Encontros de louvor
1ª IPC de São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Eu desejo iniciar lendo dois textos com os irmãos, no
profeta Malaquias
Malaquias 2:13-16
Ainda
fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de
sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. 14 E perguntais: Por quê? Porque o
SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a
qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. 15 Não fez o SENHOR um, mesmo que
havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a
descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja
infiel para com a mulher da sua mocidade. 16 Porque o SENHOR, Deus de Israel,
diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes,
diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais
infiéis.
E agora Malaquias 4:5, 6
Eis
que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do
SENHOR; 6 ele converterá o coração dos pais aos filhos e o
coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com
maldição.
O tema que me foi dado a meditar com vocês é “redescobrindo
Deus na família: maridos e esposas, pais e filhos”.
Aprender e lembrar o que a Bíblia nos ensina sobre família é
sempre um prazer para os crentes.
Porque, que de acordo com a Bíblia, todas as coisas que Deus
criou, todas as esferas sociais que ele instituiu, todas as áreas de
conhecimento, e todas as coisas que ele tem falado, isto é, todos os
mandamentos, promessas, orientações, tudo, tudo, tudo, em nossa vida, é para
nos abençoar, como o fim supremo e principal que nós glorifiquemos a Deus e nos
alegremos nele para sempre: e isto inclui a nossa família – ela é para a glória
de Deus e a nossa felicidade.
O Rev. Sergio, ao me explicar seu propósito, bem como dos
jovens líderes que se reuniram para planejar este encontro, me disse que sua preocupação
é com o fato de que muitos crentes hoje em dia estão vivendo como se sua fé
religiosa e a vida familiar fossem coisas distintas, em compartimentos
separados.
São frequentes aos trabalhos da igreja, na maior parte das
vezes até muito ativos, mas isto não influencia a vida familiar, e são coisas
separadas da vida familiar.
E muitas vezes até existem conflitos familiares que se
arrastam pela vida, desencontros, mágoas, desrespeito, e não percebem que a
presença de Deus precisa ser redescoberta nos relacionamentos familiares: entre
maridos e esposas, entre pais e filhos.
Então a profecia de Malaquias me veio à mente, pois em seus
dias, o povo do Senhor estava passando exatamente por esta triste realidade:
tanto na igreja quanto na família e no trabalho, eles não estavam
experimentando a plenitude do conhecimento de Deus.
Eu quero enfatizar as pessoas a quem Malaquias dirige sua
mensagem.
Vamos ler cap. 1:2 (apenas a primeira frase)
Eu
vos tenho amado, diz o Senhor...
Agora, no cap. 2:3, onde o Senhor se refere à tribo de Levi
como tribo de sacerdotes, e assim representantes de Israel perante o Senhor:
Minha
aliança com ele foi de vida e paz...
Vejam: estas palavras são dirigidas ao povo da aliança, a
quem o Senhor amava. O povo escolhido para ser abençoado e para ser uma bênção
no mundo.
No primeiro texto que lemos (cap. 2), os homens de Israel
estão se queixando perante Deus:
- Senhor, nós temos
nos aproximado do teu altar, fazemos as nossas ofertas e oramos, mas o Senhor
não ouve as nossas orações.
- Jejuamos e choramos,
mas ainda assim o Senhor não atende. Porque?
Então o Senhor responde: -
É porque vocês estão sendo desleais, violentos, e não têm permanecido fiéis à
aliança que fizeram com a mulher da sua mocidade; aliança que fizeram na minha
presença. Então eu não aceito quando vocês me oferecem seus cultos. Eu não ouço
às suas orações.
No segundo texto (cap. 4), o Senhor diz que, quando o
coração dos pais e filhos não são convertidos uns aos outros, a terra é ferida
com maldição.
Aliás, amados, leiamos também o cap. 3:9a:
-
Com maldição sois amaldiçoados...
Estas palavras, maldito,
maldição e amaldiçoados, de uma
forma ou de outra, são recorrentes em Malaquias: aparecem pelo menos 6 vezes,
ora num contexto litúrgico, ora por causa das relações sociais, ora por causa
das relações familiares, e tudo interligado.
Por isto o profeta chama a igreja do Senhor ao
arrependimento.
Neste contexto há dois ensinamentos de Malaquias que desejo
destacar. Para “redescobrir” a Deus na família...
1. Maridos e esposas precisam manter o seu relacionamento de
aliança no Senhor.
2. Pais e filhos precisam estar convertidos uns aos outros.
Nestas poucas palavras de Malaquias nós temos uma
condensação de quase tudo o que a Bíblia nos ensina sobre este assunto, e é
claro que nestes poucos minutos que temos na há como desenvolver este assunto,
por isto eu quero apenas citar brevemente, mais sugerindo até, alguns
pensamentos para você se prolongar neles posteriormente.
Vamos começar pelo segundo texto – Ml 4:5, 6
1. Pais convertidos aos filhos, e filhos convertidos
aos seus pais.
O que é conversão? É quando você está com o seus olhos fixos
em determinada direção, andando por certo caminho, e percebe que este caminho
está andando não é bom, ou errado, e volta, em sentido contrário.
Imagine duas pessoas de costas uma para a outra, olhando
para caminhos opostos, e então estas pessoas se voltam, e ficam face a face, olhos
nos olhos. Isto é conversão entre duas pessoas.
E irmãos, eu acho esta figura, de duas pessoas face a face,
uma olhando para a outra, muito bonita.
Porque em João cap. 1, quando o apóstolo está introduzindo
seu evangelho, e falando sobre Jesus, ele diz que “no princípio era o Verbo e o
Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”; esta palavra “com”, que ele usa,
significa literalmente face a face.
Deus o Pai e Deus o Filho, na eternidade, estavam face a
face. Quando pais e filhos estão assim de corações face a face um com o outro,
estão refletindo a imagem do Senhor.
Pais e filhos convertidos uns aos outros são pais e filhos
que se relacionam segundo o Espírito de Deus.
Agora, neste mundo decaído, quais são as características de
um pai cujo coração foi convertido ao seu filho? Quais são as características de um filho cujo
coração é convertido ao seu pai?
Eu quero citar algumas, a começar com os pais:
1.1. São pais que, num mundo decaído, enxergam seus
filhos como pequenos milagres, nos quais a imagem deles, os pais, é
reproduzida, não só no sentido de que são pecadores, mas principalmente, de que
são também à imagem de Deus, e criados para Deus.
Por isto...
1.1.1 - São pais que têm com seus filhos uma relação de
amizade no Senhor
Vamos ler Deuteronômio 6:6, 7
Amarás,
pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a
tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as
inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
Aqui, ao orientar os filhos de Israel sobre como deveriam
ensinar aos seus filhos a amar ao Senhor e aos seus mandamentos, Deus pressupõe
que pais e filhos estão sempre juntos - são companheiros.
Estão juntos assentados em casa - na hora da refeição. Estão
juntos na sala de estar, no quintal. Andando pelo caminho - indo juntos à
igreja. Num passeio.
Mas juntos não apenas fisicamente - emocionalmente,
espiritualmente também – existem laços estreitos entre pai e filho.
São pais que não somente têm o amor do Senhor em seus
corações, mas que conseguem colocar este amor no interior de seus filhos.
Inculcam a Palavra de Deus no coração de seus filhos.
É um pai que conversa com seus filhos, e que lhes ensina o
modo de viver segundo Deus.
Vejam, meus irmãos: Deus quer revelar-se aos nossos filhos,
guiá-los, orientá-los quanto à sua vontade, em sua palavra, e a tarefa inicial
de levá-los a Deus cabe a nós.
Ensiná-los sobre como servir a Deus. Sobre como viver a vida
do ponto de vista de Deus. Ensiná-los sobre a igreja, sobre Deus, sobre a
vocação, sobre o trabalho, os estudos, a família, o namoro, noivado, casamento,
sexo...
Um pai convertido ao seu filho ajuda-o a resolver suas
perguntas.
Dt 6:20
Quando
teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos, e
estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? Então, dirás a teu filho...
(e o pai segue dando testemunho daquilo que Deus tem feito em sua vida).
Deus diz que, quando estamos praticando as coisas da nossa
fé, no começo nossos filhos apenas observam e praticam conosco.
Mas haverá um momento em que eles vão começar a perguntar: - O que significam, estas coisas em que
cremos e fazemos?
Na infância, apenas por aquela curiosidade, aquele impulso
de conhecer mais, com o qual fomos criados por Deus.
Mais tarde, na adolescência, podem surgir conflitos,
dúvidas.
E se formos pais que tiverem cultivado com os filhos um
relacionamento de amizade, será a nós que irão procurar na busca da solução das
suas dificuldades.
Nossos filhos precisam que sejamos seus amigos.
1.1.2 - São pais que disciplinam com amor
Com relação a esta questão, a Bíblia diz que há duas
atitudes erradas que os pais às vezes tomam em relação aos seus filhos.
Uma delas é disciplinar com ira, motivado pela raiva.
E a outra é não disciplinar: simplesmente deixar o filho
crescer fazendo o que quiser.
São duas ótimas maneiras de estragar a vida dos filhos.
Pv 13:24
O
que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina.
Pais que amam os filhos não somente os ensinam, mas também
os disciplinam quando houver necessidade, e disciplinam com uma preocupação
espiritual.
Provérbios 23:13,14
Não
retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.
Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.
Quando leio este versículo penso, por exemplo, numa coisa
que aconteceu quando a Rute era pequenina: uns dois ou três anos.
Nós estávamos caminhando no centro da cidade, na Praça do
Correio. A Rutinha entre a Tequinha e eu, segurando as nossas mãos.
De repente ela nos soltou e saiu correndo.
Então eu chamei: -
Rutinha!, E ela já estava quase descendo da calçada para a rua.
Quando a chamei ela parou na hora, e não desceu da calçada.
Passou um carro bem pertinho dela.
Já pensou se ela fosse daquelas crianças que, para obedecer,
o pai precisa chamá-la mais de uma vez? Ela teria morrido naquele dia.
Mas a Rutinha desde bem pequena aprendeu a obedecer logo, e
penso que isto mais de uma vez a livrou de grandes males.
Veja como isto é sério: se você disciplinar seu filho de
acordo com os princípios ensinados na Bíblia, seu filho não será prejudicado.
Não morrerá, não crescerá com problemas psicológicos, nem
afetivos, ao contrário, será uma pessoa de bem que anda no caminho da retidão,
que sabe obedecer, que andará nos caminhos de Deus e conhecerá a vida eterna.
Disciplina sem ira
Tg 1:20
Porque
a ira do homem não produz a justiça de Deus.
Disciplina sem deixar seu filho irado
Ef 6:4
E
vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na
admoestação do Senhor.
Cl 3:21
Pais,
não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados.
Isto implica, irmãos, “trabalho”. Significa não disciplinar
de qualquer maneira, mas ensinando antes, e explicando que quando houver
desobediência a disciplina é necessária, para que a criancinha não cresça de
qualquer maneira, por sua própria conta, mas aprendendo a obedecer de modo que
aprenda a obedecer a Deus também.
Significa orar antes. Significa orar com o filho depois,
abraçá-lo, para que ele saiba que é amado.
1.1.3 - Está sempre disposto a declarar seu amor ao filho,
a perdoá-lo
O melhor exemplo que vejo na Bíblia está naquela parábola
onde Jesus nos ensina como é o coração do nosso Pai celestial.
Lc 15:20
E,
levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o
avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
É a história de um jovem que saiu de casa, levando consigo
toda a sua herança, fruto de muitos anos de trabalho do seu pai, e desperdiçou
tudo com prazeres pecaminosos.
Um dia este filho volta pra casa, maltrapilho e faminto.
E muito antes de chegar em casa, o pai, que não tirava os
olhos da estrada, vê o filho ingrato voltando, e sai correndo ao seu encontro.
E o abraça, e beija, e faz uma festa. Isto é perdão. Jesus
está dizendo que o Pai celestial é assim conosco.
E um pai cujo coração é como o coração de Deus também é
assim com seus filhos.
Um pai cujo coração é convertido ao filho também é disposto
a pedir perdão.
Já aconteceu comigo e minhas filhas algumas vezes; nem
sempre eu tomo atitudes corretas; e quando percebo, preciso dizer: - Filha, eu agi errado; por favor, me perdoe.
Aliás, eu gosto daquelas três frases popularizadas pelo
pastor Jaime Kemp, que sempre precisam ser lembradas como parte na resolução de
conflitos:
- Eu estou errado.
- Me perdoe.
- Eu amo você.
Pais convertidos aos filhos estão sempre dispostos a
declarar seu amor para com o filho, como Deus faz conosco constantemente.
1.2. Filhos convertidos aos pais: são filhos que honram
seus pais
Êx 20:12
Honra
teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR,
teu Deus, te dá.
1.2.1 - Honram tendo uma relação de amor no Senhor
Pv 23:25,26
Alegrem-se
teu pai e tua mãe, e regozije-se a que te deu à luz. Dá-me, filho meu, o teu
coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.
Honram fazendo declaração de amor.
Como eu disse anteriormente, minha adolescência foi muito
doída, e neste tempo o meu coração se afastou de Deus.
Foi só em meados de 1978 que eu finalmente compreendi a
mensagem da salvação em Jesus, e entreguei minha vida a ele.
Mas nos primeiros meses de convertido eu tive muita
dificuldade com certos pecados, e em especial o vício de fumar, que eu havia
adquirido mais ou menos aos 14.
Como alguém que crê na Bíblia, eu sabia que agora o meu
corpo é um templo do Espírito Santo, e que o cigarro era algo que não me
convinha.
Então eu comecei a orar a respeito, pedindo a Deus que me
libertasse, e pedi que os irmãos da igreja também orassem em meu favor.
Eu conhecia o texto bíblico que diz: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará...” (João
8:32), e isto era um aguilhão em meu coração.
Como eu podia dizer que conhecia a Jesus e ao mesmo tempo
ser um escravo do cigarro? Isto me entristecia muito.
Um dia, conversando a respeito com o irmão que me ensinou os
primeiros passos na fé, ele de repente me perguntou: - Como é o seu relacionamento com sua mãe?
Eu respondi: - É bom.
E então me lembrei de que alguns domingos antes, ao chegar
da igreja, minha mãezinha me repreendera por causa do vício.
Então eu respondi com amargura: - Quando eu comecei a fumar a senhora me disse que iria me bater se eu
continuasse. E não bateu. Se tivesse feito isto eu não fumaria até hoje.
Meu amigo me perguntou: -
Você já pediu perdão para ela?
Eu respondi: - Não.
Ele não disse mais nada. Mas eu sabia o que deveria fazer.
Naquela noite, depois do culto, eu me aproximei dela e
disse: - Mãezinha, aquele dia eu falei
com a senhora assim e assim. Eu quero pedir que a senhora me perdoe. Não deveria
ter falado daquele jeito.
E minha mãezinha, a quem tantas vezes eu machucara com
minhas palavras amargas, me perdoou.
No dia seguinte eu “tentei” a fumar um cigarro; mas quando
comecei, percebi que não sentia mais nenhuma vontade, nenhum prazer, e me
perguntei: - Porque estou fumando?
Então joguei o cigarro fora. Já faz trinta e sete anos.
Deus poderia te me libertado daquele vício no momento em que
eu lhe entreguei minha vida, mas ele achou por bem que eu deveria primeiro
entender que precisava consertar o relacionamento com minha mãe.
Quando nosso coração é convertido a Deus, nos convertemos
também ao nosso semelhante - particularmente à nossa família – e começamos com
eles uma nova relação de amor.
2.2.2. Filhos convertidos aos pais têm os pais como
amigos – buscam seu conselho, sua orientação
Pv 6:20
Filho
meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os
perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço. Quando caminhares, isso te
guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.
Quando eu era recém-convertido eu fiz um propósito no meu
coração. Cada decisão que fosse tomar, cada escolha que fosse fazer, diferente
do que fizera até então, eu sempre me aconselharia com minha mãe.
Mas por força de hábitos antigos, eu comecei a namorar uma
jovem sem conversar com minha mãe.
Era uma jovem muito consagrada a Deus. Nós éramos grandes
amigos, e estávamos desejosos de ter um namoro segundo a Bíblia.
Mas quando começamos a namorar também começaram a surgir os
desentendimentos, as dificuldades, o nosso crescimento espiritual começou a ser
prejudicado, e eu desejava terminar o namoro mas ao mesmo tempo não queria
voltar atrás em minha palavra com aquela moça.
Então eu procurei o conselho de minha mãe. E ela me
respondeu: - Se você tivesse me
perguntado no começo, eu teria dito que seria melhor você não namorar esta
jovem; por isto, por isto e por isto.
E eu respondi: - Mas porque
a senhora não falou logo?
- Porque você não me
perguntou, e então eu não quis forçar a situação. Mas agora que você perguntou,
acho melhor que vocês terminem, continuem a buscar a Deus e na hora certa ele
vai colocar a pessoa certa nas vidas de vocês.
Foi um bom conselho, e hoje aquela irmã, assim como eu sou
casado com uma mulher santa e dedicada, é casada com um homem de Deus.
2.3 - Respeitam seus pais e reconhecem sua autoridade
Pv 30:17
Os
olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos
no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos.
É claro que Deus está usando uma linguagem figurada. De
outro modo haveria muita gente literalmente cega, não é?
Mas o que ele está dizendo é que existem pessoas que
desprezam os seus pais, que se acham mais cultos, mais inteligentes, mais
espertos, e “não enxergam um palmo à frente do nariz”.
Um filho cujo coração é convertido sabe também perdoar seus
pais; e sabe pedir perdão.
Não zomba dos pais, e não guarda rancor por suas fraquezas.
É um filho que aceita seus pais.
Agora vamos considerar nosso segundo ponto, que é o primeiro
que mencionamos. Para redescobrir Deus na família...
2. Maridos e esposas precisam manter o seu
relacionamento de aliança no Senhor.
O casamento é uma aliança no Senhor. E o que é aliança?
Resumindo, é quando duas pessoas se colocam uma diante da
outra, face a face, olhos nos olhos, e dizem uma à outra: - De agora em diante, eu pertenço a você, e você pertence a mim, na
presença de Deus. Pode contar comigo em todos os seus propósitos no Senhor; em
todas as situações. Pode contar comigo até que a morte nos separe.
E como pais e filhos, face a face, estão refletindo a imagem
do Senhor, assim também acontece quando um homem e uma mulher fazem uma
aliança, pois o Senhor é Deus de aliança, e como diz a carta aos Hebreus,
aliança eterna.
Agora, neste mundo decaído, eu quero citar pelo menos três
características de maridos e esposas que refletem a imagem do Senhor.
2.1. São cônjuges que aprendem a desenvolver um relacionamento
de graça e amor incondicional
Os 3:1-3
Disse-me
o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o
SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem
bolos de passas. 2 Comprei-a,
pois, para mim por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada; 3
e lhe disse: tu esperarás por mim muitos dias; não te prostituirás, nem serás
de outro homem; assim também eu esperarei por ti.
Estes versículos contêm a narrativa de duas histórias de um
amor muito forte.
Uma, do amor de um homem por uma mulher. O amor de Oséias,
um profeta do Senhor, por sua esposa Gômer, que embora tão amada foi tão infiel
ao seu marido, abandonando-o e trocando-o por outro homem.
A outra história é do amor do Senhor, que fez do casamento
de Oséias a semelhança do estava acontecendo entre ele, Deus, e seu povo
Israel.
Há duas expressões no v.1 que nos ajudam a entender que se
tratava da esposa de Oséias:
A primeira é a palavra “adúltera”: mulher casada, que estava
sendo infiel ao marido.
Oséias deveria tomá-la para si. Deus não lhe ordenaria a
tomar a esposa de outro homem, do contrário, seria adultério também.
A segunda expressão é “Vai outra vez”. Por quê? Porque esta
seria a segunda vez que Oséias deveria ir em busca desta mulher.
A primeira vez que Oséias foi em busca de Gômer está
descrita no cap. 1:2, 3, onde se narra o que aconteceu quando ele sentiu-se
chamado para ser profeta.
Quando,
pela primeira vez, falou o SENHOR por intermédio de Oséias, então, o SENHOR lhe
disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição,
porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR. 3 Foi-se, pois, e tomou a Gômer,
filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho.
- Toma uma mulher de
prostituições...
- Que lhe dará filhos
de prostituição...
E assim aconteceu: ela lhe deu um filho de prostituição. O
casamento de Oséias foi muito difícil.
Quando lhe nasceu o primeiro filho, foi chamado Jezreel, por
causa dos crimes de Israel naquele vale.
O v.6 diz que depois nasceu uma menina. E o Senhor ordenou
que ela fosse chamada “Lo-Rua-Ma”, que quer dizer “Desfavorecida”.
Depois, v.9, outro menino, a quem Deus chamou “Lo-ami”: “Não
meu povo”.
Assim, de filho em filho, de pecado em pecado, a crise
familiar foi se agravando.
Porque Gômer não amava seu esposo. Um dia ela não suportou
mais ficar em casa e foi-se embora com um amigo.
E acabou como uma verdadeira escrava, um objeto nas mãos de
alguém que por sua vez também não a amava.
Mas Deus lhe disse:
- Vai outra vez, ama
esta mulher, amada de seu amigo, e adúltera, da mesma maneira como o Senhor ama
os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses, e amem bolos de
passas.
Aqui, o Senhor compara as relações de Oséias com Gômer, com
as suas relações com Israel. Os dois estavam sendo traídos.
Deus ama Israel, mas seu povo, ao mesmo tempo em que
apreciava as bênçãos do Senhor, estava também adorando outros deuses.
Os israelitas cultuavam a Deus e a Baal. Ao Senhor e às
imagens. Para eles, Pai celestial não estava sendo suficiente, por isso serviam
a Deus e ao diabo, a Deus e o mundo.
Oséias, pois, que amava profundamente a Deus, e não tinha o
seu próprio ego por precioso, de acordo com a palavra de Deus foi até o “amigo”
- e que “amigo”.
Gostava tão pouco daquela mulher que a vendeu. Por 15 moedas
de prata e 200 litros de cevada Oséias a levou.
E Oséias, segundo a vontade de Deus, amou-a, perdoando-lhe e
recebendo-a de volta.
Então lhe disse:
- Você vai esperar por
mim muitos dias; não vai se prostituir, não vai mais me trair; durante esse
tempo não teremos relações conjugais, e eu também estarei esperando por você,
pelo seu amor. (paráfrase do v. 3).
- Por que desta
maneira, disse o Senhor, será também
comigo e Israel.
Pois Deus esperaria até que Israel se arrependesse e
voltasse para ele.
Vejam, irmãos, o pecado da infidelidade é muito grande: tão
grande aos olhos de Deus, que de acordo com a lei de Moisés deveria ser punido
com a morte.
E fere tanto ao coração humano que, neste caso, Jesus
permitiu que haja divórcio.
Mas ao mesmo tempo, o amor, o amor semelhante ao amor de
Deus, é capaz de perdoar e restaurar o maior dos pecadores.
O amor de Deus é estabelecido como padrão. Amor
incondicional. Amor perseverante.
Amor com o qual nos comprometemos no dia da nossa aliança
com a mulher da nossa aliança.
Agora, como é que uma pessoa consegue, não somente nos
grandes pecados, mas também nas pequenas falhas de cada dia, perdoar, renovar o
perdão, compreender a fragilidade, setenta vezes sete, de modo que a vida
conjugal não seja um fardo, antes, uma fonte de alegria?
v. 1 – “Disse-me o
Senhor...”
Sabe qual era o segredo de Oséias? Comunhão com Deus. Ele
tinha capacidade de ouvir a voz de Deus. Tinha ouvidos para ouvir o que o
Espírito diz ao seus filhos.
2.2. São cônjuges que desenvolvem alegria no
relacionamento conjugal
Sf 3:17
O
SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará
em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo.
Estas palavras deliciosas descrevem os sentimentos do Senhor
para com sua igreja.
Entre outras coisas ele diz que se deleita, que se alegra,
que se regozija com o povo da sua aliança.
Da mesma forma os cônjuges que permanecem na aliança que
fizeram perante o Senhor fazem um do outro uma fonte de alegria.
Pv 5:15-19
Bebe
a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço. 16 Derramar-se-iam por fora as tuas
fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas? 17 Sejam para ti somente e não para
os estranhos contigo. 18
Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, 19 corça de amores e gazela
graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as
suas carícias. 20 Por que,
filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra?
Você vê que o Espírito Santo está nos ensinando aqui sobre a
benção do relacionamento sexual com a esposa.
Quando Deus nos criou, nos fez, homens e mulheres, seres
sexuados.
E como tais, fomos criados com desejos sexuais, desejos bons
e legítimos, aos quais Deus se deleita em providenciar para que sejam
satisfeitos.
Por isto que aqui em Provérbios também está escrito que um
homem que acha uma esposa foi abençoado pela benevolência do Senhor.
Assim ele acrescenta aqui que este relacionamento íntimo, é
como uma manancial, uma fonte de água da qual brota um rio. Água é fonte de
vigor, vida, renovação, refrigério, alegria.
Então ordena o Senhor: -
Faça de seu relacionamento com sua esposa uma fonte de alegria. E em
Deuteronômio ele também ensina que o homem deve fazer sua esposa feliz[1].
Marido e esposa devem “beber do seu poço de água”, isto é,
devem se deleitar um no outro.
2.3. São cônjuges que descobrem, um no outro, uma fonte
de consolação
Gn 24:67
Isaque
conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por
mulher. Ele a amou; assim, foi Isaque consolado depois da morte de sua mãe.
Nossa vida neste mundo é cheia de tristezas. Mas também é
plena das consolações providenciadas pelo Senhor.
Pois o Deus de toda a consolação cuida para que suportemos
as provações na força do amor que ele tem por nós.
Ora, uma das maiores fontes de consolo em nossas tribulações
é o amor conjugal.
A esposa e o marido, devem ser um para o outro, o amigo que
ouve das tristezas, dos pecados, das necessidades, das infantilidades.
Que ouve e consola, mesmo que muitas vezes este consolo seja
apenas colocar a cabeça no ombro e fazer um cafuné.
São cônjuges que permanecem fiéis, desde o coração.
Ct 8:6
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o
teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o
ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas.
São palavras da esposa, dirigidas ao
marido. Assim como a igreja sabe da fidelidade do seu Deus, a esposa deseja a
fidelidade do marido, e o marido, de sua esposa.
Então ela pede: - Que no teu coração eu seja como um selo que proteja, que garanta e
que identifique a quem você pertence. Que quando alguém olhar para o teu coração
possa me ver estampada nele.
Conclusão e aplicação
2ª Co 3:18
E
todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como
pelo Senhor, o Espírito.
Para “redescobrir Deus na família...”
1. Maridos e esposas precisam estar face a face, mantendo o
seu relacionamento de aliança no Senhor.
2. Pais e filhos precisam estar face a face, convertidos uns
aos outros.
E como isto pode se realizar? Quando, iluminados o nosso
coração, olhamos para Deus, pelo Espírito, e pelo Espírito somos transformados
dia a dia, na imagem do Senhor.
Sejamos, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.
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