Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 12 de outubro de 2014

Escolhidos de Deus - 2ª Ts 2:13-17

Domingo, 12 de outubro de 2014
6ª IPC de São Paulo
Pr. Plínio Fernandes                    Baixe em PDF     Baixe em EPUB     Baixe em MOBI
Queridos irmãos, vamos ler 2ª aos Tessalonicenses, 2:13-17
13 Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, 14 para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.  15 Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.  16 Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, 17 consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra.
Recentemente eu li uma notícia no “Estadão”, sobre o trabalho de um grupo de astrônomos americanos, no Havaí.
Através das suas pesquisas com os mais modernos telescópios, eles descobriram que a nossa galáxia, a Via Láctea, que contém entre 100 milhões e 400 milhões de estrelas, está localizada na “borda” de um super aglomerado de 100 mil galáxias com 500 milhões de anos luz de diâmetro[1]; isto é, se você conseguisse uma nave espacial superpoderosa que viajasse a 300.000 Km por segundo, em 500 milhões de anos você conseguiria viajar de uma ponta à outra do nosso cantinho no universo.
Eles batizaram este super aglomerado de galáxias de “Laniakea”, que no idioma havaiano significa “imenso céu”. Mas há evidencias no sentido de que este Laniakea faz parte de um sistema ainda maior.
Agora, se nós considerarmos que um ano luz equivale a pouco mais de 9,5 trilhões de quilômetros, e este céu imenso tem 500 milhões de ano luz, você consegue imaginar uma coisa destas? Você consegue imaginar o tamanho do universo?
Agora, vamos supor que você, por algum motivo, conseguisse, em apenas um instante, viajar daqui para uma distância de apenas uma hora luz, a mais ou menos 1.080.000 km daqui: se você fizer isto, Deus estará lá? E se você, num instante se encontrar a uns dois trilhões e um bilhão de quilômetros daqui, Deus estará lá? E se você viajar para além de “Laniakea”, Deus ainda estará lá?
E se você viajar, viajar, viajar, ainda mais longe, para além das fronteiras do universo, Deus estará lá? Existe algum lugar onde Deus não esteja neste momento?
Pois como diz o Espírito Santo, nem os céus, nem os céus dos céus podem conter a Deus[2].
Deus é grandioso, e onipresente, está em todos os lugares do universo, e muito além deles.
Mas agora, mudando um pouco o nosso exemplo, vamos supor que você entrasse numa “máquina do tempo”, e começasse a viajar para o futuro.
Então você viaja para daqui a um ano: Deus estará lá? E se você viajar para daqui a dez anos? E se você viajar para daqui a mil anos? E um trilhão de anos? E quinhentos e cinquenta trilhões de anos? Deus ainda estará lá? Quando é que Deus deixará de existir?
Mas, e se de repente, você “der marcha à ré”, e começar a viajar em direção ao passado? Dez anos atrás: Deus estará lá? E mil anos? E no princípio da criação do universo? E antes da criação do universo? Quando foi que Deus “nasceu”? Quando foi que Deus passou a existir?
Você consegue ter uma ideia da eternidade de Deus? Isto não é uma coisa de tirar o nosso fôlego?
Por isto nossos antepassados na fé, numa época em que as luzes da cidade não ofuscavam a sua visão, olhavam para o céu, diziam extasiados:
“Senhor... quando vejo os céus, obra dos teus dedos, e a lua, e as estrelas, que preparas-te... que é o homem, para que te lembres dele,... e o visites?” [3]
Mas o Senhor providenciou tudo quanto acontece em nossa vida... Tão admirados ficavam, pois a terra está cheia da bondade do Senhor para conosco[4].
Com isto, meus irmãos, quero dizer que a Bíblia nos ensina sobre um Deus que é tão grandioso, tão sublime, tão poderoso e sábio, infinito, que nosso pequeno entendimento mal pode suportar quando contemplamos apenas um vislumbre de sua grandeza.
Mas mesmo que seja difícil entender, nosso coração sabe que ele é grandioso assim, e bondoso assim.
E então nós nos prostramos diante dele, e o adoramos, e o amamos, e querermos sempre andar na sua presença, com um santo e amoroso temor no coração.
Ora, da mesma maneira, embora seja sublime demais, muito além de nossa compreensão, existem outras doutrinas maravilhosas que, se não podemos, como a da grandeza de Deus e sua providência, ler no “livro das coisas criadas”, isto é, do universo à nossa volta, podemos aprender no livro das coisas reveladas, isto é, nas Escrituras Sagradas que o Senhor deu a nós.
Doutrinas que nos levam também a este santo desejo de adorar a Deus e andar com ele.
E uma destas doutrinas é esta que temos diante dos nossos olhos, no texto que acabamos de ler: a doutrina de que Deus nos escolheu para viver com ele em eterna comunhão, como filhos amados.
Que é o homem, para que dele te lembres? Mas podemos dar um passo adiante, e como redimidos em Jesus Cristo, e também perguntar: “Quem somos nós, entre toda uma raça pecadora, para que nos escolhesse e nos desse vida eterna”?
E ainda que este seja um pensamento que jamais subiria ao nosso coração, é o ensino bíblico no sentido de que o grandioso Senhor do universo, assim como manifesta, para com todos os homens a sua imensa bondade, dando o sol e a chuva, as estações do ano, o trabalho, a família e tudo o mais, de um modo muito especial manifesta o seu amor escolhendo e separando, em meio à humanidade decaída em pecado, pessoas a quem dará não somente das coisas desta vida de agora, mas muito mais além, a vida na eternidade, em comunhão com ele por meio de seu Filho, o Senhor Jesus Cristo: a este ensino bíblico nós chamamos “doutrina da eleição”.
Assim como as doutrinas da onipresença de Deus, de sua grandiosidade e de sua bondade são de “tirar o fôlego”, também a doutrina da eleição.
Nós não conseguimos entendê-la plenamente, mas o coração do crente sabe que é assim, pois o seu próprio ser interior dá testemunho deste fato em sua própria vida.
O crente nem sonha em dizer que ele se salvou teve, de si mesmo, os dons necessários da fé e da santificação. Ele sabe que, se voltou-se e converteu-se a Deus, é porque Deus o buscou primeiro.
Atente para a grandiosidade da revelação que o Espírito Santo nos dá aqui nos vs. 13 e 14, ao dizer que desde o princípio Deus nos amou, e nos escolheu para nos salvar, para nos santificar pelo agir do Espírito Santo em nós, para nos conceder fé na sua Palavra, e nos chamou para alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
Em nossa meditação sobre este texto, há três linhas de pensamento que desejo destacar
Primeiro, o Espírito Santo nos ensina aqui sobre o propósito e o motivo da eleição: se vamos desfrutar a glória eterna com o Senhor Jesus, isto é porque Deus nos escolheu, ou elegeu: Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação.
Segundo, o que Deus fez para nos salvar. Pois ele também determinou como seríamos salvos: pela santificação do Espírito e pela fé na verdade
Terceiro, as implicações destas coisas para nossa vida presente, que podem também ser observadas neste texto.
1. O propósito e o motivo da nossa eleição
1.1. No v. 13, lemos que Deus nos escolheu desde o princípio.
Esta expressão, “desde o princípio” é uma referência ao início da história do universo.
Em Gênesis 1:1 está escrito:
No princípio criou Deus os céus e a terra...
E no Evangelho de João, cap. 1:1, 2, falando sobre Jesus, o apóstolo disse:
No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus; todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez
Então, quando Paulo diz: “Deus vos escolheu desde o princípio”, o que ele está afirmando é que esta escolha divina remonta ao tempo em que o mundo ainda não havia sido criado.
Aliás, na carta aos Efésios ele fala desta maravilhosa verdade em termos ainda mais fortes:
Ef 1:3, 4:
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor...
No princípio, antes da criação do mundo, quando nada ainda existia concretamente, quando o universo inteiro era ainda um plano no coração de Deus, ele, para quem toda a história é apenas uma fração de segundo, diante de quem estamos eternamente presentes, ele, como que contemplando através da história, e vendo toda a humanidade totalmente caída em pecado, incapaz de salvar-se a si mesma, em amor nos escolheu para salvar.
Vejam irmãos:
Tanto a Bíblia, como toda a história, nos mostram que a humanidade, desde os mais antigos tempos, está espiritualmente decaída. Desde que o pecado entrou no mundo através da desobediência dos nossos primeiros pais, nós nos tornamos espiritualmente mortos em nossos delitos e pecados.
Nós nos tornamos pecadores por natureza. Já nascemos assim. Basta que olhemos para o mundo à nossa volta, e percebemos que ainda que muitos busquem fazer o bem, por natureza interna, nós todos nascemos inclinados para o mal. Mesmo entre as pessoas mais religiosas.
A inclinação natural de cada ser humano é o orgulho, a vaidade, a injustiça. A inclinação natural é a adoração a si mesmo, aos bens materiais, à cobiça, e todos os outros pecados que são fruto destes: as mentiras, a desonestidade, a imoralidade, as invejas...
Os homens, por si só, estão espiritualmente mortos. Como um corpo morto está em estado de deterioração, assim também os homens, espiritualmente falando, estão indo cada vez pior.
Pense por exemplo em nosso país: nos últimos cinquenta anos houve muito progresso material. E houve progresso moral? Não somos testemunhas de que, do ponto de vista moral, a nossa nação é como um morto em estado de putrefação?
Por natureza a humanidade é incapaz de fazer a vontade de Deus. Tudo o que faz, por melhor que seja, está contaminado pela mancha do pecado. Consequentemente não pode, por si só, praticar alguma obra que o torne digno da comunhão com Deus e a vida eterna. Todos os homens, sem exceção, são incapazes de se salvar.
Então Deus fez um plano, e no seu plano, ao contemplar toda a humanidade espiritualmente morta, ele decidiu que não iria deixar que todos continuassem mortos.
Bem que ele poderia nos deixar assim. Mas ele decidiu dar vida para alguns. É isto o que Paulo está nos dizendo: Deus, desde o começo, nos escolheu para nos salvar. Nenhum de nós tinha algum mérito, que o tornasse digno da glória eterna.
Mas assim como o Deus do universo se lembra da humanidade neste pequenino planeta, e lhe dá todas as bênçãos desta vida presente, no meio desta humanidade caída em pecado, escolheu a nós para nos conceder a vida eterna.
1.2. E qual foi a razão, isto é, qual foi a condição que ele determinou, nós deveríamos preencher, pela que ele nos escolhesse?
Certamente não foi com base em boas obras que ele previu em nós, pois como temos enfatizado, somos incapazes de fazer ao menos uma obra totalmente pura e boa, que nos tornaria dignos da salvação.
Por outro lado, supondo que um dia conseguíssemos tal proeza, a de realizar ao menos uma obra sem contaminação, todas as nossas outras obras más nos desqualificariam completamente.
Então o apóstolo também ensina que não é por obra alguma que Deus nos escolheu:
2ª Tm 1:9
(Deus) que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos...
Assim, irmãos, vemos que Deus não estabeleceu de antemão, em nós, alguma condição para que ele pudesse nos escolher.
Não havia algo, alguma obra que nós deveríamos fazer e assim conquistar merecidamente a nossa salvação.
Nem havia alguma atitude espiritual que nós poderíamos tomar, pois estávamos espiritualmente mortos.
1.3. Qual então, a base através da qual o Senhor nos escolheu?
Voltemos ao nosso primeiro texto, no v. 11:
Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor...
A mesma boa palavra é dita também no v. 16:
Deus, o nosso Pai, nos amou...
Agora, para que tenhamos uma ideia um pouco melhor do que significa dizer “amar alguém”, gostaria de ler também Is 43:4.
Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida.
O Senhor está se dirigindo aqui a Israel, a sua Igreja no Antigo Testamento. Promete que em todas as circunstâncias estará com seu povo. Que todos os seus inimigos não prevalecerão. E a razão:
Foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei...
Amar alguém é tê-lo como precioso aos nossos olhos, digno de honra. E isto, diz o Espírito Santo, é o pensamento e o sentimento de Deus em relação aos que ele escolhe.
E que havia em nós para ele nos amar, nos considerar preciosos e dignos de honra? Quem somos eu e você, para que ele se lembrasse de nós?
No entanto, ele nos escolheu porque nos amou.
2. Agora vejamos também o que Deus fez para nos salvar.
Pois ele também determinou como seríamos salvos: pela santificação do Espírito e pela fé na verdade
O apóstolo escreve:
Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação pela santificação do Espírito e fé na verdade
Embora nós não tenhamos capacidade de salvar a nós mesmos, existem duas condições aqui mencionadas, que Deus exige do homem, e sem as quais ele não pode ser salvo: a santificação e a fé na verdade.
2.1. A santificação
Hb 12:14
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.
Não temos como desenvolver aqui todo o ensino bíblico sobre a santificação.
Mas basta resumir dizendo que santificação é aquela transformação espiritual que acontece quando uma pessoa se converte, e através da qual ela é separada do mundo a fim de viver para Deus.
Daí pior diante, até o seu encontro com Deus, na glória celestial, esta santificação vai se desenvolvendo, isto é, quando uma pessoa passa a viver para Deus, ela vai crescendo espiritualmente, e se tornando cada vez mais uma pessoa parecida com o Filho de Deus.
Sem santificação ninguém verá a Deus.
2.2 - A segunda condição é a fé na verdade, e por “verdade” Paulo quer dizer a verdade do evangelho, revelado na Palavra de Deus
Hb 11:6
De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.
O que é fé?
Hb 11:1-3
Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. 2 Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho.  3 Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem
Fé é confiança, convicção, certeza de que as coisas reveladas na Palavra de Deus são a verdade, mesmo que não as tenhamos visto com nossos próprios olhos.
É a fé em Deus que nos leva ao arrependimento, isto é, à mudança no modo de pensar, não pensar e não andar de acordo com nossa natureza pecaminosa, mas viver segundo os padrões de Deus.
Então veja: para que o homem agrade a Deus e seja salvo ele precisa arrepender-se, ter fé, ser santo.
Como poderíamos fazer todas estas coisas, ou ter estas atitudes espirituais, se estávamos espiritualmente mortos? Não poderíamos.
Por isto, Deus que nos escolheu para sermos salvos, também escolheu nos conceder estas condições da alma que nos tornam agradáveis a ele.
Em nosso texto básico nós lemos que esta santificação que Deus exige de nós, e que nós, por natureza não podemos criar, nem desenvolver, Deus mesmo a realiza em nós mediante a obra de seu Espírito.
Ele é quem nos torna santos, tal como ele deseja que sejamos.
Primeiro, ele nos santifica através da morte de Jesus para nos purificar dos nossos pecados
Hb 10:10
Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas
Depois, ele continua esta obra em nós por meio da Palavra da verdade, pois Jesus disse:
Santifica-os na verdade, a tua Palavra é a verdade[5]
Também nos santifica através de nossa comunhão diária com ele, pois como está escrito:
Todos nós, com o rosto descoberto, somos transformados, de glória em glória, na imagem do Senhor, pelo Espírito...[6]
 Da mesma forma, ele é que concede a nós, pelo seu Espírito através da sua Palavra, o dom da fé.
Assim como lá no início da criação, em meio ao caos e as trevas ele disse, “Haja luz”, e houve luz, agora também por meio da Palavra da verdade no Evangelho ele fez resplandecer a luz de sua salvação em nossos corações.
E assim, como ele diz em outro lugar,
A fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Cristo[7]
Vamos concluir este ponto lendo Ef 2:8, 9
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie
O Senhor Deus, por sua maravilhosa graça que nos escolheu para a salvação, também concede a nós aquelas disposições interiores que lhe são agradáveis para que alcancemos esta salvação que nos é dada: ele nos santifica e nos concede a fé.
Pense na grandeza do poder, da sabedoria e do amor de Deus por você: antes de criar o universo, Deus, “olhando através da história”, conheceu você, amou você e escolheu você para a vida eterna.
Antes que houvesse história, Deus determinou que Jesus viria e daria a sua vida na cruz, para purificar você dos seus pecados, e te santificar, e dar fé, e transformar sua vida de pecador numa vida agradável a ele.
Irmãos, a altura, a profundidade, a largura, tanto da sabedoria, como do conhecimento, como do amor de Deus por nós, são coisas que jamais poderiam ser imaginadas pelo coração humano, mas em nossas almas, nós, os crentes sabemos que é de fato assim, pois Deus nos tem revelado estas coisas pelo seu Espírito.
Se nós as entendemos, se nelas cremos, vejamos de que maneira esta revelação afeta a nossa vida presente...
3. O que esta doutrina deve despertar em cada um de nós?
As consequências são muitas, mas vamos apenas destacar as que são mencionadas aqui:
3.1. Consideremos os que cremos em Jesus Cristo, que temos fé naquele que é o caminho, a verdade e a vida.
3.1.1. Primeiro, ela desperta em nós uma atitude de gratidão e louvor a Deus, tanto pela nossa salvação quanto a de outros.
Em nosso texto vemos o apóstolo Paulo dando graças a Deus por ter escolhido os seus leitores, crentes, para esta salvação eterna.
A gratidão desperta o louvor, o amor, a admiração, a obediência, adoração, a submissão à sua vontade.
3.1.2. Além disto, deve despertar em nós um forte senso de destino
No v. 14 Paulo diz que o clímax da nossa salvação é alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
Se formos escolhidos antes de o mundo ser criado, se somos destinados à glória eterna, então isto nos dá, na vida presente, uma firme certeza de nossa salvação.
Nada poderá nos separar do amor de Deus, pois somos herdeiros de uma salvação que já começou em nossa vida presente pela santificação do Espírito e fé na verdade.
Ora, se nosso coração está persuadido destas coisas, nossa vida agora deve se traduzir num comportamento que reflita esta santidade e fé em Jesus.
Pureza e confiança em Deus. Amor para com sua Palavra, amor para com sua igreja, a igreja dos amados de Deus. Amor para com os de fora, na esperança de que a mesma graça que nos alcançou alcance a muitos mais.
3.1.3. Se temos este forte senso de destino, isto então nos faz fortes e firmes na fé.
Nos v. 15 Paulo nos encoraja, diante disto, a não nos desviarmos, a não esmorecermos, mas a permanecermos firmes em tudo aquilo que temos sido ensinados na verdade de Deus
3.1.4. Por último, consolação e esperança diante das adversidades que temos de enfrentar
Quando Paulo escreveu esta carta os crentes de Tessalônica estavam sendo perseguidos por causa de sua fé.
Além disto havia os falsos cristãos, com falsas doutrinas que muito os perturbavam, dizendo que não haveria realmente uma vinda literal, física de Jesus, mas que o Dia do Senhor já havia chegado, espiritualmente, e era tudo o que deveriam esperar.[8]
Assim como, meus irmãos, podemos observar em todo o tempo que a igreja está aqui, aguardando o Dia do Senhor: angústias e perseguições da parte daqueles que não tem esta fé.
Aliás, por todo o mundo estamos vendo o crescimento da hostilidade para com os crentes em Jesus, seja na forma de violentas perseguições, seja na forma de afrontas, blasfêmias contra nossa fé, contra o bom nome de cristão, seja contra a nossa amada Bíblia.
E isto não nos surpreende porque odeiam a Jesus e a mensagem da cruz.
vs. 16 e 17 – O Deus que nos ama, que nos escolheu, que nos santificou e deu fé, é também o Deus que nos dá uma consolação eterna diante das tribulações, das dificuldades, dos conflitos pelos quais passamos antes de alcançarmos a glória eterna.
Somos consolados por Deus, sabendo que a nossa redenção se aproxima.
3.2. E se houver alguém em nosso meio que não sabe se é escolhido de Deus ou não?
Então você pode estar com duas atitudes no coração
3.2.1. Uma delas é desprezo para com estas coisa que eu falei
E se você está desprezando o que foi dito aqui, veja, você não é a primeira pessoa que faz isto.
Nos vs. 10-12 deste mesmo capítulo Paulo fala sobre pessoas que não acolhem o amor da verdade para serem salvos, e então Deus os leva a acreditarem na mentira, a se deleitarem na iniquidade e assim à perdição.
Cuidado - você está desprezando a Palavra de Deus, e isto é sinal de que você não ouve a Deus, de que está morto espiritualmente; então você está indo para o inferno.
Então o que você precisa fazer é mudar de atitude, orar, pedir que Deus tenha misericórdia de sua vida e lhe conceda arrependimento.
E talvez ele se compadeça de você.
3.2.2. Ou então você possa estar temeroso: “E se Deus não tiver me escolhido”?
Você percebeu que está vivendo errado, em pecados, sem fé, longe de Deus; e estas verdades estão incomodando seu coração.
Se estiverem incomodando, é bom sinal: é sinal de que o Espírito Santo está falando ao seu coração, chamando você para ser dele.
Então dê atenção a Deus, peça misericórdia a ele, busque a Deus de todo o seu coração, e ele lhe responderá, pois há uma promessa de Deus
Jr 29:13
Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.
Em meados de 1977 eu comecei a pensar em Deus, e especialmente ler a Bíblia, para conhecê-lo.
Um dia, numa classe de estudos, o pastor da igreja que eu frequentava estava expondo a doutrina evangélica, e entre outras coisas, a doutrina da eleição, e da morte de Jesus pelos eleitos de Deus.
Eu fiquei furioso, e discuti com o pastor: achava tudo muito insensato.
Mas depois não consegui dormir naquela noite: primeiro, porque eu não conseguia me desvencilhar da consciência de meus pecados, e minha incapacidade de me regenerar. Eu precisava que Deus me transformasse, ou nunca poderia ter comunhão com ele.
Em segundo lugar, comecei a pensar: mas se Deus é assim grandioso, onisciente, onipotente, se ele conhece o futuro, então ele já sabe quem será salvo ou não. E se ele sabe então tudo está determinado, e se tudo está determinado, então ele é quem determinou.
E se ele tiver determinado não me dar fé?
Então fiquei apavorado.
Sentei-me na cama e orei mais ou menos assim:
- “Senhor, agora percebo que aquilo que o pastor falou tem sentido, e é verdade. Eu não sei se o Senhor me escolheu. Mas sei de uma coisa: se não for a tua misericórdia eu estarei perdido. Então, se o Senhor não me escolheu, o Senhor pode até voltar no começou de tudo e me escolher. Por favor, me escolhe”.
E algum tempo depois eu percebi que se orei daquela maneira, era porque Deus, por sua graça, já havia me dado o dom da fé.
Se você não tem a certeza de sua salvação, busque a Deus, busque de todo o coração, e a promessa do Deus que não pode mentir, é que você o encontrará.




[2] 1º Rs 8:27
[3] Sl 8
[4] Sl 104
[5] Jo 17:17
[6] 2ª Co 3:17, 18
[7] Rm 10:17
[8] vs. 1-3

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