trás algumas implicações para sua vida diária; eu desejo citar algumas:
1. Ânimo
Quando “tudo estiver errado”, lembre-se de que tudo o que há de errado é passageiro: as tentações, os pecados, as fraquezas, as limitações, as enfermidades, as separações, as injustiças, tanto as coisas tristes que acontecem em sua vida como na de outros filhos de Deus.
Todas as nossas tribulações irão acabar, e os sofrimentos do tempo presente não são para se comparar com as alegrias da glória do céu[4].
Então não desfaleça.
2. Amor pelo céu – lá está sua pátria
Nosso destino final não é este mundo presente, com suas riquezas e prazeres ilusórios, que sempre são incapazes de atender aos nossos anseios mais profundos, de amor e comunhão com Deus.
Nosso destino é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.
Então, como um homem que pensa sempre na mulher a quem ama, pense sempre nas coisas do céu, não nas que são aqui da Terra.
Apaixone-se pelas coisas do céu.
Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então o conheceremos na plenitude da sua glória, e seremos glorificados com ele.
3. Seja fiel a Jesus: desenvolva santidade
Faça morrer tudo o que é de sua natureza terrena: impureza, paixões lascivas, desejos malignos, malícias no pensar, maldades no falar, mentiras, pois, por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência[5].
4. Pratique o bem – como quem está ajuntando tesouros para a eternidade
“Quem dá aos pobres empresta a Deus”; isto não é apenas um ditado popular; é ensino bíblico [6]. Se você vê uma pessoa necessitada, reparta com ela das coisas que Deus tem dado a você. Dê a quem te pede; não volte as costas ao órfão e à viúva.
Não deixe de perdoar aos que te ofendem. Não deixe de ajudar ao que estiver caído. Não deixe de ser misericordioso.
Não deixe de usar seus dons espirituais; não deixe de amar a igreja e cooperar com ela; não deixe de ser parte do povo de Deus.
Não abandone a sua congregação como fazem alguns, porque o dia da eternidade está agora mais perto ainda.
Não deixe de testemunhar, de falar de Jesus. Não deixe de amar o seu próximo. Não deixe de amar sua esposa, seu marido, seu pai, sua mãe.
Não deixe de orar, de ler a Palavra, não deixe de fazer todo o bem que você conhece.
2. Mas, talvez algum de vocês ainda não seja uma pessoa convertida a Jesus.
Neste caso, eu preciso dizer a você que as delícias da vida eterna não são para todos os homens: são destinadas apenas para aqueles que amam a Deus.
E é claro que isto está totalmente certo: você gostaria de morar eternamente com alguém a quem não ama?
Isto de acordo com o desejo daquele que não crê em Deus: aquele que não crê em Deus não quer viver eternamente com ele, e neste caso, não desfrutará da bem-aventurança eterna.
Mas neste caso, eu preciso também dizer: uma vida eterna sem Deus é um inferno. É tristeza, depressão, solidão, infelicidade, ódio e inveja.
Para que uma pessoa não viva este inferno eterno ela precisa se voltar para Deus, e com isto estou sendo claro: se voltar para Jesus, pois ele é Deus que se fez carne, que veio morar entre nós, para que nós possamos ir morar com ele.
Assim, se você ainda não segue a Jesus, veja que oportunidade abençoada você tem agora: pode crer agora, pode receber a Jesus agora, em seu interior, e pode começar com ele agora, uma jornada que será pela eternidade.

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[1] São Paulo, Mundo Cristão, 2007
[2] Mt 16:24-26
[3] Sl 73:25
[4] Rm 8:18
[5] Cl 3:1-11
[6] Pv 19:17

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