3ª IPC de Guarulhos
Pr. Plínio Fernandes
A cada domingo
nós nos reunimos aqui para nossos cultos e escola dominical. Também costumamos
nos reunir para oração e estudo bíblico em outras ocasiões durante a semana.
Então invocamos a presença de
Deus em nossas orações e cânticos, agradecemos por seus cuidados, pela eterna
salvação, confessamos nossos pecados, estudamos e meditamos em sua Palavra.
Agora eu pergunto, amado:
– Qual é o impacto destas nossas atividades em sua vida diária?
– Quando nos reunimos, ao sair daqui, você percebe que a sua vida se
tornou um pouco mais santificada?
– Percebe que se tornou um marido melhor, uma esposa melhor, um filho
melhor?
– Você se tornou um pai melhor? Um homem mais crente, mais forte?
– Quando saímos daqui, você sai com mais vontade de servir a Cristo?
Você se torna uma testemunha melhor de Jesus, em sua maneira de viver e de
falar?
– E também: quando saímos daqui, você sai com vontade de voltar outra
vez, a fim de adorar a Deus?
– E quando alguma pessoa que não é crente em Jesus vem e participa
conosco – você tem visto algum visitante dizer: – “Deus está neste lugar”?
Estou fazendo estas perguntas,
irmãos, como introdução a um conjunto de ensinos muito importantes que o
Espírito Santo nos trás nos capítulos 10 a 14 aqui de 1ª aos Coríntios, ao
falar sobre as reuniões da igreja.
Conforme podemos ler aqui nesta
epístola, a igreja de Corinto era dotada de muitos dons espirituais.[1]
Mas, ao mesmo tempo, era lamentável a falta de maturidade espiritual da igreja
de Corinto.[2]
De acordo com o relato de Atos
capítulo 18, o apóstolo Paulo ficou naquela cidade aproximadamente dois anos,
evangelizando e ensinando a Palavra de Deus aos convertidos.
O próprio Senhor Jesus havia
aparecido a Paulo numa visão, dizendo: –
Não temas; pelo contrário, fala e não te cales, pois tenho muito povo nesta
cidade.
Paulo obedeceu ao Senhor, e
muitos coríntios creram e foram batizados. Depois destes dois anos Paulo
prosseguiu o seu ministério em outros lugares.
Mas a igreja de Corinto não
amadureceu espiritualmente, de sorte que nesta epístola Paulo descreve alguns
problemas sérios que havia entre eles: atitudes carnais como divisões,
partidarismos, mau testemunho diante do mundo, desonestidade e injustiças
entres os irmãos, imoralidades, visões distorcidas sobre a família, doutrinas
erradas.
E alguns dos problemas muito
sérios nos quais a igreja de Corinto estava envolvida diziam respeito às suas
reuniões.
Veja o que ele diz em 1ª Co 11:17
Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo,
porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior.
Veja também 11:20
Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a
ceia do Senhor que comeis.
São palavras fortes, para dizer que em sua maneira
de fazer as coisas eles não estavam cumprindo os propósitos de Deus.
Mas, se por um lado estas coisas
eram lamentáveis, por outro lado estes pecados deram ocasião a que Paulo
escrevesse uma extensa instrução a respeito das reuniões da igreja, de modo que
aqui nos capítulos 10:14 a 14:40 de 1ª aos Coríntios, temos uma série de
ensinamentos preciosos, que nos dizem como devemos fazer para que nossos
encontros sejam para melhor.
Há vários pontos nestes capítulos
que podemos sistematizar. Neles, Paulo nos ensina:
1. O propósito (ou propósitos)
que Deus tem, e que nós devemos ter em mente quando nos reunimos.
2. Os recursos que Deus nos tem
dado para o cumprimento deste propósito.
3. Como devemos usar estes
recursos que Deus nos tem dado.
Em nosso estudo
de hoje eu quero destacar os propósitos de Deus para as reuniões da igreja, que
devem ser também os nossos propósitos. Estes propósitos de Deus englobam tudo o
que a igreja deve fazer.
1.
A glória de Deus
1ª Co 10:31
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra
coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
Aqui Paulo ainda não penetrou “portas adentro” das
reuniões da igreja. Ele está encerrando o assunto da adoração aos ídolos,
dizendo que o crente deve fugir da idolatria, e introduzindo o assunto do culto
ao Senhor.
Ele diz que tudo o que fazemos para Deus deve ser
com vistas a glorificar a Deus por nossa maneira de viver diante dos homens.
Quando ele diz que devemos fazer tudo, desde as
coisas mais simples, como comer e beber, para a glória de Deus, está apontando
para a grande razão pela qual fomos criados.
Is 43:6,7
Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas!
Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, 7 a todos os que são chamados pelo
meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz.
Deus nos criou para a sua glória. Deus também nos
salvou para a sua glória.
Ef 1:3-6
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo, 4 assim
como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos
predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para
louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.
Estes textos ensinam que nossa vida, seja como
seres humanos, seja como pecadores redimidos por Jesus, deve ecoar aquilo para
o quê o Senhor Deus criou todas as coisas.
Rm 11:36
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas
as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
E mais: devemos ter consciência de que Deus é
zeloso de sua glória.
Is 48:11
Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto;
porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem.
Diante disto, amados, a cada momento em que nos
reunimos como igreja, seja no culto, nas reuniões de oração, nas atividades das
sociedades internas, no grupo de música, nos estudos bíblicos, nossa atitude
deve ser a mesma que Deus ordenou aos antigos sacerdotes de Israel:
Ml 2:1, 2
Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este
mandamento. 2 Se o não ouvirdes e se não
propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos,
enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho
amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.
2.
A edificação dos crentes
1ª Co 14:26
Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem
salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda
outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação.
Deus é glorificado em todas em todas as coisas, em
todas as áreas de nossa vida, na medida em que andamos em obediência à sua
Palavra.
Inclusive quando nos reunimos com vistas à
edificação uns dos outros, como igreja do Senhor.
Este é um propósito para o culto que nem sempre é
bem entendido, por causa de uma aplicação errônea de um princípio muito
importante, isto é o princípio de agradar a Deus acima de tudo.
Gl 1:10-12
Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens
ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não
seria servo de Cristo. 11 Faço-vos, porém, saber, irmãos,
que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, 12 porque eu não o recebi, nem o
aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.
Algumas pessoas entendem que
“agradar a Deus” significa, automaticamente, não se preocupar com os resultados
na vida das pessoas.
Mas Paulo, neste contexto, estava
destacando o fato de que sua doutrina não agradava às pessoas que se opunham ao
evangelho da graça de Deus, e ensinavam uma salvação pelas obras. Ora, se ele
cedesse para agradar a tais pessoas, então ele já não estaria servindo a Deus,
e sim a homens.
Neste sentido, não devemos
agradar a homens.
Mas por outro lado, ele diz aqui
em Corinto que tudo o que fazemos como igreja, no uso dos nossos dons, deve ter
como propósito edificar a igreja do Senhor.
Rm 15:1-3
Ora, nós que somos fortes devemos suportar as
debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos. 2 Portanto, cada um de
nós agrade ao próximo no que é bom para edificação. 3 Porque também Cristo
não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te
ultrajavam caíram sobre mim.
Sendo assim, em nossos encontros, devemos ter como
propósito o trabalhar para a edificação uns dos outros, o servir uns aos
outros.
Isto requer várias disposições do coração: amor
para com os irmãos, humildade, altruísmo (ausência de egoísmo), não tendo em
vista cada qual o que é propriamente seu, mas o que é dos outros.
O “por no coração” a edificação da igreja.
1ª Co 14:5
Eu quisera que vós todos falásseis em outras
línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior
ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja
receba edificação.
1ª Co 14:12
Assim, também vós, visto que desejais dons
espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja.
3.
O testemunho diante do mundo
1ª Co 14:23-25
Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar,
e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou
incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos? 24 Porém, se todos
profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e
por todos julgado; 25
tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a
face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de
vós.
Ainda que, em primeiro lugar, a
igreja se reúna para adoração a Deus e edificação dos crentes, o fato é que
muitas pessoas ainda não crentes sentem-se motivadas a participar dos cultos
cristãos.
Há daqueles que são trazidos por
um amigo crente. Há daqueles que sentem necessidades espirituais. Há também
daqueles que sentem-se atraídos por motivos menos nobres, como participar de um
evento social.
Mas não importa a razão, Deus
pode usar as reuniões da igreja como uma forma de bom testemunho diante do
mundo.
Se a Palavra de Deus é pregada,
pelo seu próprio poder é um instrumento que trás à tona o que se passa no
coração (interior) das pessoas, e elas são levadas a reconhecer que Deus está,
de fato presente na igreja, e é levada a adorar a Deus também.
Vejamos também Hb 4:12, 13
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração. 13
E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas
as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de
prestar contas.
Vejamos agora João 17:20
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles
que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra
Por isto em nossas igrejas, tudo o que fazemos tem
como ponto central o ensino e a prática da Palavra de Deus: ela edifica os
crentes e dá testemunho do evangelho diante do mundo.
Em conexão com o testemunho da igreja por meio da
Palavra, Jesus também diz que a vida de amor que os crentes manifestam é um
instrumento de Deus para que o mundo creia.
Jo 17:21-23
A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai,
em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me
enviaste. 22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado,
para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim
de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me
enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
Conclusão e aplicação
Três propósitos que devemos ter ao vir à igreja
para o culto (e todas as nossas demais atividades).
1. Glorificar a Deus.
2. Edificar nossos irmãos.
3. Testemunhar diante do mundo.
Coloque estes propósitos no coração cada vez que
você vier à igreja.
Faça o melhor, para que este propósito seja
alcançado.
Use os dons e capacidades que o Senhor tem dado a
você para a glória de Deus e o bem do seu próximo.
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