Gn 22:1-19
IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 6 de abril de 2014
Pr. Plínio
Fernandes
Como crentes em Jesus
Cristo, um dos personagens mais importantes para a história de nossa fé é este
homem, Abraão.
Na antiguidade, entre
todos os habitantes do mundo, Abraão foi escolhido por Deus para ser o
patriarca da nação israelita, da qual nasceria Jesus, o Salvador do mundo.
Quando Abraão tinha
setenta e cinco anos de idade, o Senhor se revelou a ele, e fez uma promessa
grandiosa: “Sai da tua terra”, disse
o Senhor, “da casa de teu pai e do meio
de tua parentela, e vai para a terra que eu te mostrarei... Eu te abençoarei e
por teu intermédio abençoarei todas as famílias da terra...”.
Nestas palavras, e em outras
ainda mais claras que diria posteriormente, Deus estava prometendo a vinda de
Jesus, por meio de quem não somente os descendentes de Abraão, mas todas as nações da terra seriam
abençoadas.
E assim, confiando no
Senhor, “Abraão saiu, sem saber para onde ia, mas sabendo com quem ia”.
Por isto que muito tempo
mais tarde o apóstolo Paulo escreveu que Abraão é o pai de todos nós, os que
cremos em Jesus (Rm 4:11; 16, 17). E por isto, seguindo Tiago, nós o chamamos de nosso “pai na
fé” (Tg 2:21).
Mas quanto a isto,
Jesus nos ensina um fato muito importante: ele nos lembra de que os filhos são
imitadores dos pais.
E assim, espiritualmente falando, se um homem pratica coisas do diabo, ele é “filho do
diabo”, diz o Senhor; mas se ele é um filho da mesma fé que teve Abraão, então
ele anda nos passos de seu pai (Jo 8:37-48).
Tendo estas coisas em
mente, meus amados, eu gostaria de ler este texto com vocês.
Nele nós aprendemos
algo através do bom exemplo de nosso pai Abraão, cujas pegadas somos
encorajados a seguir:
Depois dessas coisas,
pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! 2 Acrescentou Deus: Toma teu filho,
teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali
em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. 3 Levantou-se, pois, Abraão de
madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos
e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que
Deus lhe havia indicado. 4 Ao
terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe. 5 Então, disse a seus servos:
Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado,
voltaremos para junto de vós. 6 Tomou
Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém,
levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos. 7 Quando Isaque disse a Abraão, seu
pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque:
Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? 8 Respondeu Abraão: Deus proverá
para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos. 9 Chegaram ao lugar que Deus lhe
havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha,
amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; 10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. 11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do
SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! 12 Então, lhe disse: Não estendas a
mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto
não me negaste o filho, o teu único filho. 13
Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres
entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar
de seu filho. 14 E
pôs Abraão por nome àquele lugar -- O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia
de hoje: No monte do SENHOR se proverá. 15
Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão 16 e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto
fizeste isso e não me negaste o teu único filho, 17 que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a
tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a
tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, 18 nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto
obedeceste à minha voz. 19
Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou
residência.
Abraão, a esta altura, devia ter
uns cento e vinte anos de idade. Já havia muito tempo que ele cria em Deus e
andava nos seus caminhos.
Isaque, o filho único, já era um
belo rapaz. Foi quando o Senhor colocou Abraão à prova.
Se nos dias de hoje um crente
ouvisse uma voz dizendo, “oferece o teu
filho em holocausto”, ele certamente poderia repreender a tal voz, porque a
Bíblia nos ensina que Deus abomina este tipo de coisas.
O único sacrifício de um ser
humano do qual Deus se agradou foi quando ele mesmo se fez homem, em Cristo, e
ofereceu-se a si mesmo em oferta pelos nossos pecados.
Mas entre os povos pagãos do
Antigo Oriente os sacrifícios humanos não eram incomuns, por isto o que Deus
disse não deve ter soado estranho aos ouvidos de Abraão. [1]
Mas coloque-se por alguns momentos no lugar dele:
Você tem cerca de setenta e cinco anos de idade,
sua esposa sessenta e cinco, e ainda que se amem muito, não têm filhos.
E este é o seu grande sonho.
Mas então o Senhor Deus vem a você e lhe faz esta
promessa: “A sua descendência será uma
bênção para o mundo inteiro”.
Tempos mais tarde, numa noite muito bonita, Deus te
chama lá fora e diz: “Olha para o céu...
conta as estrelas, se é que podes... assim será a tua descendência; numerosa
como as estrelas do céu...” (Gn 15:5, 6).
E Abrão confiou nas promessas de Deus.
Então o tempo foi passando. Abraão completou
oitenta anos de idade. E depois oitenta e cinco, e noventa, e noventa e cinco,
e embora às vezes sua fé vacilasse um pouco, Abraão continuou a esperar em
Deus.
Quando tinha noventa e nove anos de idade, mais uma
vez o Senhor lhe apareceu e disse: “Será
daqui a um ano. Estou abençoando Sara, sua esposa, e ela terá um filho” (Gn
17:24).
Assim, quando Abraão completou cem anos, nasceu-lhe
o filho prometido, e deram a ele o nome de Isaque, que quer dizer “riso”.
Isaque era a alegria dos seus pais. Ele mamou,
cresceu, desmamou, aprendeu a engatinhar, a andar a falar, e agora era um “moço
feito”.
Então o Senhor lhe diz (v. 2):
Toma teu filho, teu
único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em
holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei...
No dia seguinte, Abraão se levantou bem cedo, de
madrugada, preparou o seu jumento, tomou dois dos seus servos, e a Isaque, seu
filho; rachou lenha para holocausto, e começou a caminhada de três dias para o
lugar que o Senhor lhe havia ordenado.
Ao terceiro dia eles viram o lugar, de longe.
Leiamos o v. 5:
Então, disse a seus
servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo
adorado, voltaremos para junto de vós.
E aqui, meus irmãos, nós vemos a primeira característica
de Abraão que eu desejo destacar:
1. Abraão era um homem que confiava
em Deus de todo o seu coração
Abraão estava para subir ao monte, em obediência ao
mandamento de Deus, de sacrificar seu filho.
Mas ele tinha uma profunda certeza no seu coração:
assim como ele e o rapaz estavam subindo, ele e o rapaz também voltariam.
O escritor aos Hebreus trás para nós um comentário
do Espírito Santo sobre o que se passava no coração de Abraão naquela hora.
Hb 11:17-19
17 Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque;
estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as
promessas, 18 a quem se tinha dito:
Em Isaque será chamada a tua descendência; 19 porque considerou que Deus era poderoso até para
ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou.
Veja o que ele diz:
Deus havia feito a Abraão a promessa de que através de seu filho Isaque
surgiria uma descendência numerosa como as estrelas do céu.
E agora Deus lhe pediu
que sacrificasse Isaque.
Abraão cria na promessa
de Deus. Então, mesmo que Isaque morresse, Deus era poderoso até para
ressuscitá-lo de entre os mortos, e neste sentido, de fato Isaque ressuscitou.
Ora, irmãos, a mesma atitude
de fé, de confiança na palavra de Deus, o Senhor deseja de todos os seus
filhos.
Hb 11:6
De fato, sem fé é
impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.
Deus se agrada de que
confiemos nele, e que assim como Abraão diante dos seus servos, e diante do seu
filho, confessemos esta fé.
Por isto que não
somente em meio às circunstâncias aprazíveis, mas muito mais ainda em meio às
dificuldades, às vicissitudes, às provações, o Senhor nos encoraja a que
confiemos em sua palavra, em seu poder, em seu amor, em suas promessas.
“Não se turbe o vosso coração”, diz o Senhor Jesus, “credes em
Deus, crede também em mim…”.
“Não temais, ó pequenino rebanho, porque o Pai se agradou
em dar-vos o reino…”.
“Não andeis ansiosos por coisa alguma…”.
“Aquele que começo boa obra em vós, há de
aperfeiçoá-la…”.
“Ele suprirá cada uma das vossas necessidades…”.
“Ele vos ama com amor eterno…”.
“Tu podes todas as coisas naquele que te fortalece…”.
Confie na palavra do
Deus de palavra, pois ele se agrada dos seus filhos, os que nele confiam.
Então Abraão e Isaque
começaram a caminhar em direção ao monte.
Enquanto caminhavam,
Isaque perguntou:
“Meu pai, aqui estão a lenha, o fogo e o cutelo. Mas onde
está o cordeiro para o holocausto”?
Ao que Abraão, cheio de
fé respondeu: - “Deus proverá para si o
cordeiro, meu filho”.
E continuaram a
caminhar.
Quando chegou ao monte,
Abraão ergueu o altar, colocou o seu filho, e ergueu o cutelo.
Irmãos, Abraão iria
obedecer mesmo.
Mas então uma voz do
céu lhe chamou.
Leiamos o v. 12
Então, lhe disse: Não
estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus,
porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.
E aqui, irmãos, a segunda característica de Abraão
que vamos destacar:
2. Abraão amava ao Senhor de todo o
seu coração
Nós vemos isto no fato de que Abraão, por seu
profundo temor, isto é, aquele respeito amoroso do qual nos fala Moisés,[2],
não negou nada ao Senhor; nem mesmo seu próprio filho.
Abraão amava Isaque, e amava muito. Mas amava ainda
mais ao Senhor.
Da mesma maneira, meus irmãos, o Senhor deseja que
nós também o amemos.
Mt 10:37, 38
37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é
digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de
mim; 38 e quem não toma a sua
cruz e vem após mim não é digno de mim.
Amar a Deus sobre todas
as coisas. Amar a Deus de todo o nosso coração, de todo o nosso entendimento,
de todas as nossas forças.
Amar a Deus a ponto de
entregar-lhe tudo: nossos relacionamentos mais caros, nossos bens materiais,
nosso tempo, nossos dons, a ponto de entregar-lhe toda a nossa vida.
Agora voltemos ao nosso
texto de Gênesis
22:13
Tendo Abraão erguido os
olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou
Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.
Irmãos, é impossível nós lermos este versículo e
não nos lembrarmos de que assim como este cordeiro foi dado por Deus para morrer
no lugar de Isaque, assim também o mesmo Deus deu ao seu próprio Filho, Jesus
Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar, pelos nossos pecados.
Ele é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo.[3]
E se Deus nos amou tanto a ponto de nos dar seu
Filho, será que com ele também não nos dará, graciosamente, todas as coisas? [4]
E se Deus nos amou tanto a ponto de nos dar seu
Filho, será que ele não é digno de todo o nosso amor, de toda a nossa
confiança, de toda a nossa entrega?
Ame ao Senhor, ame-o, porque ele te amou primeiro.
E entregue a ele tudo: todas as áreas de tua vida,
todas as tuas amizades, todos os teus bens, todo o teu dinheiro, todos os teus
dons, todo o teu tempo.
Mas aqui neste versículo temos também sublinhada a
terceira característica de Abraão, que vemos em toda esta história:
3. Abraão obedecia a Deus, de todo o
seu coração
Pois a confiança de quem ama também é uma confiança
que obedece.
Tiago nos diz que esta fé obediente teve um efeito
maravilhoso no relacionamento de Abraão com Deus.
Tg 2:21-23
21 Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi
justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? 22 Vês como a fé operava juntamente
com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, 23 e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu
em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus.
E como é certo aquele
cântico que diz:
Não existe nada melhor do que ser amigo de Deus
Caminhar seguro na luz, desfrutar do seu amor
Ter a paz no coração, viver sempre em comunhão
E assim perceber a grandeza do poder de Jesus meu bom
pastor[5]
Conclusão e aplicação
Meus amados, voltemos a
Gn 22:16-18
16 e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto
fizeste isso e não me negaste o teu único filho, 17 que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a
tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a
tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, 18 nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto
obedeceste à minha voz.
E Deus cumpriu sua
promessa.
Abraão gerou a Isaque, Isaque
gerou a Jacó, Jacó gerou a Judá e seus irmãos, e de Judá nos veio Jesus, para
abençoar todos os povos da terra.
Os amigos de Deus nunca
serão decepcionados. Nunca, qualquer pessoa que amou a Deus assim se viu
prejudicado.
Quero concluir com uma
promessa de Deus para vocês:
Mc 10:28-30
Então, Pedro começou a
dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos. 29 Tornou Jesus: Em verdade vos
digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou
pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, 30 que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas,
irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a
vida eternal.
Abraão foi um homem que
confiou no Senhor de todo o seu coração
Abraão foi um homem que
amou ao Senhor de todo o seu coração
Abraão foi um homem que
obedeceu ao Senhor de todo o seu coração
Você é filho de Abraão?
Faça como ele, e assim seja um amigo de Deus.
[1] Veja
Comentário Bíblico Atos, Antigo Testamento, pág. 52
[2] Dt 10:12
[3] Jo 1:29
[4] Rm 8:32
[5] “Amigo
de Deus”, de Adhemar de Campos
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