Terceira Igreja Presbiteriana Conservadora de Guarulhos
Domingo,
Pr. Plínio Fernandes
Quando entrares na terra que te dá o SENHOR, teu
Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Estabelecerei sobre mim um
rei, como todas as nações que se acham em redor de mim, 15
estabelecerás, com efeito, sobre ti como rei aquele que o SENHOR, teu Deus,
escolher; homem estranho, que não seja dentre os teus irmãos, não estabelecerás
sobre ti, e sim um dentre eles.16 Porém este não multiplicará para
si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos; pois o
SENHOR vos disse: Nunca mais voltareis por este caminho.17 Tampouco
para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie; nem multiplicará
muito para si prata ou ouro. 18 Também, quando se assentar no trono
do seu reino, escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está
diante dos levitas sacerdotes.19 E o terá consigo e nele lerá todos
os dias da sua vida, para que aprenda a temer o SENHOR, seu Deus, a fim de
guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir. 20
Isto fará para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e não se
aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; de sorte que
prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel.
O texto que acabamos de ler foi
primeiramente dirigido a homens que, em certo sentido, eram os mais importantes
de Israel.
Foram palavras de orientação para
os reis, que, na Igreja do Antigo Testamento, eram homens ungidos pelo Espírito
Santo, para governar de acordo com a vontade de Deus.
Deviam administrar a justiça,
praticar o bem, e serem exemplos de vida santa, conduzindo o povo na vontade do
Senhor.
Então, nestas orientações, o
Senhor diz que havia certas coisas que os reis de Israel não deveriam fazer, e
havia uma coisa principal que eles deveriam fazer todos os dias.
Primeiramente, o Senhor diz, no
v. 16, os reis não deveriam multiplicar para si o seu número de cavalos. Os
cavalos, meus irmãos, eram a representação do poderio bélico, o poder de guerra
de uma nação. Quanto mais os reis possuíssem cavalos, mais capacitados para a
guerra eles eram considerados.
Como por exemplo o Egito, de onde
eles haviam acabado de sair daquela terrível escravidão. Mas como vocês sabem,
diante do poder do Senhor, de nada adiantou o poderio egípcio. No mar pereceram
os cavalos e os seus cavaleiros. Assim o Senhor ordena que os reis de Israel
não multiplicassem o seu número de cavalos, inclusive não fizessem, neste
sentido, nenhuma aliança com aquela nação que os escravizara. O Senhor era o
poder de guerra do povo escolhido.
Em segundo lugar, os reis de
Israel não deveriam multiplicar o número de esposas, o que era um costume muito
comum nas cortes orientais. Os casamentos não eram vistos apenas do ponto
de vista do relacionamento conjugal,
como o é na maioria dos casos hoje em dia. Eram vistos como alianças entre
famílias, tribos e nações. Nós temos mais familiaridade com isto quando, por
exemplo, estudamos a história da Europa medieval.
Assim, o multiplicar esposas,
fazendo alianças com outras nações, era uma coisa proibida para os reis de
Israel. E também, naturalmente, o multiplicar esposas por qualquer outro
motivo, pois Deus, quando criou o primeiro casal, o fez com apenas um homem e
uma mulher. Este foi o grande pecado de Salomão, que o levou a desviar-se do
Senhor.
E em terceiro, eles também não
deveriam multiplicar para si o ouro e a prata, isto é, não deveriam enriquecer.
Sexo, dinheiro e poder, coisas
tão cobiçadas pelos homens, não deveriam ser cobiçados pelos reis de Israel.
Mas havia algo que eles deveriam
fazer, todos os dias: ler o livro da lei do Senhor.
Eles deveriam fazer uma cópia do
livro para si mesmos, e ter esta cópia junto de si. E neste livro deveriam ler
todos os dias.
Se eles fizessem assim, então
aprenderiam três atitudes espirituais que deveriam manter, a fim de fossem
homens de Deus.
Leiamos novamente os vs. 18-20
Também, quando se assentar no trono do seu reino,
escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos
levitas sacerdotes.19 E o terá consigo e nele lerá todos os dias da
sua vida, para que aprenda a temer o SENHOR, seu Deus, a fim de guardar todas
as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir.20 Isto
fará para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e não se aparte
do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; de sorte que prolongue
os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel.
Veja o que ele aprenderia no
livro da lei do Senhor:
Primeiramente, ele aprenderia a
temer ao Senhor, seu Deus.
Em segundo, aprenderia a ser um
homem obediente a Deus, isto é, faria o que Deus diz em sua lei.
Terceiro, seria um homem cujo
coração não se elevaria sobre os demais, não seria soberbo, ou orgulhoso. Seria
um homem humilde.
Temor do Senhor, obediência e
humildade, são três características que nós vemos em Jesus, o nosso rei.
Pois como disse o profeta Isaías:
“Sobre ele repousará o Espírito de temor
do Senhor”...[1]
E são três características que
devem existir em cada ser humano, por causa da própria natureza das coisas. São
três necessidades de nossas almas. Se nós possuímos estas coisas, elas são
evidências de que nossas almas estão sadias. E se não as possuímos, elas são
evidências de que nossas almas estão enfermas.
Mas falando claramente, depois
que o pecado entrou na história humana, nenhum ser humano nasce com a alma
sadia.
Já nascemos deformados
espiritualmente. Já nascemos orgulhosos, desobedientes de sem temor a Deus.
Como escreveu o apóstolo Paulo, “todos se extraviaram... não há temor de
Deus diante dos seus olhos...”[2].
E aqui está a maravilha da
revelação que Deus nos trás nas Escrituras: é que o Senhor restaura as nossas
almas, pelo poder da sua Palavra.
“A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma” [3].
A lei do Senhor nos ensina a
temê-lo, nos ensina a obedecê-lo, e nos ensina a ser humildes. Mas ela não
ensina apenas o intelecto.
Ela é poderosa, viva e eficaz, e
realiza em nós a vontade do Senhor. Ela penetra até o mais profundo do nosso
ser, e ensina o nosso coração, isto é, ela nos transforma.
Eu quero meditar com vocês sobre
estas três atitudes que precisamos ter, e que são características de almas
sadias, que estão aprendendo com a Palavra de Deus.
Mas não o faremos no todo agora.
Hoje nós vamos considerar a primeira delas: o temor do Senhor.
Quando as Escrituras nos dizem
que nós devemos temer ao Senhor, meus irmãos, elas não estão falando de um
temor servil, fruto do pecado, como aconteceu no Jardim do Éden, quando Adão e
Eva temeram e fugiram da presença de Deus, pois tinham consciência de que
haviam pecado[4].
Tiago também escreveu que os
demônios tremem de medo diante de Deus[5],
pois são rebeldes, e sabem que o dia do juízo está chegando para eles também.
Assim, o temor do Senhor, no
sentido bíblico, evangélico, espiritual, é aquela atitude de devoção, filial,
que devemos ter para com o nosso Pai celestial, porque reconhecemos quem é o nosso
Pai, e o amamos; porque respeitamos e honramos a sua autoridade, e porque
também sabemos que, se desobedecermos esta autoridade, iremos desonrar e entristecer
o coração do nosso Pai, além de provocar a sua ira.
Vocês se lembram, meus irmãos, do
famoso pecado de Davi. Davi adulterou com a esposa de Urias, um dos seus fiéis
soldados.
E depois armou uma cilada para
que Urias morresse na guerra, e casou-se com a esposa dele.
Mais tarde, Davi arrependeu-se
sinceramente, e Deus o perdoou.
O salário do pecado é a morte, e
o Senhor lhe disse: – “O Senhor perdoou o
teu pecado. Não morrerás...”[6]
Mas irmãos, Davi havia desprezado
gravemente a Palavra do Senhor. Dera ensejo para que os incrédulos blasfemassem
contra o nome de Deus. E destruíra a família de Urias.
Então, embora o seu pecado tenha sido
perdoado, o Senhor acrescentou que haveria consequências sobre a casa de Davi.
Assim como ele havia ferido a
Urias, pela espada, a espada também jamais se apartaria de sua casa.
Logo em seguida, a criancinha que
nasceu daquela relação adulterina morreu, para a tristeza de Davi.[7]
Depois, um dos filhos de Davi
apaixonou por uma de suas irmãs, e a humilhou. Em seguida foi assassinado por
um dos seus irmãos.
O assassino em seguida fugiu, e
anos mais tarde também queria matar ao próprio pai e ocupar o seu lugar.
Irmãos, que consequências
terríveis. Quem deseja que os seus filhos, ou a sua família, sofram as
consequências de seus pecados?
Eu quero citar algumas razões
pelas quais devemos temer a Deus
1 – Porque o Senhor, nosso Deus, é grande e
temível
Dt 10:16,17 – Circuncidai,
pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz. 17 Pois
o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus
grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno.
A
circuncisão era uma prática que Deus ordenou ao povo israelita, como sinal de
que entre eles e o Senhor havia uma aliança, como num casamento, pela qual eles
eram o povo do Senhor, e o Senhor, o Deus deles.
Mas
você sabe que às vezes uma pessoa pode estar com um anel de aliança no dedo, e
ainda assim não ser fiel ao seu cônjuge.
A
aliança tem que ser também “de coração”.
Então
o Senhor ordena aqui: – “Circuncidem os seus
corações, e não endureçam os pescoços, isto é, não sejam orgulhosos”.
E a
razão para isto: o Deus a quem vocês pertencem é grande e temível.
Você
se lembra de quando Jacó, na estrada de Padã-Arã dormiu e sonhou com uma escada
que ia até o céu. Os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava
o SENHOR e lhe disse: – “Eu sou o SENHOR,
Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque...”
E fez
promessas de uma vida muito abençoada Jacó.
– A terra em que agora estás deitado, eu ta
darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como o pó da terra;
estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em
ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. Eis que
eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a
esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei
referido.
Quando
Jacó despertou do seu sono, o temor se apossou de seu coração, e ele disse:
– “Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu
não o sabia. Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus”[8].
Este
temor também foi o que se apoderou de João, conforme ele nos conta no
Apocalipse, quando teve uma visão de Jesus, no resplendor de sua glória.
João
sentiu-se caindo aos pés de Jesus, como morto.
O
mesmo temor que sentiu o profeta Daniel[9].
E o profeta Isaías[10].
E o profeta Ezequiel[11].
Era um
sentimento que governava todo o modo de vida do apóstolo Paulo[12],
e que ele queria ver em todos os crentes, porque, falando pelo Espírito Santo,
nos ordenou: “Desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor...”[13].
E
Moisés, pois muitas vezes o vemos orando ao Senhor, e chamando-o Deus grande e
temível.
Irmãos,
aquele que realmente conhece a Deus, aquele que pela fé tem andado com ele,
visto o seu poder de salvar, de curar, de governar tudo o que acontece, sabe
que o glorioso Senhor é Deus grande e temível, em sua santidade, em sua
majestade, em sua amorosa justiça. Conhece a bondade e a severidade de Deus.
Por
isto eu acho muito próprio dizer que se uma pessoa não tem temor de Deus no seu
coração, ela ainda não conhece a Deus verdadeiramente.
Isto
nos conduz à segunda razão pela qual devemos temer a Deus...
2 – É que, com o mesmo
temor que tiveram nossos antepassados na fé, que nós devemos nos aproximar de
Deus
Hb 12:28, 29 – Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a
graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo
temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor.
Nós
reconhecemos que somos pecadores salvos pela graça de Deus que nos foi dada em
Jesus Cristo, quando ele, movido pelo amor, deu a sua vida na cruz, em nosso
lugar.
Sabemos
que o Senhor Deus não nos aceita com base na perfeição de nossas obras, pois
nossas melhores boas obras são contaminadas pelos nossos pecados[14].
Então
confiamos somente em Jesus, e por esta fé nós temos a certeza da vida eterna.
Mas
irmãos, esta graça de Deus que nos concede perdão, que nos concede certeza da
salvação, como diz em outro lugar também nos educa nos caminhos de Deus[15].
Ela
nos ensina a servir a Deus de modo agradável a ele, isto é, com reverência e
santo temor, sem nos esquecermos de que o nosso Deus é um fogo consumidor.
Que,
conforme nos ensina o Apocalipse, os olhos de Jesus são como chamas de fogo de
ódio contra o pecado.[16]
Veja,
nós devemos servir a Deus em todas as áreas da nossa vida, com todo o nosso
ser.
E
devemos ter muita consciência de que, quando nos reunimos como igreja, para
cultuar, estamos servindo a Deus.
Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele servirás[17].
E o
serviço ao Senhor não pode ser displicente, feito de modo leviano, como quem
está, se me permitem a expressão de gíria, “na casa da sogra”.
Pois
em outro lugar também diz a Escritura:
Maldito aquele que fizer a obra do Senhor
relaxadamente[18].
A
Bíblia nos conta sobre vários momentos em que Deus manifestou a sua ira contra
pessoas que tentaram servi-lo com um coração errado.
Eu
quero citar um caso muito famoso: Nababe e Abiú, sacerdotes, filhos de Arão,
irmão de Moisés.
A
história trágica de Nadabe e Abiú está narrada em Lv 10:1-3
Nadabe e Abiú, filhos
de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este,
incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não
ordenara. 2 Então, saiu fogo
de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. 3 E falou Moisés a Arão: Isto é o
que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e
serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou.
Talvez
eles estivessem cheios de boas intenções, mas o Senhor não se agradou, pois
eles estavam querendo cultuar com base num princípio de desobediência.
Amados,
nós devemos servir a Deus com reverência e santo temor.
Como
fruto de corações que o amam, que desejam honrá-lo com os nossos lábios e com
nossa vida, com o nosso comportamento aqui e no mundo lá fora.
Só
assim podemos de fato cultuar a Deus de modo agradável.
3 - E também somente
assim podemos receber a Palavra de Deus de modo abençoador para nossas almas.
Is 66:12 – Porque a minha mão fez
todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o SENHOR, mas o homem para
quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha
palavra.
Tremer diante da Palavra do
Senhor significa receber a Palavra de Deus, seja através da leitura, seja
através da pregação, com seriedade de coração, como que está de fato ouvindo o
que o Senhor do Universo está dizendo.
Significa receber com fé, com mansidão,
com humildade de coração, quebrantamento, solicitude, disposição de obedecer, e
não com especulações, promoção de debates que para nada mais servem do que
promover a soberba e a desobediência, ou especulações que nada mais são do que
justificativas, racionalizações e escapatórias humanas para não fazer o que o
Senhor ordena.
O homem para quem eu olharei, diz
o Senhor, o homem a quem abençoarei, o homem a cujas orações ouvirei, a quem santificarei,
a quem usarei, é este: o que treme diante da minha Palavra.
4 – É o temor do Senhor nos leva a evitar o pecado
Pv 8:13
- O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a
soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.
Jó era homem íntegro e reto,
temente a Deus, e que se desviava do mal[19].
Porque Deus é santo, aquele que o teme também aprende a ser.
Ele ama as coisas que Deus ama: ele tem o seu prazer na lei do Senhor, e na
sua lei medita de dia e de noite.
Ele ama a paz, e empenha-se por alcançá-la. Ama andar na verdade, o falar a
verdade e o ser honesto nos seus relacionamentos.
Ama a oração; ama entoar louvores ao Senhor; ama a casa do Senhor, o culto
a Deus; ama a igreja do Senhor, por quem Jesus morreu, e busca o seu bem.
Também ama o seu próximo. E ao trabalho, e a todas as coisas em que Deus
tem prazer.
Porque Deus odeia o pecado, aquele que teme a Deus também odeia o pecado:
ele odeia o orgulho, a boca suja, a boca mexeriqueira, a boca mentirosa, a boca
vaidosa.
Odeia o tomar o nome do Senhor em vão, com falsas profissões de fé; com
piadinhas e palavras chulas a respeito de Jesus. Odeia o que fizeram com o
santo nome de Jesus no Carnaval, e outras coisas animais, terrenas e diabólicas
como estas. Ele não pensa que estes pecados são apenas expressões culturais dos
não crentes.
Por isto, nosso último ponto aqui:
5 – O temor do Senhor nos prepara para o dia do
juízo
2ª Co
5:10,11 – Porque importa que todos nós compareçamos perante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver
feito por meio do corpo. E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os
homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero que também a vossa
consciência nos reconheça.
2ª Co 5:14, 15 – Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto:
um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os
que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e
ressuscitou.
Notem,
irmãos, que nestes dois trechos o apóstolo Paulo está falando sobre duas
motivações para o seu serviço dedicado a Deus.
No
último texto (vs. 14 e 15), ele diz que tudo fazia motivado, por um lado, pelo
amor de Cristo por ele, e por outro, pelo amor que sentia por Cristo.
Já não
vivo mais para mim mesmo, ele diz, mas para aquele que me amou e se entregou
por mim.
Mas
nos vs. 10 e 11 ele fala de outra motivação para um viver santo e dedicado a
Jesus.
– “É necessário que todos nós compareçamos
perante o tribunal de Cristo”; aqui ele está falando de si mesmo e de todos
os crentes, e não somente dos incrédulos.
Quando,
e aqui ele não diz, se é no dia da nossa morte, ou no dia da volta de Jesus
(esta não é a questão mais importante), a questão mais importante é que diante
deste tribunal as nossas obras serão julgadas. Nós seremos julgados, não para a
salvação, mas para recebermos a recompensa, seja pelo bem, seja pelo mal que
tivermos feito por meio do corpo.
E
isto, diz o apóstolo Paulo, faz com que o nosso coração se encha do temor do
Senhor.
Foi
por isto também que no Evangelho de Mateus, insistindo sobre a importância de
se temer a Deus, o Senhor Jesus nos exorta:
Mt 10:28 – Não temais os que matam
o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer
no inferno tanto a alma como o corpo.
Aqui o
Senhor está falando sobre dois tipos de temor que são mutuamente excludentes: o
temor dos homens e o temor do Senhor.
Se
você temer os homens, então estará preocupado com o que eles pensam a teu
respeito, o que eles podem fazer com você, ou contra você, ou a favor de você.
E não temerá a Deus.
Mas se
você temer a Deus, então estará livre do temor dos homens.
Então
não tema aquele que pode no máximo matar o seu corpo, mas não pode tocar na sua
alma. Não tema os homens.
Tema
aquele que pode não somente matar o corpo, mas também pode fazer perecer a tua
alma no inferno. Tema a Deus, que trás o juízo sobre todo aquele que permanece
em seus pecados.
Conclusão e aplicação
Irmãos,
uma alma verdadeiramente sadia, que conhece a Deus, é aquela que foi restaurada
pela doutrina da Palavra de Deus.
Uma
alma assim é uma alma que teme ao Senhor, que se desvia do mal, que o serve com
devoção, amor e reverência.
É
então uma alma obediente e humilde.
A lei
do Senhor é perfeita e restaura a alma.
Por
isto, para que aprendessem estas coisas, os reis de Israel deveriam fazer para
si uma cópia do livro da lei do Senhor, tê-la consigo, e ler neste livro todos
os dias de suas vidas, para que, ensinados pela Palavra de Deus, fossem
espiritualmente sadios.
Você
quer ser uma pessoa espiritualmente sadia, restaurada?
A
resposta para a sua necessidade está em tuas mãos.
Tenha
esta cópia da Bíblia sempre ao teu alcance.
Leia
todos os dias.
Leia
na expectativa de que as Escrituras irão te ensinar.
Leia
com o desejo de aprender o temor do Senhor. De aprender a obedecer. De aprender
a ser humilde.
Sim, o
Espírito de Deus irá te humilhar, irá te convencer dos seus pecados, da
santidade de Deus, irá te humilhar e quebrantar o teu coração. Você será levado
a clamar:
– “Senhor, tem misericórdia de mim”.
Então,
você verá que o temor do Senhor está governando o teu coração.
[1] Is 11:2
[2] Rm 3:12, 18
[3] Sl 19:7
[4] Gn 3:10
[5] Tg 2:19
[6] 2º Sm 12:13
[7] 2 Sm 12:14
[8] Gn 28:12-17
[9] Dn 7:15
[10] Is 6:5
[11] Ez 1:28
[12] 1ª Co 2:13
[13] Fp 2:12
[14] Tt 3:5
[15] Tt 2:12
[16] Ap 2:18, 3:18
[17] Mt 4:10
[18] Jr 48:10
[19] Jó 1:1
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