IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 21 de junho de
2015
Pr. Plínio Fernandes
Meus amados, vamos ler
Marcos 10:17-27
E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e,
ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 18 Respondeu-lhe Jesus:
Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus. 19 Sabes os mandamentos:
Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não
defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe. 20 Então, ele respondeu: Mestre,
tudo isso tenho observado desde a minha juventude. 21 E Jesus, fitando-o, o
amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos
pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me. 22 Ele, porém,
contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas
propriedades. 23 Então, Jesus, olhando ao redor,
disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que
têm riquezas! 24 Os discípulos estranharam estas
palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar
no reino de Deus! 25 É mais fácil passar um camelo
pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. 26 Eles ficaram sobremodo
maravilhados, dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo? 27 Jesus, porém, fitando
neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus,
porque para Deus tudo é possível. 28 Então, Pedro começou a
dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos. 29 Tornou Jesus: Em
verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou
mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, 30 que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães,
filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna. 31 Porém muitos primeiros
serão últimos; e os últimos, primeiros.
A história deste homem
é narrada nos três evangelhos sinóticos[1], e
cada um deles acrescenta certos detalhes que complementam aos outros,
contribuindo para que tenhamos uma visão bem abrangente dos acontecimentos.
Por exemplo, no texto
de Mateus lemos que ele era jovem. Em Lucas, que ele era um homem de boa
posição na sociedade, e além disto, não era apenas rico: era riquíssimo.
Juventude, boa posição riquezas!
Certamente são dons que podem trazer ao seu possuidor um alto nível de
satisfação. Quem não gostaria de ter estas coisas?
Mas este homem, mesmo possuidor
de tanto dinheiro e bens, não era como aquele fútil personagem criado por Oscar
Wilde, no “Retrato de Dorian Gray”.
Não era um homem
depravado; ao contrário, era um homem religioso, temente a Deus, e sentia que
sua juventude, posição e bens, em última instância, não poderiam lhe dar aquilo
que sua alma mais anelava: a certeza da salvação eterna.
Assim ele buscava, no
cumprimento à lei de Deus, alcançar a satisfação dos anseios mais profundos de
seu coração.
No entanto, ele reconhecia
que nem o ser uma pessoa religiosa, e diga-se de passagem, muito religiosa,
estava trazendo a resposta para sua necessidade espiritual.
Mas um dia ele ouve
falar de Jesus, o bom Mestre, que em todo o tempo ensinava sobre a graça de
Deus, o seu perdão e amor; o bom Mestre que declarava redenção aos maiores pecadores,
e ele foi ter com o Senhor.
Ajoelho-se aos pés de
Jesus, e perguntou súplice: “Bom Mestre,
que farei para herdar a vida eterna?”
Veja: este homem,
devoto que era, aproxima-se de Jesus, ajoelha-se, dirigi-se a ele como “bom
Mestre”.
Então Jesus lhe pergunta:
“Porque você me chama de bom? Você sabe
que só existe um que pode ser realmente chamado de bom, no sentido pleno da
palavra.”
Como quem diz: - Você sabe realmente quem eu sou?”
E continuou: “Você conhece os mandamentos: não mate não
adultere, não furte, não minta, não engane ninguém, honre seu pai e sua mãe...”
Certamente o Senhor
Jesus não estava com isto dizendo que este é o caminho para que sejamos salvos,
pois embora estes mandamentos sejam expressão do caráter bondoso de Deus, de
sua vontade para nossa vida, o próprio Senhor ensinou que somos maus[2],
pecadores, que não conseguimos obedecê-los de modo infalível; que, se
dependesse destas coisas, estaríamos irremediavelmente perdidos.
Mas com isto Jesus
estava dando ao jovem a oportunidade de reconhecer e confessar que sua
obediência não era suficiente para ser salvo.
E foi o que o jovem
fez: “Senhor, estas coisas todas tenho
feito, desde muito tempo...”
Então Jesus lhe
respondeu: “Só há uma coisa que falta:
Venda tudo o que você tem, dê aos pobres. Assim você terá um tesouro no céu.
Depois siga-me”.
Mas o jovem era riquíssimo. E nas
suas riquezas estava a sua confiança.
Então ele se afastou de Jesus. Abatido.
O vazio de sua alma não fora preenchido. O anseio do seu coração não fora
satisfeito.
Amados, esta história tão triste
nos foi contada aqui pelo Espírito Santo. E ele deseja que aprendamos dela.
Eu gostaria de, para nossa
instrução, fazer algumas considerações sobre este jovem rico.
1.
Ele estava com os anseios certos em seu coração
Vocês sabem, irmãos, todos nós,
no transcorrer desta vida aqui, temos muitas preocupações, muitos desejos,
muitas perguntas.
Algumas destas perguntas são
altamente filosóficas: - “De onde eu vim,
para onde vou, porque estou aqui?”
Outras nem tanto: - “O que comeremos, o que beberemos, com que
nos vestiremos? E o meu trabalho, no que será? Permanecer solteiro? casar? com
quem?”
São perguntas, são preocupações
importantes, que têm sua legitimidade.
Outras chegam a ser mesmo muito
fúteis: - “O que será que pensam de mim,
de minha aparência?”
Mas em última instância, só
existe uma preocupação que realmente importa: “Que farei para herdar a vida eterna?”
Aquele que faz esta pergunta está
no caminho da sabedoria.
Primeiro, porque esta pessoa já
entendeu que a nossa vida não se resume às coisas do tempo presente. Ela já
entendeu que cada um de nós tem uma alma, um “eu interior” que permanece
consciente no além, depois desta vida.
Além disto, já entendeu também
que no além existe uma vida de felicidade na presença de Deus, que a Bíblia
chama de vida eterna, e que existe também outra possibilidade, não de uma
existência feliz, mas daquilo que a Bíblia chama de vergonha e horror eternos [3].
E também já entendeu que é
responsabilidade de cada um de nós o cuidar de sua própria alma; que não
adianta nós ganharmos o mundo inteiro, se perdermos a nossa própria alma[4].
Este homem, judeu de boa posição,
havia sido educado no conhecimento das Escrituras Sagradas.
Escrituras que poderiam fazê-lo
sábio para a salvação por meio da fé em Jesus[5];
e então ele tinha esta grande preocupação: “O
que farei para herdar a vida eterna?”
- “Como eu posso ser salvo? Como posso ver o reino de Deus? O que fazer
para não ser confrontado com a vergonha e horror eternos?”
E nisto, este homem estava no caminho
da sabedoria.
Se você quer andar pelo caminho
da sabedoria, então este assunto deve ocupar um lugar de grande importância em
sua vida, pois não importa quantos anos você possa viver aqui neste mundo; sua
vida aqui não é eterna, mas no além ela será.
E onde você “passará a
eternidade”? No céu, como Jesus e todos os redimidos, ou no inferno, com o
diabo e seus anjos[6]?
2.
Este homem procurou a pessoa certa
Mestres de religião não faltavam
em Israel: sacerdotes, rabinos, escribas. Das mais diversas seitas: fariseus,
saduceus, essênios. Alguns de conotação fortemente política, outros fortemente
espiritualistas, outros fortemente ritualistas.
Mas todos eles tinham um problema
em comum. E para entender que problema era este vamos ler as palavras de Jesus
em Mateus 15:7-9.
Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: 8 Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9 E em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
Aquilo que Jesus está dizendo diretamente
aos fariseus era a descrição geral dos diferentes grupos: ensinavam formas de
religião como aquela que o jovem rico já conhecia, baseada em regras humanas,
baseadas em interpretações erradas das Escrituras, em tradições humanas, de
homens cujo coração estava longe de Deus.
Eram homens que adoravam a Deus
em vão, ensinando doutrinas, preceitos e costumes humanos, cujo coração estava
longe do Senhor, embora o adorassem, da boca pra fora.
E fora de Israel? Será que, se
este homem ansioso por Deus viajasse para terras distantes, encontraria nos
ensinos budistas o caminho para Deus?
Será que nos ensinos de Confúcio,
que pregava as virtudes humanas, ou nos filósofos gregos, ou nos deuses das
nações, ele encontraria o caminho da vida?
Certamente
que não. Pois a respeito de outros “pastores”, que vieram antes dele, Jesus
também havia pronunciado seu veredito:
Jo 10:8-11
Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas
não lhes deram ouvido. 9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por
mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem. 10 O ladrão vem somente
para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância. 11 Eu sou o bom pastor. O bom
pastor dá a vida pelas ovelhas.
Estas palavras do Senhor foram
especialmente importantes para mim, quando eu estava buscando a salvação de
minha própria alma.
Em minhas peregrinações
espirituais eu já havia lido de tudo: o Baghavad Gita, dezenas de livros
budistas, os Vedas, e também muitos outros escritos que vieram depois de Jesus.
Eu pensava que todos os caminhos levam a Deus.
Mas quando li estas palavras de
Jesus, nas quais ele se apresenta como único pastor, eu precisei meditar muito,
ponderar suas afirmações, pensar em sua vida, em suas revindicações, e crer ou
não em Jesus.
E Jesus foi demais persuasivo e
bondoso comigo. Ele se revelou aos olhos do meu coração.
Bem, amados, este jovem rico e
piedoso não procurou os mestres judeus. Talvez até o tivesse feito, mas não
aprendeu deles o que tanto precisava.
E conhecedor das Escrituras
judaicas, não procurou em outros deuses ou mestres estrangeiros a sua salvação.
Mas ele procurou a única pessoa
que poderia, de fato, conduzi-lo à vida eterna.
Primeiro, porque Jesus Cristo é o
próprio autor da vida. Foi ele quem criou o universo. E é ele quem sustenta o
universo.
Segundo, porque ele veio do céu
para nos ensinar o caminho para o céu.
Aliás, ele é o caminho, a
verdade, e a vida. Ninguém pode se achegar a Deus se não for por meio de Jesus
Cristo[7].
Ele é o bom pastor que veio para
dar a sua vida em favor das suas ovelhas.
Ele é quem poderia dar a paz, a
graça da vida que este jovem anelava.
E neste texto
aqui de Marcos, queridos, o Espírito Santo nos diz que houve uma grande razão
para Jesus vir ao mundo, a fim de dar a sua vida pelos pecadores.
Vejam o v. 21:
E
Jesus, fitando-o, o amou...
Jesus olhou para este homem: viu
sua necessidade, viu sua aflição.
Assim como noutro lugar está
escrito que Jesus olhava e se compadecia das multidões porque estavam aflitas e
exaustas, como ovelhas que não tem pastor[8].
E ainda noutro, que Jesus chorou
ao contemplar o futuro trágico de Jerusalém, visto que o tinham rejeitado[9].
Jesus olhou para este homem, e o
amou. Assim como Jesus olha desde o céu, e ama a cada pecador.
Jesus é o bom pastor porque ele
nos ama. Jesus deu a sua vida por nós, porque nos ama. Jesus quer nos salvar do
inferno, nos dar vida no céu, porque nos ama.
E também foi por amor que o
Senhor então lhe respondeu. Isto nos
conduz ao próximo ponto...
3.
Este jovem ouviu a resposta certa
v.
21 - Só uma coisa te falta:
Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então,
vem e segue-me.
Fique claro, meus irmãos, que
Jesus não está dizendo aqui que, todo aquele que quiser ser salvo precisa
literalmente vender tudo o que tem, dar aos pobres, viver uma vida de pobreza e
assim tornar-se merecedor do reino do céu.
Mas o que o Senhor está fazendo é
aplicar no caso particular, conforme a necessidade deste homem, um princípio
cujo ensino ele repete muitas vezes nos evangelhos, e na Bíblia toda: o
princípio de que, crer em Jesus, torna-se seu discípulo, implica em, ao mesmo
tempo, abrir mão de qualquer coisa que ocupe em nosso coração um lugar que só
cabe a Deus.
Por exemplo:
Mt 13:44
O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo
homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o
que tem e compra aquele campo.
Nesta parábola o reino
dos céus é comparado a um tesouro escondido em um campo, que um dia um homem
encontra.
É um tesouro
inigualável, que o homem não tem recursos para adquirir. Mas então ele pensa:
se eu ajuntar tudo quanto tenho e vender, eu posso comprar o campo, e se o
campo for meu, então o tesouro que nele está será também.
Então ele vai, vende
tudo o que tem, compra o terreno, e assim adquire um tesouro imenso.
Assim também é o reino
dos céus. Se quisermos nos apossar dele, precisamos entender o seu valor, precisamos
entregar tudo o que temos.
Ou como diz o próximo texto, para ganharmos a vida eterna, precisamos
morrer para nós mesmos, tomar a nossa cruz.
Mt 10:37-40
Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama
seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. 39 Quem acha a sua vida
perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.
Jesus menciona aqui
aquelas que são, e devem ser, as pessoas mais preciosas aos nossos olhos: pai e
mãe, e filhos.
São pessoas preciosas,
a quem devemos amar e honrar, a quem não devemos abandonar. E isto segundo as
próprias Escrituras.
Mas, se por causa da
dureza do coração humano, formos colocados em situações nas quais precisamos
escolher entre amar a Deus ou amar pai e mãe, e filhos, diz o Senhor, então o
Senhor precisa ser escolhido.
Aliás, mesmo quando não
for uma questão de escolha, Jesus tem o direito, e nós o dever, de amá-lo acima
de tudo, acima de todos.
E Jesus nos dá uma boa razão para que nós o amemos assim.
1ª Jo 4:19
Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
Vejam, queridos: Jesus,
por si só, é digno de todo o nosso amor, de toda a nossa adoração, admiração,
louvor e obediência.
Ele é o rei do
universo. Ele é o criador e o mantenedor de tudo. Ele é cheio de bondade. Ele é
infinito em sabedoria, em poder, em majestade. Por todas estas coisas, e muitas
outras mais, ele é digno.
Mas a Escritura ainda
acrescenta: nisto consiste o amor – não em que tenhamos amado a Deus (somos
pecadores maus), mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação
pelos nossos pecados[10]. Nós
amamos porque ele nos amou primeiro.
Assim o que Jesus está
dizendo ao jovem é o mesmo que ele diz a todos os que desejam a salvação
eterna: - “Abra a mão das coisas mais
preciosas aos teus olhos, e depois, siga-me”.
- “Se você me seguir, terá um tesouro no céu”.
Com todo o amor, o
Senhor Jesus lhe ensinou o caminho da vida.
Mas este jovem rico, de boa posição, religioso, que
estava com os anseios certos em seu coração, que procurou a pessoa certa que
poderia dar-lhe a salvação, que ouviu o ensinamento certo...
4. Tomou a decisão errada
v. 22 - Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque
era dono de muitas propriedades.
Note bem isto, meu
querido: Jesus amou este homem. Mas amar não significa falar somente aquilo que
o outro deseja ouvir.
Este homem não ficou
feliz com a doutrina de Jesus. Não seguiu a Jesus. Antes, retirou-se
contrariado e triste, porque ele tinha muitas riquezas. Tinha muitas coisas das
quais não queria abrir mão.
Interessante, meus
irmãos, é que Jesus não saiu correndo atrás daquele jovem dizendo: - “Volte; apenas creia em mim e depois conversaremos
melhor”.
Isto me faz entender
que muito das práticas modernas de evangelização estão erradas.
Que muitas vezes os
crentes, querendo ganhar outros para Cristo acabam deixando as pessoas
continuarem egoístas, amantes de si mesmas, falsamente convertidas.
A prova disto é que muita gente, quando contrariada
com alguma coisa, deixa sua igreja e vai para outra, onde a sua vontade será
feita. E se na nova igreja se sentir contrariada, muda-se para outra. E assim
continua.
Mas Jesus, embora o
amasse, não foi atrás, suplicando que o jovem volte.
E havia uma razão: nos
vs. 23-25 o Senhor descreve o estado de alma que levou aquele rapaz a
afastar-se daquela maneira:
Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão
dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! 24 Os discípulos
estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão
difícil é para os que confiam nas
riquezas entrar no reino de Deus! 25 É mais fácil passar um camelo
pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
O problema daquele
jovem, disse o Senhor, é que o coração dele estava nas riquezas.
Assim como o coração de
muita gente, religiosa até, está nas coisas deste mundo.
Há daqueles que não
querem seguir a Jesus porque isto significaria abandonar os cigarros, e amam
mais os cigarros do que a Jesus.
Há daqueles que não
seguem a Jesus porque isto significaria deixar a bebida, a embriaguez, e não
querem deixar a bebida.
Há daqueles que não
querem seguir a Jesus porque significaria abandonar o adultério, a
prostituição, as práticas homossexuais, mas amam os seus pecados mais que a
Jesus.
Há daqueles que amam
mais a namorada, o namorado, do que a Jesus.
Há daqueles que amam
mais o dinheiro, o emprego desonesto, do que a Jesus.
Há daqueles que amam
mais a sua falsa religião, até mesmo o seu falso evangelho, do que a Jesus.
Os discípulos ficaram
admirados. Talvez, em seus pensamentos, os ricos conseguissem tudo o que
desejavam, ou talvez tivessem mais oportunidades e recursos para praticarem o
bem.
E se mesmo para os
ricos é tão difícil entrar no reino dos céus, “quem é que consegue”?
Então Jesus vai ao
cerne de tudo: o que é impossível aos homens, é possível para Deus.
O homem não pode se
salvar: o homem, por si só, não consegue deixar de amar as coisas deste mundo.
O homem, por si só, não
tem o poder de amar a Deus, de seguir a Jesus.
Mas quando Deus age no
coração do homem, ele tira o coração de pedra, duro, insensível, e o transforma
num coração santo[11].
Transforma-o num
coração sensível, que diz: - “Eu o amo,
porque ele me amou primeiro”.
Conclusão e aplicação
Eu desejo fazer algumas
aplicações práticas para todos nós que aqui estamos.
1. Nos vs. 28-31,
primeiramente Pedro diz a Jesus
- “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos”.
Muitos de vocês bem
podem dizer ao Senhor, nesta hora, as mesmas palavras.
- “Senhor, eis que eu tenho deixado tudo para te seguir.
Deixei meus vícios, meus pecados, deixei os prazeres deste mundo, deixei tudo.
Tu és o dono do meu coração.”
Se assim tem sido com
você, ouça a resposta de Jesus:
- “Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado
casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim
e por amor do evangelho, que não receba, já no
presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos...”
Sim, porque você, que
abre mão de tudo por amor a Jesus, ganha muito mais, desde já. Você tem irmãos,
e mães, e pais, espalhados pelo mundo inteiro, a grande família de Deus, que
reparte com você tudo o que é necessário. Você pode não ser rico em si mesmo.
Mas tem sido enriquecido em tudo.
Jesus também diz que
ser perseguido por causa dele é uma coisa inevitável: por causa dele você
perderá amigos, pode perder posições neste mundo, assim como rejeitam a ele,
você poderá ser rejeitado também.
Mas como Paulo escreveu
mais tarde, “se com ele sofrermos, com
ele seremos glorificados” [12].
Então Jesus promete a
você: no mundo porvir, a vida eterna.
2. Mas, com a sua permissão,
eu gostaria de concluir a mensagem desta noite contando um pouco sobre a minha
conversão.
Quando contava doze ou
treze anos de idade, eu frequentava certa igreja evangélica. Um dia, como parte
da programação da Escola Dominical, fui convidado a fazer um resumo, perante a
igreja, do ensino daquela manhã.
Então eu fui à frente,
e expliquei o que havia aprendido sobre o salmo 23, “o salmo do bom pastor”.
Expliquei de tal forma que muitas pessoas ficaram admiradas, e os líderes da
igreja vieram a mim depois, e me perguntaram: - “Você conhece a Bíblia. Porque você não faz a sua pública profissão de
fé e se batiza?”
Eu respondi: - “É que eu ainda não sou convertido.”
Entende? Eu conhecia um
pouco do salmo do bom pastor, mas não conhecia o pastor do salmo.
Havia pecados que eu
não deixava. Havia pessoas que se interpunham entre mim e Deus.
Em outras palavras, eu
não amava a Deus.
Mas Deus me amava, e algum
tempo depois eu comecei a sentir desejos de Deus, e comecei a sentir o peso dos
meus pecados.
Então comecei a
“praticar a religião” com mais afinco. Eu queria me converter. Mas quanto mais
eu buscava me converter, mais percebia o quanto não conseguia. O bem que
desejava fazer, eu não fazia.
O mal que não desejava,
isto fazia. E fui me sentindo cada vez mais miserável e desesperado
E comecei a suplicar a
Deus que tivesse misericórdia.
Até que um dia, pela
sua graça, os meus olhos foram abertos, eu entreguei ao Senhor todas as áreas
da minha vida, os meus grilhões foram quebrados, e minha alma foi salva.
Querido, não estará
você passando pelo mesmo caminho?
Você é uma pessoa
convertida? Você já abriu mão deste mundo para seguir ao Senhor?
Deixe-me dizer uma
coisa: Jesus te ama, e deseja que você se converta, mas ele não fica como uma
mendigo na chuva, batendo na porta do teu coração.
Você é que precisa se
arrepender, e dizer: - “Senhor, eu não
posso abandonar meus pecados, não posso me converter a ti, se não for a tua
graça agindo em mim. Tem misericórdia de mim, pecador [13]. Aquilo
que é impossível para mim não é impossível para o Senhor. Converte-me, e serei
convertido[14],
salva-me e serei salvo[15].”
Se você fizer assim, se
você desejar a salvação de sua alma, mais do que dinheiro, bens, posições, mais
do que qualquer outra pessoa que não for Jesus, se você buscar arrependimento
como quem busca tesouros inigualáveis, se você invocar a Deus te todo o teu
coração, você será salvo[16].
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