Terceira Igreja Presbiteriana
Conservadora de São Paulo
Algum domingo de 1997
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler em 1º
Reis, capítulo 18, versículos 30 a 39.
30 Então, Elias disse a todo o povo:
Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; Elias restaurou o altar do
SENHOR, que estava em ruínas. 31 Tomou doze pedras, segundo o número
das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do SENHOR, dizendo:
Israel será o teu nome. 32 Com aquelas pedras edificou o altar em
nome do SENHOR; depois, fez um rego em redor do altar tão grande como para
semear duas medidas de sementes. 33 Então, armou a lenha, dividiu o
novilho em pedaços, pô-lo sobre a lenha 34 e disse: Enchei de água
quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. Disse ainda:
Fazei-o segunda vez; e o fizeram. Disse mais: Fazei-o terceira vez; e o fizeram
terceira vez. 35 De maneira que a água corria ao redor do altar; ele
encheu também de água o rego. 36 No devido tempo, para se apresentar
a oferta de manjares, aproximou-se o profeta Elias e disse: Ó SENHOR, Deus de
Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e
que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas. 37
Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu, SENHOR, és
Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles. 38 Então, caiu
fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e
ainda lambeu a água que estava no rego. 39 O que vendo todo o povo,
caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus!
Aconteceu por volta de 850 a. C.
A nação de Israel caíra na idolatria, na imoralidade, em toda sorte de pecados.
Poucos foram os israelitas que
não dobraram seus joelhos diante do falso deus Baal, e perversa rainha Jezabel,
esposa do rei Acabe, ao mesmo tempo em que promovia os cultos idólatras,
perseguia até à morte os servos do Senhor.
Dos profetas do Senhor, um dos
comparativamente poucos que escaparam foi Elias, que ficou muito tempo fora do
alcance de Acabe, até que Deus ordenou o confronto a respeito do qual lemos
neste capitulo.
De acordo com a ordem de Deus
dada através de Elias, o próprio rei mandou chamar os profetas de Baal e os
israelitas; que todos estivessem presentes, em certo dia, no Monte Carmelo – um
lugar alto, grande, espaçoso.
Quando todos estavam lá, o
profeta do Senhor, dirigindo-se ao povo, perguntou, conforme o v. 21:
Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o
SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.
Assim sendo, o Elias continuou dizendo ao povo:
Só eu fiquei dos profetas do SENHOR, e os profetas de Baal são quatrocentos
e cinquenta homens. Então tragam dois novilhos; que eles um dos novilhos,
cortem-no em pedaços, coloquem sobre a lenha, mas não coloquem fogo; eu vou
preparar o outro novilho, e colocarei sobre a lenha, e não colocarei fogo.
Então, invoquem o nome de Baal, o seu deus, e eu invocarei o nome do
SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo, esse é que é Deus.
E todo o povo respondeu: – “É uma boa
palavra”.
Elias voltou-se para os profetas de Baal:
– Escolham um dos novilhos, e
preparem-no; clamem ao vosso deus; mas não ponham fogo no sacrifício.
Pois se Baal fosse Deus ele responderia colocando o fogo necessário para o
holocausto.
E os profetas de Baal clamaram ao seu deus, desde a manhãzinha até o meio
dia. Mas fracassaram completamente, pois é claro, Baal não é Deus.
Então, conforme o texto que
lemos, foi a vez de Elias. O v. 30 nos diz que ele restaurou o altar de Deus,
que estava em ruínas.
Este altar era um dos muitos que
haviam sido edificados em Israel, antes dos tempos do rei Davi. Antes que
houvesse o templo de Jerusalém. Eles voltaram a ser usados depois da divisão do
reino.
Agora, em tempos de frieza,
idolatria e afastamento dos caminhos do Senhor, aqueles altares haviam sido abandonados,
muitos estavam em ruínas e outros haviam sido derribados. Só havia altares
dedicados ao falso deus Baal.
Então Elias restaurou o altar do
Senhor. Tomou 12 pedras. De acordo com a lei dada por Deus através de Moisés,
quando um altar fosse erguido, deveria ser de pedras brutas, num lugar rente ao
chão. E estas pedras, conforme o v. 31, eram representativas do povo de Deus.
É que Deus, na realidade, não
deveria ser apenas cultuado em altares de pedra, feitos por mãos humanas; na
verdade a vida de cada israelita deveria ser para a glória de Deus, para o seu
louvor, para o seu serviço, deveria seu um altar do Senhor.
Mas, assim como aquele altar
estava em ruínas, a nação israelita também estava espiritualmente arruinada.
O v 33 diz que Elias colocou
sobre o altar o novilho para o holocausto. De novo, o gesto do profeta foi
cheio de significado. Pois de acordo com a lei de Deus, em Levítico 1, o
holocausto (oferta queimada) era um sacrifício que deveria ser feito para
expiação, isto é, para o perdão dos pecados.
Quando alguém houvesse cometido
algum pecado, deveria confessar isto a Deus e levar ao sacerdote um sacrifício,
que poderia ser um novilho, um carneiro, um cabrito, ou mesmo rolinhas ou
pombinhas, conforme os recursos da pessoa.
O pecador colocaria sua mão sobre
a cabeça do animalzinho inocente, com isto simbolizando que o animalzinho
passaria a ser seu representante. Então, o animal seria morto, esquartejado,
seu corpo seria queimado e seu sangue derramado sobre o altar.
Todo este sacrifício sangrento tinha
um significado espiritual muito grande:
De acordo com o ensino dos
profetas, dos apóstolos e também de Jesus, o sacrifício daqueles animais
inocentes era um símbolo do sacrifício que Jesus faria de si mesmo, na cruz, ao
assumir sobre si o castigo pelos pecados dos homens, não apenas de Israel, mas
do mundo inteiro.
Portanto, ao colocar o novilho
dobre o altar, Elias também estava, representativamente, falando de Jesus.
Elias fez conforme a lei de Deus;
por isto não bastaram as doze pedras que simbolizavam o povo; a lei de Deus nos
diz que não podemos apenas nos oferecer a Deus, por nós mesmos, precisamos de
um mediador entre nós e Deus, e este mediador só pode ser Jesus Cristo, através
de seu sacrifício por nós.
Depois disto, Elias orou, e Deus atendeu (vs. 36-38).
Pois caiu fogo do céu, consumiu o holocausto, e toda a multidão
começou a gritar, reconhecendo que só o Senhor é Deus.
Foi uma coisa extraordinária,
miraculosa, Deus respondendo à oração daquele homem. Mandando fogo do céu,
consumindo o holocausto, aceitando o sacrifício.
Irmãos, eu gostaria de destacar
algumas lições para nossa edificação.
1. Esta
história nos ensina que Deus responde às orações
Elias orou, e Deus atendeu. Elias
pediu a Deus que ele enviasse fogo do céu, para que as pessoas, vendo aquilo,
cressem, e se convertessem, e o Senhor atendeu ao seu pedido.
Que coisa extraordinária! Mas
você quer saber de algo ainda mais extraordinário?
Tiago nos diz que Elias era um
homem semelhante a nós, sujeito às mesmas fraquezas, mas orou e foi atendido
por Deus.
Vamos ler Tg 5:13-18
Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está
alguém alegre? Cante louvores.14 Está alguém entre vós doente? Chame
os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo,
em nome do Senhor. 15 E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor
o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para
serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. 17
Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com
instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses,
não choveu. 18 E orou, de
novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.
Neste
contexto, Tiago está nos ensinando que assim com Deus respondia às orações de
Elias, pode responder também às nossas.
Note bem: ele não está dizendo
que devemos orar para que chova ou que não chova, ou para que caia fogo do céu.
Quando Elias orou especificamente desta maneira ele tinha bases bíblicas, mais
especificamente o Livro de Deuteronômio, onde o Senhor ameaçava fechar as
janelas do céu para que não chovesse, se os israelitas se voltassem para outros
deuses. E também prometia abrir as janelas do céu, se os israelitas se
arrependessem. As orações de Elias sempre foram baseadas na Palavra de Deus.
Agora, Tiago está nos ensinando a
orar uns pelos outros, confessando pecados, intercedendo, a orar também pelos
enfermos, na certeza de que Deus ouvirá nossas orações, pois mesmo que sejamos
fracos, assim como Elias, o nosso Deus é o mesmo.
Talvez você esteja necessitando
que Deus derrame o poder de sua graça sobre a sua vida.
Talvez você precise da graça de
Deus, do poder de Deus, da resposta de Deus, na sua vida familiar (na vida de
seu marido, ou de seus filhos, ou de sua esposa).
Talvez no seu trabalho, nos relacionamentos
com o patrão, ou líder, ou no seu relacionamento com quem você lidera, ou com
seus amigos, ou talvez você precise do próprio trabalho.
Talvez a graça e direção de Deus na
sua vida econômica.
Talvez na vida íntima, no seu
coração, nos pensamentos, nas atitudes, um derramar do poder do Espírito Santo,
um poder para testemunhar, para fazer a vontade de Deus, para ter um coração
limpo. Talvez nalguma área, ou questão, que eu nem consiga imaginar – que só
você sabe; e que Deus sabe.
E Deus promete responder às
orações.
Deixe-me lembrar-lhe uma promessa
da Palavra de Deus – Fp 4:6 e 7
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo,
porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela
súplica, com ações de graças. 7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
Mas acontece que, seu eu
disser que apenas bastou que Elias orasse, e a resposta veio, e me limitar a
isto, estarei dizendo menos do que a Bíblia diz. Pois a Bíblia também diz que
...
2.
Antes de Elias orar, ele apresentou-se
diante de Deus com um holocausto
Isto é, como já explicamos, ele
precisou apresentar-se diante de Deus com um sacrifício pelos pecados de Israel.
O fogo, vindo de Deus, falava,
entre outras coisas, de perdão, reconciliação, paz com Deus. Eu vejo isto na
expressão do v. 37, última parte, quando Elias diz:
– Senhor, responde para que este povo saiba que o Senhor é Deus, e que
está fazendo com que os seus corações se convertam a ti...
E este holocausto, como já dissemos,
representava Jesus, como daqui a pouco veremos no Novo Testamento.
Este sacrifício era necessário,
pois Deus· não responde às nossas orações, sem antes tratar com nossos pecados.
Lembre-se do que Deus diz através
de Isaías
Is
59:1,2 – Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem
surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. 2 Mas as vossas iniquidades fazem
separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de
vós, para que vos não ouça.
E também através dos Salmos:
Sl
66:18 – Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido.
Às vezes, filhos de Deus ficam se
perguntando: por que eu oro tanto, através de tantos anos, e Deus nunca
responde? Será que Deus me abandonou? Muitas vezes, amados, é porque ainda não chegou
o tempo de Deus, que sabe o tempo e o modo para cada orientação, de cada solução.
Mas muitas vezes a resposta está
aqui. O problema de um pecado conhecido, e não confessado, não colocado diante
de Deus por meio de Jesus.
A necessidade de um sacrifício
para a expiação dos nossos pecados é claramente ensinada na Bíblia.
Por exemplo
Hb
9:22 – Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue;
e, sem derramamento de sangue, não há remissão.
Hb
9: 14 – muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se
ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas,
para servirmos ao Deus vivo!
Agora, se confessarmos as nossas culpas a Deus, e confiarmos que no sacrifício
de Jesus a nossa culpa foi expiada, então temos a doce certeza do perdão, pois
se...
...andarmos na luz, (isto é, na luz da verdade) como
ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu
Filho, nos purifica de todo pecado. 8 Se dissermos que não temos
pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. 9
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça.
Então, é necessário
reconhecimento, confissão
Hb
10:19-22 – Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo
sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou
pelo véu, isto é, pela sua carne, 21 e tendo grande sacerdote sobre
a casa de Deus, 22 aproximemo-nos, com sincero coração, em plena
certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo
com água pura. 23 Guardemos firme a confissão da esperança, sem
vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.
Mas se não devo me limitar a dizer que Elias
orou, também não devo me limitar a dizer que ele chegou-se a Deus através de um
holocausto que simbolizava Jesus. Também precisamos considerar que ...
3. Ao mesmo tempo, Elias precisou
restaurar o altar de Deus, que estava em ruínas
Como já vimos, aquelas pedras
eram representativas do povo de Deus. Cada pedra do altar de Deus simbolizava
uma tribo de Israel.
Representava aquelas pessoas
cujas vidas deveriam ser, elas mesmas, templo de Deus, culto de Deus, mas que
estavam em ruínas espirituais.
Em 1ª Pe 2:5 há uma afirmação muito
abençoadora, do apóstolo, a respeito de cada crente –cada um de nós, assim como
Israel, é uma pedra viva no templo de Deus.
Mas assim como em Israel, nos
dias de hoje muitas destas pedras vivas estão arruinadas, desgasta das, algumas
até abandonadas.
E lugares onde Deus deveria estar
sendo glorificado, servido, seu reino e sua vontade acontecendo, estão deixados
às traças.
E quando um crente se torna assim
uma pedra arruinada, ele deixa de ter propósitos na vida; existe por existir;
vai se arrastando pela vida, sem direção, sem muita razão de ser.
Porque acontece isto? Esta ruína
espiritual? “Pecado não tratado”.
Israel estava dividido. Elias
juntou as doze pedras, para lembrar que era pecado; o pecado não tratado arruína
a vida de um crente.
Por exemplo, em João 5 nós lemos
sobre um homem enfermo, paralítico, havia 38 anos.
Então Jesus curou aquele homem. Mas
deixou bem claro que aquele enfermidade, que prendera o pobre homem em seu
leito por 38 anos era devida a um pecado (ou pecados) que cometera.
Então Jesus adverte: – Não peques
mais, para que não te aconteça alguma coisa pior.
As vezes, um pecado cometido há
20 anos, não confessado, não perdoado, não tratado, trás consequências quase
que permanentes na vida das pessoas.
Pecados de ressentimentos, de
amarguras, nas quais uma pessoa fica remoendo ofensas antigas, sempre trazendo à
tona. Outros não perdoam a si mesmos, não confiam no poder do sangue de Jesus.
Outros são arruinados pelo pecado
da mentira. Outros pela inveja. Outros, inimizades. Orgulho. Vaidade. Falta de
reconciliação. Outros, malícia: são maliciosos em tudo, no que pensam, nas
palavras, nos gestos.
Outros, amor ao dinheiro, à posição
social, às coisas deste mundo. Não se consagram a Deus, não consagram a Deus
seu tempo, seus bens, seus talentos, não são fiéis nos dízimos, não obedecem a
Deus.
Precisam do milagre, gostariam
que acontecesse, mas como a vida espiritual está em ruínas, o milagre não
acontece.
Mas ninguém precisa ficar assim,
arruinado por causa do pecado. Se este for o seu caso, restaure sua vida na
presença de Deus, isto é, coloque sua vida em ordem. Com a ajuda de Deus, confesse
seus pecados.
Se for necessário, procure as
pessoas com as quais deve se reconciliar. Faça como o filho pródigo.
Conclusão
Você precisa do poder de Deus em
sua vida? O que você precisa que Deus faça?
Jr
29: 11-13 – Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR;
pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. 12
Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei.13
Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.
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