Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 27 de abril de 2014

Mais bem-aventurado é dar que receber - At 20:33-35

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 27 de abril de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler Atos 20:33-35
33 De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; 34 vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. 35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.
Certo filósofo muito famoso e influente expressou aquilo que, de modo geral, parece ser o sentimento dos seres humanos: “Mais bem-aventurado é receber do que dar”.[1]
Esta é a lógica humana; o homem prefere ganhar, mais do que dar.
Mas Deus pensa diferente. De acordo com Deus, quando um homem dá alguma coisa, isto é mais bem-aventurado; é melhor, é mais bênção na vida daquele que dá.
De acordo com Paulo, o Senhor Jesus ensinou: “Mais bem-aventurado é dar do que receber”.
Vejamos algumas razões pelas quais é melhor dar do que receber.
1. É um meio de nos tornarmos mais parecidos com Jesus
2ª Co 8:1-5, 9
1 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; 2 porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.3 Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários,4 pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus…
... 9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.
Paulo está exortando aos irmãos de Corinto a contribuir com a assistência às igrejas pobres da Judéia.
Ele cita dois exemplos dignos de imitação:
O primeiro exemplo é dos macedônios.
Em meio a muita tribulação e pobreza, mas com alegria, com generosidade, e acima de suas próprias forças, eles fizeram a sua contribuição.
O segredo dos macedônios
A graça de Deus havia alcançado seus corações – v. 1
Eles entregaram-se a si mesmos, primeiramente ao Senhor, e depois aos irmãos – v.5
O segundo exemplo é o de Jesus – v. 9
Jesus, sendo rico, habitando o céu, junto ao trono de Deus, servido pelos anjos, rei e Senhor do universo, fez-se pobre: deixou toda aquela glória, fez-se homem, e homem pobre, humilde, e sofreu até à morte, por amor a nós.
O propósito de Jesus era que, através de sua pobreza, nós fôssemos enriquecidos – nós, que éramos pecadores miseráveis, agora temos uma herança eterna com Cristo, nos céus.
Ora, quando alguém abre mão de seu conforto, de seus bens, de seus direitos, de seu dinheiro, de seu tempo, em favor de outras pessoas, assim como fizeram os macedônios, está seguindo o exemplo de Jesus Cristo; é porque foi alcançado pela graça de Deus, e deseja ser também um instrumento desta graça.
E foi para isto mesmo que fomos chamados – para seguirmos nos mesmos passos de Jesus.
Veja 1ª Pe 1:21
Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos…
Embora neste contexto Pedro esteja nos encorajando a seguir o exemplo de Cristo em meio aos sofrimentos, ele se baseia neste princípio que deve ser aplicado em cada área de nossa vida: seguir os passos de Jesus.
Portanto, esta é uma primeira razão pela qual dar é uma coisa, em si mesma, abençoada para aquele que dá: está seguindo nos passos de seu Deus e Mestre.
2. É um meio de recebermos mais bênçãos da parte de Deus
Lc 6:36-38
35 Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. 36 Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. 37 Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados;38 dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.
Aqui o Senhor Jesus está apresentando alguns exemplos do que significa amar ao próximo.
Entre eles, diz que amar é dar sem esperar retorno. O retorno virá de Deus.
Tanto espiritualmente como materialmente.
Devemos “dar perdão, dar graça, dar bênção”.
Alguns anos atrás eu trabalhei como missionário em Manaus. Quando cheguei ali, notei que certo irmão carecia de uma camisa e não podia comprar. Então eu dei uma de minhas camisas para ele. O tempo passou, e aquele irmão tornou-se bem-sucedido.
Depois disto, (e o engraçado é que eu nunca reparei nisto, a não ser muitos anos mais tarde), durante muito tempo ele me deu muitas camisas.
O Espírito Santo nos diz que “do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e os que nele habitam” (Sl 24:1).
Dele são o ouro, a prata, os bens todos que existem.
Dele é o coração humano, que ele move de acordo com o seu querer (Sl 33:15).
Se você desprender-se, desapegar-se das coisas materiais, apegar-se a Deus, ele cuidará de você.
3. É o meio através do qual a nossa fé em Jesus Cristo (nosso amor e esperança) serão comprovados para o dia do juízo final
Mt 25:31-40
31 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória;32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas;33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Aqui Jesus está ensinando como ele agirá no dia do juízo final.
Mas alguém dirá: “Nós não conquistamos a nossa salvação através das nossas boas obras. A salvação é algo concedido pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo”.
Sim. Se você está pensando assim, está completamente certo.
Mas eu pergunto: O que acontece quando alguém tem fé? O que acontece quando alguém confia em Deus?
Ele coloca Deus em primeiro lugar, e o ama.
Confia em Deus para o suprimento de todas as suas necessidades.
Ama ao seu próximo como a si mesmo.
Faz de tudo para o progresso da obra de Deus.
Obedece a Deus – isto se chama “boas obras”.
Ef 2:10
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.
Tg 2:14-17
14 Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? 15 Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, 16 e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? 17 Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.
Naquele dia, o Senhor Jesus não perguntará sobre a forma do nosso batismo, nem sobre a predestinação, nem sobre a nossa denominação.
Ele avaliará a nossa fé por meio dos frutos que ela apresentou
2ª Co 5:10
Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.
Conclusão
Por tudo isto, percebemos, irmãos: “Mais bem-aventurado é dar do que receber”.
As razões divinas são muito maiores e melhores que as nossas.
Dar é melhor do que receber, pois:
Quando assim fazemos, estamos sendo imitadores de Jesus, nosso Deus e Salvador.
Estamos também nos entregando aos cuidados de Deus, para que ele supra nossas necessidades.
Estamos demonstrando nossa fé em Deus, nosso amor a ele, nossa esperança somente nele. E esta será a medida com que seremos medidos no juízo final.
Aplicação
O que fazer então? Como os macedônios:
Entregar-se totalmente ao Senhor:
Entregar-se à sua obra, ao seu trabalho, a contribuir; entregar seu tempo (“Senhor, minha vida é tua...”).
Entregar-se aos irmãos:
Dar perdão, dar atenção, dar carinho, dar tempo, dar bens materiais – dar de acordo com o amor de Deus; dar de acordo com as necessidades de cada um.
Mais bem aventurada coisa é dar, que receber.
Eu não digo que você deve fazer um voto a Deus – se você fizer um voto, e depois não cumpri-lo, Deus não se agradará.
Mas você deve, em seu coração, entregar-se a Deus: a si mesmo, sua vida, seus dias, seus bens.
Deve reconhecer que, de si mesmo, não tem disposição nem capacidade para fazer a vontade de Deus.
Deve reconhecer que, de si mesmo, é um pecador, e só pode fazer a vontade de Deus se a graça dele estiver em você e sobre você.
Então ore a Deus de todo o coração; peça-lhe ajuda para viver assim; busque e confie em sua graça. Busque e confie no nome de Jesus.



[1] Friedrich Nietzsche, Assim Falou Zaratustra III – De volta ao lar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

▲Topo