IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 15 de junho de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler 2ª Co
5:14-21
14 Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por
todos; logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos, para que
os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu
e ressuscitou. 16 Assim que, nós, daqui por
diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo
segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. 17 E, assim, se alguém
está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas. 18 Ora, tudo provém de Deus, que
nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação, 19 a saber, que Deus estava em
Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 20 De sorte que somos
embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em
nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. 21 Aquele que não
conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus.
Você já ouviu falar que
comer manga e beber leite juntos é uma mistura perigosa? Quando era menino, foi
o que me ensinaram, e então, só de pensar que isto um dia poderia acontecer
comigo, por algum acidente, eu já sentia dor de estômago.
Mas um dia uma amiga
estava preparando um suco de manga, e perguntou se eu preferia com leite ou com
água. Eu achei estranho e perguntei: “Mas
com leite não faz mal?”.
Ao que ela respondeu: “Não. Eu nunca ouvi falar. E prefiro com
leite”.
E preparou com leite. E
que delícia... E eu havia ficado tanto tempo sem aproveitar uma coisa tão
gostosa, só porque pensava que não podia.
Cada um de nós fala e
age de acordo com aquilo que acredita, quer as nossas crenças seja certas ou
erradas.
Se você pensa que
determinado alimento te faz mal, então você o evita. Se uma pessoa pensa que é
amada, então ela se sente confortável em meio às pessoas que a amam, mas se ela
pensa ser desprezada... Se ao sair de casa você pensa que irá chover, então
você leva o guarda-chuva, e assim por diante, em tudo na vida. Daí a
importância de conduzir nossos pensamentos àquilo que é verdade, e muito mais
especialmente no que diz respeito às coisas espirituais, as coisas de Deus.
No texto que temos
diante dos nossos olhos, o apóstolo Paulo nos diz que houve uma época em sua
vida que ele não pensava nas coisas de acordo com uma perspectiva espiritual. Mais
especificamente, ele está dizendo que antes de conhecer ao Senhor, o que ele
pensava sobre Cristo e sobre as outras pessoas era fruto de um conhecimento
distorcido, carnal, isto é, não tinha uma visão espiritual.
Mas agora é diferente,
ele diz:
“Se antes conhecemos a Cristo segundo a carne, agora já
não é assim que o conhecemos. Aliás, de agora em diante, a ninguém conhecemos
segundo a carne...”
Em nosso estudo
anterior nós consideramos que aquele que está em Cristo, pensa sobre Jesus, não
de um ponto de vista carnal, mas de um ponto de vista ensinado pelo Espírito
Santo. Aquele que é ensinado pelo Espírito de Deus entende que, por causa do
grande amor com que Deus nos amou, ele estava em Cristo, reconciliando consigo
o mundo, e não imputando aos homens as suas transgressões (v. 19).
Hoje eu desejo meditar
com vocês sobre um segundo assunto: o que o Espírito Santo diz sobre nós, os
que estamos em Cristo.
De todas as coisas maravilhosas
que ele nos diz na Bíblia, eu desejo destacar três, que são manifestas neste
texto.
1. O Espírito Santo nos ensina que nós, os que estamos
unidos a Jesus por meio da fé, somos nova criação
v. 17
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas.
A NVI traduz muito bem
o texto quando afirma: “é nova criação”,
isto é, aquele que está em Cristo, não somente é uma nova criatura, mas também
pertence a uma nova ordem, novos céus e nova terra, o reino do céu que por meio
de Cristo já está se revelando, e que se manifestará em toda a plenitude quando
Jesus voltar.
Aqueles que estão em
Cristo são novas criaturas, porque em cada um deles foi realizada uma
transformação espiritual tão grande que Jesus a descreve como sendo nada menos que
um novo nascimento, um renascimento espiritual.
Jo 3:3-7
3 A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como
pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e
nascer segunda vez? 5 Respondeu Jesus: Em verdade, em
verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino
de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne;
e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 Não te admires de eu te dizer:
importa-vos nascer de novo.
Jesus diz a este homem,
Nicodemos: “Para que alguém possa entrar
no reino do céu ele precisa nascer de novo”.
“Mas Senhor”, pergunta Nicodemos, “como isto pode acontecer? O Senhor está
dizendo que para uma pessoa ser salva ela precisa voltar ao ventre materno,
reencarnar?”.
“Não estou falando deste tipo de nascimento, de renascer
fisicamente. Estou falando de um renascimento espiritual, produzido pelo
arrependimento que a água do batismo simboliza, estou falando de um nascimento
produzido pelo Espírito de Deus”.
Esta transformação
espiritual da qual Jesus diz ser a condição sem a qual ninguém pode entrar no
reino de Deus é uma promessa antiga das Escrituras.
Ez 36:26, 27
26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de
vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. 27 Porei dentro de vós o
meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e
os observeis.
“Darei a vocês”, disse Deus, “um coração novo”.
“Vou tirar de vocês este coração duro, que resiste à
minha vontade, que se fecha para minha palavra, e vou dar a vocês um coração
vivo, sensível à minha voz”.
“Vou dar a vocês um espírito renovado, porque colocarei
dentro de vocês o meu Espírito, e então vocês andarão nos meus caminhos, e irão
obedecer à minha lei”.
Novo nascimento . Novo
coração. Novo espírito. Nova criação, na qual novas coisas assumem o seu lugar.
E assim que, este novo homem aprende do Espírito um novo modo de viver, no
sentido de que agora ele se despoja do que é velho, daquilo que se corrompe
pelos desejos enganosos do pecado, e se renova no espírito do seu entendimento.
Aquele que mentia,
agora passa a falar a verdade. Aquele que roubava, agora trabalha, faz com as
mãos o que é bom e auxilia os necessitados. Aquele cujos lábios eram cheios de
palavras torpes, que praguejava, que maldizia, que caluniava, agora abençoa e
edifica ao seu semelhante através daquilo que fala. Aquele que era de gênio
violento agora se torna doce, meigo e gentil, sem ser fraco e acovardado, mas é
guiado pelo Espírito de amor, força e moderação. As coisas da velha criação vão
ficando cada vez mais no passado, e as coisas do reino do céu vão se tornando a
“verdadeira realidade” desta nova criatura.
Eu conheci um jovem que
antes de se converter ao Senhor tinha o hábito de mentir. Mentia sem
necessidade (se é que em algum momento a mentira é necessária), à toa, por
hábito. Mas um dia Jesus transformou sua vida, e ele descobriu que a mentira
não faz parte do modo de vida de um crente em Jesus.
Então, certa ocasião,
na casa de uma irmã, ele estava conversando com o seu pastor, depois do culto.
E disse uma mentira ao pastor, e nem percebeu na hora. Mas depois, enquanto ia
para casa caiu em si, e ficou muito atribulado. Antigamente ele teria mentido e
não haveria problema algum. Mas agora já não era assim.
No dia seguinte, quando
na igreja, o pastor pediu que aquele jovem orasse pedindo a bênção de Deus para
o estudo bíblico que iriam fazer. Antes de orar, ele dirigiu a palavra ao
pastor na presença de todos os que ali estavam dizendo: “Pastor, eu vou orar. Mas antes eu gostaria de dizer uma coisa: ontem à
noite quando estávamos conversando eu disse ‘tal coisa para o senhor’, e era
mentira. Agora que eu estou em Cristo quero aprender a não mentir mais; por
isto estou te confessando o meu pecado e peço que o senhor me desculpe”.
O pastor respondeu: “É claro que está desculpado”. E aquele
jovem crente então orou, feliz por estar começando a viver de acordo com a
vontade de Deus.
Algum tempo depois ele
estava em outro lugar conversando com o pastor novamente, e sabe o que foi que
aconteceu? Ele tornou a mentir. Mas desta vez percebeu na hora, e disse: “Êpa. Pastor, o que eu acabei de te falar é
mentira. Por favor, me perdoe”.
E assim ele foi
aprendendo, não somente nesta, mas em muitas outras coisas, a crescer por
dentro: a crescer em humildade, amor, verdade, compaixão, justiça, crescer
segundo a imagem de Jesus Cristo.
2. Aqueles que estão em Cristo têm um novo relacionamento
com Deus: um relacionamento de amor e amizade
No v. 14, lemos que
“o amor de Cristo nos constrange, de modo que nós entendemos assim: um,
isso é, Jesus, morreu por todos; logo, todos morreram...”.
A palavra “constranger”
aqui tem o sentido de “cercar por todos os lados”. Por isto a NTLH diz: “o amor de Cristo nos domina”. Entendemos
que o Senhor deu sua vida na cruz por causa do seu grande amor por nós. E
assim, inundados e maravilhados, plenos de alegria pelo conhecimento deste
amor, “ficamos sem saída”, nós o amamos também.
No v. 18 aprendemos que
“Deus, nos reconciliou consigo mesmo por
meio de Cristo...”.
A palavra
“reconciliação” trás a ideia de que duas pessoas antes eram inimigas, e
estavam, por assim dizer, “de costas viradas uma para a outra”, mas que então
se voltaram, e agora têm um relacionamento de amizade. Como o Espírito Santo
testemunha sobre Deus e Moisés, quando diz que “o Senhor falava a Moisés face a face, como qualquer (homem) fala com o
seu amigo” (Êx 33:11). Agora, de inimigos de Deus, fomos reconciliados,
temos paz com ele.
E no v. 21 somos
ensinados que Cristo, que não conheceu pecado, isto é, que nunca cometeu pecado
algum, Deus o fez pecado em nosso lugar, para que nele nós fossemos feitos
justiça de Deus.
Veja quanta coisa foi
feita na cruz, porque nela Jesus assumiu o nosso lugar! Toda a nossa situação
anterior de medo de Deus, de morte, separação, inimizade e injustiça foi
invertida: se ele morreu por nós, então ali na cruz nós morremos também –
morreu o velho homem. E se morreu o velho homem, inimigo de Deus, agora o novo
homem é amigo de Deus; tem paz com ele e ama caminhar com ele. Se morreu o
pecador, agora vive aquele que foi feito justiça de Deus.
Irmão, é assim que o
Espírito Santo nos vê em Cristo: ele não nos vê como pecadores inimigos,
rebeldes, mas como filhos amados, justificados, reconciliados.
E é assim que também
devemos nos ver a nós mesmos, e também uns aos outros. Se nós nos vemos como
amigos de Deus, amados e justificados, é deste modo que seremos inclinados a
viver.
Além disto, com que
graça maravilhosa nos relacionamos uns com os outros se vemos nossos irmãos da
mesma maneira. Em outro lugar a Escritura descreve a doçura dos relacionamentos
nos quais esta consciência se faz presente:
Cl 3:12-17
12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos
de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. 13 Suportai-vos uns aos
outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra
outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. 15 Seja a paz de Cristo o
árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e
sede agradecidos. 16 Habite, ricamente, em vós a
palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria,
louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em
vosso coração. 17 E tudo o que fizerdes, seja em
palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a
Deus Pai.
Veja: o texto é claro em
mostrar que a igreja de Deus não é uma família de pessoas que já alcançaram a
plena maturidade espiritual. Estamos todos aprendendo de Cristo. Às vezes
pecamos uns contra os outros. Às vezes pecamos contra Deus. Às vezes não
entendemos as coisas. Por isto ele diz que às vezes há necessidade de
perdoarmos uns aos outros.
Mas o que predomina nos
relacionamentos daqueles que se entendem como eleitos de Deus, santos e amados,
é o amor, a ternura, a misericórdia, a humildade, a paciência, a mansidão, a
gratidão, a paz de Cristo nos corações, as conversas abençoadoras e
edificantes. É o mesmo clima de amor que existe entre os filhos e o Pai
celestial.
Como diz a canção:
Há um clima, uma esfera de
amor, uma força que se move entre nós
Algo novo Deus está por fazer com
este povo a quem muito quer bem
Não é desta maneira que
o apóstolo Paulo pensava sobre as muitas igrejas a quem escreveu? E sobre as
quais escreveu? Veja: as cartas de Paulo revelam que as igrejas de Deus eram
muito imperfeitas, tanto no conhecimento como na pratica da vida cristã. Então
ele precisava instruir muito, corrigir muito, orar muito, admoestar muito.
Agora, se você ler suas
cartas às igrejas, verá a maneira como ele lidava com os pecados, os erros
doutrinários, por vezes até chorando, por vezes até bravo, mas sem deixar de
reconhecer que apesar de todas as suas falhas, as pessoas para quem escrevia
eram irmãos em Cristo. Então ele descrevia e corrigia os erros, mas ao mesmo
tempo reconhecia os pontos fortes, e todo o bem que havia em cada uma das
igrejas.
Assim, via de regra,
Paulo passa um bom tempo, em suas cartas, antes de ensinar como as pessoas
devem viver em Cristo, ensinando quem elas já são em Cristo, para somente
depois, à luz do que elas são, como devem viver.
Vejam o afeto, a
gratidão, o carinho, o respeito pela obra de Deus na vida destas pessoas com
que ele começa as suas cartas, e como este mesmo carinho e reconhecimento da
graça de Deus permanece em todo o tempo.
Agora, sabe o irmão que
está ao seu lado? E cada um de nós que aqui está hoje?
E sabe aquele irmão que
às vezes é tão infantil?
Sabe também aqueles
irmãos de persuasão batista? E aqueles irmãos arminianos? E aqueles irmãos
pentecostais? E aqueles irmãos europeus, e os irmãos africanos, pessoas de
culturas tão diferentes da nossa...
Eles podem pensar
certas coisas de maneira bem diferente de nós. Podem ter um modo de se
expressar diferente do nosso. Mas aqueles irmãos têm uma coisa em comum
conosco: eles pertencem ao Senhor, e somos todos uma grande e abençoada
família, e somos todos chamados filhos de Deus.
Devemos pensar sobre
nós como amados de Deus, amigos de Deus, justiça de Deus.
3. Aqueles que estão em Cristo agora vivem para Deus
vs. 14, 15
14 Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por
todos; logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos, para que
os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu
e ressuscitou
Quando nós lemos a
respeito da História da Igreja, qualquer área que seja, temos uma imensurável
de histórias inspiradoras, de homens, mulheres e muitas vezes grupos imensos de
pessoas que foram capazes de sofrer e dar sua vida pelo bom nome de Jesus. Gente
da qual o mundo não era digno.
Todavia, ainda que nem
todos os crentes sejam colocados em situações nas quais o seu amor a Deus é
selado com o martírio, o fato é que nenhum crente em Jesus vive para si. Nenhum
de nós, por quem Jesus morreu, vive para si mesmo, mas agora vive para Deus. É
assim que o Espírito Santo quer que vejamos a nós mesmos, e também uns aos
outros.
Rm 14:7-9
7 Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. 8 Porque, se vivemos,
para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos
ou morramos, somos do Senhor. 9 Foi precisamente para esse fim
que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.
Paulo está dizendo
estas coisas com o propósito de conduzir o entendimento dos crentes a
respeitarem as diferenças uns os outros. Desde o começo do capítulo ele escreve
que a respeito de certas coisas, que não são a essência da vida cristã: os
crentes têm diferentes maneiras de pensar e de agir; diz que alguns são mais
fortes, outros mais fracos.
Então alguns irmãos
pensam que certos alimentos são proibidos. Mas outros crentes não pensam da
mesma forma (v. 2). Alguns fazem diferenças entre dias e dias: para outros
todos os dias são iguais (v. 5). Mas Paulo diz: se alguém faz diferença, é para
servir ao Senhor que está fazendo (v. 6). Se alguém não faz, é porque para ele
tudo é de Deus. O que importa é que nenhum de nós vive mais para si mesmo.
Todos vivemos para o Senhor.
Então, que não nos
julguemos uns aos outros, não condenemos uns aos outros (v. 13), que não
coloquemos tropeço na vida uns dos outros (v. 15), mas que nos amemos e nos
edifiquemos uns aos outros (cap. 15).
Uma coisa é certa:
aquele que é nova criatura tem como o propósito de sua vida o viver para Deus,
e não para o seu próprio ego.
Conheci um jovem que
certa ocasião estava ensinando outro a evangelizar pessoalmente. E neste
propósito eles iam a um campus universitário, onde todos os dias se aproximavam
de alguém e pregavam o evangelho. Certo dia, quando ali estavam, este jovem
estava se sentindo muito deprimido, e não queria falar com ninguém.
Mas então orou
confessando a Deus: “Senhor, não estou
com vontade de falar de Jesus...”
Então este texto veio à
sua mente: “Estou crucificado com Cristo,
logo já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...” (Gl 2:20).
E o pensamento: “Morto tem vontade?”.
Ele respondeu: “Não”. E se levantou e pôs-se a
evangelizar com seu discípulo.
No dia seguinte, o
jovem que estava aprendendo disse: “Meu
irmão, eu sempre te vejo evangelizando com muito amor, mas a maneira como você
estava fazendo ontem excedeu em muito a todas as outras ocasiões”.
Quando uma pessoa
conhece o amor de Cristo, quando ela tem com Deus um relacionamento de amizade,
então ela é capaz de coisas extraordinárias, pois o velho homem está morto.
Conheci um jovem
universitário, que estava participando de um acampamento em Manaus (hoje ele é
pastor naquela cidade).
Certa noite, no culto, o
pregador disse aos irmãos:
“Hoje eu não pretendo pregar. Quero apenas lembrar a
vocês o que Paulo escreveu aos coríntios sobre os crentes da Macêdonia, que se
entregaram a si mesmos, primeiramente a Deus, e depois aos irmãos,
despojando-se até de seus bens para ajudar as igrejas pobres da Judéia” (1ª Co
8:1-5).
“Eu simplesmente gostaria de fazer um apelo: ‘Quem deseja
imitar aqueles irmãos, entregando-se completamente a Deus’?”.
“Quem deseja entregar a Deus sua vida, com tudo o que
tem? Seus dons, seus talentos naturais, seus bens materiais, seu dinheiro, sua
posição social, sua saúde, seu tempo”?
“Quem deseja entregar-se em amor pela igreja, pela
evangelização do mundo? Quem deseja dedicar-se completamente a amar a noiva do
Senhor Jesus?”.
“E se você deseja fazer isto, eu quero convidá-lo a se
ajoelhar, e vamos ter um período de oração, no qual vamos entregar a Deus tudo
o que somos, e tudo o que temos”.
E depois de cantarmos
“Nas estrelas”, sob aquele lindo céu estrelado da floresta amazônica, cada um
daqueles irmãos que ali estava se ajoelhou, e tivemos um período de intensas
orações de entrega de vidas ao Senhor.
Depois, os irmãos que
desejaram fizeram uma coisa: tomaram de seus pertences algo que lhes era importante,
e deu a outro irmão, como símbolo de sua entrega a Deus.
Mas aquele irmão a quem
eu me referi, naquela noite estava se sentindo chamado por Deus para dedicar
toda a sua vida ao ministério da pregação. E ele se levantou e contou o que desejava
fazer, e fez: iria sair do apartamento em que estava e iria morar na república
da universidade, para pregar ali aos estudantes.
“Então”, ele disse, “eu vou me desfazer de
todos os meus móveis. Alguém aqui precisa de uma geladeira? Alguém precisa de
um fogão? De um sofá? De um dormitório?”.
E simplesmente foi
distribuindo tudo o que tinha. E do outro lado, irmãozinhos humildes, que não
tinham recursos, ganharam bens que lhes foram tão preciosos. Algum tempo depois
ele se dedicou ao ministério pastoral.
Não são todos os
crentes a quem Deus orienta desta maneira, mas a todos os crentes Deus pede: entregue-se a mim, com tudo o que você é,
com tudo o que você tem.
E aqueles que são
crentes entregam-se assim ao Senhor, pois quando uma pessoa conhece o amor de
Cristo, quando ela tem com Deus um relacionamento de amizade, então ela é capaz
de coisas extraordinárias, pois agora Cristo vive nele, fala por seus lábios,
ama com o seu coração, age com suas mãos e pés.
Conclusão e aplicação
Em Romanos 8, a
Escritura diz que se nossos pensamentos forem dirigidos pela carne caminhamos
para a morte; mas se forem dirigidos pelo Espírito, caminhamos para a vida e
paz. E de acordo com o Espírito Santo, de que maneira devemos pensar a nosso
respeito, e de cada crente em Jesus, de maneira que sejamos conduzidos à vida e
paz?
1. Que somos nova
criação
Deus nos diz que é
assim, e por meio da confiança na palavra de Deus nós devemos aceitar
alegremente esta verdade.
Quando vierem as
tentações, as insistências da carne e do diabo no sentido de que pequemos,
quando surgirem as dúvidas, os dardos inflamados do inimigo contra nossas
almas, afirmemos confiantemente:
Eu nasci de novo. Eu sou nova criatura. O meu velho homem
já foi crucificado com Cristo, e agora já não sou eu quem vive, mas Cristo vive
em mim.
Estas coisas eu digo
para que vocês não pequem, mas se alguém pecar, não fique prostrado.
Temos um advogado
diante do Pai: Jesus Cristo, o justo, ele é a expiação pelos nossos pecados.
Então simplesmente
confesse, continue a confiar na graça de Deus e entregue o seu caminho ao
Senhor.
Pense da mesma maneira
sobre cada irmão em Cristo.
2. Da mesma maneira, o
Espírito diz, e nós nos devemos ver assim: eleitos de Deus, amados,
reconciliados, justificados.
E cada irmão nosso
também. Pensemos o melhor dos nossos irmãos.
Ah!... Como eu fico
triste quando vejo nalgum meio de comunicação os crentes falando mal de seus
irmãos, por seus erros, por seus pecados.
Se Paulo estivesse aqui
hoje, será que ele escreveria cartas às igrejas nos mesmos termos descaridosos
com os quais muitos pretensos apologistas da boa doutrina escrevem,
escarnecendo e ridicularizando daqueles que erram, ou dos quais apenas discordam?
Será que Paulo não
escreveria com firmeza, mas ao mesmo tempo amor e doçura, procurando ensinar e
abençoar aqueles que estão errados? E será também que Paulo não reafirmaria as
coisas boas que estes crentes fazem? E não diríamos o mesmo em relação aos
irmãos próximos de Paulo?
Então, se você vir
algum irmão se comportando como se ainda fosse “velha criatura”, creia que
assim como Deus é fiel na sua vida, e está trabalhando em seu coração e te
edificando, ele também é fiel em toda a sua igreja, e em cada um dos seus
escolhidos.
Ore pelo irmão que
erra. Encha-se daquele conhecimento e bondade que Deus concede a todos os seus
filhos, e munido de uma sabedoria mansa, pacífica, plena de bons frutos,
seguindo a verdade em amor, corrija, ensine, admoeste, chore se necessário. Mas
não fale mal dos seus irmãos, pois o Senhor deles e nosso não gosta. Ame os que
invocam o nome de Jesus.
3. Nós não nos
pertencemos a nós mesmos, não vivemos para nós mesmos.
Quer vivamos, quer
morramos, somos do Senhor.
Viva de acordo com
isto: que os seus dons não sejam para o seu proveito, para a tua glória, mas
para a edificação da igreja de Deus, para a glória de Deus. Nada faça com o fim
de ser reconhecido, mas para a glória de Deus. Que os teus bens estejam
colocados à disposição de Deus, o teu tempo, tudo o que você é, tudo o que você
tem, ofereça ao Senhor.
Glória a Deus. Creiamos
nisto. Falemos desta maneira. Vivamos desta maneira, pois é assim que o
Espírito Santo fala a nosso respeito.
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