Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 8 de dezembro de 2013

Quanto amo a tua lei... - Sl 119:97

Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 08 de dezembro de 2013 – Dia da Bíblia
Pr. Plínio Fernandes
Meus amados, vamos ler o Salmo 119:97-104
97 Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!  98 Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo.  99 Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.  100 Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos.  101 De todo mau caminho desvio os pés, para observar a tua palavra.  102 Não me aparto dos teus juízos, pois tu me ensinas.  103 Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca.  104 Por meio dos teus preceitos, consigo entendimento; por isso, detesto todo caminho de falsidade.
Hoje é o segundo domingo de dezembro; e neste dia nos associamos às Sociedades Bíblicas Unidas do mundo inteiro, para comemorar o dia da Bíblia.
É um dia cuja celebração foi criada em 1549, na Grã-Bretanha, pelo Bispo Thomas Cranmer, um dos pioneiros da Reforma Protestante naquele reino. Ele incluiu a data no livro de orações do Rei Eduardo VI.
O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor de sua leitura.
No Brasil a data começou a ser celebrada em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários evangélicos.
Mas a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo.
E, graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela Sociedade Bíblica do Brasil, desde dezembro de 2001 o Dia da Bíblia passou a integrar o calendário oficial do nosso país, graças à Lei Federal 10.335, que instituiu a celebração deste Dia em todo o território nacional. [1]
Assim nós estamos espiritualmente unidos aos nossos irmãos, de maneira simples, mas com muita gratidão, para louvar a Deus por nos ter dado sua Santa Palavra, a Bíblia Sagrada.
Eu me lembro dos primeiros dias, nos quais me foi dada a alegria de conhecer a mensagem da Palavra de Deus, as boas notícias da nossa salvação.
Que mensagem maravilhosa: a de que Deus, o nosso criador, santo e justo, em seu eterno amor nos enviou Jesus para nos resgatar e restaurar a nossa comunhão com ele, que havia sido desfeita pelo pecado.
Eu cri em Jesus de todo o coração, e descobri a alegria da salvação.
Eu gostava muito de ler, e a Bíblia passou a ser para mim não somente o livro mais importante, mas digamos, a “coisa” mais importante de todas neste mundo, a maior riqueza, o maior tesouro.
Assim como o é para todos os crentes.
Assim como era para todos os nossos heróis da fé, os nossos pastores da antiguidade a quem devemos imitar.
A Bíblia também era o maior tesouro na vida do homem que escreveu as palavras sobre as quais vamos meditar:
“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!”
1. A tua lei é a minha meditação todo o dia
A palavra “meditação”, no contexto moderno, tem adquirido denotações estranhas.
Algumas religiões orientais, que exercem considerável influência sobre o ocidente, como o budismo e o hinduísmo, especialmente através da ioga e da meditação transcendental, têm ensinado que meditar significa “esvaziar a mente, esvaziar-se de si mesmo, e fazer calar o nosso ser interior”, para poder entrar em harmonia com as forças da natureza, com a energia do universo.
Mas não é assim que a Bíblia usa a palavra meditação.
Eu gostaria de citar três passagens onde a palavra meditação é usada:
Pv 15:28
O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda maldades.”.
Se você tem uma BLH, você leu: “As pessoas corretas pensam antes de responder...”.
A NVI diz: “O justo pensa bem antes de responder...”.
1ª Tm 4:15
“Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto.”
Nos versículos anteriores Paulo está encorajando Timóteo a ler as Escrituras, ensiná-las, a buscar a santidade, a pureza, o amor, o desenvolvimento de seu dom espiritual.
Então diz: “medita”, isto é, pense bastante nestas coisas.
Se você fizer assim, irá progredir em sua vida espiritual e em seu ministério.
Um progresso que até mesmo as outras pessoas perceberão.
Js 1:8
“Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”.
São Palavras de Deus a Josué, que iria conduzir Israel na conquista da terra de Canaã.
O Senhor associa duas coisas: falar e meditar no livro da lei, pois falando e meditando, Josué seria conduzido a fazer o que diz esta lei, e assim seria bem sucedido em todo o seu caminho.
Assim nós vemos que meditar significa ordenar, estabelecer, conduzir os pensamentos.
Longe de esvaziar-se de si mesmo, longe de esvaziar a mente, a meditação cristã tem conteúdo intelectual.
Significa você tomar as Escrituras, ou certos assuntos dos quais elas nos falam, e pensar sobre eles, de maneira que possamos aprofundar o nosso conhecimento deles, a conseqüentemente aplicá-los à nossa vida.
Por exemplo, esta semana eu li uma instrução muito interessante de McCheyne: “Estuda a santidade universal da vida. Disto depende a tua utilidade plena...”. [2]
Significa você, com a Bíblia na mão, tomar o assunto “santidade”, e explorar os muitos lugares em que esta palavra aparece, e depois analisá-los, relacionar uns com os outros, descobrir os muitos aspectos do que a Bíblia ensina, e aplicá-los a cada aspecto da vida.
A meditação cristã, portanto, envolve um tempo com a Palavra de Deus, e depois, no decurso do dia, enquanto estamos evolvidos em outras tarefas, aproveitar os momentos que tivermos para considerar os assuntos novamente, a aplicá-los ao nosso dia a dia.
A meditação cristã, naturalmente, conduz à oração, ao buscar em Deus o significado das Escrituras.
Em certa ocasião, o apostolo Paulo escreveu que o seu ministério consistia, entre outras coisas, em conduzir as pessoas de tal modo que seus pensamentos fossem levados à obediência de Cristo.
2ª Co 10:4, 5
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas 5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo...”
Irmãos, aqui nós temos uma instrução de primeira grandeza: nós podemos dirigir nossos pensamentos.
Podemos selecionar aquilo em que vamos permitir conduzir nossa mente.
Em outro lugar temos um mandamento semelhante
Fp 4:8
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
Então vejam: isto é importante e maravilhoso – podemos decidir, podemos escolher o que vamos pensar e como vamos pensar.
Em outras palavras: não são os pensamentos e as filosofias do mundo, não são as doutrinas falsas do diabo, não é o nosso próprio temperamento que determinam; nossos pensamentos podem ser conduzidos pela Palavra de Deus.
2. A razão porque medito nela: porque a amo
Lemos em Josué capítulo 1 que esta foi uma palavra dada no tempo imperativo: “Medita”.
Da mesma forma Paulo diz que se esforçava, com armas espirituais, para conduzir os pensamentos à obediência de Cristo.
E da mesma maneira somos ordenados a pensar naquilo que é bom.
Geralmente entendemos este tempo verbal no sentido de mandamento, e na verdade é.
Mas não é um mandamento ou ordem no como se fosse um comando de um general para um subalterno; é mais do que isto.
A palavra lei do Senhor denota mandamento, aliança, orientação, instrução; é um caminho dado por Deus, como o caminho de um Pai sábio, que ama seu filho, e lhe dá ordens para o bem dele.
Então, a grande razão pela qual o filho de Deus medita nesta lei é o prazer que ele tem nela.
Sl 1:1, 2
“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.  2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.”
Este é o sentido o verbo amar no Salmo 119: “Eu amo a tua lei, isto é, eu gosto da tua lei. Na tua lei está o meu prazer. Pensar nela trás coisas boas para a minha vida. A tua lei alegra o meu coração. Restaura a minha alma. Orienta o meu caminho. Me dá sabedoria. Eu amo cada palavra que ela fala”.
Esta é o sentimento que vemos em nosso Salvador.
Nós vemos o amor que Jesus tinha para com a lei quase que a cada passo, a cada decisão, a cada conversa de Jesus com as pessoas.
Se você estuda o sermão do monte, por exemplo, percebe que tudo quanto o Senhor Jesus diz tem sua base no Antigo Testamento.
E se você prosseguir e estudar tudo quanto Jesus ensina nos evangelhos, nada mais é que a interpretação dada pelo próprio Deus, acerca de tudo quanto o Antigo Testamento diz.
Da mesma forma, Jesus cita a lei do Senhor quando tentado, e também quando confrontado pelos adversários.
Ora, Jesus citava as Escrituras porque as guardava na mente, no coração, e fazia isto porque confiava que as Escrituras são a Palavra de Deus.
O conceito que Jesus tinha da Escritura é que ela não pode falhar.[3]
E esta é a razão pela qual o salmista diz que pensa nela dia e noite: não é por legalismo, não é por formalidade, ou obrigação.
Eu medito nela porque a amo.
3. A razão porque a amo: ela é tua
Existem muitas razões pelas quais nós podemos amar a lei do Senhor.[4]
Por exemplo:
Por causa da beleza que ela tem em si mesma, a harmonia que existe entre cada uma das partes dela.
É um livro escrito durante cerca de 1.500 anos, por mais de trinta pessoas
No geral, cada uma destas pessoas estava escrevendo livros separados, apenas dirigidos pela mesma convicção: estavam escrevendo palavras de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Mas quando você junta estes livros, você percebe que eles todos contém uma história só: a história da aliança de Deus com os seus escolhidos, realizada através de Jesus Cristo.
Existe um “fio de ouro”, por assim dizer, que tece as Escrituras do Antigo ao Novo Testamento, sempre conduzindo a Jesus.
Você também descobre a beleza das Escrituras através das profecias que são feitas no Antigo Testamento e confirmadas no Novo.
Também descobre a beleza da Bíblia na singularidade de seus ensinamentos: sobre o amor de Deus, a salvação em Jesus, o dom do Espírito Santo, a pregação do Evangelho.
Em seus ensinos sobre a beleza da vida espiritual, a comunhão com Deus, o amor entre os seres humanos.
Outra razão que temos para amar a Bíblia é o seu poder que se manifesta de muitos modos.
A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante que qualquer espada: Ela penetra nos nossos pensamentos, nos nossos corações. Ela revela a nós mesmos as nossas motivações, os nossos propósitos; mostra nossos pecados, nos convence, nos corrige e nos ensina.
Hb 4:12
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
Ela nos fala de Jesus, da graça de Deus, de seu perdão, de seu amor.
Ela refrigera nossa alma, alegra o nosso coração, restaura e cura nossas emoções.
Ela nos transforma, nos santifica, ela é a nossa vida.
Na sequencia aqui de nosso texto básico, o salmista diz:
A tua lei me torna mais entendido do que os meus mestres, mais sábio que os meus inimigos, mais prudente que os idosos.
Pois ela nos torna sábios para a salvação da alma por meio da fé em Jesus, o que é a coisa mais importante que precisamos conhecer.
Mas acima de tudo, a grande razão pela qual o salmista ama a lei do Senhor é esta: ela é a lei do Senhor; isto é, ela é de Deus, ela procede de Deus, ela á a Palavra de Deus.
Cada escritor da Bíblia tinha esta firme persuasão em seu coração: as palavras que eles estavam escrevendo não eram simples palavras de homens, mas palavras de Deus.
E se você é um seguidor de Jesus, crê também desta forma, acima de tudo, por esta razão: esta era a convicção de Jesus.
Para Jesus, a Bíblia é a Palavra de Deus, e ela não pode falhar.
Passarão os céus e a terra, mas as Palavras de Deus permanecerão.[5]
Ela é a Palavra de Deus, de Deus que é luz, que é sábio, que é soberano em suas decisões, em suas ações, que é amor, que nos ama, que é justo, bondoso, impecável, perfeito, confiável, imutável em seu caráter, infinito, onipotente, onisciente, onipresente, e que fala com os seus amados.
A Bíblia é a Palavra de Deus. A maior de todas as razões para amarmos a Bíblia é que quando a lemos, Deus é quem está falando a cada página.
A voz do Senhor que é poderosa, que abençoa, que orienta, como um pai que cuida de seus filhos.
Conclusão
Olhe para este livro que você tem nas mãos: é a Palavra do teu Criador, do teu Deus, do teu Salvador.
Cada capítulo, cada versículo, cada frase, é Deus falando com você: instruindo, corrigindo, educando, abençoando, dando conhecimento, dando fé, esperança e amor. Cada palavra é uma benção de Deus, um conforto e consolo.
Aplicação
Eu gostaria de apontar algumas aplicações práticas desta verdade para nós.
Se a Bíblia é a Palavra de Deus, agradeça muito a Deus pela sua Bíblia.
Ame a sua Bíblia.
Leia, estude, medite, encha o seu coração com seus ensinamentos, todos os dias.
Respeite sua Bíblia.
Is 66:2
Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o SENHOR, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra.”
Não pense na Bíblia como um livro qualquer, como um livro velho, obsoleto, mas como Palavra de Deus.
Não mude, não adultere, não distorça a Palavra de Deus; respeite o que Deus falou.
Não minimize seus ensinamentos, não desvalorize suas doutrinas.
Não tenha vergonha da Bíblia.
Divulgue a Bíblia:
Pense no fato de que ainda hoje, seja em países distantes, seja em tribos indígenas, seja em lugares do interior, e até mesmo em nossas grandes cidades, existem pessoas que não têm condições de possuir uma Bíblia.
Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, dos 180 idiomas indígenas ( que compreendem cerca de 370.000 indígenas), dos 180 idiomas indígenas falados em nosso país, apenas 44 têm ou alguma porção da Bíblia traduzidos, e somente três idiomas têm a Bíblia completa. [6]
De acordo com a Missão Portas Abertas, em muitos países do mundo a Bíblia é um livro proibido. Se você desejar, e puder, entre no site daquela missão, e ali você verá de que maneira você pode contribuir para que Bíblias sejam enviadas a estes povos carentes.
Ou você pode simplesmente se propor: uma Bíblia, das mais simples, custa em torno de R$ 15,00. Muitas vezes gastamos muito mais que esta quantia em coisas desnecessárias. E muitas pessoas não têm recursos para comprar uma Bíblia. Ora, se você decidir usar uma quantia assim a cada mês, ou conforme as suas possibilidades, dando uma Bíblia a alguém: será que o Deus que fala na Bíblia se alegrará? Será que ele se sentirá honrado com o seu gesto? E as pessoas que ganharem Bíblias? Será que não serão abençoadas.


[1] http://www.diadabiblia.org.br/historia_dia_biblia.asp, acessado em 07/12/2013, às 11:39H.
[2] Citado por E. M. Bounds em Poder através da oração, cap. 1.
[3] Jo 10:35
[4] Veja a Confissão de Fé de Westminster I:V.
[5] Mt 24:35
[6] http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=55, acessado em 07/12/2013, às 11:27H.

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