Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 25 de março de 2012
Pr. Plínio Fernandes
Meus
irmãos, vamos ler Mateus 3:1-17
1 Naqueles
dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia: 2
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. 3 Porque este
é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 4 Usava
João vestes de pêlos de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação eram
gafanhotos e mel silvestre. 5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém,
toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; 6 e eram por ele
batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 7 Vendo ele,
porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de
víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? 8 Produzi, pois,
frutos dignos de arrependimento; 9 e não comeceis a dizer entre vós
mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus
pode suscitar filhos a Abraão. 10 Já está posto o machado à raiz das
árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao
fogo. 11 Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que
vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de
levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12 A sua
pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo
no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível. 13 Por esse
tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o
batizasse. 14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser
batizado por ti, e tu vens a mim? 15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa
por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o
admitiu. 16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.17
E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Vocês se lembram que, ao tempo do nascimento de
Jesus, José e Maria tinham parentes que residiam na Judéia, na “região
montanhosa de Efraim”. Havia uma prima de Maria, chamada Isabel, esposa do
sacerdote Zacarias. Poucos meses antes de Jesus nascer, Zacarias e Isabel também
tiveram um filho, a quem deram o nome de João.
Este João, “parente” de Jesus, tornou-se um profeta,
e é sobre ele que lemos aqui, no início do capítulo 3 do Evangelho de Mateus.
Mais tarde, quando chegarmos ao capítulo 11, teremos oportunidade de voltar a
João Batista de modo mais amplo, diante do testemunho que o próprio Senhor
Jesus deu a respeito dele.
Nos dias da Reforma Protestante surgiram grupos que
mais tarde também vieram a ser chamados “batistas”, mas naturalmente não existem
vínculos históricos com este profeta. Ele é chamado “batista”, ou “batizador”,
porque começou a pregar a Palavra de Deus, exortando às pessoas que se
arrependessem de seus pecados, voltassem para Deus, começassem vida nova, e chamando-as
a se submeterem ao batismo com água como uma expressão de sua purificação
espiritual.
Embora os ritos batismais não fossem uma novidade
entre os judeus, os termos de João Batista é que eram. Pois ele pregava uma
purificação total de vida, uma mudança radical de pensamento; pregava conversão,
porque o reino de Deus estava se aproximando, e as pessoas deviam se preparar para
ele. As pessoas precisavam se arrepender, ele dizia, porque em breve viria
alguém muito maior, alguém a quem ele servia.
Ele, João, batizava com água, mas aquele que viria
em breve batizaria com o Espírito Santo e com fogo. Este alguém traria salvação;
mas também traria juízo, como um homem que vai ao campo para colher os frutos
de suas árvores, e percebe que algumas não dão fruto. Então ele toma um
machado, corta as árvores que não dão fruto e a transforma em lenha para a
fogueira. As pessoas precisavam “produzir o fruto digno do reino, o
arrependimento”, antes que chegasse o dia do juízo – arrependimento,
“metanóia”, significa transformar a maneira de pensar, e a partir disto,
começar uma vida nova.
Então milhares de pessoas vinham a João Batista às
margens do rio Jordão, na Judéia, e confessando os seus pecados, eram batizadas
por ele. Até os escribas e fariseus, vendo a popularidade do profeta, iam a ele
para serem batizados. Mas João, vendo que não era verdadeira a conversão de
muitos deles, os exortava a se arrependerem realmente, preparando seus corações
para aquele que viria.
Um dia aconteceu uma coisa que nem mesmo João estava
esperando. Jesus saiu da Galiléia, ao norte, desceu até à Judéia, e foi
encontra-se com João, a fim de ser batizado por ele. Nós sabemos, através do Evangelho
de João, que até aquele momento o “batista” não tinha ainda todo o conhecimento
de que Jesus era o Messias [1]. Nem sabemos se eles já se
conheciam anteriormente.
Mas quando Jesus se aproximou, João o reconheceu e
viu que ele não era mais um “simples pecador que precisava se arrepender”. Pois
João diz: “Não posso te batizar. Eu é que
deveria ser batizado por ti”. E Jesus respondeu: “Deixe por enquanto. É necessário que assim façamos, para que se cumpra
toda a justiça”, isto é, para que a justiça que Deus exige seja satisfeita.
Então João batizou ao Senhor. E logo que Jesus saiu
da água, os céus como que se abriram; João viu o Espírito de Deus descendo
sobre Jesus, como se fosse uma pomba. E uma voz do céu dizia: “Este é o meu filho amado, em quem me
comprazo”.
Ao contar todas estas coisas, mais uma vez Mateus
nos diz que nisto também estava se cumprindo uma antiga profecia. Pois o
profeta Isaías proclamara que, antes que o Senhor viesse, ele enviaria um
precursor, um arauto, clamando no deserto: “Voz
do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas
veredas”. Na vinda de João Batista, Mateus e os demais evangelistas
perceberam um cumprimento claríssimo das palavras de Isaías 40 versículo 3.
João Batista era a voz que clamava no deserto, que prepararia o caminho do
Senhor Deus, o pastor de Israel.
E Jesus, o Senhor que viria: O pastor que carregaria
as ovelhinhas nos braços. O criador das estrelas, o Senhor do universo.O Deus que
não se cansa nem se fadiga, que faz forte ao cansado, que multiplica as forças
do que não tem vigor.
Mais uma vez, Mateus nos apresenta Jesus como o
prometido do Antigo Testamento. Por um lado, Jesus é aquele quem trás a nós o
cumprimento das promessas de Deus. Por outro lado, ele é quem satisfaz os
desejos de Deus em relação a nós. E ele consegue estas duas coisas, porque
assume o nosso lugar diante de Deus, como nosso representante. Jesus é a
satisfação do coração de Deus.
Vamos começar com o v. 17 – “E eis uma
voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.
1. Jesus é o amado Filho de Deus
“Este é o meu
Filho amado, em quem está o meu prazer, em quem tenho alegria, em quem eu me
deleito”. O significado é “aquele em quem o meu prazer está”, isto é, “em
quem o meu plano de salvação está centralizado” [2].
Em nossos estudos anteriores, vimos como Mateus
comprova que em Jesus se cumprem muitas promessas feitas por Deus no Antigo
Testamento. No cap. 1:1-17, Jesus é o descendente de Abraão, por meio de quem
são abençoadas todas as nações da Terra. Jesus é também o descendente de Davi,
herdeiro de um reino eterno, que reina com amor, sabedoria e justiça. Ainda no
cap. 1, do versículo 18 em diante, Jesus é Emanuel, Deus que se fez homem,
habitou entre nós e está sempre conosco. É o Deus-Homem que nos salva dos
nossos pecados. No cap. 2, Jesus é o rei-pastor, o guia que apascenta suas
ovelhas. Os planos do amor de Deus para a nossa salvação, para o nosso cuidado,
se cumprem em Jesus.
Deus é santo e justo. Por causa disto era necessário
que os nossos pecados fossem castigados. Deus é santo, justo e amoroso. Por
causa disto ele desejava perdoar os nossos pecados. A justiça e o amor santos de Deus não se
satisfariam com nada menos que estas duas coisas. Então Deus determinou que em
Cristo os nossos pecados seriam castigados. E que também por causa de Cristo os nossos
pecados seriam perdoados.
Há uma passagem no profeta Isaías, que, embora possa
nos chocar com sua maneira de falar, representa esta grande verdade.
Is 53:6
“Todos nós andávamos
desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez
cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.
Is 53:10
“Todavia, ao SENHOR agradou
moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado,
verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR
prosperará nas suas mãos”.
Note o v. 10: “Ao
Senhor agradou moê-lo...”, o Senhor desejou
que ele sofresse, fazendo cair sobre ele todos os nossos pecados. E agora
vejamos o v. 5
“Mas ele foi traspassado pelas
nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
Isto trás consigo pelo menos duas grandes
implicações imediatas:
A primeira, irmãos, é que Jesus é o único caminho
para a nossa salvação e para todo o nosso relacionamento com Deus. Se ele é o Filho amado de Deus, em quem o Pai se
satisfaz, isto quer dizer que não existem outros. Por isto é que Jesus nos diz:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim”.[3] Agora vejamos o testemunho
de Pedro:
At 4:11-12
“Este Jesus é pedra rejeitada
por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. 12 E não há salvação em nenhum
outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos salvos”.
A segunda implicação é que, se Jesus é aquele em
quem os planos de Deus se cumprem, ele satisfaz plenamente tudo quanto a
justiça de Deus requer. Em outras palavras, Jesus é o nosso suficiente
Salvador; não precisamos mais nada, nem mais ninguém, além de Jesus. Por meio
de Jesus nós realmente temos paz com Deus. Por meio de Jesus nós fomos para
sempre e eternamente reconciliados com o Pai celeste. Por meio de Jesus nós
estamos realmente salvos.
2. Em Jesus a vontade de Deus foi plenamente
satisfeita
Isto fica patente aos nossos olhos quando vemos o
proceder de Jesus em relação a João Batista. Há dois pontos que desejo
destacar:
2.1
– Jesus precisou ser batizado com água – isto o identifica conosco
Jesus foi até João a fim de ser batizado. E João
ficou espantado.
- “Eu não sou digno de carregar as tuas
sandálias. Eu é que deveria ser batizado por ti, e tu vens a mim”?
Pois em Jesus não havia pecado. Não havia coisas das
quais ele precisava se arrepender. Não havia pecados que ele precisasse
confessar. Não havia imundícies das quais se purificar.Mas Jesus respondeu a
João: “Nós precisamos fazer assim, porque
esta é a maneira como será satisfeita toda a justiça”.
O que isto quer dizer? Se Jesus não era pecador,
porque ele teria que ser batizado com água, como se fosse? Creio que a
explicação mais concisa se encontra na 2ª Carta aos Coríntios:
2ª Co 5:21
“Aquele que não conheceu
pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de
Deus”.
Jesus estava assumindo em si mesmo a nossa condição
de pecadores. Condição que seria levada às últimas consequências quando ele
desse a sua vida na cruz em nosso lugar. Estava se identificando conosco como
pecadores.
2.2
– Jesus foi ungido com o Espírito Santo – isto o identifica com Deus
Isto
é, por um lado, ligado a nós, por outro, ligado ao Pai. Em Isaías há uma
profecia lindíssima a respeito da unção de Jesus pelo Espírito Santo
Is 61:1-3
1 O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR
me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os
quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em
liberdade os algemados; 2 a
apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a
consolar todos os que choram 3
e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de
alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a
fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua
glória.
No Evangelho de Lucas esta passagem é citada
especificamente pelo Senhor
Lc 4:17-21
17 Então, lhe deram o livro do
profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: 18
O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista
aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19 e apregoar o ano aceitável do Senhor. 20 Tendo
fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga
tinham os olhos fitos nele. 21 Então, passou Jesus a dizer-lhes:
Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.
No livro de Atos o apóstolo Pedro resume muito bem
toda a obra de Jesus, iniciando aqui no batismo que João.
At 10:37-42
37 Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a
Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João
pregou, 38 como Deus ungiu a
Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte,
fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;
39 e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus
e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro. A
este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto, 41
não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por
Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre
os mortos;42 e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem
foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos.
Assim, identificando-se conosco, tornando-se como
nós, batizando-se com água, e ungido com o Espírito Santo, Jesus pode se tornar
o nosso representante diante de Deus, e iniciou seu ministério. A justiça de
Deus estava sendo feita.
3. Jesus nos concede o Espírito Santo
Uma vez que Jesus satisfez completamente a justiça
de Deus, ele adquiriu para nós o direito de recebermos o Espírito Santo.
v. 11
“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele
que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno
de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
Porque João Batista nos diz que Jesus batizaria
seus ouvintes com Espírito Santo e com fogo? Nas Escrituras, muitas vezes o
fogo é um símbolo de purificação. No contexto, João estava dizendo que a vinda
de Jesus traria salvação para muitas pessoas, isto é, para aquelas que,
arrependidas de seus pecados se convertessem. Mas para aqueles que não se
arrependessem, seria como um machado colocado na raiz das árvores, que as
cortaria e lançaria no fogo. Para uns, portanto, a vinda de Jesus traria o
batismo com o Espírito Santo, mas para outros, traria o juízo.
Diante disto, há duas principais possibilidades de
interpretação:
Alguns entendem que o batismo com fogo é um aspecto
do batismo com o Espírito, que trás purificação na vida espiritual do crente. Outros
entendem que o batismo com fogo é o batismo do juízo sobre os descrentes.
Mas seja qual for a maneira de se entender, o ponto
principal é que Jesus concede o Espírito Santo. Esse batismo com o Espírito Santo também é uma
promessa de Deus através dos profetas, como Isaías, Ezequiel, Joel e Zacarias. Eu
quero destacar o profeta Ezequiel. Ele diz
que o Espírito seria dado para a nossa regeneração espiritual.
Ez 36:25-27
25 Então, aspergirei água pura
sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os
vossos ídolos vos purificarei.26 Dar-vos-ei coração novo e porei
dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei
coração de carne. 27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que
andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.
E o apostolo Paulo nos ensina que é precisamente
isto o que acontece quando cremos em Jesus para a nossa salvação e nos
convertemos a ele.
Tt 3:4-6
4 Quando, porém, se manifestou a
benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, 5
não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele
nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, 6
que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso
Salvador...
Na carta aos Coríntios, ele diz que é graças ao
Espírito Santo que somos capacitados a conhecer as coisas que Deus tem
preparado para nós.
1ª Co 2:12
“Ora, nós não temos recebido o
espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que
por Deus nos foi dado gratuitamente”.
Não vamos agora estudar
sobre a obra do Espírito em nossa vida, mas destacar que ele é um dom de Jesus
a nós.
Jo 7:37-39
37 No último dia, o grande dia da
festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. 38
Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água
viva. 39 Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de
receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado,
porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
Quando é que o Espírito Santo foi dado?
At 2:33
“Exaltado, pois, à destra de Deus,
tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e
ouvis”.
Assim, a promessa é esta: todos aqueles que recebem
a Jesus como seu Salvador, recebem o dom do Espírito Santo, em seu coração, em
seu interior, e este Espírito de Deus se torna nele uma fonte de vida, paz,
alegria, amor, bondade, poder, consolação, orientação, santificação, comunhão
com Deus, conhecimento dele, dons espirituais.
Todas as coisas que Jesus nos veio trazer são dadas
a nós mediante o Espírito Santo que veio habitar em nosso coração. Pense
naquele que habita em nosso coração: o Espírito de Deus, que pairava sobre as
águas na criação do mundo; o Espírito Santo que ungiu os lábios de Jesus, para
que palavras de graça saíssem de seus lábios; o Espírito Santo que foi enviado
para nos ensinar sobre Jesus, para nos dar poder para testemunhar ao mundo; o
Espírito Santo que nos foi dado a fim de que conheçamos as coisas de Deus: sua
graça, seu amor, sua misericórdia, sua bondade, sua santidade, suas promessas,
e muitas outras coisas celestiais, maravilhosas, que nem olhos ouviram, nem
ouvidos ouviram, nem jamais subiram ao coração humano, mas que Deus tem
preparado para aqueles que o amam.
Que concede a cada um de nós dons espirituais. O
Consolador, o Conselheiro, que nos dá graça para crescer em amor, até que a
semelhança de Cristo seja formada em nós. O Espírito Santo que nos deseja para
si, que, como diz Tiago, “anseia por vós, que tem ciúmes de vós”.[4]
O Espírito Santo que nos prepara para o céu. Ele é como um rio de águas fruindo
em nosso interior, um dom para todos os que nele creem.
Conclusão
Assim, Jesus é o nosso mediador diante de Deus. Pois
Jesus é quem satisfaz os desejos de Deus em relação a nós. Jesus é também
aquele quem trás a nós o cumprimento das promessas de Deus. E ele consegue
estas duas coisas, porque assume o nosso lugar diante de Deus, como nosso
representante; e representa, ou melhor, revela a Deus diante de nós. Jesus é perfeito.
Aplicação
1. Podemos confiar nele, e somente nele, como nosso Deus e Salvador
“Não existe nenhum outro nome dado entre nós, para que sejamos salvos”.
Eu gostaria de enfatizar que existe uma diferença
entre “crer” e “confiar”.
Lembra-se daquela velha história do equilibrista que
desafiou seus espectadores? Ele estava atravessando uma corda bamba e perguntou
se alguém acreditava que ele seria capaz de carregar alguém sobre os ombros.
Muitos disseram que sim (acreditavam). Então ele perguntou se alguém subiria em
seus ombros para atravessar com ele (ninguém se apresentou, pois não
confiaram).
Nós podemos falar de “crer” como uma espécie de
“assentimento intelectual”. Podemos, neste sentido “crer” que Jesus é Deus,
pois as evidências nos convencem. Mas isto não significa que confiamos em
Jesus. Confiar significa mais do que isto: é nos entregarmos a ele, é saber, de
coração, que ele nos ama, que ele nos perdoa, cuida de nós, providencia a cada
dia o que precisamos, que o nosso futuro está nas mãos dele, e esse futuro é
bom, pois ele é bom.
2. Podemos confiar no Espírito Santo que habita em nós.
Ele não habita em nós porque tenhamos feito algo
que nos torne merecedores, mas porque Jesus satisfez a justiça de Deus e
conquistou para nós este dom. Então simplesmente confiemos que ele está
conosco.
E tenhamos comunhão com ele. Podemos contar com seu
consolo, sua orientação, seus dons, seu amor, sua condução, seu fortalecimento.
Podemos honrá-lo, entregando a ele o nosso coração, buscando seu poder,
meditando em suas Palavras, pois toda a Escritura é inspirada por ele. E na
meditação de suas Palavras, podemos contar com sua iluminação da nossa mente.
Maravilhoso
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