IPC em Pda. de Taipas
Manhã de domingo, 10 de maio de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, eu peço que abram suas Bíblias em 1º
Reis 3:16-28
Até hoje Salomão, filho de Davi, rei que governou
sobre Israel há três mil anos, é considerado um dos homens mais sábios de
toda a história da humanidade.
Isto porque ele amava a Deus, e era amado por Deus.
De acordo com as Escrituras, logo no início de seu
reinado, ele sonhou com Deus.
E neste sonho o Senhor lhe disse: - “Pede-me o quiseres, e eu te darei”.
Então Salomão respondeu: - “Senhor, pela tua graça o Senhor escolheu meu pai, o teu servo Davi,
e agora a mim, para reinar sobre o teu rebanho. E eu não passo de uma criança;
não sei como conduzir-me. Então eu peço que o Senhor me dê discernimento; me dê
um coração entendido, para que eu aja com justiça e seja um rei de acordo com a
tua vontade”.
O Senhor se agradou do pedido de Salomão; e respondeu:
- “Você não me pediu uma vida longa, nem
riquezas, nem a morte dos teus inimigos (coisas estas, meus irmãos, que uma
pessoa egoísta, voltada para si mesma, logo pediria). Mas porque você me pediu sabedoria”,disse o Senhor, “eu a darei, uma sabedoria sem igual; e
todas as coisas que você não pediu eu darei também. Ande nos meus caminhos,
como fez o teu pai, Davi, e você terá uma vida longa e abençoada.
Quando Salomão
acordou, reconheceu que o sonho tinha sido um verdadeiro encontro com Deus, e
adorou ao Senhor *.
Com efeito ele se tornou um homem conhecido por sua
sabedoria: ele foi um ótimo governante, que soube manter relações pacíficas com
muitos países, e fez a nação israelita prosperar.
Também foi responsável pela construção do grande
templo do Senhor em Jerusalém. Até hoje alguns gostariam de ser pelo menos tão
sábios quanto Salomão e imitar suas obras.
A história que vamos ler agora foi narrada como
testemunho da grande sabedoria que Deus deu a este homem, de modo que ele
pudesse ser um rei justo.
Leiamos:
Então, vieram duas prostitutas ao rei e se puseram
perante ele.
17 Disse-lhe uma das mulheres: Ah! Senhor meu, eu e esta mulher moramos na
mesma casa, onde dei à luz um filho. 18 No terceiro dia, depois do
meu parto, também esta mulher teve um filho. Estávamos juntas; nenhuma outra
pessoa se achava conosco na casa; somente nós ambas estávamos ali.19
De noite, morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele. 20
Levantou-se à meia-noite, e, enquanto dormia a tua serva, tirou-me a meu filho
do meu lado, e o deitou nos seus braços; e a seu filho morto deitou-o nos meus.
21 Levantando-me de madrugada para dar de mamar a meu filho, eis que
estava morto; mas, reparando nele pela manhã, eis que não era o filho que eu
dera à luz. 22 Então, disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu
filho; o teu é o morto. Porém esta disse: Não, o morto é teu filho; o meu é o
vivo. Assim falaram perante o rei.
23 Então, disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho é o
morto; e esta outra diz: Não, o morto é teu filho, e o meu filho é o vivo. 24
Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. Trouxeram uma espada diante do rei. 25
Disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo e dai metade a uma e metade a
outra.
26 Então, a mulher cujo filho era o vivo falou ao rei (porque o amor materno
se aguçou por seu filho) e disse: Ah! Senhor meu, dai-lhe o menino vivo e por
modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem meu nem teu; seja dividido.
27 Então, respondeu o rei: Dai à primeira o menino vivo; não o mateis, porque
esta é sua mãe.
28 Todo o Israel ouviu a sentença que o rei havia proferido; e todos tiveram
profundo respeito ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para
fazer justiça.
Um homem com a sabedoria de Deus, que soube pensar do
jeito de Deus, e por isto, numa situação que não havia testemunhas, numa época
que não havia fotografias, nem testes os científicos que temos hoje, pode saber
quem era a verdadeira mãe da criança.
Mas nesta manhã eu desejo olhar para esta mãe, e tomar
sua história como uma belíssima ilustração de como é o coração de uma verdadeira
mãe.
1. Coração de mãe verdadeira
é um coração dedicado
Digo isto por causa do que ela diz no v. 21:
-
“Levantando-me de madrugada para dar de mamar ao meu filho, eis que estava
morto...”.
Você percebe: ela não se levantou para amamentar
porque a criança havia chorado de fome. A criança não estava incomodando.
Quando jovem, eu pensava que as criancinhas deveriam
ser amamentadas somente quando começassem a chorar. Para mim esta era a maneira
de as mães saberem que a criancinha está com fome.
Mas não é assim, e as mães sabem disto: sabem que não
é só quando o filho chora que está precisando de alguma coisa.
Sabem que não é só quando o filho diz, que ele tem
alguma necessidade.
E por isto a mãe de nossa história desperta de seu
sono, à meia noite, e se levanta, pois sabe que o filhinho precisa ser
alimentado.
Há dois textos no profeta Isaías que descrevem de
maneira muito bonita esta atitude das mães para com seus filhos.
Eu gostaria de ler com vocês:
Is 49:15
Acaso,
pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se
compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele,
eu, todavia, não me esquecerei de ti.
Is 66:13, 14
Como
alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós
sereis consolados. Vós o vereis (o meu consolo), e o vosso coração se
regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra; então, o poder do
SENHOR será notório aos seus servos, e ele se indignará contra os seus
inimigos”.
Nestes dois textos, o Senhor Deus está falando ao
coração dos seus escolhidos; e usa a figura
de uma mãe para expressar as suas próprias atitudes.
No primeiro deles, diz que uma mãe não se esquece
do seu filho, a quem amamenta. E no segundo, que uma mãe é uma consoladora.
E meus irmãos, não é assim que as mães fazem, não só
nos primeiros dias, mas “na vida inteira”?
Não há como eu possa contar a vocês sobre as centenas
de vezes em que tenho experimentado isto em minha vida, na convivência com
minha querida mãezinha: a maneira como ela, mesmo ficando viúva bem jovem,
dedicou-se a cuidar de cada um dos seus filhinhos (nós somos quatro irmãos);
levantando-se às seis horas da manhã, e logo sentando-se à maquina de costura,
trabalhando até às dez da noite, durante muitos anos.
E trabalhava cantando louvores a Deus: os hinos que eu
mais gosto são os que ela cantava quando eu era menino; e sua voz era a mais
linda do mundo.
Depois disto, assentava-se na cama, lia sua Bíblia em
voz alta, para que todos nós pudéssemos ouvir, orava por nós.
E cozinhava, e lavava nossas roupas no tanque de
pedra, e passava, e aos domingos nos levava à igreja, de manhã e à noite.
Até hoje ela cuida de todos nós: aconselha, intercede,
consola nas aflições, procura saber se precisamos de alguma coisa, e agora que
todos temos filhos, sabem aquele ditado: “Filho criado, trabalho dobrado”? O
mesmo carinho ela tem com os netos.
Mas será que estou falando apenas de minha mãe? Não
estou falando de todas as mães que estão aqui?
E haveria como eu fazer justiça, descrevendo tantas e
tantas atitudes de amor dedicado que vemos em cada mãe?
2. Coração de mãe verdadeira
também é um coração altruísta
Vocês sabem, irmãos, que quando nós amamos alguém,
queremos este alguém perto de nós, para nós cuidarmos.
O maior desejo de uma mãe é sempre cuidar de seu
filho, educá-lo, ter a sua companhia, vê-lo crescer.
Mas acima de tudo, o desejo de uma mãe é o bem estar
de seu filho.
Foi isto que Salomão compreendeu, e então “bolou um
jeito” de saber, na história, quem era a mãe verdadeira.
Ele disse: “Só
tem uma criancinha, e cada uma de vocês diz ser a mãe verdadeira. Então vamos
cortar a criança ao meio e dar a metade para cada uma”.
É claro que o bom rei não faria isto, mas ele sabia
como reagiria uma verdadeira mãe.
A mulher que mentia então concordou: - “Está bem. Nem meu, nem dela. Que assim seja,
pode cortar a criança”.
Mas o coração da verdadeira mãe se exaltou e ela
respondeu: “Não! De jeito nenhum! Que
então fique com a outra. Prefiro meu filho vivo, nem que seja com outra pessoa”!
Porque coração de mãe é assim: ela pensa sempre no
bem-estar de seu filho, mesmo que para isto o coração dela esteja partido.
Quando eu tinha vinte anos de idade, fui enviado pela
cruzada Estudantil Para Cristo para trabalhar em Manaus. Lembro-me de minha mãezinha
querida me observando a fazer as malas em meu quarto.
E lembre-me também de que, quando realizei o meu
trabalho e voltei, três anos depois, ela me confidenciou um dia que sempre
havia orado por minha volta; mas que nunca me disse isto, porque não queria se
colocar contra a vontade de Deus para minha vida.
3. Coração de mãe verdadeira
também é um coração que Deus conhece - vs. 27, 28
Então, respondeu o rei: Dai à primeira o menino vivo; não
o mateis, porque esta é sua mãe. 28 Todo o Israel ouviu a sentença
que o rei havia proferido; e todos tiveram profundo respeito ao rei, porque
viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.
A sabedoria que Salomão
foi dada por Deus. O Senhor, que conhece o coração de uma verdadeira mãe, abriu
os olhos de Salomão para que ele conhecesse também, e soubesse qual seria a
reação da mãe verdadeira.
Agora, meus irmãos, eu
gostaria de voltar àqueles versículos que já lemos em Isaías:
Is 49:15
Acaso,
pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se
compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele,
eu, todavia, não me esquecerei de ti.
Is 66:13, 14
Como
alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós
sereis consolados.Vós o vereis (o meu consolo), e o vosso coração se
regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra; então, o poder do
SENHOR será notório aos seus servos, e ele se indignará contra os seus
inimigos”.
Que lindo: o Senhor Deus toma as mães como uma
imagem para revelar-se a si mesmo. Eu creio que não pode haver nada mais
enaltecedor às mães do que estas palavras de Deus.
Pois ele implicitamente está dizendo que, quando
uma mãe não se esquece de seus filhos, quando uma mãe consola os seus filhos,
ela está manifestando o caráter de Deus para eles; está mostrando como Deus é.
Deus quer que olhemos para o amor das mães, e
entendamos que ele nos ama desta maneira e de um modo ainda mais perfeito, pois
mesmo que uma mãe viesse a se esquecer dos seus filhos, ele não se esquece de
nós.
E Deus nos amou tanto, tanto, tanto, que na pessoa
de seu Filho, Jesus Cristo, ele se fez carne, habitou entre nós como um ser
humano, e deu a sua vida por nós, pelos nossos pecados.
Nossas mães, com seu amor dedicado e altruísta são maravilhosas representantes de nosso Deus, de
nosso criador, provedor, consolador, salvador.
Acho que neste contexto as palavras de Paulo sobre
as mães em sua carta a Timóteo cabem muito bem:
1ª Tm 2:15
Todavia, será preservada
através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e santificação,
com bom senso.
Eu quero notar que neste versículo Paulo diz que ter
mãe é uma missão a ser cumprida.
A missão de criar nos caminhos do Senhor, de
ensinar a ser gente responsável, de ensinar a viver.
Por isto agradecemos a Deus de todo o coração pela
vida delas, estas missionárias de Deus em nossas vidas.
Por isto também as louvamos, honramos, e damos a
elas o lugar devido em nosso coração.
Por isto oramos por elas, e pedimos que o Senhor
lhes dê muita alegria por nosso intermédio; e desejamos e buscamos ser aquele “filho sábio que alegra o coração de seu pai
e de sua mãe” (Pv 10:1).
Queridas mãezinhas, nós nos orgulhamos de vocês,
nós amamos vocês.
Feliz Dia das mães!
* 1º Rs 3:1-15
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