3ª IPC de Guarulhos
Domingo, 6 de setembro de 2018
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler Hebreus
cap. 13:20, 21
“Ora,
o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o
grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna
aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando
em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória
para todo o sempre. Amém!”
O texto que acabamos de ler é uma
oração do escritor sagrado em favor dos seus leitores.
Uma oração preciosa, que por
vezes uso no final de nossos cultos, para invocar a bênção do Senhor sobre suas
vidas.
Mas fundamentada sobre uma
doutrina maravilhosa: a revelação do
plano eterno do Senhor para o seu povo escolhido.
Nela, somos lembrados que o nosso
Deus é o Deus da paz.
Também lemos que este Deus da paz
tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, o nosso grande pastor.
Que maravilha: Jesus, nosso
grande pastor, está vivo.
Também que o nosso pastor está
vivo por causa do sangue da eterna aliança.
E também que este Deus da paz,
ele é quem nos aperfeiçoa em todo o bem, para que possamos viver de modo
agradável a ele, para cumprirmos sua vontade, através de Jesus Cristo, nosso
pastor.
Quando nos detemos a observar
estas bênçãos aqui mencionadas, que são nossas por causa de Jesus, percebemos
que todas estão centralizadas nesta causa: o sangue da eterna aliança
Pelo sangue da eterna aliança, o
Deus da paz tornou a trazer Jesus de entre os mortos.
Pelo sangue da eterna aliança,
Jesus se tornou o nosso pastor.
Pelo sangue da eterna aliança, o
Deus da paz nos aperfeiçoa em todo o bem.
Todas estas coisas acontecem
porque existe uma aliança eterna, isto é, existe um acordo, um pacto, feito na
eternidade e que permanece para sempre.
Então, para nossa meditação, nós nos
deteremos nesta frase que descreve a razão de todas as bênçãos que vêm sobre
nós como ovelhas do nosso grande pastor: o sangue da eterna aliança.
1.
A primeira consideração que desejo fazer é esta: existe um pacto que foi feito
na eternidade, ou, usando palavras do apóstolo Paulo para se referir à nossa
salvação, é uma aliança feita “antes dos tempos eternos”[1]
Nós sabemos que uma aliança é um
pacto, um acordo estabelecido entre pelo menos duas pessoas, através do qual
elas se comprometem a fazer certas coisas.
1.1. Agora, se este pacto foi
estabelecido na eternidade, isto nos leva a pensar nas pessoas que o fizeram.
Não pode ser um pacto entre
homens, porque houve um dia em que nós fomos criados; nós não somos eternos.
Da mesma forma, os anjos foram
também criados, e assim não pode ser um pacto feito entre eles.
Também não pode ser um pacto
entre Deus e nós, nem entre Deus e os anjos, nem entre os anjos e nós.
Um pacto eterno só pode ser feito
entre pessoas eternas, e isto aponta clara e diretamente para quem são as
pessoas envolvidas neste pacto: aquelas pessoas que na Bíblia são descritas
como eternas.
Quem são estas pessoas? A
primeira pessoa que desejo mencionar é Deus, o Pai.
Veja o que diz, por exemplo, 1ª Tm
1.17
“Assim,
ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos
séculos. Amém!”
Aqui o apóstolo nos diz que o
Deus invisível, o Deus que homem algum pode ver, isto é, Deus Pai, é eterno.
Em segundo lugar, a Bíblia também
nos diz que Deus, o Filho, é eterno:
Hb
13.8 - Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.
E em terceiro lugar, uma
referência também sobre o Espírito Santo:
Hb
9.14: “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se
ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas,
para servirmos ao Deus vivo!”
Se o pacto foi na eternidade,
então só pode envolver estas pessoas eternas: as pessoas da Trindade Santa, o
Pai, o Filho e o Espírito Santo.
1.2. Mas antes de considerarmos o
que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo pactuaram, há uma segunda
implicação que desejo considerar: se o pacto é eterno, isto aponta para a sua
durabilidade.
O pacto eterno é pra sempre.
E se é para sempre, nada pode
acontecer que possa abalar este pacto.
Veja: Jesus Cristo não muda. O
seu pensamento não muda, o seu caráter não muda, a sua palavra não muda.
Deus, o Pai, não muda. O Espírito
Santo não muda, não se altera. A Trindade Santa não muda de planos. O poder de
Deus também não muda de maneira que não possa cumprir o que determinou
Nós, seres humanos, não podemos
mudar o que Deus determinou, pois mesmo que o quiséssemos não temos poder, ou força
para isto.
Os anjos, bons ou maus, não podem
mudar os planos de Deus, pois mesmo que os maus queiram, não têm poder para
resistir ou frustrar os propósitos do Senhor.
2.
Vejamos agora do que trata o pacto feito entre o Pai, o Filho e o Espírito
Santo
Em nosso texto básico está
escrito que, pelo sangue da eterna aliança, Deus trouxe Jesus de volta de entre
os mortos. Isto significa que a ressurreição de Jesus estava determinada nesta
aliança.
Se a ressurreição de Jesus fazia
parte do pacto entre as pessoas da Santíssima Trindade, fica implícito também
que este pacto envolvia a morte de Jesus.
Isto também nos é ensinado na
afirmação de que é um pacto feito através do sangue de Jesus.
E se envolvia a morte de Jesus,
envolvia também a encarnação de Jesus.
Isto é, o Filho eterno do Deus
eterno precisava se tornar um ser humano, como um de nós. Do contrário, apenas
como um ser espiritual, não haveria como ele morrer.
Outra maravilhosa verdade
mencionada aqui em Hb 13:20 é que graças a esta eterna aliança, Jesus se tornou
o grande pastor das ovelhas.
Ora, tudo isto nos faz recordar o
ensino de Jesus, especialmente naquela gloriosa passagem do evangelho de João,
na qual ele se apresenta como nosso grande pastor:
Quero citar alguns versículos
Jo
10.11– “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas..."
Jo
10:14,15 – Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a
mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida
pelas ovelhas.”
Jesus é o pastor.
E o pastor mostra claramente a razão
de sua morte que é dar a sua vida pelas ovelhas.
Mostra também quem são as suas
ovelhas: não são todas as pessoas, mas aquelas que o conhecem, que ouvem a sua
voz, que nele crêem, que lhe obedecem, que o seguem.
Noutros vs. do seu ensino aqui
Jesus enfatiza bastante esta verdade:
Jo
10:4, 5 – “Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas,
e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o
estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.”
Agora Jo 10:26,27, onde ele
descreve a incredulidade dos judeus que o confrontavam:
“Mas
vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a
minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.”
Pelas suas ovelhas é que o bom
pastor dá a sua vida. Não deu sua vida pelos que não são ovelhas.
Jo 10.17,18
“Por
isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira
de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a
entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.”
Jesus e o Pai pactuaram que o
Filho daria a sua vida pelas ovelhas, mas que a reassumiria, isto é, que ele
voltaria à vida, não ficaria morto. Ele recebeu do Pai a autoridade para morrer
e depois ressuscitar.
Jesus, neste contexto, mostra
também qual o seu plano, ao dar sua vida e ressuscitar em favor de suas ovelhas.
Por meio de sua vinda elas teriam
direção – Jo 10:1-5
Em
verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das
ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele, porém,
que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre,
as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as
conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante
delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum
seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos
estranhos.
Quanta maravilha nos é revelada
nas palavras de Jesus.
Ele não entra pelos fundos. Ele
entra pela porta, isto é, ele bate, fala ao coração das ovelhas.
As ovelhas ouvem, abrem a porta.
Ouvem porque reconhecem a voz do pastor. Há daqueles que não ouvem, porque não
são ovelhas.
Mas as ovelhas de Jesus, ao mesmo
tempo que ouvem a voz dele, não reconhecem a voz dos estranhos, por isto não
ficam desnorteadas, se devem seguir Jesus ou a algum outro. Elas sabem que
Jesus é o pastor
Por meio de sua vida elas teriam
vida.
Jo
10:27-30 – “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me
seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da
minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai
ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um.”
v. 30 - Eu e o Pai somos um:
temos o mesmo propósito, o mesmo plano, o mesmo pensamento
O meu propósito: Para as minhas
ovelhas, nós pactuamos dar-lhes a vida eterna, e jamais perecerão. O plano é
eterno.
As minhas ovelhas estão em minhas
mãos, e nas mãos de meu Pai, e de nossa mão ninguém as tira.
Ninguém: nem seres homens, nem
anjos, nem principados, nem potestades.
Nada irá tirar minhas ovelhas de
minhas mãos.
Um segundo propósito: reunir
estas ovelhas num só rebanho.
Jo
10:16 – “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém
conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.”
Há uma outra passagem que desejo
considerar rapidamente:
Jo
17.6 – “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu
mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.”
“Eram teus”, isto é, assim como
todos os seres humanos pertencem a Deus, no sentido de que cada vida humana,
mesmo dos que não crêem em Jesus, está nas mãos de Deus.
Destes homens, Deus escolheu
aqueles aos quais ele daria ao seu Filho, isto é, os que receberiam a eterna
salvação.
Agora, embora estejamos
considerando todos estes aspectos do pacto feito entre o Pai e o Filho, não
podemos de modo algum omitir a pessoa do Espírito Santo
Pois ele também está envolvido
neste acordo:
Como diz Mt 1.18, Maria ficou
grávida pela ação do Espírito
Aos 30 anos, quando Jesus iria
iniciar seu ministério, o Espírito Santo se manifestou vindo sobre ele em forma
corpórea, como se fosse uma pomba.[2]
Depois, o Espírito o conduziu ao
deserto, quando estava sendo tentado e o fortaleceu.[3]
Jesus realizou milagres de cura,
salvação, libertação, tudo pelo poder do Espírito.[4]
Tudo quanto Jesus fez para nossa
redenção, desde sua encarnação, passando por seus ensinos, seus milagres, sua
morte, sua ressurreição, tudo foi pelo poder do Espírito Santo.
E este mesmo Espírito é quem faz
de uma pessoa uma pessoa uma ovelha de Jesus.
Jesus ensina que é o Espírito
quem convence uma pessoa de que ela é pecadora, de que precisa se arrepender,
por que o ser humano, por natureza própria, não crê em Jesus. Mas o Espírito
Santo entra no coração, ilumina a mente, fala, convence ternamente de modo que
os olhos da fé são abertos, os ouvidos surdos passam a ouvir, e o coração crê.
Depois este mesmo Espírito é a
voz de Jesus a falar na Palavra, a falar à mente e ao coração, iluminando a Palavra
escrita, para trazer crescimento, e tudo quanto faz de alguém uma ovelha de
Jesus
Resumindo: do que trata a aliança
eterna, feita entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo? Trata da nossa redenção.
Ela diz respeito a nós.
De acordo com esta aliança, Deus,
por assim dizer, na eternidade, olhando para a história da humanidade, viu toda
a raça humana caída no pecado, perdida.
E decidiu que iria escolher
aqueles aos quais salvaria, que seriam dados a Jesus, o Filho.
Então eles pactuaram: no devido
tempo, Jesus viria ao mundo; tornar-se-ia um ser humano, viveria entre nós e
daria sua vida na cruz por aqueles a quem Deus lhe daria.
O Espírito Santo conduziria Jesus
em tudo quanto ele fizesse, e também falaria aos eleitos de Deus, para que tivessem seus corações iluminados e
transformados.
Isto nos conduz à nossa ultima
consideração.
3.
Os resultados desta aliança em nossa vida
Sim, pois como vimos, esta
aliança diz respeito a nós, é uma aliança por nossa causa.
Jo
6:37– “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo
nenhum o lançarei fora.”
Jesus é o teu pastor? Ou, de
outro modo, e veja, isto é muito importante: você precisa examinar a tua alma,
o teu coração. E você só pode saber se esta aliança eterna diz respeito a você
se realmente a sua vida responder afirmativamente a esta realidade:
Jesus é o teu pastor? Você ouve a
voz de Jesus? Você segue a Jesus? Você é uma ovelha de Jesus?
Você ouve sua voz, segue sua
direção? Então você é ovelha dele.
Se não é, você precisa pedir para
ele ser o teu pastor. Você precisa buscá-lo, de todo o teu ser, de toda a tua
alma.
Mas a todos os que têm Jesus como
seu pastor, todos os que são alcançados pela eterna aliança, há algumas consequências
muito importantes, as quais quero mencionar, fazendo delas já implicações
práticas para nossa vida.
3.1. O primeiro resultado que desejo
destacar é: certeza quanto à vida eterna, segurança da nossa salvação.
A aliança que a Trindade Santa
fez é no sentido de que, aqueles que ouvem a Jesus, que nele creem, serão suas ovelhas eternamente.
Nada e ninguém nos separa dele.
Nossa salvação não é algo que
podemos perder hoje ou amanhã, por que Deus Pai, Filho e Espírito Santo, eles é
que determinaram nos salvar, o fazer de nós povo seu.
E assim o fizeram. Então temos a
vida eterna.
3.2. O segundo resultado: “paz”.
Nosso Deus é Deus de paz. Nosso
pastor é um pastor de paz. Ele é o príncipe da paz.
Em meio a todas as perturbações
que nos cercam neste mundo atribulado, o sermos ovelhas de Jesus faz de nós
gente que conhece a paz.
A paz com Deus.
A paz de Deus.
A paz na consciência.
A paz com os homens.
E daí podemos viver em paz uns
com os outros.
Podemos viver reunidos num só
rebanho, estou me referindo à comunhão que temos aqui, nesta igreja, como
filhos de Deus, mas não somente isto: somos um só rebanho, um grande número de
escolhidos de Deus, gente de todos os povos, de todas as culturas, de todas as
“raças”, e idiomas, e denominações eclesiásticas, homens, mulheres, jovens,
idosos, crianças, gente escolhida do Senhor desde a eternidade, e alcançada por
ele nos tempos que ele mesmo determinou.
Tenha paz, viva em paz, transmita
paz e promova a paz em Jesus, na sua casa, no seu trabalho, e onde você
estiver, pois os pacificadores são chamados filhos de Deus.
3.3. Uma terceira implicação é
crescimento espiritual experimental
Ele nos aperfeiçoa em todo o bem.
Ele opera em nós o que é
agradável diante dele, para que cumpramos sua vontade.
Ele opera em nós todas as santas
disposições de coração necessárias para que andemos em seus caminhos.
Veja, você pode não somente orar
e receber pela fé o poder de Deus para uma vida de aperfeiçoamento na vontade
de Deus, mas também viver de acordo com este poder.
Pelo poder de Deus agindo em
você, você pode ser alegre e amorosamente santo. Pode ser uma pessoa amável,
gentil e tratável. Pode ser uma pessoa desprendida de si mesma, altruísta, que
vive para a glória de Deus e o bem dos homens.
Uma pessoa que adora a Deus em
espírito e verdade, do jeito que o Pai procura, do jeito que deseja.
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