Pr. Plínio
Fernandes
Bom dia, meus irmãos, na graça e na paz do nosso
Senhor Jesus.
Hoje, por
causa da chamada “pandemia do corona vírus”, eu estou pregando de casa.
Penso,
como a maioria dos cristãos, que esta calamidade, assim como escreveu o
Apóstolo Paulo, é mais uma de todas as coisas que cooperam para o bem daqueles
que amam a Deus, dos que são chamados segundo o seu decreto (Rm 8.28, 29).
Há coisas
muito importantes que a Bíblia nos diz sobre momentos com este, e nesta
meditação de hoje eu pretendo dizer a vocês algo que entendo ser essencial.
Penso que
o nosso Pai celestial está dando a todos nós uma grande oportunidade de
despertamento e crescimento espiritual, oportunidades de praticarmos as grandes
verdades que sempre declaramos, mas que nestes dias de indolência e indulgência
muitas vezes temos deixado de fazer.
E penso
também que o Senhor está como que estendendo suas mãos ao mundo, e dizendo: – “Estou aqui. Busquem-me, e vocês
encontrarão”.
E para
explicar porque penso assim, eu desejo ler com vocês, na Bíblia, o texto do
profeta Amós, no cap. 3, o versículo 6, a parte b:
Sucederá
algum mal à cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?
Esta semana eu assisti um vídeo (acho que muitos de vocês
também), em que uma brasileira, residente na Itália, disse que a região em que
ela mora é como se fosse uma cena de filme de terror: as pessoas tensas, as
ruas vazias, o medo e doença se espalhando.
Eu fico imaginando como isto é terrível, mesmo porque nós
temos visto gente assim também por aqui.
Mas também me vêm à mente certas imagens da história
bíblica, como as pragas do Egito, as pragas entre os israelitas no deserto, ou
as epidemias mencionadas no Apocalipse de João.
E também me recordo das palavras de Deus através do
profeta Amós, que acabamos de ler.
Veja a gravidade, a força, a seriedade do que ele está
dizendo aqui:
Sucederá
algum mal à cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?
Deus, o
nosso Deus, que fala na Bíblia, está assumindo a responsabilidade última sobre
tudo o que acontece, inclusive o mal.
Claro que
não está falando aqui de mal no sentido moral
da palavra. Não está falando de mal no seu sentido pecaminoso, de perversidade,
injustiça, mentira. Neste sentido, Deus não cria o mal, nem o pratica.
Mas está
falando de mal no sentido de dor, castigo, ausência de paz, guerra, calamidade.
Como
também em Isaías 45.7, onde Deus diz:
Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR,
faço todas estas coisas.
No contexto ali de Isaías, o mal é o oposto da paz , isto
é, a guerra. E ali Deus fala de guerra como um castigo contra os israelitas por
causa dos seus muitos pecados.
E assim também aqui em Amós capítulo 3. Se você ler todo o
livro de Amós, verá que mais uma vez, o povo de Israel havia se afastado dos
caminhos do Senhor seu Deus, que os libertara da escravidão no Egito.
Mais uma vez eles haviam se entregado à adoração de
falsos deuses, à corrupção, à desonestidade no trabalho, à imoralidade sexual,
ao descuido dos desfavorecidos. A injustiça, o pecado, corriam soltos em
Israel.
E mais uma vez o Senhor levanta um profeta; e
amorosamente chama o seu povo ao arrependimento.
Aqui, do capítulo três em diante, o Senhor diz a Israel e
às demais nações que, como eles viviam em pecados, precisavam urgentemente se arrepender
e se converter. Que parassem de pecar e vivessem de modo justo.
Se eles se convertessem, seriam abençoados. Se não se
convertessem, seriam castigados. O Senhor enviaria seca, estiagem e crestamento
das plantações, com sua consequente fome. Enviaria abalos sísmicos, e suas
casas seriam derribadas. Enviaria inimigos de fora. Como um pai que ameaça os
seus filhos rebeldes, assim o Senhor estava fazendo através de Amós,
especialmente ao seu povo escolhido.
Interessante, meus irmãos, se nós voltarmos para o cap.
1, versículo 1, que nos conta quando o Senhor deu esta profecia através de
Amós. Ele diz assim
Palavras que, em visão, vieram a Amós, que era entre os pastores de Tecoa,
a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão,
filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
Dois anos antes que acontecesse o terremoto, o
Senhor falou através de Amós. Mas Israel não ouviu o que Deus falou, e o
castigo veio.
E aqui no cap. 3, o Senhor já havia avisado:
quando vier a calamidade, saibam que sou eu quem fiz.
Amados, eu quero destacar, esta palavra profética
tem muito o que nos ensinar, ou nos lembrar. Em resumo, eu posso dizer que é
uma mensagem que nos fala do amor de Deus por nós. De encorajamento.
Há três verdades bíblicas que eu desejo
destacar
O profeta Amós está nos lembrando do governo de
Deus sobre tudo o que acontece
O profeta Amós está nos lembrando do justo juízo
de Deus sobre os pecados humanos
O profeta Amós está nos lembrando da grande misericórdia
de Deus para conosco
Acontecerá algum mal à cidade, sem que o Senhor tenha feito?
Você percebe que é uma pergunta retórica, cuja
resposta óbvia é “Não”.
O profeta está dizendo que é o Senhor quem faz
este mal.
1. O Senhor
está no controle
E isto, meus irmãos, é apenas um vislumbre da
grande revelação bíblica no sentido de que Deus, o Deus que se revelou em nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, é o rei soberano do Universo.
Ele é quem governa todas as coisas, nos céus e na
terra, de acordo com o propósito da sua santa vontade (Ef 1:11).
Ele é quem escreveu e determinou no seu livro cada
um dos dias da nossa vida (Sl 139); Ele é quem sabe até quantos fios de cabelo
tem (ou não tem) em nossas cabeças.
Quem faz nascer e crescer toda a vida que existe.
Quem controla as forças da natureza, tendo ele
mesmo criado as leis da natureza. Quem rege as estações do ano e governa o
curso da história, desde o nível individual, até o das grandes nações.
Não há nada que aconteça sem que ele tenha
determinado.
Nós sabemos que existem fatores humanos, e
responsabilidade humana, mas também sabemos que até por trás dos atos humanos,
está a mão e o propósito de Deus.
Por exemplo, quando Nabucodonosor invadiu Jerusalém,
ele o fez porque quis. Mas o profeta bíblico também nos diz que foi o Senhor
quem entregou Jerusalém nas mãos de Nabucodonosor, por causa dos pecados dos
judeus (veja Daniel capítulo 1).
O que eu quero dizer, amados, é que por trás desta
calamidade, deste mal que está atingindo o mundo nestes últimos dias, está a poderosa
mão de Deus, e este vírus só vai até onde Deus permitir.
Você pode dizer que a culpa é de quem você achar
que é, mas quando o Senhor disser Chega!,
a pandemia passa na hora.
Então eu
quase posso ouvir vozes discordantes dizendo:
– “Mas como, se Deus é tão poderoso, tão
bom, você está dizendo que ele trás o mal? Isto é uma blasfêmia!”.
Por favor,
antes de se escandalizar, ouça tudo o que tenho a dizer agora.
Deus não
está fazendo isto por maldade. Antes, e ele o faz justamente por causa de sua
bondade.
Vamos a
esta segunda consideração:
2.
Deus está
fazendo isto em justiça e misericórdia.
Primeiro
vamos considerar a justiça de Deus.
Am 3:2
(palavra do Senhor a Israel, a sua igreja nos tempos antigos)
De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi; portanto,
eu vos punirei por todas as vossas iniquidades.
Como disse
o apóstolo Pedro, o juízo de Deus começa pela igreja (veja 1ª Pedro 4.17)
Digo
justiça porque o Senhor nosso Deus, em sua Palavra, tem nos avisado, ao mundo
inteiro, que o pecado, isto é, a desobediência a Deus, trás castigo.
Como
escreveu o apóstolo Paulo, “o salário do
pecado é a morte” (Rm 6.23).
É claro
que Deus, na Bíblia não nos deu mandamentos por mero capricho temperamental.
Deus nos
deu mandamentos que são expressões do seu caráter santo, justo e amoroso, e têm
como propósito mostrar este caráter e ao mesmo tempo serem regras de uma vida
feliz e abençoada.
Quando
Deus ordena que não sejamos adúlteros, ele o faz por amor às famílias da terra.
Quando ele
diz que não podemos mentir, ou furtar, o cobiçar o que é do próximo, quando ele
diz que não podemos tirar a vida de outrem, ou qualquer outro mandamento, são
mandamentos de amor, que visam o nosso bem estar.
Ele amou o
mundo com tal intensidade, que deu seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, a fim de
que Jesus morresse na cruz pelos pecados de todo aquele que nele crer e se
arrepender (veja João 3:16).
E Deus também
nos tem avisado que os castigos temporais que vêm sobre o mundo, nas diversas
fases da história, são apenas um aviso, um vislumbre do castigo eterno que virá
sobre todos aqueles que não se arrependem; mas que insistem em continuar
desobedecendo, vivendo injustamente, promiscuamente, zombando do nome do nosso
Deus.
Agora,
meus irmãos, olhem para o mundo e para as chamadas igrejas cristãs, e vejam
como a nossa época está vivendo uma assustadora multiplicação da iniquidade.
Sistemas políticos e filosóficos inteiros estão sendo criados e implantados de
modo a dar lugar à pecaminosidade humana, destruindo valores morais,
espirituais, a família tal como Deus a criou, a igreja, promovendo a zombaria
contra Deus e a Bíblia.
Pensem
apenas no carnaval no Brasil (que aliás, deve ter sido porta de entrada de
muitas outras coisas ruins, e não somente o pecado).
Pensem nas
muitas igrejas que se dizem evangélicas, mas que promovem o charlatanismo, a
falta de temor a Deus, o usar o nome de Deus como se fosse um meio de ganhar
dinheiro. Gente que se diz profeta, apóstolo, curandeiro, exorcista, etc., mas
que fazem da fé um comércio.
Pensem nos
muitos cristãos que estão espiritualmente frios, amando mais as coisas do
mundo, buscando mais as coisas do mundo, que as coisas de Deus.
E Deus,
que é justo, que nos adverte em sua Palavra, está trazendo juízo. Está trazendo
esta pandemia.
Será que
dizer isto é falta de sensibilidade neste momento difícil? Será maldade da
minha parte? Ou será maldade de Deus? Será falta de amor?
Claro que
não!
3. Ao contrário, isto é também uma
demonstração de misericórdia
Am 5:4
Pois assim diz o SENHOR à
casa de Israel: Buscai-me e vivei.
Pois o
Senhor, ao trazer esta calamidade, está nos chamando, dizendo que esta é hora
oportuna de nos voltarmos para ele.
Eu tenho
recebido mensagens que nos contam como em tempos de guerra, fome e angústia,
nações foram levadas a jejuar, a orar, a pedir misericórdia de Deus.
E o Senhor
os ouviu. Como Nínive nos dias do profeta Jonas.
Como a
Inglaterra nos dias da Segunda Grande Guerra.
Tenho
ouvido de muitas igrejas chamarem seus membros à oração. Estas igrejas têm
entendido o recado de Deus.
E alguns
governantes também.
Pois Deus
nos diz na Bíblia:
13 Se eu cerrar os céus de
modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou
se enviar a peste entre o meu povo; 14 se o meu povo, que se chama
pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus
caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua
terra.
Então, nós sabemos que o castigo de Deus, no tempo
presente, nada mais é do que manifestação de misericórdia.
Porque é melhor sermos castigados agora, e abandonar o
pecado agora, do que sermos castigados no “dia do juízo final”.
Deus nos chama à conversão. Para que o busquemos. Este é
o dia da nossa visitação. É o tempo oportuno (2ª Co 6.2).
Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. 7
Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao
SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em
perdoar (Is 55:6,7).
Pois haverá tempo, e os sinais indicam que pode estar
perto o dia do juízo final, em que a oportunidade terá passado.
Assim irmãos, vamos considerar algumas aplicações da
verdade bíblica em nossas vidas no momento presente.
Primeiro, quero me dirigir aos que estão vivendo longe de
Deus.
Olha que Deus, e sua bondade, está chamando você ao
arrependimento. O dia é hoje.A hora é agora. Amanhã pode ser tarde.
Creia em Jesus. Deixe os seus maus caminhos e converta-se
a Deus, pois ele é fiel e justo. Ele perdoa os pecados, e sara nossas vidas.
Em segundo, quero dirigir-me aos que já são crentes, que
um dia arrependeram-se de seus pecados e seguem ao nosso Senhor e Salvador
Jesus.
Devemos aproveitar esta hora, este tempo que Deus está
nos dando, para crescer em nossa vida espiritual.
Vamos aproveitar este tempo que Deus está nos dando para
buscá-lo.
Muitos de nós foram vocacionados por Deus para estar na
linha de frente nesta grande batalha: temos muitos irmãos médicos e médicas,
enfermeiros e enfermeiras, e que com tantos outros profissionais de saúde,
estão lutando pelo bem nosso estar. Pessoas pelas quais devemos ser gratos,
ajudar no que for possível, pelas quais devemos interceder e amar.
Mas à maioria de nós o Senhor tem nos dado a oportunidade
de cessar nossas atividades comuns e podermos nos voltar para ele, em jejuns
orações, meditação na Palavra, comunhão em família.
Cada um aproveite a oportunidade dada por Deus, para
examinar-se a si mesmo:
Examine sua fé. Você está em paz no coração, sabendo que
Deus está no controle de tudo? Ou não? Está com medo? Está ansioso? Está
preocupado com a morte? Ou preocupado com possíveis perdas financeiras?
O medo e ansiedade podem ser sinais de que você precisa
se arrepender de certas coisas. Precisa lembra-se de que não só de pão viverá o
homem, mas de toda a Palavra que procede da boca de Deus.
Examine seus relacionamentos familiares, com os irmãos,
com os amigos, com o seu próximo.
Examine acima de tudo o seu relacionamento com Deus.
Há coisas das quais precisa arrepender-se?
Aproveite este tempo para orar sozinho. E para orar com
sua família.
O mesmo de Deus que disciplina, é o Deus que cura, que restaura.
O mesmo de Deus que disciplina, é o Deus que cura, que restaura.
Ore por proteção. Ore suplicando a graça de Deus sobre a
igreja, sobre o mundo (1ª Tm 2.1-4).
Ore pelos que se acham em posição de autoridade.
Ore pela paz de sua cidade, de sua nação.
Ore pelos médicos, crentes ou não, pelos cientistas,
crentes ou não. Que Deus os proteja, ilumine. Ore pela economia.
Ore. Ore. Ore.
Faça sua parte. Sem deixar de acudir os necessitados,
você deve seguir as orientações das autoridades governamentais, zelando pela
sua saúde e de sua família.
Não pense que crente em Jesus não fica doente (você sabe que fica); então “não dê uma de santarrão”, dizendo que as leis da natureza criadas por Deus não se aplicam a você. Seja prudente.
Não pense que crente em Jesus não fica doente (você sabe que fica); então “não dê uma de santarrão”, dizendo que as leis da natureza criadas por Deus não se aplicam a você. Seja prudente.
E no meio disto tudo, tenha paz, lançando sobre o Senhor
todas as suas ansiedades, porque o Senhor tem cuidado de nós (1ª Pe 5:7).
Como Paulo e Silas na prisão, que cantavam louvores ao
Senhor, cante louvores ao Senhor.
Mas se você não conseguir cantar, se para você for tempo de "pendurar sua harpa e lamentar" (Salmo 137:1-4), saiba que este tempo em breve passará, confiando que Deus é soberano, justo, bom,
fiel.
Nós esperamos que este tempo de disciplina e provação não demore, que esta praga cesse, e então, pelas misericórdias de Deus, estejamos juntos novamente no templo, realizando um culto de ação de graças. Aliás, as igrejas do mundo inteiro farão isto. Pois o Senhor, por tudo o que ele é, e por tudo o que ele faz, é digno do nosso reconhecimento e adoração.
Nós esperamos que este tempo de disciplina e provação não demore, que esta praga cesse, e então, pelas misericórdias de Deus, estejamos juntos novamente no templo, realizando um culto de ação de graças. Aliás, as igrejas do mundo inteiro farão isto. Pois o Senhor, por tudo o que ele é, e por tudo o que ele faz, é digno do nosso reconhecimento e adoração.
Eu li uma de suas postagens, pela qual ensinava sobre "não dê aos cães..." e gostei muito.
ResponderExcluirParece que muitas pessoas não visitam esse blog, mas eu gostei.
Deus te abençoe e um grande abraço.
-Gustavo Fernando
Este comentário foi removido pelo autor.
Excluir